A IMPORTÂNCIA DA INSERÇÃO DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE¹
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- Victor Camarinho Machado
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1 A IMPORTÂNCIA DA INSERÇÃO DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE¹ VENTURINI, Larissa²; BEUTER, Margrid³; SANTOS, Naiana Oliveira dos 4 ; TIMM, Marcella Simões 5 ; RODRIGUES, Berenice de Oliveira Cruz 6 ; SCARAMUSSA, Salete Catarina 7 ; CARDOSO, Andreza Lima 8 ; SILVEIRA, Thaís Fioravante 9 ¹ Trabalho de relato de experiência realizado na Unidade Básica de Saúde Walter Aita ² Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Aluna de Iniciação Científica bolsista do Programa de Educação Tutorial PET, Santa Maria, RS, Brasil 3 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunto do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil 4 Enfermeira. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria PPGENF- (UFSM), bolsista CAPES, Santa Maria, RS, Brasil 5 Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Aluna de Iniciação Científica bolsista do Programa de Educação Tutorial PET, Santa Maria, RS, Brasil 6 Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Professora substituta do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil 7 Enfermeira da Unidade Básica de Saúde Walter Aita, Santa Maria, RS, Brasil 8 Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Aluna de Iniciação Científica bolsista FIEX- Santa Maria, RS, Brasil 9 Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Aluna de Iniciação Científica bolsista FIEX Santa Maria, RS, Brasil larissa.venturini@hotmail.com; margridbeuter@gmail.com; naiaoliveira07@gmail.com; marcella.timm@hotmail.com; digobereteteu@hotmail.com; salete.scaramussa@hotmail.com; dezalc@hotmail.com; thaisfioravante@hotmail.com RESUMO Este trabalho tem como objetivo relatar a importância da inserção de acadêmicos de Enfermagem em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), por meio de um relato de experiência de estágio não obrigatório realizado na UBS Walter Aita, Santa Maria/RS. A atenção básica apresentase como o primeiro nível de contato com os indivíduos, no qual o profissional enfermeiro tem papel relevante, desenvolvendo diversas atividades e apresentando uma grande demanda de serviços. Em busca de aprendizagem e aperfeiçoamento inserem-se, nesse nível de assistência, os acadêmicos de Enfermagem que além de abarcarem as suas necessidades próprias também contribuem para o desenvolvimento de ações em saúde e colaboram para melhorar o atendimento dos usuários da UBS. Palavras-Chave: Estudantes de Enfermagem; Inserção; Unidade Básica de Saúde. 1. INTRODUÇÃO A atenção básica é um conjunto de ações, de caráter individual ou coletivo, situadas no primeiro nível de atenção dos sistemas de saúde, voltadas para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, ao tratamento e a reabilitação. A organização da atenção básica fundamenta-se na Constituição Federal do Brasil vigente desde 1988, a qual também criou e estabeleceu as atribuições do Sistema Único de Saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1999). 1
2 As principais responsabilidades da atenção básica dirigidas a população referem-se a(o): desenvolvimento de ações educativas que possam interferir no processo saúde/doença da população e ampliar o controle social na defesa da qualidade de vida; desenvolvimento de ações focalizadas sobre os grupos de risco e os fatores de risco comportamentais, alimentares e/ou ambientais, com a finalidade de prevenir o aparecimento ou manutenção de doenças e danos evitáveis; investigação de casos de doenças de notificação compulsória e adoção de procedimentos que venham a interromper a cadeia de transmissão; desenvolvimento de ações de controle da qualidade de produtos e de serviços, em especial a de alimentos e de serviços de saúde; desenvolvimento de ações de controle da qualidade da água para consumo; atendimento as pequenas urgências médicas e odontológicas demandadas na rede básica (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). A equipe de saúde de uma UBS de modelo tradicional, geralmente, é composta por: enfermeiro, técnicos de enfermagem, odontólogo e médicos (clínico geral, pediatra, ginecologista, obstetra). A demanda por atendimento, nesse tipo de serviço, ocorre de forma espontânea ou programada. Além da equipe citada alguns serviços incorporam estudantes de diversos níveis e cursos de graduação, que desenvolvem estágios obrigatórios e ou extracurriculares. Esses estágios buscam assegurar as competências profissionais e o conhecimento teórico acumulado, possibilitando aos acadêmicos participar da rotina do serviço, permitindo um melhor fluxo de pessoas e informações entre eles e usuários e/ou profissionais do serviço. (SILVA; FONSECA; SANTOS, 2011) O profissional enfermeiro tem papel relevante nos serviços da atenção básica. Além de desenvolver funções já pré-estabelecidas ao longo de sua formação acadêmica, também atua no gerenciamento de serviços e, ou da UBS. Desse modo, ele desenvolve atividades como: ações de programação e avaliação das atividades de enfermagem, delegando e distribuindo tarefas para os funcionários, supervisionando a equipe e as atividades realizadas, responsabilizando-se pela previsão e provisão de material e equipamentos necessários às ações de enfermagem, auxiliando na conservação de aparelhos e equipamentos, elaborando e atualizando procedimentos, rotinas e normas de enfermagem, revisando periodicamente o registro de dados e os sistemas de comunicação, analisando e avaliando a assistência prestada à comunidade. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). Assim, na atenção básica o enfermeiro é uma referência da UBS. A atenção básica apresenta-se como um meio efetivador de saúde que se realizado com uma equipe adequada e com suas devidas atribuições torna-se um elo de acompanhamento e promoção de saúde da população. No sentido de auxiliar a equipe de saúde de uma UBS, os acadêmicos de Enfermagem, desempenham diferentes atribuições dentro do serviço. Através desse trabalho tem-se como objetivo relatar a importância da inserção de acadêmicos de Enfermagem em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), por meio de um 2
3 relato de experiência de estágio não obrigatório realizado na UBS Walter Aita, Santa Maria/RS. 2. METODOLOGIA Este trabalho é um relato de experiência realizado por acadêmicas de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) durante estágio não obrigatório, na Unidade Básica de Saúde Walter Aita, localizada na região leste do município de Santa Maria/RS, nos meses de junho, julho e agosto do ano de 2012, perfazendo um total de 120 horas. Para registro de experiências foi utilizado o diário de campo. O estágio foi acompanhado e supervisionado pela enfermeira responsável da UBS, sendo autorizado pelas instituições envolvidas. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES No decorrer do estágio pode-se perceber a importância do trabalho do núcleo da enfermagem dentro dos serviços de atenção em uma UBS, realizando ações de promoção, prevenção e recuperação do quadro de saúde dos indivíduos/famílias, bem como, participando nas ações de cunho social, psicológico, político e nas atividades administrativas e de gerenciamento da Unidade. Foi possível observar a sobrecarga de atividades do profissional enfermeiro da atenção básica. A demanda é ainda maior pelo fato de ser uma UBS de modelo tradicional, que não apresenta agentes comunitários de saúde, os quais poderiam auxiliar nos atendimentos, trazer de forma antecipada situações de vulnerabilidade social para a equipe de saúde, em especial para o enfermeiro, para uma resposta com maior probabilidade de efetivação e com menor demanda por serviços. Nessa perspectiva, o estágio extracurricular permite o confronto direto do aluno com a prática de enfermagem, a partir de uma visão assistencial multidimensional, favorecendo sua maturidade acadêmico-profissional (ALONSO, 2003). Assim, é possível criar uma identidade profissional, fundamentada na experiência prática, partindo dos conhecimentos científicos e também das experiências pessoais, proporcionando ao estudante segurança e postura crítica diante de enfretamentos cotidianos da profissão. Além disso, o acadêmico de Enfermagem desenvolve maior experiência profissional e destreza manual, fazendo com que esse tipo de vivência seja quase sempre bem vista pelas instituições de saúde, pois os acadêmicos auxiliam a diminuir a sobrecarga referente ao profissional enfermeiro e também no desenvolvimento de demais atividades respaldadas pela UBS (PAIVA; MARTINS, 2011). Ao tomar como exemplo o local de realização do estágio, onde há somente em atuação um 3
4 profissional enfermeiro, dois profissionais técnicos de enfermagem (um atua no turno matutino e outro no turno vespertino) e quatro profissionais médicos (clínico geral, pediatra e dois ginecologistas), observa-se a equipe mínima de saúde sobrecarregada por diversas demandas por serviços. A equipe de saúde torna-se mais sobrecarregada, quando os profissionais do serviço necessitam de período licença ou férias, acarretando na diminuição do contingente funcional. Esta situação foi vivenciada, quando um profissional técnico de enfermagem afastou-se por período licença, aumentando ainda mais as atividades destinadas para o profissional enfermeiro. Assim, os acadêmicos auxiliaram na manutenção do fluxo do serviço, desempenhando diferentes atividades as quais possibilitaram ao estudante a vivência dos problemas profissionais em seu cenário natural e também contribuíram para um atendimento mais humanizado. A presença de estudantes em uma instituição traz consigo uma constante atualização aos profissionais de saúde, já que estes são fatores de reciclagem, embora alguns profissionais não tenham essa visão crítica (SILVA; FONSECA; SANTOS, 2011). Os acadêmicos possibilitam ao serviço um elo maior entre as instituições de ensino e saúde o que pode favorecer o desenvolvimento de diversas atividades, em especial as relacionadas com a pesquisa e práticas grupais com conhecimentos atuais. As salas de espera são de grande valia dentro da atenção básica, que podem ser desenvolvidas por estudantes estagiários, que tem maior tempo disponível, para a escolha de temas atuais e de interesse da população podendo auxiliar a equipe de saúde na execução dessa atividade. Outro ponto de relevância dentre as atividades desenvolvidas pela UBS e que ganha destaque com a participação de graduandos são as atividades grupais. A participação nos Grupos de Hipertensos e Diabéticos possibilitaram as acadêmicas organizar, preparar e desenvolver diversos temas, oportunizando a aquisição e domínio de novos conhecimentos auxiliando na sua formação profissional. Uma das atividades da UBS, do modelo tradicional, é a realização do acompanhamento domiciliar de pacientes. Com uma grande demanda interna de atendimento, esta modalidade de atividade torna-se frágil quando realizada somente pela equipe de saúde da instituição, visto que, por vezes, não é destinado atenção e tempo adequado para a realização das mesmas. Assim, a fim de otimizar e aumentar a eficiência da gestão das demandas da UBS, os estudantes de Enfermagem podem atuar como auxiliares ou efetivadores, realizando as visitas domiciliárias ou desenvolvendo atividades dentro do serviço enquanto os profissionais atuam nas atividades externas. A presença de acadêmicos de Enfermagem em uma UBS é percebida, na maioria das vezes, pelos usuários de forma positiva, sentem-se mais acolhidos pela maior disponibilidade de tempo destinada para eles e também pela maior agilidade no fluxo do 4
5 atendimento. Da mesma forma que a presença de um número maior de profissionais, sob a ótica dos usuários, remete a mais procura pelo serviço devido a maior acessibilidade disponibilizada por estas condições. 4. CONCLUSÃO O desenvolvimento das ações referentes à atenção básica, serviço que utiliza tecnologias de baixa densidade procurando resolver os problemas de maior frequência e relevância em seu território, deve tornar-se o contato mais próximo com a saúde da população. Sua concretização necessita de meios e métodos abarcados pelos profissionais do serviço, vindo a auxiliar e assumir diferentes atribuições, além de buscar aperfeiçoamento e aprendizagem, a integração de acadêmicos de Enfermagem às instituições de saúde através de estágios. A inserção de estudantes no serviço traz experiências significativas para a instituição pelo fato de terem e poderem apostar no jovem estudante, que está em busca de fortalecimento de habilidades que vem sendo adquiridas durante a formação, bem como, suprir as necessidades não oportunizadas durante o processo. A Unidade Básica de Saúde ao proporcionar experiências positivas aos acadêmicos de Enfermagem desenvolve um elo entre as instituições de ensino e saúde. Além de contribuir com novos conhecimentos e habilidades necessárias para que o cuidado de enfermagem se torne mais concreto para aos acadêmicos, a cada dia da vivência, podendo ser desenvolvido de modo mais seguro, humanizado e com maior agilidade no fluxo de atendimento. Dessa forma, a inserção de acadêmicos de Enfermagem nos serviços básicos de saúde beneficiam os estudantes e também as instituições de saúde devido a diversidade de atuações apresentadas por eles, as quais trazem resultados positivos para a valorização, qualificação do serviço e também diminuem a demanda de atividades do profissional enfermeiro. REFERÊNCIAS ALONSO, ILK. O exercício de liberdade e autonomia na academia uma prática pedagógica no estágio curricular supervisionado. Rev Bras Enferm. 2003; 56(5): MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual para a organização da Atenção Básica. Secretaria de assistência à saúde. Brasília,
6 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Informe da Atenção Básica: Atuação do enfermeiro na atenção básica. Brasília, n 16, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Aenção Básica. Série Pactos pela Saúde. Brasília, v.4, PAIVA, K.C.M.; MARTINS, V.L.V.; Contribuições do estágio extracurricular para as competências profissionais : percepções de enfermeiros de um hospital público. Rev. Eletr. Enf abr/jun; 13(2): SILVA, T. P. da; FONSECA, A. P. L. de A.; SANTOS, S. dos M.S.; O processo de avaliação do estágio extracurricular em saúde nas unidades de saúde do Rio de Janeiro. Rev. Electrónica trimestral de Enfermería, n 21,
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