46 TRIBUTA«O EM REVISTA Janeiro/MarÁo n 43

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Zaira da Conceição Soares
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1 B- A ExecuÁ o OrÁament ria O Dirio Oficial da Uni o de 30 de janeiro de 2004 divulgou a execuá o oráamentria e financeira - OrÁamentos Fiscal e da Seguridade Social - da AdministraÁ o P blica federal (incluìdas empresas p blicas dependentes e sociedades de economia mista dependentes) relativa ao exercìcio financeiro de Em notas explicativas, a STN esclarece que: ï considera-se como execuá o oráamentria da despesa a ocorríncia do estgio da liquidaá o, efetivado ou n o o seu respectivo pagamento; ï o resultado primrio da Uni o È apurado com observ ncia ao regime de caixa para as receitas e despesas, inclusive as extra-oráamentrias; ï a divergíncia na inscriá o de Restos a Pagar processados e n o-processados, entre o relatûrio de gest o fiscal consolidado do terceiro quadrimestre de 2002 e o relatûrio resumido da execuá o oráamentria de dezembro de 2003 È oriunda de variaáıes cambiais e critèrio de apuraá o. Os n meros do relatûrio de gest o fiscal foram identificados em contas que compıem o BalanÁo Patrimonial ao final do exercìcio; j os divulgados neste relatûrio, foram apurados por meio de contas de controle oráamentrio, inviabilizando a identificaá o da totalidade dos valores anteriormente divulgados, uma vez que n o h, ainda, correlaá o direta entre as informaáıes registradas; ï o valor da coluna da previs o atualizada da receita apresenta-se menor do que o da dotaá o atualizada da despesa em decorríncia de abertura de crèditos adicionais com a utilizaá o de supervit financeiro, apurado em BalanÁo Patrimonial de 2002, proveniente de receitas oráamentrias previstas e efetivamente arrecadadas em exercìcios anteriores a 2003; ï no mís de dezembro de 2003, n o houve integraá o do balancete do BNDES. O BalanÁo OrÁamentrio (ver Quadro I, A e B) acusa supervit corrente, de R$ 527,8 milhıes e supervit de capital de R$ 41,5 bilhıes, assim desdobrados: O supervit total foi, assim, de R$ 42,1 bilhıes. Quando excetuados os valores referentes rolagem (refinanciamento) da dìvida p blica (ver Quadro II) ñ na receita, operaáıes de crèdito, na despesa, amortizaá o da dìvida -, tem-se a situaá o sintetizada a seguir. (1) Deduzidos R$ mil de operaáıes de crèdito (rolagem). (2) Deduzidos R$ mil de amortizaá o da dìvida (rolagem). Obs.: os valores constantes das Tabelas I e II correspondem s receitas realizadas (arrecadadas) e s despesas liquidadas (e n o s apenas empenhadas ou necessariamente pagas). 46 TRIBUTA«O EM REVISTA Janeiro/MarÁo n 43

2 O supervit total foi de R$ 34,9 bilhıes. Os valores relativos rolagem, discriminados no demonstrativo das receitas e despesas de refinanciamento da dìvida p blica (ver Quadro III), apresentam uma diferenáa de R$ mil, o que equivaleria a dizer ìque se rolou mais na receita que na despesaî (?), fato j apontado em anlises anteriores, aparentemente sem explicaá o. No tocante aos Restos a Pagar (ver Quadro IV), releva notar que os N o-processados englobam valores de exercìcios anteriores ñ segundo nota de rodapè -, o que contraria a legislaá o, pois os anteriores a 2002 deveriam ter sido cancelados. Ainda a destacar a proporá o entre Restos a Pagar N o-processados e Processados ñ quatro vezes, no inìcio do exercìcio -, e o considervel valor dos cancelamentos das inscriáıes de Restos a Pagar N o-processados: quase a metade. O impacto financeiro do pagamento dos Restos a Pagar em 2003 foi de R$ mil, concentrando-se em Outras Despesas Correntes e Investimentos. Boa parte das dificuldades na gest o dessa rubrica decorre da prûpria programaá o financeira do Tesouro, represando os recursos durante o ano (em parte pelo prûprio contingenciamento das dotaáıes) e concentrando as liberaáıes ao final do exercìcio. O demonstrativo das despesas da Uni o por Poder e rg o (ver Quadro V) confirma as proporáıes que vím sendo observadas: 96,0% para o Executivo, 2,9% para o Judicirio, 0,9% para o Legislativo (C mara dos Deputados, Senado Federal e Tribunal de Contas da Uni o) e 0,3% para o MinistÈrio P blico. Note-se, por oportuno, que o MinistÈrio da Defesa, com 5,2%, supera amplamente o da EducaÁ o ñ 4,3%. O MinistÈrio da Cultura responde por 0,1%, o do Meio Ambiente e o da AssistÍncia e PromoÁ o Social, o do Esporte, em funá o do arredondamento estatìstico, 0,0%. As despesas de pessoal e encargos sociais (ver Quadro VI) continuam reduzindo-se em relaá o receita corrente lìquida: 31,2%. O pessoal militar, que permaneceu praticamente imune Reforma da PrevidÍncia, representa quase 35% das despesas com o pessoal civil. Note-se que as despesas sû com reformas do pessoal militar ultrapassam o montante dos vencimentos e vantagens fixas. Destaque-se, tambèm, que, a tìtulo de ìoutras AplicaÁıesî, est o computados quase R$ 7,5 bilhıes em pessoal civil; È importante assinalar que, sob essa rubrica, incluem-se as despesas com terceirizaá o, contratos por tempo determinado e outras. O resultado primrio da Uni o (ver Quadro VII) atingiu, no exercìcio, mais de R$ 39,6 bilhıes, com um aumento, em relaá o ao ano de 2002, de mais de 25% (em termos nominais). Esse resultado engloba Tesouro Nacional (onde j est embutida a previdíncia dos servidores p blicos), previdíncia do setor privado e Banco Central (n o computados, ainda, portanto, estados, Distrito Federal e municìpios, e estatais). E o BalanÁo Financeiro (ver Quadro VIII) pode ser sintetizado como a seguir. Houve, assim, um supervit financeiro, na execuá o oráamentria propriamente dita, de R$ 42,073 bilhıes, conforme j demonstrado anteriormente. Na execuá o extra-oráamentria, tambèm houve supervit, de R$ 12,737 bilhıes. Desse modo, o supervit financeiro total foi de R$ 54,810 bilhıes, caracterizado pelo aumento do mesmo valor nas disponibilidades, que atingem um nìvel prûximo dos R$ 154 bilhıes, volume considervel de ìmargem de seguranáaî tida como necessria para ìtranq ilizar os credoresî do PaÌs. O aumento, em um ano, foi de mais de 55%, demonstrando o pesado arrocho a que a economia foi submetida. Janeiro/MarÁo n 43 TRIBUTA«O EM REVISTA 47

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