Linhas Gerais sobre a História da Universidade Conimbricense. Das suas origens à Reforma Universitária Pombalina de 1772.

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1 Linhas Gerais sobre a História da Universidade Conimbricense. Das suas origens à Reforma Universitária Pombalina de ª Parte Colégios de Coimbra. O Colégio Real ou Colégio das Artes. Outro aspecto de grande alcance, enquadrado na reforma dos estudos, foi a criação de Colégios na cidade de Coimbra, dos quais já foram referidos o de Santo Agostinho e o de São João Baptista onde funcionaram alguns estudos, e os de São Miguel e Todos-os-Santos destinados a alojamento dos estudantes e, todos eles, pertencentes a Santa Cruz. Quando da instalação da Universidade em Coimbra, fundou-se e desenvolveu-se uma rede de Colégios, nomeadamente na Rua da Sofia, em proporções que excediam largamente o plano do Infante das Sete Partidas, D. Pedro, Duque de Coimbra. Com efeito, foi na Rua da Sofia que a maioria dos colégios monásticos, fundados no reinado de D. João III, teve os seus edifícios, de que ainda restam partes, bem como algumas das suas igrejas anexas, ainda hoje abertas ao culto. Na generalidade, estas instituições colegiais tinham por objectivo transmitir aos que as frequentavam uma assistência intelectual e moral, fazendo deles personalidades de elite, pela elevada cultura e austeridade dos costumes, correspondendo deste modo aos «desígnios ideológicos e políticos da época da reforma católica. No seu conjunto, pela concentração do ensino eclesiástico e congreganista em redor da Universidade ou dentro dela própria, faziam de Coimbra o cérebro do país e contribuíam para a formação de uma mentalidade uniforme no escol dirigente da nação, nos seus diversos escalões». Os Colégios garantiam, geralmente, nos seus claustros, embora com grau variável, o ensino dos preparatórios bem como das ciências maiores, isto é, desde o ensino pré-universitário aos estudos pós graduação de preparação para o doutoramento.

2 A grande maioria destas instituições foi integrada na Universidade, perfazendo um elevado número de escolas distintas construídas a partir de 1539, porém, a incorporação era efectuada por diploma régio e considerada legalizada depois de considerada e aceite pelo conselho escolar. Nestas condições passavam a gozar dos privilégios universitários em matéria de representação nos actos oficiais da instituição académica, de preferências e vantagens nas relações de tipo civil, económico, judicial, etc. Para além dos já citados Colégios de Santa Cruz merecem referência, ainda que em breves notas, aqueles que se integravam no âmbito da reforma joanina: Colégio de São Tomás Instalado para os estudantes dominicanos, em 1539, junto ao Mondego, passou por algumas vicissitudes, dificuldades de dinheiro e também por via das cheias do rio, pelo que foram obrigados a transferir-se para a Rua da Sofia. Pela venda dos Bens Nacionais, provocada pela extinção das Ordens Religiosas, em 1834, o Colégio foi parar às mãos do Conde do Ameal que o mandou demolir quase completamente, apenas poupando os claustros. O antigo Colégio de São Tomás, hoje não é mais nem menos do que o actual Palácio da Justiça, nada tendo a ver com a traça original da construção quinhentista. Colégio de Nossa Senhora do Carmo Também conhecido por Colégio do Bispo do Porto, pois esse era o cargo eclesiástico do seu fundador, Frei Baltazar Limpo, destinava-se a instituição para residência dos clérigos da sua diocese que pretendiam frequentar a Universidade. Foi em 1543 que os religiosos do Carmo começaram a instalar-se no Colégio, situado na Rua da Sofia, embora tenha havido já, desde 1537, uma residência provisória na Rua Nova. Em 1547 foi doado à Ordem dos Carmelitas Calçados, vindo a ser extinto pela lei de 1834 passando três anos depois para a Venerável Ordem Terceira de São Francisco, onde hoje existe a Casa de Saúde da Sofia e um Asilo. Colégio de São Pedro Situado em frente ao Colégio de São Tomás, na Sofia, foi fundado em 1540 por D. Rodrigo Lopes de Carvalho, futuro Bispo de Miranda. Destinava-se a 12 clérigos pobres, que já tivessem obtido o grau de bacharéis em Teologia ou Cânones e se preparassem para prosseguimento dos estudos. Mais tarde, em 1572, o Colégio sofreu profunda remodelação, transferindo-se da cidade baixa para o edifício instalado no local dos antigos aposentos dos Infantes nos Paços Reais, a sul da chamada Porta Férrea. Efectuada a mudança, a sua frequência passou a destinar-se a doutores e licenciados com vista à docência. Carlos Jaca 2

3 A partir de 1834 foi integrado no património da Universidade e, desde o século passado, após ter sofrido grandes alterações, foi adaptado a reitoria e serviços administrativos. Colégio de Jesus Pertencente à Companhia de Jesus (jesuítas), teve residência em Coimbra no ano de 1542, fixando-se na parte alta da cidade, inicialmente em casas humildes da rua cujo nome, Couraça dos Apóstolos, ainda hoje assinala o seu primitivo estabelecimento, aliás, o nome de Apóstolos, refere-se aos próprios jesuítas. Pouco depois, em 1547, passaram para o local que, primeiro fora escolhido para ali se erguerem as escolas gerais. No referido ano foi lançada a primeira pedra do vasto bloco de edifícios, tornando-se o maior Colégio da cidade e que ainda hoje existe parcialmente. Tinha capacidade para mais de 200 alunos, corpo docente e pessoal auxiliar. Foi o primeiro Colégio que a Companhia teve em todo o Mundo e talvez o mais importante, «não só pelo alto grau de cultura literária e científica que o distinguia, mas porque aqui se preparou uma enorme legião de apóstolos que seguiram para todos cantos do globo terrestre, descobertos e conquistados pelos portugueses, descobertos e conquistados pelos portugueses, onde pregaram a doutrina e a civilização cristã, aumentando ao mesmo tempo o património da civilização ocidental com novas descobertas e aquisições científicas e literárias». Por este Colégio, passaram homens de elevada craveira intelectual, como o famoso orador Padre António Vieira. Extinta a Companhia por Pombal, em 1759, ficaram os edifícios devolutos, sendo os bens do Colégio anexados à Universidade e ao Cabido que, em 1772, atribui a categoria de Catedral à sua Igreja, a Sé Nova. Com a reforma pombalina da Universidade parte do edifício foi adaptado a Museu de História Natural, de alto valor histórico e científico, e que ainda hoje existe. Colégio da Graça Mercê do auxílio de D. João III, e sob a direcção do espanhol Frei Luís de Montoya, o Colégio começou a funcionar em 1543 para os Eremitas Calçados de Santo Agostinho, mais conhecidos por gracianos, tendo sido incorporado na Universidade por Carta régia em Tal como os outros, após a extinção das Ordens Religiosas e nacionalização das suas casas e bens, foi a Igreja entregue à Irmandade do Senhor dos Passos e a parte colegial ao Exército. A Igreja, ainda hoje aberta ao culto, sempre que, em princípios de Julho, se realiza a imponente Procissão da Rainha Santa Isabel, Padroeira da cidade, recebe a sua imagem ficando exposta à veneração no templo graciano, na Rua da Sofia, desde Quinta-feira à Carlos Jaca 3

4 noite até Domingo à tarde, quando se realiza a Procissão de regresso ao seu Mosteiro de Santa Clara-a Nova. Colégio do Espírito Santo ou de São Bernardo Separado do Colégio de Nossa Senhora do Carmo pela Ladeira do mesmo nome, e subsidiado pelo Infante D. Henrique, futuro Cardeal-Rei, foi entregue aos monges cistercienses em Actualmente, muito adulterado, apenas apresenta uma parte da fachada, tendo o lado do edifício, junto à Ladeira do Carmo, sido transformado num palácio oitocentista. Neste Colégio estudaram grandes vultos da historiografia nacional, Bernardo de Brito, António e Francisco Brandão. Colégio de São Jerónimo O seu projecto data de 1535 e é da autoria do arquitecto Diogo de Castilho, como consta da Carta régia para Frei Brás de Braga, de 20 de Fevereiro de 1535: «Eu tenho determinado de, com a ajuda de Nosso Senhor, fazer um Colégio nessa cidade, da Ordem de São Jerónimo Diogo de Castilho vos dará conta da ordenança e maneira que quero que se tenha no edifício e obras do dito colégio». No entanto, só em 1549 os Monges de São Jerónimo dispuseram de instalações próprias, funcionando o Colégio, durante cerca de 14 anos, nas dependências dos Paços Reais. Extinto em 1834 pelo liberalismo, dois anos depois o edifício entrou na posse da Universidade, sendo, em 1848, adaptado a serviços hospitalares (Hospital velho). Colégio de São Paulo Fundado por Frei Diogo de Murça e destinado, inicialmente, tal como o de São Pedro, aos clérigos pobres, a sua construção, no edifício dos Estudos Velhos, decorreu entre 1550 e Entretanto, durante este período, D. João III doara o Colégio à Universidade para que esta o acabasse e dotasse à sua custa. Entregue à Universidade em 1834, o local do Colégio foi ocupado pelo Teatro Académico que, em 1912, deu lugar à construção da Faculdade de Letras onde, por sua vez, depois de operadas grandes transformações, no início da segunda metade do século passado, funcionam a Biblioteca Geral e o Arquivo da Universidade. Carlos Jaca 4

5 Porém, a mais notável destas instituições, e certamente até, talvez, o capítulo mais brilhante da reforma joanina, foi o Colégio Real ou Colégio das Artes, já previsto em 1542 mas apenas inaugurado seis anos depois. O malogro do ensino das artes e humanidades nos Colégios de Santa Cruz. Projecto de um Colégio das Artes de tipo e nível europeu. O ensino preparatório durante o seu funcionamento em Santa Cruz não atingiu os objectivos correspondentes à expectativa dos governantes, nomeadamente no que dizia respeito ao ensino das humanidades. Apesar de todos os esforços e cuidados, os anos iam passando e não se vislumbrava o resultado proveitoso do capital investido e da firme intenção de se modernizar o ensino. Efectivamente, a realidade dos acontecimentos demonstrava que o ensino preparatório, ou seja, genericamente, o ensino artístico ministrado em Santa Cruz, não estava a processar-se como tinha sido previsto e desejado. Entre alguns motivos que terão concorrido para este statu quo pode, desde já, referir-se a improvisação do corpo docente, agravada pela fraca qualidade de não poucos dos seus membros; o estado de conflito, aberto ou latente, entre o priorado crúzio e a reitoria da Universidade, levando à cisão de duas escolas independentes que se manteve desde a transferência de 1537 até 1544, dando origem a más vontades e desacordos que muito agitaram a vida académica conimbricense. Sublinhe-se que, ao lado das Faculdades progressivas, Teologia, Medicina, Cânones e Leis, o estudo da latinidade vegetava num atraso lamentável o que não deixaria de ser estranho, tanto mais, que a língua do Lácio era a base das referidas ciências e a disciplina querida dos humanistas. Provavelmente, terá sido por esta razão que, em 1541, o Reitor da Universidade, D. Bernardo da Cruz, escreveu ao Rei pedindo que chamasse à sua presença o Mestre João Fernandes, prestigiado professor, que honrara as cátedras de Salamanca e Alcalá, para ouvir da sua boca o relato dos males que urgia remediar. O seu testemunho, segundo o Professor Costa Pimpão, poderá dizer-se «qualificado», mas ao Reitor, pessoa nada conciliável, não seria estranho o desejo de subtrair o ensino artístico à autoridade do Prior de Santa Cruz. Porém, considera-se como factor principal as deficiências de organização administrativa e de orientação pedagógica atribuídas à direcção monástica, porquanto, já durante o ano lectivo de , é bem visível o descontentamento da Coroa com a administração escolar de Santa Cruz, quando a Carta Régia de 21 de Janeiro do referido ano, «deixava transparecer a iniciativa então tomada de colocar à frente da escola um Carlos Jaca 5

6 director ou primário, com a incumbência de recrutar os professores e por eles distribuir os alunos, de fazer os exames de passagem, fixar os programas, promover a disciplina da actividade lectiva, etc.». Também, a divisão entre a educação e o ensino é uma constatação nas escolas secundárias de Santa Cruz, porquanto a simbiose das duas actividades, que era corrente nos institutos de origem humanística e nos colégios franceses, nomeadamente nos de Bordéus e Santa Bárbara, não encontraram nos dirigentes crúzios a devida protecção e acolhimento. Sem dúvida que a escolha de Frei Diogo de Murça para Reitor, em 1543, tem muito a ver com este conjunto de circunstâncias, demonstrando as preocupações de D. João III perante o malogro da execução da reforma dos estudos que planeara. Poucos meses depois de Frei Diogo de Murça ter tomado posse do cargo, o grupo de estudos concentrados nas dependências de Santa Cruz era transferido para o Paço das Escolas e colocado sob a direcção e disciplina das autoridades universitárias. Porém, no que respeita às artes e humanidades a mudança para cima não trouxe as vantagens que se perspectivavam, continuando o corpo docente a ser improvisado e a não se verificar melhoria, ou diminuição, nas carências orgânicas e didácticas existentes em Santa Cruz. Ao fim e ao cabo, a experiência pedagógica de 1535 a 1547 não correspondeu «aos objectivos básicos que, na ordem da execução, lhe eram pedidos: a eficácia do ensino, a organização colegial da vida académica, a categorização da escola de modo a dispensar os serviços de Bordéus e Santa Bárbara a fazê-la rivalizar com Alcalá e Salamanca». Um dos aspectos fundamentais da reforma era a separação entre o ensino preparatório e o ensino universitário, com a finalidade de dar àquele uma solidez de conhecimentos que servisse de base segura a todos os que pretendessem seguir estudos superiores, visto que sem um bom ensino preparatório não poderia haver um bom aproveitamento universitário. Assim, seria fundamental dar-lhe um apoio especial, seleccionando professores competentes e, tanto quanto possível, organizá-lo em moldes bem diferentes. D. João III e os seus conselheiros terão concluído que, para o êxito desse tipo de ensino, seria necessária uma instituição bem planeada que não o deixasse dispersar, como até então, por diversos lugares e «por tantas mãos, que nem sempre pesariam, convenientemente, a responsabilidade dos conhecimentos que ministravam». Carlos Jaca 6

7 Assim, o projecto a que o Monarca pretendia dar execução, devido ao malogro da escola de Artes instalada em Santa Cruz, apontava para a instauração de um Colégio autónomo, independente tanto da Universidade como do Mosteiro, exclusivamente destinado ao ensino das Artes, de nível categorizado, europeu, à maneira de Santa Bárbara ou do Collège Royal fundado por Francisco I criando-se uma escola segundo o modelo descrito, além de resolver o problema das deficiências existentes no ensino da latinidade, evitaria á juventude portuguesa dificuldades e sacrifícios de vária ordem e, até, o risco de ser tocada pela heresia. E mais, diminuindo o número de matrículas nos colégios estrangeiros, o erário real seria aliviado dos elevados dispêndios canalizados para os bolseiros, mercê da generosidade de D. João III. Ao considerar o projecto da fundação do Colégio das Artes, em Coimbra, sem dúvida o aspecto mais brilhante da reforma joanina, o rei Piedoso e os seus conselheiros na matéria, não vislumbravam em Portugal as pessoas certas para elevar o ensino das Artes ao nível desejado. Nestas circunstâncias, e como já acontecera noutras ocasiões, era inevitável recorrer ao estrangeiro. Porém, para este grau de ensino propedêutico entendeu-se que, por várias razões, seria proveitoso recrutar os professores, pelo menos parte deles, portugueses que exerciam em França funções docentes e cujo nome era badalado em toda a Europa culta. Efectivamente, não faltavam pedagogos portugueses, de renome internacional, a quem confiar a organização da nova instituição. Um deles, André de Gouveia, grande pedagogo da Renascença, dera já provas concludentes da sua competência na Direcção do Colégio de Santa Bárbara, em Paris, e do Colégio da Guiene, em Bordéus, tendo a sua fama de pedagogo excedido a do próprio tio, Diogo de Gouveia, não causando, pois, admiração que, em Portugal, o tivessem, desde há muito debaixo d olho. Com efeito, D. João III vinha procurando, insistentemente, atraí-lo ao nosso País através de negociações e contactos directos, com vista à renovação dos estudos em Coimbra, instalando e organizando um Colégio com pessoal docente recrutado pelo ilustre humanista. André de Gouveia. Le plus grand et le plus noble Principal de France - André de Gouveia foi um dos três irmãos Gouveias, António e Marcial, que estudaram no Colégio de Santa Bárbara sob a tutela do tio Diogo de Gouveia Sénior. Cerca de 1530, já mestre no ensino artístico toma conta do principalato (Direcção) do Colégio parisiense, por indicação e conveniência do tio, isto é, por via do seu interesse Carlos Jaca 7

8 em actividades de natureza alheia à pedagogia e que não lhe permitiam exercer devidamente aquele cargo. Sabe-se que, durante o principalato de Santa Bárbara, André de Gouveia era figura muito querida e estimada da juventude escolar, considerado um homem novo em todo o sentido, tanto na idade como na adesão às novas ideias do século e, também, pela aliança excepcional do talento com o carácter. Quicherat, o historiador de Santa Bárbara, descreve do seguinte modo a sua direcção no Colégio parisiense: «três palavras resumem a sua história, tranquilidade, prosperidade e consideração. Tal foi a continuação da obra de Diogo de Gouveia por um homem capaz de a aperfeiçoar. Nunca a disciplina foi mais rigorosamente observada, nem o quadro do pessoal docente melhor provido. Com Marcial, António e Diogo de Gouveia, o Moço, com Diogo de Teive e Beleago, a constelação portuguesa brilhava em todo o seu esplendor». Se a passagem de André de Gouveia por Santa Bárbara deixou um «traço luminoso e individual», no Colégio de Guiene, cujo cargo ocupou desde 1534 a 1547, revelou-se por tal forma o seu génio organizador, que Montaigne, que frequentara aquele estabelecimento, o denominou nos seus Ensaios de Le plus grand et le plus noble Principal de France. A atitude de Gouveia Sénior atribuindo a Direcção de Santa Bárbara ao sobrinho não podia deixar de revelar a prova de confiança que nele depositava, e que as relações entre os dois eram francamente cordiais. Só que, com o decorrer do tempo, e não foi preciso muito, André começou a revelar-se menos concordante com as doutrinas da teologia escolástica tão acirradamente defendidas pelo tio, o que levou este a interiorizar a ideia, ou a suspeita, de que o sobrinho estava a seguir por caminhos errados e a rodear-se de más companhias, aproximando-se das doutrinas de Lutero. A origem do ódio de Diogo de Gouveia ao sobrinho André A desconfiança parece ter sido fundamentada pelas relações do sobrinho com homens de fé, em seu entender, muito suspeita, nomeadamente com João Gélida e Nicolau Cop, os quais André de Gouveia convidara para regentes do Colégio. Aconteceu que, no período fugaz em que Cop, bacharel em Medicina, foi Reitor da Universidade de Paris, proferiu, no Convento dos Franciscanos, local das assembleias universitárias, um discurso, um tanto ou quanto veladamente, atacando a teologia medieval, abordando melindrosos problemas, como o da justificação pela fé; o Novo Testamento fundamento da verdadeira teologia; a brandura em vez da perseguição para as discórdias religiosas, etc. Carlos Jaca 8

9 As palavras do Reitor foram consideradas escandalosas, tendo sido denunciadas ao Parlamento de Paris, que tinha as atribuições de tribunal da fé. Perante as acusações atribuídas a Nicolau Cop levantou-se André de Gouveia que, devido à velha amizade e convivência com o Reitor, serviu de testemunha o que, naturalmente, indignou Diogo de Gouveia ao ver o sobrinho culpado da entrada do amigo no corpo docente do seu ortodoxo Colégio, ligado pela amizade a tal herege, e ousar, até defendê-lo publicamente. Nicolau Cop viu-se obrigado a abandonar precipitadamente Paris e a refugiar-se em Basileia. Este acontecimento causou tal celeuma que viria a provocar a prisão de algumas dezenas de pessoas e a colocar André de Gouveia em maus lençóis e, com ele, o prestígio do Colégio de Santa Bárbara. A situação do Principal de Santa Bárbara começou a tornar-se insustentável devido à animosidade do tio e pelo receio de lhe exigirem responsabilidades como cúmplice do fugitivo (Cop), tendo o Parlamento, por sua parte, oferecido elevada quantia a quem o entregasse. Nesta complicada e perigosa situação, André de Gouveia, aconselhado ou não, só tinha um caminho a seguir: demitir-se do lugar de Principal de Santa Bárbara e deixar Paris, o que de facto veio a acontecer. André de Gouveia, Principal no Colégio da Guiena - Poucos meses depois, em Abril de 1534, um conjunto de circunstâncias proporcionaram-lhe um convite para a regência do Colégio de Guiene, convite esse que se deverá à sua competência, mas também não terá deixado de ser influenciado pelos correligionários da sua ideologia que, desse modo, procuraram auxiliá-lo e livrá-lo de uma situação de consequências imprevisíveis. Porém, a presença de André de Gouveia no Colégio da Aquitânia não iria ser menos incómoda do que aquela que tivera em Paris. Contra ele, e de vários quadrantes, nomeadamente do tio Diogo, levantaram-se vozes que o rotulavam de herege, homem perigoso, criticando-o ainda, fortemente, pelo facto de ter escolhido para mestres do Colégio indivíduos considerados «luteranos ou pouco menos que isso». Em jeito de parêntesis, digase que, à época, não era necessário ir tão longe para fundamentar a suspeita de heterodoxia. Segundo parece, bastava saber-se bem o Latim e o Grego para se despertar desconfiança. Diogo de Teive, que se viu a braços com a Santa Inquisição, referiu-se, em pleno processo a «algumas pessoas que têm comummente por suspeitos todos os homens que sejam bons latinos e gregos». Carlos Jaca 9

10 Como quer que fosse, o certo é que pouco tempo depois de assumir a Direcção, o Colégio transformou-se numa das mais abalizadas escolas de França graças ao seu Principal. Com efeito, o Colégio começou a tornar-se célebre por via da hábil direcção do grande humanista português, que gozava de consideração geral mercê da honestidade e diligência demonstradas no governo da Instituição. Acrescente-se, ainda, o mérito na escolha dos seus colaboradores, pois alguns dos mestres contratados para o Colégio da Guiena já os conhecia de Santa Bárbara e que, mais tarde, seguiriam com ele para Coimbra. Além de alguns professores que já ensinavam no Colégio, novamente contratados, acompanharam André de Gouveia, quatro professores de grande nomeada: Diogo de Teive, Nicolau de Grouchy, Guilherme de Guérente e António de Gouveia. Como o número de alunos tivesse, naturalmente, aumentado, o que implicava a ampliação do corpo docente viajou até Paris donde veio acompanhado por cinco regentes: Mathurin Cordier, Cláudio Budin, João da Costa, Junius Rabirius e Arnaldo Fabrício. Outros dois lentes de renome internacional, e que também seguiriam para o Colégio das Artes, em Coimbra, passaram, a partir de 1539, a fazer parte do corpo docente do famoso Colégio. Desde a fundação do Colégio que havia suspeitas quanto à fé daqueles que estavam sob a sua Direcção, havendo mesmo quem o considerasse o foco donde provinha a heresia que «infeccionou toda a região bordalesa». Um dos responsáveis pelo Parlamento de Bordéus, (tribunal que tinha a cargo a repressão da heterodoxia naquela província), João de Calvimont, segredou a Diogo de Gouveia que tal Colégio era a causa da perdição de toda a Aquitânia, como se o Velho Doutor não pensasse já o mesmo e muito mais. É que, Diogo tinha um carácter «mui veemente em suas paixões e pertinaz (obstinado, teimoso) no que uma vez encaixa na cabeça». Ora, Diogo de Gouveia, que até ao escândalo provocado por Nicolau Cop tinha relações normais com o sobrinho, ficou desgostoso e amargurado com o seu procedimento, demonstrando mesmo, abertamente, alguma antipatia, se bem que só nos últimos meses do principalato de André as relações atingiram a gravidade que levaria ao corte de relações. Com efeito, a saída de André de Gouveia do Colégio de Santa Bárbara para o Colégio de Guiene, transformou a antipatia por ódio rancoroso que «nem a morte do sobrinho o dobraria a esquecer os agravos». Efectivamente, Diogo de Gouveia, o «implacável caçador de hereges», não podia deixar de estar furioso com o sobrinho, porquanto, este, além de o abandonar e deixando-se embalar, por ideias religiosas abominadas pelo teólogo, privou o seu Colégio de alguns dos Carlos Jaca 10

11 melhores professores ao levá-los para o colégio bordalês. E mais, não foram poucos os escolares portugueses, alguns com o apoio de D. João III, que preferiram optar pelo novo Colégio onde André era o Principal, podendo afirmar-se que, com a sua partida, se inicia a decadência de Santa Bárbara. Como se não bastasse a concorrência que André de Gouveia iria fazer ao Colégio parisiense, afastou-se sem prestar contas o que, de facto, competia propriamente, ao administrador. Porém, Diogo de Gouveia, com razão ou sem ela, declarou ter sido lesado em elevada quantia, daí ter considerado o sobrinho «herético maldito», ladrão e demandando-o em tribunais. Mais envenenado terá ficado quando teve conhecimento que D. João III convidava, e com insistência, André de Gouveia e a sua equipa de professores do Colégio da Guiena, que o velho Diogo considerava um ninho de hereges e foco de protestantismo, para organizar e dirigir o Colégio de Coimbra. Sublinhe-se que não é pura invenção que sobre a Escola bordalesa recaíam fortes suspeitas de luteranismo, sabendo-se que vários entre os seus professores tinham sido processados e punidos por esse motivo, enquanto outros, escapando-se, se tinham refugiado na Alemanha e em Genebra. Há casos bem conhecidos e, cito apenas o notável humanista escocês George Buchanan que, preso na sua pátria, salvou-se da morte na fogueira por ter conseguido fugir para Inglaterra e daí para França, onde André de Gouveia o levou para Bordéus. No entanto, embora haja casos bem fundamentados de desvios de ortodoxia, não será lícito considerar que todos os mestres do Colégio da Aquitânia fossem indiciados como verdadeiros protestantes. Esta fama, para alguns, e proveito, para outros, não era desconhecida por D. João III, a quem tudo era comunicado em termos vivos, pelo menos por Diogo de Gouveia que, como se referiu, formalmente acusava o sobrinho de ladrão e de herege, sendo certo que alguns ecos das acusações à ortodoxia dos mestres bordaleses não deixavam de chegar a Portugal, aos ouvidos do Monarca. Razões que levaram D. João III a confiar a Direcção do Colégio Real, ou das Artes, a Mestre André de Gouveia. Efectivamente, com tais informações, poderia parecer estranho que o Rei se resolvesse a convidar André de Gouveia para Coimbra, na esperança de conseguir mais proveito da sua reforma do ensino. Carlos Jaca 11

12 Obviamente, que D. João III para tomar decisões teria de levar em conta as informações que recebia. Só que, recebendo-as de origem diversa, como se verá, tiveram mais influência as que eram favoráveis a André de Gouveia, e o facto é que D. João III, embora zeloso em matéria de fé, não levou à risca os rumores que indiciavam de heresia o Principal de Guiena e companheiros, convencido de que a má fama dos mestres se podia filiar no despeito e inveja dos adversários. Ao Rei também não lhe seria de todo estranho que a animosidade de Diogo ao sobrinho, pelo menos em parte, teria sido originária num conflito de interesses materiais. A fim de desfazer, ou esbater, as suspeitas de heresia não deixavam de chegar ao conhecimento de D. João III «provas da educação religiosa ministrada aos escolares do Colégio da Guiena. De facto, tanto ali como mais tarde no Colégio das Artes, fossem quais fossem as verdadeiras crenças de André de Gouveia e companheiros, não há dúvida que velaram pelo cumprimento acurado (aperfeiçoado) dos deveres religiosos pelos discípulos mas os mestres não se limitavam a mandar observar aos alunos os actos de piedade, pois também os praticavam com maior ou menor sinceridade». Não havia dúvidas que André de Gouveia e os seus companheiros tinham adversários que os abominavam e lhes queriam fazer a cama perante os meios ortodoxos e, principalmente, perante D. João III. No entanto, é um facto que os bordaleses e o seu Principal estavam rodeados de amigos e admiradores cujos elogios e influência vieram a ter grande peso no espírito do Rei, no sentido de os chamar para Coimbra. André de Gouveia recomendado a D. João III. D. Gonçalo Pinheiro. Algum tempo antes dos contactos, directos ou indirectos, entre André de Gouveia e o Rei, já o sobrinho do velho Diogo pretendia regressar a Portugal e oferecer os seus serviços como pedagogo, procurando a intercessão de personalidades influentes junto do Monarca, a fim de se fixar na sua pátria, para o que chegou a escrever (11 de Agosto de 1537) ao embaixador em França, Rui Fernandes de Almada, agradecendo-lhe os esforços que este já havia feito para conseguir o que Mestre André pretendia. Também D. Gonçalo Pinheiro, Bispo de Safim, conselheiro da Inquisição de Évora e embaixador especial do nosso País na Corte Francesa, em carta de 6 de Fevereiro de 1539, dirigida a D. João III, escrevia e recomendava: «Porque sei o virtuoso desejo de V. A. de em seus reinos florescerem as letras, [ ] pareceu-me lembrar-lhe que aqui em Bordéus está um português, que, como V. A. sabe, é principal do colégio de Bordéus e me dizem estes Carlos Jaca 12

13 comissários de el-rei de França que é de tanta severidade e exemplo, que os estudantes aproveitam muito mais com o seu temor que com a doutrina Fiz esta lembrança, para que V. A. se sirva dele em colégio ou no que lhe parecer». Só que, por esta altura, 1539, as coisas não estavam ainda bem amadurecidas e a esperança régia, na reforma do ensino, não era «uma simples ilusão perdida» como sucedia em Por razões que não interessa agora justificar a carta terá sido redigida a rogo do próprio interessado mas, de qualquer modo, o Rei não deixaria de registar e considerar a informação tanto mais que, sendo proveniente de um inquisidor da fé, este não lhe recomendaria um herege. Influência decisiva de Frei Jerónimo de Padilha e Jorge de Santiago De grande peso na decisão de D. João III, ao confiar o estabelecimento e direcção do Colégio das Artes a André de Gouveia, foram as informações elogiosas de dois dominicanos, Frei Jerónimo de Padilha e Frei Jorge de Santiago, ambos membros do Tribunal do Santo Ofício. Depois de terem contactado com André de Gouveia em França, ficaram-lhe muito gratos por este os ter livrado de grandes dificuldades, possibilitando-lhes o regresso a Portugal depois de uma viagem a Itália. Durante o tempo que permaneceram em Bordéus, os dois categorizados religiosos tiveram oportunidade de visitar o Colégio da Guiena e observar a excelência do ensino ali ministrado. Regressados a Portugal, o nome de André de Gouveia, com intenção ou sem ela, foi novamente sugerido a D. João III. Em Lisboa, os dominicanos relataram ao Rei o que viram no Colégio da Aquitânia, dando-lhe conta da impressão favorável que o Director tinha deixado neles. Em tais termos o fizeram que levaram o Monarca a chamar a Portugal Mestre André e os seus companheiros. Com efeito, a intervenção de Frei Jerónimo de Padilha e Frei Jorge de Santiago não deixou de ser decisiva na resolução do Rei, o que é confirmado por João da Costa ao referir, Carlos Jaca 13

14 na resposta autógrafa aos depoimentos das testemunhas de acusação, que «o Senhor Padre Mestre Jorge de Santiago passou por Bordéus e com ele o Padre Frei Jerónimo de Padilha que Deus tem e ambos foram ao Colégio e viram o exercício dele e ordem que nele se tinha e pela Relação que eles deram a El- Rei nosso senhor mandou S. A. vir mestre André e a companhia». Não faria sentido que João da Costa estivesse a mentir nesta situação, tanto mais que um dos principais juízes que o estavam a julgar era precisamente Frei Jorge de Santiago. Acrescente-se, ainda, que a responsabilidade deste dominicano na vinda para Portugal dos bordaleses, demonstra também a relativa benevolência do Santo Ofício quando do julgamento de três daqueles mestres que caíram sob a sua alçada. Sem diminuir, antes pelo contrário, o empenho de D. Gonçalo Pinheiro e dos embaixadores Rui Fernandes de Almada e D. Francisco de Noronha, não há dúvida que a Relação dada pelos dominicanos a D. João III foi determinante para convencer o Soberano que estava ali o homem certo para imprimir ao ensino preparatório nacional o impulso e o rumo convenientes. Acrescente-se que as informações fornecidas pelos dois religiosos vieram precisamente em tempo adequado, visto que D. João e seus conselheiros haviam decidido, nessa altura, proceder à reorganização da vida escolar de Coimbra, não tardando, assim, que Mestre André fosse chamado a Portugal. Contactos directos entre D. João III e André de Gouveia. Só depois do regresso de Frei Jerónimo de Padilha e Frei Jorge de Santiago, fins de 1542 ou início de 1543, D. João III escreveu a André de Gouveia «a apertar com ele para vir a Portugal a fim de se entenderem acerca da nova instituição». O Principal da Guiena não se fez demorar deixando a dirigir a instituição bordalesa, durante a sua ausência, o amigo e Mestre João da Costa, a quem passou procuração, concedendo-lhe amplos poderes. André de Gouveia terá permanecido em Portugal o tempo suficiente para acordar com D. João III as negociações da fundação do Colégio, nomeadamente, a incumbência de recrutar uma equipa de Lentes e pedagogos nos colégios de França e, ao mesmo tempo, averiguar in loco das condições oferecidas na cidade e observar o ambiente em que iria viver numa época de confronto de ideias, perturbada pela crítica religiosa, e quando se decretavam severas proibições contra a leitura de determinados livros, como Bíblias, Catecismos e outros, espalhados pelos propagandistas protestantes. Carlos Jaca 14

15 Em Fevereiro de 1544, ou até nos últimos meses do ano anterior, já era conhecido em Paris o motivo da viagem de André a Portugal, o que não deixou de provocar a indignação e a reacção de Diogo de Gouveia Sénior em carta dirigida a D. João III, datada de 3 daquele mês: «Cá soube como V. A. mandou chamar o bom apóstolo de Mestre André para fundar o colégio. Eu por agora, não digo [mais] nada senão que espero mandar a V. A. a sentença asselada (com selo) no Parlamento, para que saiba que pessoa é e quais as suas obras, e dar a saber a V. A. o que furtaram ambos. Do mais se sente da farinha de Lutero ou não, pelo presente não digo mais nada». Acrescentava ainda, que deveria, antes, chamar o sobrinho Diogo de Gouveia, embora gostasse tanto dele que lhe custava vê-lo afastar-se da sua companhia, e Paio Rodrigues Vilarinho, mestres cuja competência punha em contraste com a insuficiência do bom apóstolo que chamara para Coimbra. Terminava, a fim de estimular os escrúpulos religiosos do Rei, por pedir a Deus lhe concedesse a graça para escolher «o que é mais necessário assim para esse caso como para salvação sua». Dois anos depois da vinda de André de Gouveia a Portugal as coisas pareciam continuar, aparentemente, em posição de ponto morto, pelo menos no que dizia respeito à data da instalação do Colégio. A demora poderá, provavelmente, atribuir-se ao facto de D. João procurar criar condições propícias à fundação da nova instituição e à vinda dos mestres bordaleses». Não é de estranhar que se levantassem rumores incómodos ao facto de colocar sob a direcção de um homem considerado suspeito por muitos a preparação pedagógica dos escolares. Por alguma razão André de Gouveia parece ter preferido Lisboa a Coimbra, o que até ia ao encontro de uma vasta camada da mocidade lisboeta, evitando-lhe inconvenientes de vária Carlos Jaca 15

16 ordem e, por isso, é natural que da Capital fizessem pressão junto da Coroa; outro aspecto a considerar seria convencer, antecipadamente, os monges crúzios à ideia do funcionamento do ensino preparatório, artístico e humanístico, fora da sua esfera de influência, bem como, quando chegasse a ocasião pedir-lhes a cedência das instalações; também o relacionamento entre o futuro Colégio e a Universidade não deixaria de causar algumas apreensões. Havia ainda a levar em conta que a morosidade das negociações se devia também ao facto de André de Gouveia ter de resolver os seus problemas pessoais, decidir sobre a selecção e as condições de recrutamento dos colaboradores que fariam a viagem para Coimbra e, não menos complicado, tratar das disposições a tomar sobre a reorganização do Colégio de Bordéus, a cuja instituição pertencia a maioria dos professores a transplantar para a cidade do Mondego. No segundo semestre de 1546, D. João III volta a renovar por carta o convite a João da Costa a fim de vir a integrar o futuro elenco de professores do Colégio das Artes e a chamar à sua presença André de Gouveia que, desta vez, veio acompanhado de Diogo de Teive. Depois de ultimadas as negociações, André de Gouveia e Diogo de Teive estão de regresso a França, sabendo-se que em 21 de Janeiro de 1547 já se encontravam em Bordéus preparando a partida e procedendo à escolha do corpo docente que faria a viagem até Portugal. André de Gouveia levava consigo para Coimbra um grupo de professores de primeira água, três deles portugueses: João da Costa, sub-principal do Colégio da Guiena e que em Coimbra iria desempenhar as mesmas funções, Diogo de Teive e António Mendes de Carvalho; os franceses, Nicolau de Grouchy, Guilherme de Guérente, Elias Vinet, Arnaldo Fabrício e Jacques Tapie; dois escoceses, Jorge Buchanan e seu irmão Patrício Buchanan. Estes mestres, por terem vindo de Bordéus, constituíram um conjunto designado por grupo dos bordaleses, enquanto os antigos docentes de artes e gramática, que já exerciam o magistério em Coimbra, formavam o grupo dos parisienses por todos eles terem feito os estudos no Colégio de Santa Bárbara em Paris. Carlos Jaca 16

17 Viagem e chegada dos «bordaleses» a Portugal. O grupo de professores contratado para o Colégio das Artes partiu de Bordéus em Março de 1547, muito provavelmente antes de meados do mês, porquanto, havia atravessado a Espanha durante a Quaresma (a Páscoa celebrara-se, nesse ano, a 10 de Abril) e entraram em Portugal nos primeiros dias do referido mês. A viagem fez-se por terra e os mestres foram divididos em dois grupos, acompanhados por criados e alguns escolares que optaram por deixar o Colégio da Guiena, a fim de facilitar os alojamentos e transporte. André de Gouveia não acompanhou os Lentes, visto que a 21 de Março de 1547 ainda se encontrava em Bordéus, por via de três procurações que passou para o recebimento das rendas dos seus benefícios eclesiásticos e arrendamento de certas prebendas. As duas comitivas encontraram-se em Salamanca. Após terem permanecido ali alguns dias, prosseguiram jornada fazendo desvio pelo Minho, dirigindo-se para Braga onde assistiram às solenidades dos últimos dias da Semana Santa, muito possivelmente a convite de Diogo de Teive cujos pais residiam na cidade Primaz. Apresentação dos bordaleses a D. João III. A demora na Corte Alcançada Coimbra, Domingo de Pascoela, 17 de Abril, logo empreenderam, viajem até Almeirim, onde se encontrava a Corte, a fim de se apresentarem a D. João III. Depois de apresentados os Lentes, e quando se devia esperar o seu regresso a Coimbra passaram os meses de Abril, Maio, Junho e Julho, sem que se informasse a Universidade do destino da equipa de Mestre André. Esta demora não deixaria de provocar alarme na Alma Mater conimbricense, chegando a recear-se que D. João viesse a fixar o Colégio em Lisboa, ideia que, como já se referiu, era, ou tinha sido desejo do antigo Principal da Guiena. Por motivos que não interessa aqui explicitar, parece não haver dúvida que o Rei Piedoso nunca terá considerado a hipótese de implantar o Colégio na Capital. Fosse como fosse, o certo é que Coimbra sentindo o perigo mexeu-se. Assim, em 19 de Julho, a Universidade decidiu, em Conselho Mor, escrever ao Rei: «E no dito Conselho foi ordenado que se escreva a S. A. sobre o Colégio de Mestre André que S. A. mandou vir, que o não deixe ficar em Lisboa e o mande a esta Universidade, pelo muito proveito que fará, e ficando em Lisboa não se poderá sustentar a Universidade em Coimbra». Carlos Jaca 17

18 Esta carta seria seguida de outra dirigida ao Reitor, que já se encontrava na Corte em negociações com D. João III e seus conselheiros e produziram o efeito desejado, pois, logo, em início de Agosto era oficialmente anunciada a resolução do Monarca de estabelecer em Coimbra a nova instituição. Efectivamente, numa provisão de 6 de Agosto de 1547, o Monarca refere-se ao «Doutor Mestre André de Gouveia, principal do colégio que ora mando fazer na cidade de Coimbra». Instalações provisórias. Cedência dos edifícios dos Colégios de São Miguel e de Todos-os- Santos Numa altura em que os Lentes já se encontravam em Lisboa, havia meses, e sem que as aulas pudessem ser iniciadas em tempo devido, a sua demora só pode explicar-se pelo facto de D. João III ainda nada ter determinado quanto ao seu alojamento. Sem dúvida, estava a acontecer o mesmo que já havia acontecido anos antes, quando da transferência de Universidade de Lisboa para Coimbra. Contrataram-se os mestres, já se encontravam em Portugal, porém, não havia nada organizado para o funcionamento do colégio, nem sequer para a sua instalação. Mais uma vez a solução teve que ser improvisada. Eventualmente, alguém terá sugerido que, naquele momento, a via mais adequada passava pela cedência dos edifícios dos Colégios de São Miguel e de Todos-os- Santos, sendo bem provável que tal questão já viesse a ser alvo de negociações, havia algum tempo. Em 9 de Setembro, era expedido ao Prior de Santa Cruz, uma Carta Régia pedindo os colégios por empréstimo: «Padre Prior Geral. Eu El Rei vos envio muito saudar. Eu mando já assentar nessa cidade um Colégio em que hão-de ler todas as Artes, do qual há-de ser principal o Doutor Mestre André de Gouveia, que para isso mandei vir de França com alguns lentes que logo trouxe para o dito Colégio; e por não haver aposentamento conveniente para ele, em que logo pudessem recolher como é necessário, vos rogo que me queirais para isso emprestar e largar as casas, e aposentamento dos dois Colégios, que esse Mosteiro tem feito de novo, enquanto se não fizerem as que tenho ordenado de mandar fazer para o dito Colégio [ ]. E vos encomendo muito para que vós, e o vosso convento dos Cónegos sejam disto muito contentes, pois convém a meu serviço e bem dessa nova Universidade; e que mandeis logo entregar os ditos Colégios, e as casas deles, à pessoa que o Mestre André de Gouveia a isso mandar. Os quais Colégios e casas eu os mandarei despejar e tornar, logo que forem feitas as casas que mando fazer para o dito Colégio». Carlos Jaca 18

19 Anuiu o Prior Geral, D. Afonso, e os Cónegos regrantes, de boa ou má cara, viram-se obrigados a ceder à vontade real, entregando as chaves dos edifícios, conforme a recomendação da carta de D. João III, de 9 de Setembro de 1547, para o Prior do Convento. Inauguração do Colégio das Artes. Embora já instalados em Coimbra desde Setembro de 1547, os bordaleses tardaram ainda uns meses a iniciar as aulas, uma vez que as instalações eram insuficientes, e até precárias, para as exigências da nova instituição, sendo, por conseguinte, necessário proceder a obras de adaptação e beneficiação, o que levaria o seu tempo. Acrescente-se que o Colégio de Todos-os- Santos, à data, ainda não estava concluído, nem a parte já terminada em funcionamento. O próprio Regimento, indispensável para professores e alunos saberem as condições em que iriam viver, nem sequer tinha, ainda, sido promulgado por D. João III, o que só veio a acontecer a 16 de Novembro de O Regimento ou Regulamento Neste documento estabelecia-se o carácter pedagógico da instituição, análoga ao Colégio de França, e como desenvolvimento dos estudos superiores independentes da Universidade. Com efeito, o ponto capital do Regimento do Colégio das Artes era a completa independência deste em relação à Universidade, determinando que o Principal não esteja subordinado ao Reitor nem a outra pessoa alguma com excepção do Rei. O Regimento, ou Estatutos do Colégio Real, (o seu nome oficial) determinava a fundação de um Colégio destinado ao ensino do Latim, Grego, Hebraico, Matemáticas, Carlos Jaca 19

20 Lógica e Filosofia, com um corpo docente de dezasseis professores: dois para ensinar a ler e escrever; oito para leccionarem Gramática, Retórica e Poesia (Latinidade), três para as Artes, um para Hebraico, um para Grego e um para Matemáticas. O Colégio tinha o exclusivo destas disciplinas em Coimbra, exceptuando uma aula de Grego, outra de Hebraico, outra de Matemática e outra de Filosofia Moral na Universidade, e exceptuando também o ensino dos conventos, sob condição de este ser ministrado aos respectivos religiosos e seus familiares. O mesmo documento ao indicar André de Gouveia para Principal atribuía-lhe completa autoridade sobre os mestres, com o direito de os suspender dos serviços ou de os substituir na docência se assim o entendesse. Igualmente, só o Principal e o Rei poderiam intervir na vida do Colégio, tal como ocorria nos Colégios franceses similares. O ensino no Colégio era gratuito, sendo admitidos alunos internos, em número limitado devido às insuficiências das instalações, e alunos externos que constituíam a maioria. Os primeiros pagavam, em dinheiro ou em serviços prestados na instituição, as despesas relativas ao internamento (alimento e dormida). As quantias pagas designavam-se por porções e os escolares que as pagavam por porcionistas. As porções variavam segundo os três tipos de alimentação que se praticavam no Colégio. Porém, o alojamento nas câmaras não distinguia os alunos que, em grande parte, eram de extracção burguesa e, independentemente da origem, rica, remediada ou pobre o Colégio estava sempre aberto aos candidatos, não se lhe exigindo provas de currículo anterior. Se não soubesse ler nem escrever, aprendia-o no Colégio, caso já possuísse alguns conhecimentos era submetido a determinadas provas a fim de se escolher a classe em que deveria ingressar. Os escolares internos do Colégio das Artes estavam divididos em pequenos grupos, tendo direito cada um a uma câmara para sua aposentação, dirigidos por um professor encarregado de zelar por todas as suas actividades. As obrigações escolares eram bastante duras, levantando-se às quatro da manhã e deitando-se às nove da noite, desenvolvendo várias actividades: estudo, missa, aulas, disputa das matérias leccionadas e almoço às onze horas, durante o qual ouviam leituras da Bíblia; recreio do meio-dia à uma, seguindo-se o estudo ou lições extraordinárias, aulas e novamente disputa; às seis, a ceia, seguida de interrogatório pelos mestres a fim de se inteirarem do que tinham aprendido durante o dia, seguindo-se o recreio das sete às oito; das oito às nove, estudo, que poderia prolongar se quisessem, depois de ter ido à capela recitar as orações da noite. Carlos Jaca 20

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