UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ NAYARA TSCHA DE ASSIS EUTANÁSIA E DIREITO

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ NAYARA TSCHA DE ASSIS EUTANÁSIA E DIREITO"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ NAYARA TSCHA DE ASSIS EUTANÁSIA E DIREITO CURITIBA 2012

2 NAYARA TSCHA DE ASSIS EUTANÁSIA E DIREITO Trabalho de conclusão do curso apresentado ao curso de direito da faculdade de ciências jurídicas, da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em direito. Orientador: Prof. Dr. Martim Afonso Palma. CURITIBA 2012

3 TERMO DE APROVAÇÃO NAYARA TSCHA DE ASSIS EUTANÁSIA E DIREITO Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do grau de Bacharelado no Curso de Direito da Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, de de Prof. Dr. Eduardo de Oliveira Leite Coordenador do Núcleo de Monografia Universidade Tuiuti do Paraná Orientador: Prof. Prof. Dr. Martim Afonso Palma Universidade Tuiuti do Paraná Curso de Direito Supervisor: Prof. Dr. Universidade Tuiuti do Paraná Curso de Direito Supervisor: Prof. Dr. Universidade Tuiuti do Paraná Curso de Direito

4 AGRADECIMENTO Acima de tudo a Deus, pai misericordioso que sempre esta ao meu lado e por me privilegiar de exercer uma profissão magnífica. Aos meus pais, Ironi e Wilson, que me deram toda a estrutura para que me tornasse a pessoa que sou hoje. Pela confiança e pelo amor que me fortalece todos os dias. A meu irmão Winicius, por ser meu porto seguro e estar sempre presente, na minha vida a cada dia. As minhas amigas, Karen e Sabrina e meu grande amigo Algeu, por me ajudarem nestes longos anos e estarem SEMPRE presentes. Ao meu Orientador Dr. Martim Afonso Palma, pelas orientações prestadas. E ao meu namorado Juan, onde ofereço um agradecimento mais do que especial, por ter vivenciado cada passo do meu trabalho, das minhas noites mal dormidas, por ter me dado todo o apoio que necessitava nos momentos difíceis, todo carinho, respeito, por ter me aturado nos momentos de estresse, e por tornar minha vida cada dia mais feliz. Obrigada por tudo!

5 Dedico este trabalho às pessoas mais importantes da minha vida: meus pais, Ironi e Wilson, a meu irmão/ amigo/companheiro Winicius, a minha irmã Ligia, a minha prima Paulinha, ao meu namorado Juan e a todos meus amigos que confiaram no meu potencial para esta conquista. Não conquistaria nada se não estivessem ao meu lado. Obrigada, por estarem sempre presentes a todos os momentos, me dando carinho, apoio, incentivo, determinação, fé, e principalmente pelo amor de vocês.

6 Existe algo em nós que não se pode ser suscetível de destruição. (Jaspers)

7 RESUMO A eutanásia é um tema de grande importância jurídica, pois lida com um direito fundamental: a vida. O presente estudo tem como principal finalidade o estudo sobre a escolha da terminalidade da vida, a qual visa uma morte digna em casos de pessoas que se encontram em estado incurável e terminal. Nesta monografia serão abordadas as formas de terminalidade, que são: a eutanásia, a distanásia, a ortotanásia, a mistanásia e também o suicídio assistido. O trabalho utilizou-se de livros, artigos e legislações pertinentes ao tema em comento, aprofundando questões polêmicas dentro do limite do tema e das referências utilizadas, analisando a vida do indivíduo, as questões influenciadas pelas religiões acerca do tema, os princípios constitucionais, morais e a medicina brasileira. O principal objetivo da pesquisa é instigar a discussão sobre a eutanásia, elucidando destarte, os posicionamentos favoráveis e desfavoráveis, os prós e os contras, numa ótica social e jurídica. Palavra chave: Eutanásia. Dignidade da pessoa humana. Autonomia da vontade. Direito.

8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO EUTANÁSIA CONCEITO DE EUTANÁSIA EUTANÁSIA NA HISTÓRIA POSICIONAMENTO RELIGIOSO SOBRE A EUTANÁSIA Igreja Católica Judaísmo Budismo Islamismo MODALIDADES DA EUTANÁSIA FORMAS DE TERMINALIDADE DA VIDA EUTANÁSIA ORTOTANÁSIA DISTANÁSIA MISTANÁSIA SUICÍDIO ASSISTIDO ASPECTOS CONSTITUCIONAIS O DIREITO À VIDA PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE PRINCIPIO DA BENEFICÊNCIA CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA ANTEPROJETO DO CÓDIGO PENAL EUTANÁSIA E O DIREITO COMPARADO HOLANDA ESPANHA URUGUAI POSICIONAMENTOS SOBRE A EUTANÁSIA FAVORÁVEIS DESFAVORÁVEIS CONCLUSÃO REFERÊNCIAS... 36

9 1 INTRODUÇÃO A eutanásia, por restar intimamente relacionada com a vida humana, é tema de discussão permanente em vários países, inclusive no Brasil. Aqui, ela é expressamente proibida e configura crime, nos termos da legislação penal brasileira. Por envolver a vida do ser humano, as questões polêmicas sempre envolvem, entre outros, a sociedade, os costumes, as religiões, e também as questões éticas. Todo assunto juridicamente relevante, deve ser estudado da ótica da relevância social para criar-se a norma. Destarte, verifica-se que no Brasil a eutanásia conflita com alguns princípios do direito à vida, tais como a dignidade da pessoa humana e a autonomia da vontade. Atualmente, a eutanásia ainda causa grandes polêmicas e desconforto perante a sociedade. O tema torna-se ainda mais complexo quando torna-se objeto de estudo na seara religiosa, fomentando discussões sobre a possibilidade do paciente dispor de sua vida. Isso porque estar-se-ia contrariando diversos fatores, principalmente o ciclo natural da vida e os valores doutrinários da religião católica, uma das religiões predominantes no Brasil e no mundo. Contudo, há de se ressalvar que a medicina evolui, podendo proporcionar diversos tratamentos eficazes para prolongar a vida através de tecnologias avançadas, ou até mesmo a cura para muitas doenças antes consideradas incuráveis. Tais prolongamentos e ou tratamentos porém, nem sempre proporcionam qualidade de vida, na medida que se anseia, E em muitos casos, pode-se levar a um penoso e lento processo até a morte, podendo se falar em tratamento fútil. Esta monografia visa apresentar os posicionamentos favoráveis e desfavoráveis, demonstrando assim, quais os princípios jurídicos que regem e seguem em cada argumentação. Nos casos considerados favoráveis, os estudiosos baseiam-se no princípio da autonomia da vontade, onde entendem que a morte é um ato de compaixão e que cada ser humano deve ter uma morte digna, sem sofrimento. Já os posicionamentos desfavoráveis à eutanásia, seguem os aspectos religiosos e a Constituição, pois, entendem que

10 a vida não pode ser abreviada devido ao fato de ninguém ter este direito, e defendem ainda que a morte deve acontecer naturalmente. Com efeito, a presente pesquisa, pretende-se ainda compreender a aplicação da eutanásia em sentido amplo perante o direito à vida, regido pela Constituição Federal, frente a questionamentos relativos ao direito de viver ou morrer diante de situações irreversíveis. A discussão sobre o tema envolve os direitos e garantias individuais, cujo objetivo é garantir uma sadia qualidade de vida para o ser humano. Porém, a preocupação é preservar uma existência digna, sob a ótica do direito constitucional. Serão abordados tópicos que discutem a eutanásia, tais como o seu conceito e etimologia, os aspectos históricos, as modalidades mais utilizadas pelos estudiosos, a possível regulamentação da eutanásia no Brasil, as distinções entre as formas de eutanásia, apresentadas como distanásia, ortotanásia, mistanásia e também o suicídio assistido. O presente estudo contempla considerações sobre os aspectos religiosos e o posicionamento da Igreja Católica. Adicionalmente serão analisados aspectos sobre o consentimento do paciente e de pessoas próximas a este, fazendo análise sobre o viés constitucional, bem como a análise do direito comparado, explanando brevemente sobre os países que tem a prática da eutanásia socialmente e juridicamente aceita. Em suma, este projeto tem o intuito de demostrar o real objetivo da eutanásia, qualquer que seja a sua forma, um ato realizado por compaixão e/ou piedade, causando ao indivíduo uma morte digna e sem sofrimento,

11 2 EUTANÁSIA 2.1 CONCEITO DE EUTANÁSIA A etimologia da palavra Eutanásia vem do grego: eu, o qual significa bem, e thanatos, significa morte, traduzindo-se como morte boa. (RODRIGUES, 1993). O termo surgiu em meados do século XVII, mais exatamento no ano de 1623, na obra História da Vida e da Morte, escrita pelo inglês Sir. Francis Bacon. Francis Bacon acreditava que os médicos poderiam dispor do direito da pessoa permanecer em estado incurável, ou seja, dispor da vida do enfermo, mas para tanto, se fazia necessário apresentar uma fundamentação coercitiva, causando assim uma morte indolor e digna. (RODRIGUES, 1993). Para França (2003) a eutanásia é uma forma de terminalidade da vida antecipada, devido à compaixão, diante de pacientes incuráveis e em estado terminal. Neste diapasão, destaca Bittencourt (2003) que eutanásia é um grande sentimento de piedade que leva alguém bom e caridoso à violência, de acabar com a vida de semelhante para atenuar ou abreviar-lhe o sofrimento insuportável. Esse é um real motivo de relevante valor moral que justifica o abrandamento da pena no homicídio dito privilegiado. Desta feita, a eutanásia é uma forma de amenizar o sofrimento das pessoas as quais não tem mais perspectiva de vida, em decorrência de doenças incuráveis e estados terminais, proporcionando-lhes uma morte digna e indolor. 2.2 EUTANÁSIA NA HISTÓRIA A prática da eutanásia existe há muitos anos. Como se viu, foi tema de estudo em meados no século XVII. Assim, por tratar-se de um tema bastante polêmico, sua prática sempre foi amplamente discutida, porém, com poucas definições bem embasadas.

12 Neste sentido, insta salientar que o tema já foi tratado muito antes disso, como na Bíblia Sagrada. Há relatos em 2 Samuel, versículo 1 a 13, referindo-se à batalha entre os Israelitas e Filisteus, mais especificamente no trecho em que fala da morte do rei Saul, de Israel. (BÍBLIA, 2009). Nesta batalha muitas pessoas morreram. Os Filisteus, protagonistas da guerra, se puseram contra o Rei Saul e seus filhos, matando-os e deixando o Rei Saul gravemente ferido. Como este não queria sofrer e ser entregue vivo aos inimigos preferiu abreviar a sua vida se atirando as mãos de Amecida, para que sua espada transpasse seu corpo e como isso acabasse com seu sofrimento de saber que sua famíla não se fazia mais presente. (BÍBLIA, 2009). Em Esparta, era prática comum arremessar do alto do monte Taijeto, as pessoas que nasciam com alguma deformação e aquelas chamadas de inúteis para a sociedade. Esta forma de comportamento social era chamada de eutanásia, tendo por objetivo o intuito de eliminar as pessoas que fugiam do padrão social ou de beleza. (DINIZ, 2009). Na Ilha de Cea, em Atenas, os idosos com idade superior a 60 anos eram envenenados e depois sacrificados, pois, eram considerados inválidos e não poderiam mais cooperar com nos períodos de guerra. (DINIZ, 2009). Na Índia, as pessoas que não tinham mais perspectiva de vida ou até mesmo que eram acometidas por doenças, eram jogadas no Rio Ganges, com suas bocas e narinas trancadas com lama, chamada de sagrada. (DINIZ, 2009). Os Celtas matavam os idosos e as crianças que nasciam com deficiência. (RODRIGUES, op. cit.) Ainda, no decorrer da história, Napoleão Bonaparte em campanha no Egito, pediu ao médico responsável pelo cuidado e atenção do exército, para que abreviasse a vida dos soldados que estavam em momento de sofrimento, devido à peste, pois não lhe restavam mais de vinte quatro horas de vida. (RODRIGUES, op. cit.) Antigamente, a eutanásia não era conhecida por seu termo, porém, a sua prática era algo que ocorria com muita frequência, como supratranscrito. As pessoas viviam em uma sociedade limitada de recursos, sejam eles aquisitivos, de acesso à saúde e de acesso social a tratamentos, o que tornavam os indivíduos vulneráveis a pestes e doenças que se convertiam em

13 incuráveis. Por esses motivos, as famílias ou pessoas mais próximas tomavam decisões de antecipar a morte dos indivíduos para poupar-lhes dos sofrimentos. Desta forma, com a evolução dos métodos de tratamento, bem como acesso aos tratamentos de saúde, ao longo do processo histórico, observa-se que ocorreram influências em relação às decisões de pacientes e de seus familiares acerca da eutanásia. Isso demonstra indícios de que a autonomia da vontade deveria prevalecer mediante alguns aspectos, principalmente quando está associado ao direito fundamental à vida e a dignidade da pessoa humana. 2.3 POSICIONAMENTO RELIGIOSO SOBRE A EUTANÁSIA Igreja Católica A Igreja católica é contra a prática da eutanásia, pois interrompe o ciclo natural da vida do ser humano. Para a igreja, trata-se de um crime a eutanásia, admitindo apenas a ortotanásia em determinados casos. Sobre o tema, a professora Maria Helena Diniz nos traz o seguinte pensamento, suscitado pelo Papa Pio XII: É de incumbência do médico tomar todas as medidas ordinárias destinadas a restaurar a consciência e outros fenômenos vitais, e empregar medidas extraordinárias quando estas se acham ao seu alcance. Não tem, entretanto, a obrigação de continuar de forma indefinida o uso de medida em casos irreversíveis. De acordo com a Igreja Católica, chega um momento em que todo esforço de ressuscitação deve suspender-se e não nos opomos mais à morte. (DINIZ, 2009, p. 387). Entende o catolicismo que, o momento morte, não significa apenas morrer, mas, proteger a dignidade da pessoa humana. O professor Rodrigues (op. cit., p. 87) dispõe em sua obra que se por um lado, a vida é um dom de Deus, pelo outro, a morte é inelutável, é necessário, portanto, que, sem antecipar de algum modo a hora da morte, se saiba aceitá-la com plena responsabilidade e com toda a dignidade. Desta forma, vê-se que a Igreja Católica permite a interrupção dos procedimentos médicos quando o paciente encontra-se em estado irreversível.

14 2.3.2 Judaísmo Quando ao judaísmo, necessário se faz citar o entendimento da professora Diniz: O Judaísmo distingue entre o prolongamento da vida do paciente, que é obrigatória, e o da agonia, que não é. Logo, se houver convicção médica de que o paciente agoniza, podendo falecer dentro de 3 dias, admitidas estão a suspensão das manobras reanimatórias e interrupção de tratamento não analgésico. Deveras, no Torá, livro sagrado dos judeus, acolhia esta a idéia da dignidade da morte, pois assim reza: Todo aquele cuja existência tounou-se miserável esta autorizado a abster-se de fazer algo para prolongá-la; (Diniz, ibid., p. 386). Assim, nota-se que o Judaísmo, proíbe a eutanásia ativa, a qual a vida é abreviada antecipadamente e não condena totalmente a prática da eutanásia passiva, aquela que se dá com a interrupção dos tratamentos médicos, porém, existem requisitos que devem ser seguidos conforme suas leis sagradas Budismo Os que seguem a religião budista consideram à vida um bem sagrado. Segundo estudos de Pessine (1999), é dada a tranquilidade e paz no momento morte do paciente. Diz ainda, que não existe uma contrariedade perante a prática da eutanásia seja ela, ativa ou passiva, às quais são aplicadas em situações determinadas Islamismo Nesta religião, a vida é sagrada e considera-se um bem inviolável, devendo ser cuidada e protegida. Acredita-se que, antes e depois da morte o corpo constitui uma sacralidade. Pessine (1999) nos traz o seguinte

15 Segundo a legislação islâmica, todos os direitos humanos provêm de Deus. Não são presente de uma pessoa a outra e nem propriedade de qualquer criatura que algumas vezes os distribui e outras vezes os retém (injustamente). Em suma, o islamismo proíbe totalmente a prática da eutanásia por colocarem em primeiro lugar a dignidade da pessoa humana juntamente com a religião que se volta à defesa da vida.

16 3 MODALIDADES DE EUTANÁSIA Seguindo o pensamento do Professor Goldim (2003), a eutanásia pode ser classificada de diversas formas, podendo ser classificada quanto ao tipo da ação como: Eutanásia Ativa, sendo aquela que por um ato caritativo proporciona uma morte ao indivíduo sem sofrimento, ou, Eutanásia passiva ou indireta, onde não se inicia uma ação médica ou há uma interpelação de medida ao exercício de prolongar um sofrimento e a eutanásia de duplo efeito, que vem a ser o aceleramento da morte para que o paciente pare de sofrer, sabendo-se que este não tem mais chance de viver. Também, quanto ao consentimento do paciente, Goldim (ibid.) entende ainda que a eutanásia voluntária advém quando da vontade do paciente; a eutanásia involuntária, quando a morte se dá contra a vontade do paciente e, a eutanásia não voluntária, quando o paciente nem se quer teve o direito de se manifestar sobre sua vontade. Neste mesmo sentido, elucida o professor Rodrigues (1993) que: A eutanásia ativa, por implicar encurtamento da vida é repelida pela sociedade, ao passo que sua forma passiva tem merecido simpatia e aprovação. Aqui a interrupção terapêutica não tem eficácia causal na determinação da morte. A Revista bioética - CFM (2008) entende que a eutanásia ativa/passiva é quando a intenção anima a conduta do agente; a eutanásia direta e indireta, ou duplo efeito, ocorre quando à vontade é do doente; e a eutanásia voluntária ou involuntária, quanto à finalidade do agente. Desta razão, eutanásia ativa é quando advém de uma conduta positiva; e eutanásia passiva, quando o resultado morte é obtido a partir de uma conduta que ocorre por omissão. Também há de se considerar a eutanásia de duplo efeito, podendo ser chamada de eutanásia indireta, pois a morte é efeito indireto da conduta, sua intenção é retirar a dor, diminuir o sofrimento. Já a eutanásia direta é praticada através de remédios letais para gerar o aceleramento da morte do individuo.

17 Sendo assim, percebe-se que as modalidades de eutanásia são amplas, pois os estudiosos do assunto entendem de uma forma e seguem uma linha de raciocínio próprio. As que foram suscitadas aqui são as mais conhecidas e discutidas. 4 TERMINALIDADE FORMAS DE DA VIDA 4.1 EUTANÁSIA A palavra eutanásia significa boa morte e visa a antecipação da morte de uma forma saudável e indolor, ou seja, sem sofrimento. Na obra de iniciação à bioética (1998, p. 182) está disposto que [...] podemos perceber no resultado da eutanásia dois elementos: a eliminação da dor e a morte do portador da dor como meio para alcançar este fim. Entende Goldim ( ) que a eutanásia é a morte causada por um agente secundário quando o paciente esta debilitado, fraco, evitando assim, o sofrimento decorrente de doença que já vem de longo período. Neste mesmo sentido, insta frisar o que explanou a Revista Bioética (2008, p. 62) que: Atualmente, o conceito mais prevalente relaciona a expressão com a antecipação da morte do paciente incurável, geralmente terminal e em grande sofrimento, movido por compaixão para com ele. A necessidade de que a conduta eutanástica seja precedida por um pedido do interessado é questão polêmica e bastante relevante nos tempos atuais, em razão da crescente valorização da autonomia e da liberdade individual. A eutanásia pode ser caracterizada por elementos intrínsecos, como demostra-se nas modalidades. Visto isso, entende-se que a eutanásia é a antecipação da morte da pessoa sem qualquer dor ou sofrimento, visando à dignidade da pessoa humana. 4.2 ORTOTANÁSIA

18 A ortotanásia é uma conduta médica no qual o médico deixa de submeter um paciente a tratamentos fúteis, suspendendo a realização de atos para prolongar a vida do indivíduo, quando este já não tem mais perspectiva alguma de cura. Neste sentido, ao invés do médico tentar prolongar mais a vida do paciente, este passa a deixar acontecer o resultado morte, naturalmente, empregando apenas as condutas médicas para que não haja sofrimento, mais sim, uma morte digna. Segundo Prado: O tema ortotanásia (do grego orthos, correto, e thanatos, morte) indica a morte certa justa, e em seu momento oportuno. Este procedimento tem como objetivo o não prolongamento da vida, por meios artificiais, correspondente á supressão de cuidados de reanimação em pacientes em estados de coma profundo e irreversível, em estado terminal ou vegetativo. (PRADO, p. 61). quando diz que: Corrobora no mesmo sentido a Revista Bioética CFM (2008, p. 64) A ortotanásia, aqui configurada pelas condutas médicas restritivas, é objetivo médico quando já não se pode buscar à cura: visa promover o conforto ao paciente, sem interferir no momento da morte, sem encurtar o tempo natural de vida nem adiá-lo indevida e artificialmente, possibilitandoque a morte chegue na hora certa, quando o organismo efetivamente alcançou um grau de deterioração incontornável. Vê-se que a ortotanásia, diferentemente da eutanásia, não tem o intuito de antecipar a morte do indivíduo, mas sim, deixar que a morte aconteça no tempo certo. Entende Pessini que: Distinta da eutanásia é a decisão de renunciar ao chamado excesso terapêutico, ou seja, a certas intervenções médicas já inadequadas à situação real do doente, porque não proporcionais aos resultados que se poderiam esperar ou ainda porque demasiado graves para ele e para a sua família. Nestas situações, quando a morte se anuncia iminente e inevitável, pode-se em consciência renunciar a tratamentos que dariam somente um prolongamento precário e penoso da vida, sem, contudo interromper os cuidados normais devidos ao doente em casos semelhantes. (2001, p. 89 apud Dreher, 2009).

19 Desta feita, a ortotanásia traz consigo alguns princípios que estão figurados no artigo 1º, inciso III da Constituição Federal/88. São eles: dignidade da pessoa humana, princípio da justiça, princípio da beneficência e o princípio da autonomia. Cominados estes princípios, entende-se que o paciente tem o direito de decidir o que é melhor para si naquele momento. Na Resolução do CFM 1.805/2006 de do Conselho Federal de Medicina, era permitido que o médico se limitasse ao tratamento do paciente que visivelmente não tinha mais cura e que a morte era certa, porém, era garantido os cuidados necessário que amenizassem a dor e o sofrimento do enfermo. Em relação à Resolução supra citada, foi concedida uma liminar ao Ministério Público do Distrito Federal, onde o Douto Magistrado entendeu que a prática da ortotanásia se caracterizada crime de homicídio.. Ainda, na Resolução CFM 1.931/2009 do Conselho Federal de Medicina, em seu artigo 41, parágrafo único, tem-se a seguinte redação: É vedado ao médico: 41 Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal. Parágrafo único. Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a seu representante legal. Contudo, foi publicada em data de 31 de agosto de 2012 a Resolução 1995/2012 pelo CFM - Conselho Federal de Medicina, o qual dispõe que o paciente em estado terminal tenha a livre escolha para decidir sobre quais os cuidados e tratamentos que deseja, ou não receber. Desta forma, tem-se a redação da resolução supra citada: Art. 1º Definir diretivas antecipadas de vontade como o conjunto de desejos, prévia e expressamente manifestados pelo paciente, sobre cuidados e tratamentos que quer, ou não, receber no momento em que estiver incapacitado de expressar, livre e autonomamente, sua vontade. Art. 2º Nas decisões sobre cuidados e tratamentos de pacientes que se encontram incapazes de comunicar-se, ou de expressar de maneira livre e independente suas vontades, o médico levará em consideração suas diretivas antecipadas de vontade.

20 1º Caso o paciente tenha designado um representante para tal fim, suas informações serão levadas em consideração pelo médico. SGAS 915 Lote 72 CEP: Brasília-DF FONE: (61) FAX: (61) º O médico deixará de levar em consideração as diretivas antecipadas de vontade do paciente ou representante que, em sua análise, estiverem em desacordo com os preceitos ditados pelo Código de Ética Médica. 3º As diretivas antecipadas do paciente prevalecerão sobre qualquer outro parecer não médico, inclusive sobre os desejos dos familiares. 4º O médico registrará, no prontuário, as diretivas antecipadas de vontade que lhes foram diretamente comunicadas pelo paciente. 5º Não sendo conhecidas as diretivas antecipadas de vontade do paciente, nem havendo representante designado, familiares disponíveis ou falta de consenso entre estes, o médico recorrerá ao Comitê de Bioética da instituição, caso exista, ou, na falta deste, à Comissão de Ética Médica do hospital ou ao Conselho Regional e Federal de Medicina para fundamentar sua decisão sobre conflitos éticos, quando entender esta medida necessária e conveniente. (CFM, 2012) Verifica-se assim que a ortotanásia nada mais é do que a morte natural do ser humano, sem dor, sem sofrimento, tendo o paciente autonomia e livre escolha para ser tratado e cuidado por especialistas, portanto, a ortotanásia pode ser chamada de morte digna, afinal, morte esta que nem os médicos, nem a medicina podem evitar, pois nenhum ser humano está livre dela. 4.3 DISTANÁSIA A distanásia, também chamada de intensificação terapêutica ou ainda obstinação terapêutica, consiste em atrasar o momento da morte, de uma forma onde são realizados todos os tipos de tratamentos no indivíduo, mesmo sabendo que o caso é irreversível e o momento morte é inevitável. Goldim (op. cit.) em suas brilhantes reflexões conceitua distanásia como uma forma de prolongar a vida de uma forma artificial, sem perspectiva alguma de melhora ou de cura. A professora Diniz segue a mesma linha de raciocínio, vejamos: [...] tudo deve ser feito mesmo que cause sofrimento atroz ao paciente. Isto porque a distanásia é a morte lenta e com muito sofrimento. Trata-se do prolongamento exagerado da morte de um paciente terminal ou tratamento inútil. Não visa prolongar a vida, mais sim o processo da morte. (DINIZ, ibid., p. 391).

21 que: Ainda, na Iniciação à bioética CFM (passim, pág. 187), entende-se A distanásia erra por outro lado, não conseguindo discernir quando intervenções terapêuticas são inúteis e quando se deve deixar a pessoa abraçar em paz a morte como desfecho natural de sua vida. [...] A distanásia, que também é caracterizada como encarniçamento terapêutico ou obstinação ou futilidade terapêutica, é uma postura ligada especialmente aos paradigmas tecnocientífico e comercial empresarial da medicina. [...] Os avanços tecnológicos e científicos e os sucessos no tratamento de tantas doenças e deficiências humanas levaram a medicina a se preocupar cada vez mais com a cura de patologias e a colocar em segundo plano as preocupações mais tradicionais com o cuidado do portador das patologias. Diferentemente da eutanásia, que visa uma morte digna e sem sofrimento, a Distanásia utiliza-se de todos os meios extraordinários para prolongar a vida de pacientes, mesmo sabendo da real situação e que em diversos casos é inevitável a morte, acreditando assim que o quadro clínico possa mudar e que o paciente possa atingir a cura. 4.3 MISTANÁSIA A mistanásia vem do grego mis (infeliz) ou mys (rato). Os dois nomes ou sentidos levam a condições precárias, devido à falta de oportunidades e cârencia social. (VILLAS BOAS, 2005). A mistanásia também chamada de eutanásia social é denominada como morte miserável, normalmente as pessoas menos favoráveis são atingidas, pois estas não têm condições e nem acesso facilitado à saúde, fazendo assim, com que a morte ocorra antes do tempo. Villas Boas, elabora uma comparação nesta modalidade: A mistanásia não equivale à antecipação proposital da morte que ocorre na eutanásia, nem chega a conhecer a distanásia dos recursos excessivos nos modernos hospitais. Ela não deixa espaço para a ortotanásia, pois a morte virá sempre fora do tempo, ainda que sob o manto de uma morte natural, como se fosse natural morrer de doenças evitáveis, por falta de assistência, de remédios, de cuidados [...] O Direito Penal passa ao largo da maioria dos casos de mistanásia. No máximo, poder-se-ia vislumbrar uma vaga tentativa de prevenção, ao se vedar a omissão de socorro, mas, em verdade, a mistanásia é questão muito mais de políticas públicas do que propriamente de tipos penais. (VILLAS - BOAS, op. cit., p. 77).

22 Existem algumas formas de mistanásia. A mais comum é por omissão de socorro, pois atinge milhões de pessoas durante sua vida; também a ausência ou a precariedade de serviços de atendimento médico, causando a morte prematura de pessoas com deficiências físicas ou mentais. Ainda, questões econômicas e sociais, como a fome, moradias precárias, desemprego e outros fatores são essenciais à saúde, e sem eles pode se ter a mistanásia. Ainda, o Código de Ética Médica classifica três tipos de erros médicos que também são considerados mistanásia. São eles: 1. Imperícia, que pode se caracterizar através da desatualização do médico perante a medicina; 2. Imprudência, quando o médico não vê muito sentido em tentar tratamentos em pacientes desenganados; e 3. Negligência, aquela em que o médico se omite em fazer tratamentos e abandona o paciente em estado crônico ou terminal sem uma justa causa. (INICIAÇÃO À BIOÉTICA- CFM, 1998). 4.4 SUICÍDIO ASSISTIDO O suicídio assistido é uma conduta que ocorre por meio de um agente secundário, o qual auxilia na ação, facilitando ou até mesmo cedendo material para que o indivíduo pratique o suicídio. Para Maria Helena Diniz (ibid., p. 373) suicídio é a hipótese em que a morte advém de ato praticado pelo próprio paciente, orientado ou auxiliado por terceiro ou por médico. Já no entendimento do professor Goldim: A assistência ao suicídio de outra pessoa pode ser feita por atos (prescrição de doses altas de medicação e indicação de uso) ou, de forma mais passiva, através de persuasão ou de encorajamento. Em ambas as formas, a pessoa que contribui para a ocorrência da morte da outra, compactua com a intenção de morrer através da utilização de um agente causal. (GOLDIM, op. cit., 2004). O suicídio assistido ficou conhecido no mundo, devido ao Dr. Jack Kevorkian ter praticado várias vezes nos Estados Unidos e em diversos lugares daquele país, a pedido de muitos pacientes.

23 O suicídio assistido já está legalizado em países como a Suíça, onde pode ser realizado até mesmo sem a participação de um médico. A legalização é o Código Penal de 1918, que afirma não ser crime o suicídio. Porém, a eutanásia não é autorizada e constitui crime.

24 5 ASPECTOS CONSTITUCIONAIS O tema discutido envolve diversos aspectos constitucionais, correlacionados aos direitos fundamentais da pessoa, por estar ligado à vida do ser humano. Alguns estudiosos abordam tais linhas de estudos e nos trazem diversos princípios, onde os principais e mais conhecidos do mundo jurídico serão apregoados a seguir. 5.1 O DIREITO À VIDA O direito à vida esta previsto no artigo 5º, caput da Constituição Federal/88 de uma forma genérica, o qual prevê o direito da pessoa de permanecer vivo, de ter uma vida digna e não ser privado de sua vida e nem de ser morto. Artigo 5 Todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito a vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, e à propriedade, nos termos seguintes [...]. Neste sentido Lenza (2007, p. 595) entende que o direito a uma vida digna é garantir as necessidades vitais básicas do ser humano e proibir qualquer tratamento indigno, como a tortura, penas e caráter perpétuo, trabalhos forçados, cruéis, etc. Também entende o professor Silva que: [...] vida no seu texto constitucional (art. 5, caput, CF), não será considerada apenas no seu sentido biológico de incessante autoatividade funcional, peculiar a matéria orgânica, mas na sua acepção biográfica mais compreensiva. Sua riqueza significativa é de dificil apreensão porque é algo dinâmico, que se transforma incessantemente sem perder sua própria identidade. É mais um processo (processo vital), que se instaura com a concepção (ou germinação vital), transforma-se, progride, mantendo sua identidade, até que muda de qualidade, deixando, então, de ser vida para ser morte. Tudo que interfere em prejuizo deste fluir espontâneo e incessante contraria a vida. (SILVA, 2008, p. 197).

25 Na visão de Loureiro, dignidade da pessoa humana vem a ser: É axinomia jusfilosófico, um comando jurídico dotado de superioridade, pois se trata de um direito natural e inato, construído pela cultura resultante de progressiva luta e conquista dos povos. Corrobora o entendimento de que as pessoas devem ter condições dignas de desenvolverem-se como individos porque a Constituição Federal, norma superior e fundamental, assim o determina. (LOUREIRO, 2009, p. 85). Porém, resta deixar claro que a CF/88, prêve que em alguns casos é permitido dispor da vida, é o caso de guerra declarada, a qual tem fulcro no art. 5º, XLVII, A. E também é autorizada a abreviação da vida perante o Código Penal em seu art. 23, que ocorre quando há legitima defesa, estrito cumprimento do dever legal, ou exercício legal do direito e, o aborto autorizado, previsto no artigo 128 do Código Penal brasileiro. Desta feita, tirando as exceções, vê-se que todo e qualquer ser humano tem o livre direito de viver e se manter em uma vida digna, não podendo assim, praticar a eutanásia frente ao ordenamento jurídico. 5.2 PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA Este princípio está disposto no artigo 1º da Constituição Federal, que é basilar e fundamental para o direito. Art. 1 A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constituise em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III - a dignidade da pessoa humana [...]. A dignidade da pessoa humana significa que uma pessoa tem o direito de contrair obrigações e adquirir direitos. Neste sentido, entende o professor Silva que: Dignidade da Pessoa Humana é um valor supremo que atraí o conteúdo de todos os direitos fundamentais do homem, desde o direito à vida, concebido como referência constitucional unificadora de todos os direitos fundamentais o conceito de dignidade da pessoa humana obriga a uma densificação valorativa que tenha em conta o seu amplo sentido normativo-constitucional e não qualquer ideia

26 apriorística do homem, não podendo reduzir-se o sentido da Dignidade humana à defesa dos direitos pessoais tradicionais, esquecendo-a nos casos dos direitos sociais, ou invocá-la para construir teoria do núcleo da personalidade individual, ignorando-a quando se trate de garantir as bases da existência humana. Daí decorre que a ordem econômica há de ter por fim assegurar a todos existência digna, a ordem social visará à realização da justiça social, a educação, o desenvolvimento da pessoa e seu preparo para o exercício da cidadania, não como meros enunciados formais, mas como indicadores do conteúdo normativo eficaz da dignidade da pessoa humana. (SILVA, op. cit, p. 109). Apreciando o princípio da dignidade da pessoa humana, tem-se a certeza de que todo e qualquer indivíduo independente de seu estado vital, esteja ele bem ou em quase morte, tem o total direito de ter a dignidade de viver o momento. No caso da eutanásia existem dois argumentos, os favoráveis e os desfavoráveis, que serão tratados mais adiante. Porém, o caso da dignidade da pessoa humana segue os argumentos de estudiosos que são favoráveis, porque não tem como uma pessoa sem capacidade viver dignamente em estado degradante ou vegetativo. 5.3 PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE Analisando da forma como quem é a favor da eutanásia este principio tem como base fundamental a liberdade e a igualdade, trazendo consigo a idéia de que o indivíduo deve ser respeitado em todas as ocasiões, até mesmo nas situações da eutanásia. Nesse sentido, Diniz entende que: O principio da autonomia requer que o profissional da saúde respeite a vontade do paciente, ou de seu representante, levando em conta, em certa medida, seus valores morais e crenças religiosas. Reconhece o domínio do paciente sobre a própria vida (corpo e mente) e o respeito a sua intimidade, restringindo, com isso, a introdução alheia no mundo daquele que esta sendo submetido a um tratamento. (DINIZ, ibid p. 16). Tal princípio nos mostra que o indivíduo que é submetido e vive a situação de sofrimento, de enfermidade, de estado incurável, tem a autonomia de decidir se continua no estado em que vive ou se abrevia a sua própria vida, pois, o estado em que se encontra está acometido somente a ele, e neste sentido, para que prolongar o sofrimento? Doutrinadores que defendem a

27 prática da eutanásia discutem e usam abundantemente o princípio da autonomia da vontade. Sobre este ponto de vista argumenta Sztjan (2002) que o principio da autonomia da vontade é um requisito de validade do consentimento informado, se a pessoa tem capacidade de exprimir sua vontade, demonstra respeitar sua autonomia. Sendo assim, se respeitada à autonomia do enfermo, o qual não há mais nenhuma perspectiva de vida, automaticamente estará respeitando a sua dignidade. 5.4 PRINCIPIO DA BENEFICÊNCIA A palavra beneficência nos traz o conceito de praticar o bem, o ato de compaixão, porém faz-se mister visar a moral no sentido de agir perante outro individuo. Beauchmo (2002, p. 282) nos traz o conceito de Beneficência, qual seja, na linguagem comum, a palavra beneficência significa atos de compaixão, bondade e caridade. Algumas vezes, o altruísmo, o amor e a humanidade são também considerados formas de beneficência. Este princípio tem a obrigação de ajudar outros indivíduos, buscando os interesses legítimos e importantes. Assim, a beneficência visa ações coercitivas, ou seja, positivas. Arguindo e seguindo tal principio, deve-se ter atitude de praticar o bem enquanto se procura a cura ou a prevenção. Contudo, vale ressaltar, que não se deve agir por agir, tem-se que, verificar os riscos. 5.6 CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA O Novo Código de Ética Médica dispõe três situações acerca da eutanásia, ortotanásia e distanásia. A primeira é a proibição total da eutanásia, disposto no artigo 41, caput, parágrafo único. É vedado ao médico: Artigo 41 - Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal:

28 Parágrafo Único. Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal. A segunda situação está relacionada à ortotanásia, no qual o Código de Ética dispõe ser lícito quando fala em seu capítulo I princípios fundamentais: XXII - nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o médico evitará a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários e proporcionará sob sua atenção todos os cuidados apropriados. E terceira situação, conforme disposto no inciso XXII, o médico deverá de todas as formas amenizar o sofrimento paliativo do paciente, evitando submete-lo a diversos tratamentos, sabendo que estes não surtirão efeito para sua melhora ANTEPROJETO DO CÓDIGO PENAL. No Brasil, não existe uma legislação que tipifique a prática da Eutanásia, ela apenas pode ser equiparada ao crime de homicídio privilegiado o qual se dá por compaixão e está disposto no artigo 121, 1º do Código Penal, que dispõe: Art Matar alguém: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos. Caso de Diminuição de Pena 1º - Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Alberto entende que ocorrem casos de homicídio por compaixão quando o individuo age em situação de desespero. Diz ainda que, a decisão homicida só surge com o término de uma trajetória de sofrimento no qual entendia-se como uma situação insuportável.

29 Contudo, encontra-se no Senado Federal (2012) o anteprojeto da parte especial do Código Penal, que traz modificações ao artigo 122 e seus parágrafos, acrescentando os elementos da eutanásia ativa e passiva. A proposta da redação é a seguinte: Eutanásia Art Matar, por piedade ou compaixão, paciente em estado terminal, imputável e maior, a seu pedido, para abreviar-lhe sofrimento físico insuportável em razão de doença grave: Pena prisão, de dois a quatro anos. 1º O juiz deixará de aplicar a pena avaliando as circunstâncias do caso, bem como a relação de parentesco ou estreitos laços de afeição do agente com a vítima. Exclusão de ilicitude 2º Não há crime quando o agente deixa de fazer uso de meios artificiais para manter a vida do paciente em caso de doença grave irreversível, e desde que essa circunstância esteja previamente atestada por dois médicos e haja consentimento do paciente, ou, na sua impossibilidade, de ascendente, descendente, cônjuge, companheiro ou irmão. No paragrafo 1º do referido artigo o homicídio praticado se refere ao relevante valor moral, momento em que é retirado o homicídio simples passando-se para homicídio privilegiado. Bittencourt entende por homicídio privilegiado: As circunstâncias especialíssimas elencadas no 1º do art. 121 minoram a sanção aplicável ao homicídio, tornando-o um crimen exceptum. Contudo, não se trata de elementares típicas, mas de causas de diminuição de pena, também conhecidas como minorantes, que não interferem na estrutura da descrição típica, permanecendo esta inalterada. (BITTENCOURT, 2010, p. 69). Já no paragrafo 2º, se trata da ortotanásia, sendo uma prática aceita pelo Conselho Federal de Medicina CFM. Esta forma de terminalidade da vida, não implica em matar alguém. Entende-se que manter artificialmente o falecimento é retirar do indivíduo o direito de escolha do local e a forma da sua morte. Desta forma, fica evidente que ortotanásia não constitui crime se determinados requisitos forem seguidos, são eles: se for atestado por dois médicos e houver consentimento do paciente e na sua impossibilidade deve haver a autorização de ascendente, descendente, cônjuge, companheiro ou irmão.

30 6 EUTANÁSIA E O DIREITO COMPARADO 6.1 HOLANDA A eutanásia atualmente é regulamentada na Holanda. A lei foi aprovada em 10 de abril de 2001 e começou a vigorar no ano de Mas, para ser aceito o pedido de eutanásia, deve-se respeitar alguns requisitos, que o Professor José Roberto Goldim ( ) nos trás: Quando o paciente tiver uma doença incurável e estiver com dores insuportáveis; o paciente deve ter pedido, voluntariamente, para morrer e depois de um segundo médico ter emitido opinião sobre o caso. Diniz nos trás no mesmo sentido a redação a seguir: A eutanásia na Holanda, apenas poderá ser praticada se o paciente não tiver a menor chance de cura e estiver submetido à insuportável sofrimento. O pedido deve vir do próprio paciente e tanto ele quanto seu medico devem estar convencidos de que não há alternativa confirmada por parecer de outro medico e por uma comissão de especialistas. (DINIZ, 2006, p.388). O pedido para a efetivação da eutanásia deve vir do próprio paciente e tanto o médico quanto o paciente devem ter certeza de que não existe outro tratamento. 6.2 ESPANHA Na Espanha a eutanásia é considerada crime. Porém, este tema já vem sendo discutido desde Foi estudada a proposta de legalizar a eutanásia, não eliminado o delito, mais impedindo que o agente descaracterize o ato, desde que o mesmo não tenha cometido nenhum delito, ou seja, que não tenha nenhum antecedente. (idem,1997). Na proposta, se colocou que nas condições deveriam conter a piedade no ato e reiterados pedidos do paciente. Nenhuma proposta foi aceita na Espanha e a eutanásia constitui crime se praticada. Ainda, há de salientar que se houver a ajuda de um secundário na prática da eutanásia, este pode pegar uma pena de 6 (seis) meses à 6 (seis) anos de prisão.

31 No entanto, foi aprovado um projeto chamado morte digna no ano de 2010, que dispõe: permite o enfermo negar a submter-se a um tratamento que apenas prolongue sua vida de forma artificial. (MERLO, 2010). Um caso bem polêmico ocorrido na Espanha é o de Ramon Sampedro, que viveu durante 29 anos tetraplégico e nos últimos 5 anos brigou na justiça pela procedência da eutanásia voluntária. O pedido foi negado, devido este tipo de procedência ser considerado homicídio na Espanha. Contudo, diante de tanto sofrimento, planejou com pessoas próximas a sua morte, e no dia 15/01/1998 foi encontrado morto, foi diagnosticado em seu corpo a substância de cianureto. Ramom Sampedro gravou um vídeo no momento da morte, mostrando que ele, somente ele tinha culpa, pois era ele quem estava com o copo e o canudo contendo a substância. Não aceitando tais fatos a justiça espanhola incriminou a amiga de Sampedro, só que por falta de provas o processo foi arquivado e o caso se perdeu na história. (id. ibidem, 1997). 6.3 URUGUAI O Uruguai foi um dos primeiros países do mundo a trazer a possibilidade da prática da Eutanásia. Quando entrou em vigor o novo Código Penal, em 10 de agosto de 1934, ficou caracterizado o homicídio piedoso, mencionado no artigo 37 do capítulo III, que dispõe sobre os casos de impunidade. (GOLDIM, 1997). De acordo com a legislaçãodo Uruguai, é facultada ao juiz a exoneração do castigo a quem realizou este tipo de procedimento, desde que preencha três requisitos essenciais: Ter antecedentes honráveis; Ser realizado por motivo piedoso; e A vítima ter feito reiteradas súplicas. A proposta do Uruguai foi também adotada pela Holanda, citada anteriormente, a partir de Nos dois casos, não há uma autorização para a realização da eutanásia, mas sim uma possibilidade do agente do procedimento ficar impune, desde que cumpridos os requisitos básicos estabelecidos.

32 A legislação foi baseada na doutrina criada pelo penalista espanhol Jiménez de Asúa. (idem 1997). Ainda vale ressaltar que, o Código Uruguaiano artigo 315, não se aplica ao suicídio assistido, ou seja, quando uma pessoa auxilia outra a realizar o suicídio. Nestes casos, sobressai a caracterização do perdão judicial. (id. ibidem, 1997).

33 7 POSICIONAMENTOS SOBRE A EUTANÁSIA 7.1 FAVORÁVEIS Os estudiosos que se posicionam a favor da eutanásia, seguem a linha de raciocínio de que o indivíduo não deve sentir dor ou sofrimento, para defender este pensamento, usam como alicerce o princípio da autonomia da vontade, no qual explanam que o agente e ou paciente deve ter o direito e liberdade de escolha. Neste sentido entende Urban (2003, p. 539) que: Os que defendem a eutanásia o fazem como um verdadeiro direito de morrer com dignidade, ante uma situaçãoirremediável e penosa, e que tende a alguma agonia prolongada e cruel. Desse modo, seria concedida aos médicos a faculdade de propiciar uma morte sem sofrimento ao paciente portador de um mal sem esperança e cuja agonia é longa e sofrida [...]. Defendem ainda que ninguém deve ter um sofrimento insuportável e viver em condições sub-humanas em situações onde já sabem que não há mais cura. 7.1 DESFAVORÁVEIS Os argumentos que se voltam contra a eutanásia se baseiam na espiritualidade, ou seja, na santidade. Entendem que é um total desrespeito a vida, pois, contraria os mandamentos de Deus. Ainda, estes posicionamentos podem ser elucidados pelos estudiosos Batista e Schamm (2004), no qual entendem como base principal os preceitos religiosos, no que tange a abreviação da vida. Urban (2003, p. 538) ainda sucita que: Os que são contra a eutanásianão admitem que se transforme in articulo mortis uma agonia mesmo dolorosa, e se outorgue o direito de antecipar uma morte, como formagenerosa de suprimir a dor e o sofrimento. Essas pessoas não admitem que se ofereça à profissão médica tão triste sina a de praticar ou facilitar a morte, em face de

34 uma série de situações que venham a ser consideradas como constrangedoras ou nocivas aos interesses da própria sociedade. Tem-se ainda esse posicionamento em relação aos médicos, devido o juramento realizado para prometer cuidar e tentar todos os procedimentos possiveis para que uma pessoa seja curada. Desta forma, estende-se que os médicos não podem decidir se o paciente deve ou não permanecer vivo. Para aqueles que são contra a prática da eutanásia, dispensam o principio da autonomia da vontade, voltando-se completamente para religião, bem como entendem que o ciclo da vida deve ser o natural, nascer, viver e morrer, tudo no seu tempo.

35 8 CONCLUSÃO Diante do contexto trazido ao longo da pesquisa, percebe-se que a eutanásia é um tema bastante complexo, por se tratar de um procedimento associado diretamente com a vida humana e com o direito fundamental explanado no artigo 5º da Constituição Federal da República Federativa do Brasil. A eutanásia é bastante polêmica, e que a sua prática se deu com os primeiros resquícios na antiguidade, conforme descrito na Biblia Sagrada. Decorrente de sua origem nas batalhas advindas dos Filisteus foi, se aperfeiçoando no decorrer da história, e se moldando na sociedade moderna, contemporânea e atual, com visões favoráveis e desfavoráveis. O tema eutanásia significa morte boa, ou seja, morte sem sofrimento. Porém, existem diferentes modalidades, podendo ser classificada quanto ao tipo de ação que pode ser ativa ou positiva; passiva ou indireta e a de duplo efeito. Eutanásia ativa ou positiva é aquela que se dá por um ato misericordioso e provoca uma morte sem sofrimento para o paciente. Passiva ou indireta, que vem a ser aquela onde não existe uma iniciação médica diante de casos terminais e a de eutanásia de duplo efeito, que é aquela onde ocorre o abreviamento direto do paciente mediante uma ação médica, visando amenizar o sofrimento do mesmo. Ainda, pode ser classificada quanto ao consentimento do paciente, no qual se apresenta como a eutanásia voluntária, aquela se dá a pedido do paciente; a eutanásia involuntária, quando não existe o consentimento do paciente e a eutanásia não voluntária, que ocorre quando o paciente não expressou a sua vontade. Na pesquisa realizada foram especificadas as diferentes formas de terminalidade da vida, apresentadas como: Ortotanásia, sendo o momento em que o médico deixa que a morte ocorra naturalmente, eximindo-se dos procedimentos dados como fúteis; a Distanásia, que prevê que mesmo estando ciente que o caso é irreversivel, todos os procedimentos são tentados, e também a Mistanásia que vem a ser a morte miserável. Atenta-se também para

JORNADA SUL BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA Eutanásia, Ortotanásia e Distanásia PROF. MOACIR ARUS FAMED- UFRGS

JORNADA SUL BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA Eutanásia, Ortotanásia e Distanásia PROF. MOACIR ARUS FAMED- UFRGS 47ª JOSULBRA JORNADA SUL BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA Eutanásia, Ortotanásia e Distanásia PROF. MOACIR ARUS FAMED- UFRGS CANELA,28-30 de Abril de 2012. Rio Grande do Sul EUTANÁSIA ORTONÁSIA DISTANÁSIA

Leia mais

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA. Testamento Vital. Curso de Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde Módulo: Biodireito Aula n. 41

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA. Testamento Vital. Curso de Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde Módulo: Biodireito Aula n. 41 Testamento Vital Curso de Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde Módulo: Biodireito Aula n. 41 Testamento Vital O paciente terminal pode determinar os limites do tratamento que aceita ser submetido,

Leia mais

Falar de Eutanásia e Distanásia

Falar de Eutanásia e Distanásia Falar de Eutanásia e Distanásia Gabriela Mimoso Ética em cuidados intensivos neonatais e pediátricos UCINP - Funchal 5 a 6 Outubro 2012 O médico deve tentar a cura daqueles que podem ser curados, diminuir

Leia mais

Simpósio dos Comitês de Bioética do Estado de São Paulo. Suicídio assistido: estratégia para o final de vida?

Simpósio dos Comitês de Bioética do Estado de São Paulo. Suicídio assistido: estratégia para o final de vida? Simpósio dos Comitês de Bioética do Estado de São Paulo Suicídio assistido: estratégia para o final de vida? Terminalidade da Vida. Conceitos importantes: Eutanásia: boa morte. prática pela qual se abrevia

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos Fundamentais Direito à vida Profª. Liz Rodrigues - Legislação infraconstitucional: o Código Penal prevê excludentes de antijuridicidade (arts. 23 a 25), quando o ato não

Leia mais

EUTANASIA: O QUE É, E COMO PODE NOS INFLUENCIAR. Gabriel Alves Cardoso Vitor Hugo Dall Farra

EUTANASIA: O QUE É, E COMO PODE NOS INFLUENCIAR. Gabriel Alves Cardoso Vitor Hugo Dall Farra EUTANASIA: O QUE É, E COMO PODE NOS INFLUENCIAR Gabriel Alves Cardoso Gabriel.gac@live.com Vitor Hugo Dall Farra vitordldf@gmail.com Resumo: Neste trabalho tentaremos esclarecer o que é eutanásia, quais

Leia mais

ORTOTANÁSIA: A AUTONOMIA DA VONTADE DO PACIENTE E A OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIA DO MÉDICO

ORTOTANÁSIA: A AUTONOMIA DA VONTADE DO PACIENTE E A OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIA DO MÉDICO ORTOTANÁSIA: A AUTONOMIA DA VONTADE DO PACIENTE E A OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIA DO MÉDICO Carlos Vital Tavares Correa Lima Presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM) O FUTURO UM MUNDO MELHOR AUTONOMIA

Leia mais

I CONGRESSO PAULISTA DE DIREITO MÉDICO DO CREMESP MAIO/2018 EUTANÁSIA E SUICÍDIO ASSISTIDO ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INTERNACIONAL

I CONGRESSO PAULISTA DE DIREITO MÉDICO DO CREMESP MAIO/2018 EUTANÁSIA E SUICÍDIO ASSISTIDO ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INTERNACIONAL I CONGRESSO PAULISTA DE DIREITO MÉDICO DO CREMESP MAIO/2018 EUTANÁSIA E SUICÍDIO ASSISTIDO ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INTERNACIONAL 1. 6 em casa 10 cidadãos não se preparam para a aposentadoria. 2. Sociedade

Leia mais

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA EUTANÁSIA

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA EUTANÁSIA EUTANÁSIA PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 1 Eutanásia é a ação médica intencional de apressar ou provocar a morte com exclusiva finalidade benevolente de pessoa que se encontre em situação considerada irreversível

Leia mais

O testamento vital no Brasil Realidade e prática notarial

O testamento vital no Brasil Realidade e prática notarial O testamento vital no Brasil Realidade e prática notarial Paulo Roberto Gaiger Ferreira I Simposio Notarial Mineiro Belo Horizonte, 2012 Morte Demência Ausência Ferramentas jurídicas Testamento Ausência

Leia mais

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA. Testamento Vital

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA. Testamento Vital Testamento Vital O paciente terminal pode determinar os limites do tratamento que aceita ser submetido, ou seja, pode manifestar sua vontade nas decisões terapêuticas, dividindo a responsabilidade da escolha?

Leia mais

MÓDULO: CP 5 Deontologia e Princípios Éticos Formadores: Dra. Sandra Ferreira / Dr. Manuel Leite

MÓDULO: CP 5 Deontologia e Princípios Éticos Formadores: Dra. Sandra Ferreira / Dr. Manuel Leite ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESÁRIAS MÓDULO: CP 5 Deontologia e Princípios Éticos Formadores: Dra. Sandra Ferreira / Dr. Manuel Leite 21/07/2009 1 A EUTANÁSIA PRINCÍPIOS ÉTICOS Após leitura de dois textos

Leia mais

A morte e o morrer. Prof. Dr. Carlos Cezar I. S. Ovalle

A morte e o morrer. Prof. Dr. Carlos Cezar I. S. Ovalle A morte e o morrer Prof. Dr. Carlos Cezar I. S. Ovalle Conceitos de morte Morrer é o cessar irreversível: 1- da função de todos órgãos, tecidos e células; 2- do fluxo de todos os fluídos do corpo incluindo

Leia mais

Sérgio Moreira dos Santos, TRABALHO SOBRE EUTANÁSIA

Sérgio Moreira dos Santos, TRABALHO SOBRE EUTANÁSIA - 1 - TRABALHO SOBRE EUTANÁSIA Matéria: Direito Civil Professor: Drº Aluno: Sérgio Moreira dos Santos, RA: 304395781. º do Curso de Direito, período noturno. UNIBAN Data: 20/02/2003. - 2 - EUTANÁSIA Eutanásia

Leia mais

TESTAMENTO VITAL PROFA, DANIELA PEREZ AULA 25/11/ LEGALE

TESTAMENTO VITAL PROFA, DANIELA PEREZ AULA 25/11/ LEGALE TESTAMENTO VITAL PROFA, DANIELA PEREZ AULA 25/11/2017 - LEGALE TESTAMENTO VITAL OU DAV DIRETIVAS ANTECIPADAS DE VONTADE Testamento vital, ou declaração de última vontade é uma declaração feita pela pessoa

Leia mais

L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL 4ª ª-

L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL 4ª ª- DIREITO PENAL III LEGISLAÇÃO ESPECIAL 4ª - Parte Direito penal Iv 2 Prof. Rubens Correia Jr. HOMICÍDIO PRIVILEGIADO Na verdade é um caso de diminuição de pena: Redução de 1/6 a 1/3 Relevante valor social:

Leia mais

LIÇÃO 5 ÉTICA CRISTÃ, PENA DE MORTE E EUTANÁSIA. Prof. Lucas Neto

LIÇÃO 5 ÉTICA CRISTÃ, PENA DE MORTE E EUTANÁSIA. Prof. Lucas Neto LIÇÃO 5 ÉTICA CRISTÃ, PENA DE MORTE E EUTANÁSIA Prof. Lucas Neto A GLÓRIA É DE DEUS INTRODUÇÃO A PENA DE MORTE E A EUTANÁSIA A pena de morte e a eutanásia são temas na atualidade carregados de uma grande

Leia mais

Aula 04. Parte Geral. I Pessoas (continuação)

Aula 04. Parte Geral. I Pessoas (continuação) Turma e Ano: 2016 (Master B) Matéria / Aula: Direito Civil Objetivo 04 Professor: Rafael da Mota Monitor: Paula Ferreira Aula 04 Parte Geral I Pessoas (continuação) 1. Pessoa Natural 1.3. Direitos da Personalidade

Leia mais

Eutanásia: a vida em questão

Eutanásia: a vida em questão Eutanásia: a vida em questão Matheus HOLANDA SOLLER RESUMO: Neste artigo o tema principal é a eutanásia, ele enfoca a origem da eutanásia e cita os celtas, e a Roma antiga. A eutanásia é permitida em Oregon

Leia mais

Eutanásia Proposta de redação: Eutanásia Toda a vida é um preparatio mortis e é por isso que a última palavra e o último gesto são um direito que ninguém lhe pode roubar. (Maria de Fátima Freire de Sá)

Leia mais

Reflexões sobre o ato de Morrer Distanásia, Ortotanásia e Eutanásia

Reflexões sobre o ato de Morrer Distanásia, Ortotanásia e Eutanásia Reflexões sobre o ato de Morrer Distanásia, Ortotanásia e Eutanásia Armando José d Acampora, MD, PhD Professor de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental da UNISUL Professor de Humanidades Médicas da

Leia mais

A Reforma do Código Penal Brasileiro ACRIERGS 2012

A Reforma do Código Penal Brasileiro ACRIERGS 2012 A Reforma do Código Penal Brasileiro ACRIERGS 2012 Reforma e Consolidação de Leis Os Ganhos da Consolidação e Atualização das Leis Penais Os riscos do açodamento Omissão de Socorro Art. 394. Deixar de

Leia mais

CREMERS 26 de novembro, Fórum de Cuidados Paliativos

CREMERS 26 de novembro, Fórum de Cuidados Paliativos CREMERS 26 de novembro, 2010. Fórum de Cuidados Paliativos Aspectos jurídicos sobre a decisão de suspender o tratamento curativo Lívia Haygert Pithan Professora da Faculdade de Direito e Pesquisadora do

Leia mais

X Congreso Latinoiberoamericano de Derecho Médico TESTAMENTO VITAL

X Congreso Latinoiberoamericano de Derecho Médico TESTAMENTO VITAL X Congreso Latinoiberoamericano de Derecho Médico TESTAMENTO VITAL TESTAMENTO VITAL: Documento escrito no qual a pessoa manifesta sua vontade previamente, de forma livre e autônoma, acerca dos cuidados,

Leia mais

Início e Fim da Vida Dilemas e Legislação Atual

Início e Fim da Vida Dilemas e Legislação Atual Início e Fim da Vida Dilemas e Legislação Atual Prof. Dr. Hermes de Freitas Barbosa Centro de Medicina Legal Departamento de Patologia e Medicina Legal Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Universidade

Leia mais

A Eutanásia, Distanásia e Ortotanásia

A Eutanásia, Distanásia e Ortotanásia A Eutanásia, Distanásia e Ortotanásia Aline Gabriel Tedesco 1 Daniel Angheben 2 A valorização da autonomia da vontade tem ganhado espaço no campo da bioética, principalmente no tocante à a autonomia individual,

Leia mais

LEGALIZAR OU MANTER A CRIMINALIZAÇÃO? ABORTO NO MUNDO ABORTO NO BRASIL

LEGALIZAR OU MANTER A CRIMINALIZAÇÃO? ABORTO NO MUNDO ABORTO NO BRASIL ABORTO O QUE É? Do ponto de vista clínico, aborto é a interrupção prematura da gravidez, havendo a retirada do embrião ou feto do útero da mulher, podendo ser espontâneo (ocorrer por causas naturais) ou

Leia mais

DIRETIVAS ANTECIPADAS DE VONTADE

DIRETIVAS ANTECIPADAS DE VONTADE DIRETIVAS ANTECIPADAS DE VONTADE Luciana Dadalto Doutora em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da UFMG. Mestre em Direito Privado pela PUCMinas. Sócia da Dadalto & Carvalho Sociedade de Advogados

Leia mais

A Eutanásia em Portugal

A Eutanásia em Portugal [Escrever texto] [Escrever texto] [Escrever texto] 16-9-2010 A Eutanásia em Portugal [Escrever texto] Página 1 Índice Introdução... 3 A Eutanásia na nossa sociedade... 4 Primeiro estudo feito em Portugal

Leia mais

14/6/2012. E formouo SenhorDeus o homemdo óda terra, e soprou-lhenasnarinaso ôlegoda vida (espírito); e o homem ornou-se alma vivente.

14/6/2012. E formouo SenhorDeus o homemdo óda terra, e soprou-lhenasnarinaso ôlegoda vida (espírito); e o homem ornou-se alma vivente. Ventilação Mecânica em Paciente Terminal QuandoaVentilação Mecânica é Obstinação Terapêutica Alexandre Pinto Cardoso Md Phd Professor Pneumologia Fac. Medicina UFRJ Diretor Divisão de Tiso-Pneumologia

Leia mais

RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL

RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO Prof. Dr. Marco Aurelio Guimarães Art. 159 "Aquele que por ação ou omissão voluntária ou involuntária, negligência, ou imprudência violar direito ou

Leia mais

BIODIREITO PROF. JOSEVAL MARTINS

BIODIREITO PROF. JOSEVAL MARTINS BIODIREITO PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 1 1. Conceito de biodireito O biodireito é um novo ramo do estudo jurídico, resultado do encontro entre a bioética e o biodireito. 2 É o ramo do Direito Público que

Leia mais

Princípios Responsabilidade Ética e Legal do Profissional da Enfermagem Ética e Legislação

Princípios Responsabilidade Ética e Legal do Profissional da Enfermagem Ética e Legislação Princípios Responsabilidade Ética e Legal do Profissional da Enfermagem Ética e Legislação 1 Conceitua-se responsabilidade como responder pelos seus atos e/ou de outras pessoas envolvidas na realização

Leia mais

I Mostra de pesquisa em Direito Civil Constitucionalizado UNISC 2014

I Mostra de pesquisa em Direito Civil Constitucionalizado UNISC 2014 Caroline Anversa Antonello * Kimberly Farias Monteiro ** EUTANÁSIA: O CONFLITO ENTRE A AUTONOMIA DA VONTADE E A PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL À VIDA "Não estatize meus sentimentos. Para o seu governo, o meu

Leia mais

DECLARAÇÃO ANTECIPADA DE VONTADE - DAV

DECLARAÇÃO ANTECIPADA DE VONTADE - DAV Também chamado de testamento vital (testamento para atos em vida) Não é negócio jurídico unilateral causa mortis Todos os cartórios de notas podem lavrar as diretivas antecipadas de vontade, inclusive

Leia mais

Dos Direitos Individuais (I) Profª Me. Érica Rios

Dos Direitos Individuais (I) Profª Me. Érica Rios Dos Direitos Individuais (I) Profª Me. Érica Rios erica.carvalho@ucsal.br O QUE SÃO DIREITOS INDIVIDUAIS? Direitos fundamentais do indivíduo (pessoa física ou jurídica), garantindo-lhe iniciativa autônoma

Leia mais

A EUTANÁSIA NO DIREITO BRASILEIRO

A EUTANÁSIA NO DIREITO BRASILEIRO A EUTANÁSIA NO DIREITO BRASILEIRO Caroline Consatti 1 ; Cláudia T. S. Cagliari 2 ; Eliana Tolfo Consatti 1 ; Francieli Cristiane Macedo 1 ; Gabriela D. Chiamolera 1 ; Simone Neckel 1 Palavras-Chave: Direito,

Leia mais

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 Recursos de estudo na Área do Aluno Site SJT Educação Médica Aula À La Carte Simulados Presenciais e on-line Cursos Extras Antibioticoterapia Prático SJT Diagnóstico por imagem Eletrocardiografia Revisão

Leia mais

A EXPERIÊNCIA DE UM HÓSPICE MINEIRO: 14 ANOS SEM SUICÍDIOS OU PEDIDOS DE EUTANÁSIA. A RELEVÃNCIA DO CUIDADO, DA HUMANIZAÇÃO.

A EXPERIÊNCIA DE UM HÓSPICE MINEIRO: 14 ANOS SEM SUICÍDIOS OU PEDIDOS DE EUTANÁSIA. A RELEVÃNCIA DO CUIDADO, DA HUMANIZAÇÃO. A EXPERIÊNCIA DE UM HÓSPICE MINEIRO: 14 ANOS SEM SUICÍDIOS OU PEDIDOS DE EUTANÁSIA. A RELEVÃNCIA DO CUIDADO, DA HUMANIZAÇÃO. Mariel Nogueira da Gama Pinto Paturle Presidente da Sociedade de Tanatologia

Leia mais

MISAEL DUARTE A ANÁLISE DA OMISSÃO IMPRÓPRIA EM FACE DA ATUAÇÃO DO BOMBEIRO E AS CONSEQUÊNCIAS NA ESFERA CIVIL E PENAL

MISAEL DUARTE A ANÁLISE DA OMISSÃO IMPRÓPRIA EM FACE DA ATUAÇÃO DO BOMBEIRO E AS CONSEQUÊNCIAS NA ESFERA CIVIL E PENAL MISAEL DUARTE A ANÁLISE DA OMISSÃO IMPRÓPRIA EM FACE DA ATUAÇÃO DO BOMBEIRO E AS CONSEQUÊNCIAS NA ESFERA CIVIL E PENAL CURITIBA 2014 MISAEL DUARTE A ANÁLISE DA OMISSÃO IMPRÓPRIA EM FACE DA ATUAÇÃO DO BOMBEIRO

Leia mais

Farmacêutico Paliativista. Silvia Coimbra 06 Dez 2014

Farmacêutico Paliativista. Silvia Coimbra 06 Dez 2014 Farmacêutico Paliativista Silvia Coimbra 06 Dez 2014 A vida curta dos nossos antepassados Não eram muitos os que passavam dos trinta. A velhice era privilégio das pedras e das árvores. A infância durava

Leia mais

TESTAMENTO VITAL E A SUA VALIDADE NO BRASIL

TESTAMENTO VITAL E A SUA VALIDADE NO BRASIL TESTAMENTO VITAL E A SUA VALIDADE NO BRASIL O Direito, por pertencer as Ciências Humanas e Sociais, reflete diretamente no cotidiano e na vida das pessoas, haja vista que seu maior objetivo é organizar

Leia mais

MORTE, EUTANÁSIA, ORTOTANÁSIA E DISTANÁSIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.

MORTE, EUTANÁSIA, ORTOTANÁSIA E DISTANÁSIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. MORTE, EUTANÁSIA, ORTOTANÁSIA E DISTANÁSIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. BARBOSA, Débora de Morais Barbosa 1 Diandra Karla Silva Damasceno 1 Francyelle Adriana da Silva Belo 1 Hadassa Oliveira Carmo 1 Juliana

Leia mais

Simpósio de Direito Médico módulo I Ribeirão Preto, 30/03/2017. Marco Tadeu Moreira de Moraes Médico Reumatologista Conselheiro do CREMESP

Simpósio de Direito Médico módulo I Ribeirão Preto, 30/03/2017. Marco Tadeu Moreira de Moraes Médico Reumatologista Conselheiro do CREMESP Simpósio de Direito Médico módulo I Ribeirão Preto, 30/03/2017 Marco Tadeu Moreira de Moraes Médico Reumatologista Conselheiro do CREMESP Criança visão histórica Mundo Grego-romano: Esparta educação guerreira

Leia mais

PROF. JEFERSON PEDRO DA COSTA

PROF. JEFERSON PEDRO DA COSTA PROF. JEFERSON PEDRO DA COSTA CURSO: ESTUDOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL AULA 02 Direitos Fundamentais CLASSIFICAÇÃO Direitos e Garantias Individuais e Coletivas (Art. 5º, CF/88); Direitos Sociais (Arts.

Leia mais

EUTANÁSIA: MORRER COM DIGNIDADE

EUTANÁSIA: MORRER COM DIGNIDADE EUTANÁSIA: MORRER COM DIGNIDADE Jéssica Amaral 1 ; Vinicius de Almeida Gonçalves 2 Resumo Um dos temas mais polêmicos da atualidade é a Eutanásia. Legalizada em alguns países e proibida na maioria, a escolha

Leia mais

EUTANÁSIA Elis Regina de Oliveira Martins da SILVA 1 Cláudio José Palma SANCHEZ 2

EUTANÁSIA Elis Regina de Oliveira Martins da SILVA 1 Cláudio José Palma SANCHEZ 2 EUTANÁSIA Elis Regina de Oliveira Martins da SILVA 1 Cláudio José Palma SANCHEZ 2 RESUMO: A Eutanásia é um procedimento através do qual a morte do indivíduo é adiantada como forma de eliminar o sofrimento

Leia mais

Reumatologista Conselheiro do CREMESP Doutor em Bioética

Reumatologista Conselheiro do CREMESP Doutor em Bioética Aspectos bioéticos da terminalidade da vida José Marques Filho Reumatologista Conselheiro do CREMESP Doutor em Bioética Morte, você é valente, O seu poder é profundo, Quando eu cheguei neste mundo, Você

Leia mais

O que são Direitos Humanos? DIREITOS HUMANOS Profa. Rosana Carneiro Tavares. Principal instrumento legal

O que são Direitos Humanos? DIREITOS HUMANOS Profa. Rosana Carneiro Tavares. Principal instrumento legal O que são Direitos Humanos? Direitos essenciais a todos os seres humanos, sem discriminação por raça, cor, gênero, idioma, nacionalidade, religião e opinião política. DIREITOS HUMANOS Profa. Rosana Carneiro

Leia mais

A FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO

A FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO A FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO Natália Pereira SILVA RESUMO: O contrato é um instrumento jurídico de grande importância social na modernidade, desde a criação do Código Civil de 2002 por Miguel Reale, tal

Leia mais

Fundamento éticos das decisões de fim de vida. António Jácomo/2017

Fundamento éticos das decisões de fim de vida. António Jácomo/2017 Fundamento éticos das decisões de fim de vida António Jácomo/2017 ajacomo@porto.ucp.pt Uma provocação... O quê? Como? De que trata a Ética no final da vida humana? Trata de pensar e refletir sobre as ações

Leia mais

Abortamento. Bioética e Deontologia Profissional. 4º Ano da Licenciatura em Medicina

Abortamento. Bioética e Deontologia Profissional. 4º Ano da Licenciatura em Medicina Abortamento Bioética e Deontologia Profissional 4º Ano da Licenciatura em Medicina 1 Abortamento Interrupção da gravidez, antes de atingida a viabilidade fetal. Nunes, 2000 O aborto é o resultado do abortamento.

Leia mais

DIRETIVAS ANTECIPADAS DE VONTADES: ESTAMOS PREPARADOS? Elcio Luiz Bonamigo Câmara Técnica de Bioética do CFM

DIRETIVAS ANTECIPADAS DE VONTADES: ESTAMOS PREPARADOS? Elcio Luiz Bonamigo Câmara Técnica de Bioética do CFM DIRETIVAS ANTECIPADAS DE VONTADES: ESTAMOS PREPARADOS? Elcio Luiz Bonamigo Câmara Técnica de Bioética do CFM Situação das Diretivas Antecipadas de Vontade no Brasil Normatização infra-legal Designação

Leia mais

CARTA DE DIREITOS DOS PACIENTES DO GHC

CARTA DE DIREITOS DOS PACIENTES DO GHC Ministério da Saúde Grupo Hospitalar Conceição CARTA DE DIREITOS DOS PACIENTES DO GHC COMITÊ DE BIOÉTICA Carta de Direitos dos Pacientes do GHC Apresentação Acompanhando legislações e recomendações nacionais

Leia mais

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA AULA N. 07

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA AULA N. 07 AULA N. 07 1 Conceito de dano moral O dano moral consiste na lesão de direitos não patrimoniais, isto é, dignidade da pessoa humana e direitos da personalidade. Exemplos: vida privada, intimidade, honra,

Leia mais

DIGNIDADE HUMANA COMO BASE DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO: UMA DISCUSSÃO SOBRE A EUTANÁSIA

DIGNIDADE HUMANA COMO BASE DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO: UMA DISCUSSÃO SOBRE A EUTANÁSIA DIGNIDADE HUMANA COMO BASE DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO: UMA DISCUSSÃO SOBRE A EUTANÁSIA Manolo ALBUQUERQUE 1 RESUMO: Uma das maiores controvérsias engendrada com os avanços científicos é a legitimidade

Leia mais

1. Contexto ético. Dignidade humana

1. Contexto ético. Dignidade humana 1. Contexto ético Dignidade humana A partir da ideia de autonomia, A partir da condição da filiação divina, A partir do direito, A partir da sua liberdade. Pergunta: os princípios de não maleficência e

Leia mais

DEPENDÊNCIA QUÍMICA TEM CURA?

DEPENDÊNCIA QUÍMICA TEM CURA? DEPENDÊNCIA QUÍMICA TEM CURA? SUMÁRIO 01. Dependência química tem solução? 3 02. Como tratar a dependência química? 8 03. Diferentes tipos de internação para dependentes 13 01 DEPENDÊNCIA QUÍMICA TEM SOLUÇÃO?

Leia mais

Eutanásia: direito ou crime?

Eutanásia: direito ou crime? Eutanásia: direito ou crime? Marieke Vervoort https://www.youtube.com/watch?v=uayd2p1ante Tânato (em grego: Θάνατος, transl.: Thánato s, lit. "morte"), na mitologia grega, era a personificação da morte,

Leia mais

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA O PLANO REDACIONAL DO TEXTO JURÍDICO

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA O PLANO REDACIONAL DO TEXTO JURÍDICO O PLANO REDACIONAL DO TEXTO JURÍDICO Introdução: A introdução significa início ou começo. Declara ao leitor (juiz e réu) o assunto que será tratado no texto jurídico. Fixa as diretrizes do assunto, facilitando

Leia mais

ÉTICA BIOMÉDICA - CONCLUSÃO

ÉTICA BIOMÉDICA - CONCLUSÃO ÉTICA BIOMÉDICA - CONCLUSÃO 18 DE MARÇO DE 2013 (12ª aula) Sumário da Aula Anterior: A investigação com células estaminais: problemas éticos e legislação vigente. O Projecto do Genoma Humano: implicações

Leia mais

EUTANÁSIA: O DIREITO DE MATAR E O DIREITO DE MORRER Letícia Santello BERTACO 1

EUTANÁSIA: O DIREITO DE MATAR E O DIREITO DE MORRER Letícia Santello BERTACO 1 EUTANÁSIA: O DIREITO DE MATAR E O DIREITO DE MORRER Letícia Santello BERTACO 1 RESUMO: Esse trabalho tem a pretensão de analisar a eutanásia no que concerne às questões morais, religiosas, sociais, médicas

Leia mais

DIREITO PENAL MILITAR

DIREITO PENAL MILITAR DIREITO PENAL MILITAR Parte 7 Prof. Pablo Cruz Estado de Necessidade Estado de Necessidade Justificante Diz o CPM: Estado de necessidade, como excludente do crime Estado de Necessidade Exculpante Diz o

Leia mais

Recusa em permitir transfusão de sangue - Resolução CFM 1021 de 26/9/ *****

Recusa em permitir transfusão de sangue - Resolução CFM 1021 de 26/9/ ***** Recusa em permitir transfusão de sangue - Resolução CFM 1021 de 26/9/1980 - ***** Ementa: Adota os fundamentos do parecer no processo CFM n.º 21/80, como interpretação autêntica dos dispositivos deontológicos

Leia mais

Direito Penal. Penas privativas de liberdade. Dosimetria da pena privativa de liberdade Noções gerais. Prof.ª Maria Cristina

Direito Penal. Penas privativas de liberdade. Dosimetria da pena privativa de liberdade Noções gerais. Prof.ª Maria Cristina Direito Penal Penas privativas de liberdade. Prof.ª Maria Cristina Cálculo da pena Art. 68 A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código, em seguida serão consideradas as circunstâncias

Leia mais

A assistência no processo de morrer: um imperativo ético. M. Patrão Neves. mpatraoneves.pt.

A assistência no processo de morrer: um imperativo ético. M. Patrão Neves. mpatraoneves.pt. A assistência no processo de morrer: um imperativo ético M. Patrão Neves mpatraoneves.pt A assistência no processo de morrer: I. Acerca da morte: a concepção da morte e o processo através do qual ela se

Leia mais

Princípios Éticos para Pesquisa Clínica Envolvendo Seres Humanos

Princípios Éticos para Pesquisa Clínica Envolvendo Seres Humanos Princípios Éticos para Pesquisa Clínica Envolvendo Seres Humanos Adotado da 18ª Assembléia Médica Mundial Helsinki, Finlândia, Junho 1964 e emendas da 29ª Assembléia Médica Mundial, Tókio, Japão, Outubro

Leia mais

DIREITO CIVIL 12/08/2015 DIREITO CIVIL TEORIA GERAL DA RELAÇÃO PRIVADA. Prof. Nelson Rosenvald

DIREITO CIVIL 12/08/2015 DIREITO CIVIL TEORIA GERAL DA RELAÇÃO PRIVADA. Prof. Nelson Rosenvald ESTÁCIO-CERS DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL Prof. Nelson Rosenvald TEORIA GERAL DA RELAÇÃO PRIVADA Compreensão histórica e política do direito privado. As novas formas de exteorização do Direito Civil. 1)

Leia mais

Nota Pastoral do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa sobre a eutanásia

Nota Pastoral do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa sobre a eutanásia Nota Pastoral do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa sobre a eutanásia 1. As questões ligadas à legalização da eutanásia e do suicídio assistido estão em discussão na Assembleia da

Leia mais

ÉTICA MÉDICA. Código de Ética Médica - Resolução do Conselho Federal de Medicina n , de 17 de setembro de 2009

ÉTICA MÉDICA. Código de Ética Médica - Resolução do Conselho Federal de Medicina n , de 17 de setembro de 2009 AULA 29 ÉTICA MÉDICA Código de Ética Médica - Resolução do Conselho Federal de Medicina n. 1.931, de 17 de setembro de 2009 COLTRI, Marcos; DANTAS, Eduardo. Comentários ao código de ética médica. 2. ed.

Leia mais

EXERCÍCIOS. I - anistia, graça e indulto; II - fiança.

EXERCÍCIOS. I - anistia, graça e indulto; II - fiança. Legislação Especial Wallace França EXERCÍCIOS Lei dos Crimes hediondos Art. 1 o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei n o 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código

Leia mais

A OBRIGAÇÃO DO MÉDICO E SUA RESPONSABILIDADE CIVIL DIANTE DA TRANSFUSÃO DE SANGUE

A OBRIGAÇÃO DO MÉDICO E SUA RESPONSABILIDADE CIVIL DIANTE DA TRANSFUSÃO DE SANGUE A OBRIGAÇÃO DO MÉDICO E SUA RESPONSABILIDADE CIVIL DIANTE DA TRANSFUSÃO DE SANGUE Giovana JERÔNIMO RESUMO: O presente trabalho abordará os direitos e deveres do médico dentro de sua obrigação média, analisada

Leia mais

Cuarta Conferencia Regional Intergubernamental sobre Envejecimiento y Derechos de las Personas Mayores en América Latina y el Caribe Asunción, junio

Cuarta Conferencia Regional Intergubernamental sobre Envejecimiento y Derechos de las Personas Mayores en América Latina y el Caribe Asunción, junio Cuarta Conferencia Regional Intergubernamental sobre Envejecimiento y Derechos de las Personas Mayores en América Latina y el Caribe Asunción, junio de 2017 Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa

Leia mais

DIREITOS FUNDAMENTAIS DO NASCITURO

DIREITOS FUNDAMENTAIS DO NASCITURO DIREITOS FUNDAMENTAIS DO NASCITURO Mariana VOLPI Sergio Tibiriçá AMARAL Resumo: Objetiva-se com o presente artigo propor reflexões acerca do aborto eugênico, aborto de fetos anencefalos no que diz respeito

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Aplicação das medidas de segurança ao doente mental como forma de ressocialização no sistema penal brasileiro Lílian Pereira Miranda O presente estudo tem como objeto o modelo de

Leia mais

(continuação) crimes contra a pessoa Vida

(continuação) crimes contra a pessoa Vida LEGALE (continuação) crimes contra a pessoa Vida Participação em suicídio Participação em suicídio - o suicídio em si não é crime. Porém, por se tratar de direito humano, é indisponível (não há o direito

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos Individuais Direito à vida Profª. Liz Rodrigues - O Título II da CF/88 é dedicado à proteção dos Direitos e Garantias Fundamentais e seu Capítulo I é dedicado aos Direitos

Leia mais

AULA 2 16/02/11 DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

AULA 2 16/02/11 DOS CRIMES CONTRA A PESSOA AULA 2 16/02/11 DOS CRIMES CONTRA A PESSOA 1 O TÍTULO I DOS CRIMES CONTRA À PESSOA Causa espécies estranheza o fato de o legislador haver nominado o Título I de Dos crimes contra a pessoa. Ora, senão,

Leia mais

07/09/2012 DIREITO PENAL III. Direito penal III

07/09/2012 DIREITO PENAL III. Direito penal III DIREITO PENAL III LEGISLAÇÃO ESPECIAL 11ª - Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 Direito penal III 2 1 Art 129 Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a

Leia mais

As Diretivas Antecipadas de Vontade

As Diretivas Antecipadas de Vontade As Diretivas Antecipadas de Vontade Encontro Regional Abelardo Luz Apoio: SOBRE A TABELIÃ Anna Christina Ribeiro Neto Menegatti Foi aprovada por concurso público para tabeliã do Terceiro Tabelionato de

Leia mais

TRATAMENTO MÉDICO E REMÉDIOS (SUS) COMO OBTER JUDICIALMENTE

TRATAMENTO MÉDICO E REMÉDIOS (SUS) COMO OBTER JUDICIALMENTE MÓDULO II - SAÚDE PÚBLICA AULA 21 TRATAMENTO MÉDICO E REMÉDIOS (SUS) COMO OBTER JUDICIALMENTE A judicialização da saúde refere-se à busca do Judiciário como a última alternativa para obtenção do medicamento

Leia mais

Professor Carlos Eduardo Foganholo

Professor Carlos Eduardo Foganholo Professor Carlos Eduardo Foganholo A bioética é a ética aplicada a vida e, abrange temas que vão desde uma simples relação interpessoal até fatores que interferem na sobrevivência do próprio planeta. O

Leia mais

REFLEXÕES SOBRE A DIGNIDADE HUMANA. Um resumo do texto: Considerações sobre Dignidade Humana, de Lincoln Frias e Nairo Lopez

REFLEXÕES SOBRE A DIGNIDADE HUMANA. Um resumo do texto: Considerações sobre Dignidade Humana, de Lincoln Frias e Nairo Lopez 27 REFLEXÕES SOBRE A DIGNIDADE HUMANA Por Maria Vitória Leal e Andrya Santos graduandas Relações Internacionais Um resumo do texto: Considerações sobre Dignidade Humana, de Lincoln Frias e Nairo Lopez

Leia mais

Direito Penal. Dos Crimes Militares. Professor Fidel Ribeiro.

Direito Penal. Dos Crimes Militares. Professor Fidel Ribeiro. Direito Penal Dos Crimes Militares Professor Fidel Ribeiro www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Penal DOS CRIMES MILITARES CONCEITOS DE CRIME www.acasadoconcurseiro.com.br 3 CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME

Leia mais

PARÂMETROS DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DECORRENTES DO ABANDONO AFETIVO

PARÂMETROS DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DECORRENTES DO ABANDONO AFETIVO PARÂMETROS DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DECORRENTES DO ABANDONO AFETIVO GT III Efetividade do Sistema de Proteção às Crianças e aos Adolescentes na América Latina. Tamires Cristina Feijó de Freitas

Leia mais

Terminalidade da vida & bioética. Jussara Loch - PUCRS

Terminalidade da vida & bioética. Jussara Loch - PUCRS Terminalidade da vida & bioética Jussara Loch - PUCRS Paciente terminal paciente cujas condições clínicas são irreversíveis, independentemente de serem tratadas ou não, e que apresenta alta probabilidade

Leia mais

Sobre a morte e o morrer. Profa. Dra. Marina Salvetti

Sobre a morte e o morrer. Profa. Dra. Marina Salvetti Sobre a morte e o morrer Profa. Dra. Marina Salvetti A morte e o morrer Evolução histórica Idade média Protagonistas do ritual Idade moderna Morte impessoal Atualmente Negação Má elaboração do luto A morte

Leia mais

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Profª Marianne Rios Martins

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Profª Marianne Rios Martins APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Profª Marianne Rios Martins NOÇÕES GERAIS O que é o direito? Qual a importância do direito? Direito é justiça?

Leia mais

PARTE ESPECIAL crimes contra a pessoa integridade corporal

PARTE ESPECIAL crimes contra a pessoa integridade corporal LEGALE Lesões corporais as lesões corporais não atacam a vida da pessoa e sim a sua integridade corporal. É por isso que as lesões corporais seguidas de morte não são julgadas pelo Júri. As lesões podem

Leia mais

1. O doente tem direito a ser tratado no respeito pela dignidade humana

1. O doente tem direito a ser tratado no respeito pela dignidade humana DIREITOS DOS DOENTES 1. O doente tem direito a ser tratado no respeito pela dignidade humana É um direito humano fundamental, que adquire particular importância em situação de doença. Deve ser respeitado

Leia mais

EUTANÁSIA: TIPOS DE EUTANÁSIA E SUICÍDIO ASSISTIDO Carolina Bezerra 1

EUTANÁSIA: TIPOS DE EUTANÁSIA E SUICÍDIO ASSISTIDO Carolina Bezerra 1 EUTANÁSIA: TIPOS DE EUTANÁSIA E SUICÍDIO ASSISTIDO Carolina Bezerra 1 RESUMO: Eutanásia significa uma tranqüila morte, sem dores físicas e torturas morais que possam sobrevir nas pessoas naturais com idades

Leia mais

Direito Penal. Lesão Corporal

Direito Penal. Lesão Corporal Direito Penal Lesão Corporal Lesão Corporal Art. 129 do CP Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. Lesão Corporal Noção Geral: todo e qualquer dano

Leia mais

ABRIGAMENTO DE PESSOAS NÃO IDOSAS EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS

ABRIGAMENTO DE PESSOAS NÃO IDOSAS EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS ABRIGAMENTO DE PESSOAS NÃO IDOSAS EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS Cláudia Maria Beré 1 O abrigamento de pessoas com menos de 60 anos em instituições de longa permanência para idosos tem

Leia mais

Simulado Aula 01 INSS DIREITO CONSTITUCIONAL. Prof. Cristiano Lopes

Simulado Aula 01 INSS DIREITO CONSTITUCIONAL. Prof. Cristiano Lopes Simulado Aula 01 INSS DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Cristiano Lopes Direito Constitucional 1. A dignidade da pessoa humana é um objetivo fundamental da República Federativa do Brasil. Já a garantia do

Leia mais

Direito Penal. Ação Penal Pública no crime de lesão corporal. Prof.ª Maria Cristina

Direito Penal. Ação Penal Pública no crime de lesão corporal. Prof.ª Maria Cristina Direito Penal Ação Penal Pública no crime de lesão corporal. Prof.ª Maria Cristina Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. de natureza grave

Leia mais

MANUAL DO PARTICIPANTE DE PESQUISA CLÍNICA

MANUAL DO PARTICIPANTE DE PESQUISA CLÍNICA Educação ao Paciente e Família MANUAL DO PARTICIPANTE DE PESQUISA CLÍNICA OBJETIVO Este manual tem como objetivo oferecer ao participante de pesquisas clínicas informações sobre os estudos desenvolvidos,

Leia mais

CURSO DIREITO E MEDICINA Ano 2 São Paulo

CURSO DIREITO E MEDICINA Ano 2 São Paulo CURSO DIREITO E MEDICINA Ano 2 São Paulo 05/07 Módulo 1 - Julho 9:00-9:30 Conferência Inaugural: DIREITO e MEDICINA 9:00-10:50 Alguns conceitos fundamentais nessa discussão Conceitos de Medicina, Saúde,

Leia mais

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 41, DE 2013

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 41, DE 2013 SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 41, DE 2013 O CONGRESSO NACIONAL decreta: Altera o art. 121 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e o art. 1º da Lei nº 8.072, de

Leia mais