Relatório Final do Projecto de Monitorização e Minimização dos Impactes Resultantes da Interacção entre as Linhas Eléctricas Aéreas de Média Tensão e

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1 Relatório Final do Projecto de Monitorização e Minimização dos Impactes Resultantes da Interacção entre as Linhas Eléctricas Aéreas de Média Tensão e a Avifauna da ilha da Madeira, Abril, 2009

2 Relatório Final do Projecto de Monitorização e Minimização dos Impactes Resultantes da Interacção entre as Linhas Eléctricas Aéreas de Média Tensão e a Avifauna da ilha da Madeira, Abril, 2009 O projecto Aves e Linhas eléctricas, promovido pela EEM - Empresa de Electricidade da Madeira, é coordenado pela SPEA em parceria com o PNM Parque Natural da Madeira e PECOF Parque Ecológico do Funchal, foi realizado no âmbito do Plano de Promoção Ambiental da ERSE. 2_ Monitorização e Minimização dos Impactes Resultantes da Interacção entre as Linhas Eléctricas Aéreas de Média Tensão e a Avifauna da ilha da Madeira,

3 Trabalhar para o estudo e conservação das aves e seus habitats, promovendo um desenvolvimento que garanta a viabilidade do património natural para usufruto das gerações futuras. A SPEA Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves é uma organização não governamental de ambiente que trabalha para a conservação das aves e dos seus habitats em Portugal. Como associação sem fins lucrativos, depende do apoio dos sócios e de diversas entidades para concretizar as suas acções. Faz parte de uma rede mundial de organizações de ambiente, a BirdLife International, que actua em mais de 100 países e tem como objectivo a preservação da diversidade biológica através da conservação das aves, dos seus habitats e da promoção do uso sustentável dos recursos naturais. Relatório Final do Projecto de Monitorização e Minimização dos Impactes Resultantes da Interacção entre as Linhas Eléctricas Aéreas de Média Tensão e a Avifauna da ilha da Madeira, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, 2009 Direcção Nacional: Ricardo Azul Tomé, Maria Ana Peixe, Pedro Guerreiro, Ana Leal Martins, João Jara, Paulo Travassos, Pedro Coelho, Miguel Capelo, Paulo Simões Coelho, Teresa Catry Direcção Executiva: Luís Costa Coordenação do projecto: Ana Isabel Fagundes Agradecimentos: Equipas do SPNM, equipa do PECOF e a todos os voluntários que colaboraram com a SPEA Carmen Gutierrez, Claudio Rodrigues, Gonçalo Silva, Juan Freitas, Mafalda Silva, Marsrida Suárez, Marta Nunes, Nádia Coelho, Renato Nunes, Vânia Dias. Citação: Fagundes, A. I Relatório Final do Projecto de Monitorização e Minimização dos Impactes Resultantes da Interacção entre as Linhas Eléctricas Aéreas de Média Tensão e a Avifauna da ilha da Madeira. Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Funchal (relatório não publicado). _3

4 ÍNDICE RESUMO/ SUMMARY NOTA INTRODUTÓRIA ÁREA DE ESTUDO Definição e Caracterização dos Habitats METODOLOGIA Prospecção dos troços Percentagem não removida por necrófagos e outros predadores Frequência de passagem de aves Determinação da taxa de mortalidade RESULTADOS Estatuto de conservação das espécies afectadas Estudo de colisão Estudo de electrocussão Frequência de passagem de aves e Frequência de colisão CONSIDERAÇÕES FINAIS 27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29 4_ Monitorização e Minimização dos Impactes Resultantes da Interacção entre as Linhas Eléctricas Aéreas de Média Tensão e a Avifauna da ilha da Madeira,

5 RESUMO No sentido de completar importantes lacunas de conhecimento sobre a mortalidade de aves selvagens devido às linhas eléctricas, no âmbito do protocolo estabelecido com a EEM, a SPEA, em parceria com o PNM e o PECOF, desenvolveu um estudo base de caracterização da situação actual na ilha da Madeira. A prioridade do presente estudo estabeleceu-se em torno da descrição das variáveis que determinam a mortalidade por colisão e na identificação de troços de linhas onde os efeitos das linhas sejam mais significativos. Este estudo decorreu durante dois anos, entre Janeiro de 2007 e Dezembro de 2008 e incluiu a prospecção de 10 linhas aéreas de média tensão em 7 áreas distintas, que incidiram sobretudo em Áreas Protegidas e Áreas Classificadas como importantes para a conservação das aves (ZPEs e IBAs). Foram percorridos 17 troços de um quilómetro de comprimento e 128 apoios foram prospectados de forma sistemática em cada uma das 4 épocas de campo, tendo sido encontradas 17 aves mortas por colisão e 2 aves electrocutadas. Os 19 km de linhas estudadas representam apenas 1,3% do total de linhas eléctricas da ilha da Madeira. Através da realização de estudos complementares e por intermédio de consulta bibliográfica foi possível calcular os factores de correcção que após aplicação resultam na estimativa de que na ilha da Madeira morrem 14 aves/km/ano por colisão. A frequência de colisão média estimada é de 5x10-5. As aves mais susceptíveis a colisão com as linhas são espécies vulneráveis e com estatuto de conservação desfavorável, nomeadamente as aves marinhas (Alma-negra Bulweria bulwerii e Roquede-castro Oceanodroma castro) e a Galinhola Scolopax rusticola. Os habitats onde a Taxa de Mortalidade Estimada é superior são o habitat pastagem árida costeira e o mosaico agro-florestal no entanto a Frequência de Colisão é superior para os habitats pastagem árida costeira e pastagem árida de altitude. A mortalidade de aves por colisão em Canadiana foi significativamente superior às restantes tipologias para a classe das aves pequenas, não se tendo verificado uma correlação perfeita entre o número de planos de colisão e a mortalidade de aves. A amostragem realizada pretendeu fazer um ponto da situação da interacção das linhas aéreas com as aves. Por este motivo a recolha de dados não foi exaustiva, nem houve particular atenção no balanceamento da amostra. Por esse motivo há limites consideráveis na generalização dos resultados e na extrapolação da mortalidade para a restante rede de distribuição de energia eléctrica. SUMMARY To complete the little information we have about the mortality on the power lines, SPEA and EEM in partnership with PNM and PECOF, developed a characterization study about this problematic in Madeira Island. This study aims to describe the variables that cause collision and identification of lines where the effects are more significant. This study was developed between January 2007 and December 2008 and included the prospection of 10 power lines in 7 different areas, namely in Protected Areas, SPA and IBA. In these two years it was found 17 birds victims of collision and 2 birds from electrocution. In total 19 km were prospected in 4 different seasons which only represents 1,3% of the total power lines in Madeira Island. After the application of all correction factors we estimated that 14 birds/km/year dies from collision and 0,08 birds/pole/year dies from electrocution. The medium collision frequency was estimated in 5x10-5. The birds more susceptible to die from collision are Bulwer s petrel Bulweria bulwerii, Madeira Storm petrel Oceanodroma castro and Woodcock Scolopax rusticola. The habitats with the highest Estimated Mortality are Coastal open areas and Agro-forestry mosaic although the collision frequency was higher in Coastal open areas and High altitude open areas. With this study with intend to know what happens in Madeira Island regarding the interaction between birds and power lines. Because the prospected area was very small we can t consider these results for the all Island and extrapolate this data for all transmission lines. _5

6 1. NOTA INTRODUTÓRIA A relação entre aves e linhas eléctricas aéreas tem sido alvo de grande preocupação um pouco por todo o mundo, motivando diversos estudos no decorrer dos últimos 25 anos. O actual estado de conhecimento aponta para a possibilidade de ocorrerem mortalidades significativas localizadas no tempo e no espaço (Bevanger 1998, Janss & Ferrer 1998, Bagyura et al. 2004, Neves et al. 2005). Sempre que se conjugam determinadas condições de habitat, presença de espécies sensíveis à colisão, condições meteorológicas desfavoráveis e linhas eléctricas, é de esperar taxas de mortalidade com significado biológico. Não obstante haver muita informação sobre os principais problemas resultantes desta interacção, quais os grupos de aves mais frequentemente envolvidas e quais as espécies mais afectadas, muito se desconhece sobre as particularidades locais desta problemática, nomeadamente em ecossistemas insulares. As linhas eléctricas podem provocar mortalidade de aves de duas formas, por colisão com os fios condutores ou por electrocussão quando tentam pousar num apoio. Embora todas as espécies possam colidir com os elementos das linhas eléctricas, características particulares como por exemplo a fraca agilidade de voo (aves juvenis ou mais adaptadas ao meio terrestre), o comportamento gregário junto a locais com alimento em abundância, deslocações em bando ou durante a noite, tornam alguns grupos de aves mais sensíveis (Ferrer et al. 1995, Janss 2000). As condições climatéricas adversas como chuva, vento ou nevoeiro também aumentam o risco de colisão (APLIC & USFWS 2005). A electrocussão de aves ocorre devido ao fecho de um circuito eléctrico quando estas tocam simultaneamente duas fases condutoras de electricidade ou uma fase e uma estrutura não condutora do equipamento eléctrico com ligação ao solo (cabo guarda ou apoio), resultando geralmente em morte ou ferimentos graves no indivíduo que sofre electrocussão (APLIC & USFWS 2005, Dwyer 2004, Rooyen 2003). Por regra, quanto menor a tensão da linha eléctrica, menor é a distância entre as partes isoladas do apoio e os cabos electrificados, razão esta pela qual há maior risco de electrocussão em linhas de distribuição do que em linhas de transporte (Hunting 2002b). A tipologia do apoio também influencia a taxa de mortalidade por electrocussão, sendo que certas configurações são mesmo apontadas como letais, como no caso dos seccionadores e postos de transformação (Manville 2005) ou apoios com isoladores rígidos (Ferrer et al. 1991). A morte de aves por colisão e electrocussão representa um sério problema para as populações de aves de todo o mundo.estima-se que este seja um problema crescente atendendo ao rápido crescimento da rede de electricidade nos países sub-desenvolvidos (Demeter 2004). A morte de aves por colisão está documentada como uma importante causa de morte não natural, apesar de, para a maior parte das espécies envolvidas, o número de mortes a nível da população ser considerado baixo (Beaulaurier 1981, Faanes 1987). Contudo, no caso de espécies raras ou em declínio a situação é mais preocupante, podendo a população ser directamente afectada pela perda de indivíduos (Hunting 2002a, Janss & Ferrer 1998). Para além da sua morte, que pode afectar a viabilidade das populações de algumas espécies, a electrocussão de aves causa geralmente outros problemas como cortes na distribuição de energia ou danificação do equipamento eléctrico, o que resulta em avultadas perdas para as companhias eléctricas. As aves são mesmo referidas como o maior causador de cortes de electricidade entre os animais selvagens (Manville 2005). Em Portugal esta problemática começou a ser alvo de uma avaliação obrigatória desde 2000, na sequência do processo de aplicação da legislação sobre Avaliação de Impactes Ambientais (AIA). De 2003 a 2005 foi realizado o Estudo sobre o Impacto das Linhas Eléctricas de Muito Alta Tensão na Avifauna em Portugal (Neves et al. 2005) que pretendia contribuir para o conhecimento dos impactes das Linhas Eléctricas de Muito Alta Tensão (LMAT) e que não podia ser conseguido apenas com os processos de monitorização associados a AIA s. Este estudo foi o primeiro passo em Portugal na determinação de factores relevantes para explicar os índices de mortalidade verificados. Na sequência dos estudos realizados em Portugal Continental e face ao desconhecimento da problemática da interacção entre as aves e as linhas eléctricas na ilha da Madeira, foi implementado o Projecto de Monitorização e Minimização dos Impactes Resultantes da Interacção entre as Linhas Eléctricas Aéreas de Média Tensão e a Avifauna, realizado no âmbito do Plano de Promoção Ambiental da ERSE. Este projecto foi promovido pela EEM - Empresa de Electricidade da Madeira e 6_ Monitorização e Minimização dos Impactes Resultantes da Interacção entre as Linhas Eléctricas Aéreas de Média Tensão e a Avifauna da ilha da Madeira,

7 realizado pela SPEA Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, em parceria com o PNM Parque Natural da Madeira e PECOF Parque Ecológico do Funchal. Embora a maior parte das linhas eléctricas esteja concentrada junto dos aglomerados populacionais, muitas destas atravessam Áreas Protegidas e locais de importância ornitológica (ZPE Zona Protecção Especial e IBA Áreas Importantes para as Aves) pelo que durante o presente estudo procurou-se realizar uma recolha da ocorrência de mortalidade nestas áreas com o objectivo de fazer uma caracterização global dos impactes, nomeadamente que espécies e áreas são mais afectadas e quais as respectivas tipologias e habitats. _7

8 2. ÁREA DE ESTUDO O arquipélago da Madeira, constituído pela ilha da Madeira, ilha do Porto Santo, ilhas Desertas e ilhas Selvagens, está situado no Oceânico Atlântico. A ilha da Madeira apresenta uma superfície de 736,75 km 2 e uma população aproximada de 260 mil habitantes. Esta encontra-se localizada a cerca de 900 km de Portugal Continental e a 600 km da costa de África. Devido ao seu isolamento geográfico, o número de espécies de aves presentes no arquipélago da Madeira é reduzido. Actualmente nidificam apenas 42 espécies de aves, das quais 4 são endémicas: a Freira da Madeira Pterodroma madeira, o Pombo trocaz Columba trocaz, o Bisbis Regulus madeirensis e a Freira do Bugio Pterodroma deserta. No entanto, este número não reflecte a diversidade de aves que se pode encontrar no arquipélago ao longo do ano pois, embora o arquipélago não esteja situado nas principais rotas migratórias, está sujeito à chegada de aves provenientes quer do continente africano quer do europeu. Desta forma, entre espécies com ocorrências mais ou menos regulares, a diversidade de aves na Madeira conta com o registo de 240 espécies (Biscoito & Zino, 2002). Grande parte da ilha da Madeira está sob jurisdição do Serviço do Parque Natural da Madeira. Esta área protegida engloba cerca de 2/3 da área total da ilha e inclui áreas de Reserva Integral e outras de Reserva Parcial. Na ilha existe ainda o Parque Ecológico do Funchal que é uma área de gestão municipal e engloba parte do concelho do Funchal. A avaliação da mortalidade de aves na Rede Eléctrica do Arquipélago da Madeira é realizada através do registo da ocorrência de mortalidade numa porção representativa da ilha da Madeira. Devido ao relevo acentuado desta ilha e considerando que muitas das linhas eléctricas atravessam vales profundos e outros locais com pouca acessibilidade, o estudo de monitorização das linhas eléctricas foi restrito a apenas 7 áreas distintas, considerando a sua importância ao nível da avifauna Áreas Protegidas e IBAs. Os trabalhos de prospecção das linhas eléctricas foram realizados em áreas sob jurisdição do Parque Natural da Madeira (3), área do Parque Ecológico do Funchal (1), Áreas Importantes para as Aves (2) e numa zona que não tem qualquer estatuto de protecção. Ponta do Pargo Fonte do Bispo Laurissilva Paul da Serra Caniçal Areeiro Meia Serra Figura 1_ Localização das áreas de estudo De seguida apresenta-se uma descrição das áreas de estudo, relativamente à sua localização, seu estatuto de protecção, características da linha e riqueza ornitológica. 8_ Monitorização e Minimização dos Impactes Resultantes da Interacção entre as Linhas Eléctricas Aéreas de Média Tensão e a Avifauna da ilha da Madeira,

9 Paul da Serra Toda a zona do Paul da Serra está inserida no Parque Natural da Madeira, com a classificação de Reserva Geológica e de Vegetação de Altitude. Esta figura de protecção consiste num tipo particular de Reserva Parcial que cobre as áreas de cotas superiores da ilha (a partir dos 1400m), a qual possui uma flora particularmente rica em endemismos, e que visa, igualmente, proteger o solo e evitar a erosão (Costa Neves & Valente 1992). Área importante para a conservação de algumas espécies endémicas da Macaronésia como o Andorinhão-da-serra Apus unicolor e o Corre-caminhos Anthus berthelotii, e das aves cinegéticas Perdiz Alectoris rufa, Codorniz Coturnix coturnix e em especial da Galinhola Scolopax rusticola. Local de alimentação e repouso da Gaivota Larus michahellis, assim como das aves de rapina, Manta Buteo buteo e Francelho Falco tinnunculus. Laurissilva Vasta área florestal onde predominam as árvores pertencentes à família das Lauráceas e que ocupa aproximadamente 1500 hectares. Actualmente está essencialmente restrita à vertente Norte da ilha, onde predominam as ribeiras íngremes, vales profundos e encostas abruptas, embora na vertente Sul ainda persista em alguns locais de difícil acesso (Costa et al. 2003). Toda esta área está englobada no Parque Natural da Madeira e está classificada como SIC (Sítio de Interesse Comunitário), ZPE, IBA e em 1999 foi classificada pela UNESCO como Património Natural. Área importante para a conservação dos endemismos Pombo-trocaz Columba trocaz e Bisbis Regulus madeirensis, assim como do Tentilhão Fringilla coelebs e do Fura-bardos Accipiter nisus granti. Fonte do Bispo Área localizada próximo ao planalto do Paul da Serra, também inserida no Parque Natural da Madeira. Distingue-se por apresentar vegetação mais densa e pela presença constante de gado bovino. Área importante para a conservação do Andorinhão-da-serra, Cigarrinho Sylvia conspicillata, e Papinho Erithacus rubecula. Local de alimentação das aves de rapina, Manta e Francelho. Chão da Lagoa O Chão da Lagoa está inserido na área do Parque Ecológico do Funchal. Esta propriedade municipal estende-se desde os 520 até aos 1818 metros de altitude, nas proximidades do Pico do Areeiro. O Chão da Lagoa ou Chão dos Balcões é um pequeno planalto situado a cerca de 1400 metros de altitude e que apresenta uma grande diversidade de habitats desde áreas abertas com predominância de gramíneas, pinhal, áreas de vegetação arbustiva densa e urzal. Área importante para a conservação de Cigarrinho, de Bisbis, Lugre Carduelis spinus e Correcaminhos, como também das rapinas Manta e Francelho. Ponta do Pargo Área rural localizada no extremo Oeste da ilha da Madeira. Caracteriza-se pelas suas paisagens agrícolas e rurais, com campos de cultivo e gado no pasto. Área com baixo índice de urbanização. Por apresentar habitats naturais intercalados com paisagem agrícola tradicional é um local importante para a avifauna da Madeira, nomeadamente na conservação dos endemismos da Macaronésia Corre-caminhos, Andorinhão-da-serra e o Canário Serinus canaria, assim como das aves de rapina Manta e Francelho. _9

10 Meia Serra Área localizada na vertente Sul da ilha, entre os concelhos do Funchal e Santa Cruz. Área florestal de lazer e onde se verifica o pastoreio de gado ovino. Não tem qualquer protecção legal mas é um habitat onde se verifica alguma diversidade de aves. Devido à existência de uma Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos nas proximidades, verifica-se frequentemente a concentração de gaivotas. Nesta área existem diversas aves que são comuns, das quais se destacam o Papinho, Lugre, Lavandeira Motacilla cinerea, Tentilhão e Fura-bardos. Caniçal Área localizada no extremo Este da ilha da Madeira. Apresenta geomorfologia distinta do resto da ilha, caracterizada pelas falésias, cones vulcânicos (Cabeço da Cancela 159 metros de altitude e Nossa Senhora da Piedade 109 m.), assim como pelas dunas da Piedade e pela praia de areia cinzenta. Área sem ocupação humana, com predominância da vegetação herbácea. Área importante para a conservação do Corre-caminhos, Andorinhão-da-serra, Canário, Pintassilgo Carduelis carduelis, Pintarroxo Carduelis cannabina e Pardal-da-terra Petronia petronia. Área de nidificação do Francelho. Nestas sete áreas de estudo foram prospectadas 10 linhas, que perfazem cerca de 19 Km. A caracterização das linhas está apresentada na Tabela 1. Tabela 1_Breve caracterização das linhas prospectadas Local Estatuto de protecção Designação da linha pela EEM Voltagem Distância total Paul da Serra Parque Natural Central da Calheta Parque Eólico 30 Kv m Paul da Serra Parque Natural Pico da Urze - Ovil 6,6 Kv m Paul da Serra (Pico Ruivo Paul) Parque Natural Seixal São Vicente 30 Kv m Laurissilva Parque Natural Seixal São Vicente 30 Kv m Fonte do Bispo Parque Natural Central da Calheta Ribeira da Janela 30 Kv 750 m Chão da Lagoa Parque Ecológico do Funchal Areeiro Poiso 6,6 kv m Ponta do Pargo (Secção 1) Ponta do Pargo (Secção 2) IBA Ribeira Janela - Prazeres 6,6 Kv m IBA Ribeira Janela - Prazeres 6,6 Kv m Caniçal IBA Caniçal 6,6 Kv m Meia Serra - Meia Serra Fajã da Nogueira 30 Kv 992 m 10_ Monitorização e Minimização dos Impactes Resultantes da Interacção entre as Linhas Eléctricas Aéreas de Média Tensão e a Avifauna da ilha da Madeira,

11 2.1 Definição e Caracterização dos Habitats Dado que todos os locais têm particularidades quanto à paisagem, vegetação presente e tipo de solo, foram definidos cinco classes de habitat, caracterizadas por variações na estrutura da vegetação, mais do que pela composição específica e da altitude. Cada troço foi considerado representativo de uma determinada classe de ocupação de solo, quando esta ocupava pelo menos 75% do total do percurso. Pastagem árida de altitude: habitat situado no planalto do Paul da Serra, na parte Oeste da ilha da Madeira, a uma altitude média de 1450 metros. Constituído por vegetação predominantemente herbácea (Feiteira Pteridium aquilinium) e por alguns núcleos dispersos de Carqueja Ulex europaeus. Após chuvas intensas durante o Inverno e Primavera, podem formar-se pequenas zonas alagadas ou charcos temporários. A visibilidade dos troços é de forma geral elevada, embora nos meses de Verão a Feiteira possa atingir 1m de altura e reduzir a probabilidade de detecção de cadáveres. Área com nevoeiros frequentes. Figura 2_ Foto representativa do habitat Pastagem árida de altitude Tipologias de apoio: Linha Central da Calheta Parque Eólico: Dupla esteira vertical e Galhardete Linha Pico da Urze - Ovil: Esteira horizontal e Galhardete Linha Seixal São Vicente: Galhardete _11

12 Florestal: Neste habitat estão incluídos duas áreas distintas em termos da composição vegetal. Uma das áreas compreende área de floresta nativa (Laurissilva) enquanto a outra é predominantemente composta por espécies vegetais exóticas (Castanheiro Castanea sativa, Carvalho Quercus robur, Pinheiro Pinus sp., etc). Este habitat caracteriza-se pela predominância de espécies de porte arbóreo, alguma vegetação arbustiva e pouca vegetação herbácea. A visibilidade para procura de aves mortas é intermédia, podendo alternar entre boa e baixa, consoante o estado da vegetação ou a densidade de árvores. É também um habitat com frequente ocorrência de nevoeiros. Figura 3_ Foto representativa do habitat Florestal Tipologias de apoio: Linha Seixal São Vicente: Dupla esteira vertical Linha Meia Serra Fajã da Nogueira: Dupla esteira vertical Área matos de montanha: Habitat situado acima dos 1400 metros de altitude, onde se verifica presença frequente de nevoeiros cerrados e humidade do solo elevada. Caracterizam-se pela existência de aglomerados arbustivos compostos por Urze-das-vassouras Erica platycodon ssp. maderincola, Uveira-da-serra Vaccinium padifolium e Carqueja Ulex europaeus, e alguma vegetação herbácea com predomínio da Feiteira Pteridium aquilinium. A visibilidade dos troços é de forma geral boa, excepto nas áreas em que a vegetação se torna mais densa e nos meses de Verão quando a Feiteira cresce. 12_ Monitorização e Minimização dos Impactes Resultantes da Interacção entre as Linhas Eléctricas Aéreas de Média Tensão e a Avifauna da ilha da Madeira,

13 Figura 4_ Foto representativa do habitat Área de matos montanha Tipologias de apoio: Linha Central da Calheta Ribeira da Janela: Galhardete Linha Areeiro Poiso: Esteira horizontal e Galhardete Mosaico agro-florestal: habitat heterogéneo, caracterizado pela alternância entre pequenas áreas de pinhal, campos agrícolas e pastagem. Estrato herbáceo bem desenvolvido podendo atingir os 70 cm nos campos abandonados. Aí abunda a Feiteira, gramíneas e também algumas silvas. A prática de pastoreio é frequente. A visibilidade para procura de cadáveres é intermédia, dependendo do estado da erva. _13

14 Figura 5_ Foto representativa do habitat Mosaico agro-florestal Tipologias de apoio: Linha Ribeira da Janela Prazeres (secção 1): Esteira horizontal e galhardete Linha Ribeira da Janela Prazeres (secção 2): Esteira horizontal e galhardete Pastagem árida costeira: habitat situado no Caniçal, no extremo Este da ilha da Madeira. Constituído por vegetação predominantemente herbácea (gramíneas) e por alguns núcleos dispersos de vegetação arbustiva e palmeiras. A visibilidade dos troços é de forma geral elevada, embora em alguns locais os aglomerados de pedras possam reduzir a probabilidade de detecção de cadáveres. Área com ventos fortes e frequentes. 14_ Monitorização e Minimização dos Impactes Resultantes da Interacção entre as Linhas Eléctricas Aéreas de Média Tensão e a Avifauna da ilha da Madeira,

15 Figura 6_ Foto representativa do habitat Pastagem árida costeira Tipologias de apoio: Linha Caniçal: Esteira horizontal, galhardete e canadiana _15

16 3. METODOLOGIA A avaliação do impacte entre as aves e as linhas eléctricas baseou-se num amplo levantamento de dados no terreno. Para o efeito foram efectuadas prospecções de aves mortas sob as linhas eléctricas, uma vez que a observação directa de acidentes raramente constitui uma alternativa eficiente para o estudo desta problemática (Bevanger 1999). No presente relatório faz-se uma descrição resumida dos métodos aplicados a 17 troços de aproximadamente 1km, em 7 áreas de estudo e que atravessam 5 tipos de habitat. A prospecção de aves mortas é efectuada a pé, em troços de linhas aéreas seleccionadas de acordo com a sua tensão, o desenho de armações, os habitats que atravessam e dificuldade de progressão por parte dos observadores (Neves et al. 2005). Assim será possível caracterizar os fenómenos de colisão e electrocussão, de modo a identificar troços de linhas com mortalidade acima da média e prever a magnitude dos impactes em áreas não prospectadas. Foram ainda considerados registos pontuais de mortalidade Apenas foi possível seleccionar cerca de 1,3% dos 1300 km de linhas eléctricas aéreas existentes na ilha da Madeira de acordo com o habitat disponível e possibilidade de progressão dos observadores. As secções prospectadas foram divididas em unidades de amostragem (troços) de aproximadamente 1 km de comprimento. Os resultados obtidos e as estimativas realizadas assentam no cumprimento de três pressupostos, i) as diferenças de prospecção entre observadores foram insignificantes, ii) as técnicas de prospecção aplicadas em toda a área de estudo produziram resultados equivalentes e iii) as diferenças na abundância relativa de aves foram uniformes, dentro das categorias de habitat definidas a nível regional e controladas para cada troço Prospecção dos troços Para a recolha de cadáveres, cada troço foi percorrido por dois observadores, que se deslocam, um de cada lado da linha, a uma distância de 5 a 10 metros da projecção no solo do cabo condutor exterior. Todos os apoios foram prospectados numa área com um raio de 10 metros. Todos os cadáveres ou restos de aves encontrados foram identificados, preferencialmente até à espécie, registados e recolhidos. A causa de morte (colisão, electrocussão ou outra) também foi determinada, sempre que o estado do cadáver o permitisse. Para cada cadáver encontrado tentou-se determinar a data da morte, utilizando para tal quatro categorias: 1 a 2 dias a ave não apresenta sinais de decomposição; 1 semana são visíveis larvas de insectos em desenvolvimento; 1 mês porção considerável de tecido ósseo exposto; mais de 1 mês praticamente só tecido ósseo e sem actividade de larvas de insecto. As espécies encontradas foram agrupadas em duas classes considerando a identificação expedita do seu tamanho para facilitar a avaliação de alguns resultados. As duas classes são Aves pequenas e Aves grandes. A primeira classe inclui os passeriformes e as aves marinhas de pequena dimensão. A segunda classe inclui as galinholas e as gaivotas. Para cada troço, foi estimada a percentagem de troço onde não era possível conduzir uma prospecção eficaz, devido a obstáculos naturais ou outros, como por exemplo vegetação muito densa, planos de água, cercas com animais domésticos, etc. Quando esse valor ultrapassava os 20% o troço era eliminado. Para cada troço foram descritas as características da própria linha estudada (tipologia de apoios) e do habitat atravessado (principal ocupação do solo). A presença de cadáveres foi quantificada pelas visitas a cada troço, realizadas em quatro períodos de amostragem, que correspondem às épocas do ciclo de vida das aves em que as actividades comportamentais apresentam características distintas. Reprodução (Março), Dispersão pósreprodutora (Junho), Migração (Setembro) e Invernada (Dezembro). 16_ Monitorização e Minimização dos Impactes Resultantes da Interacção entre as Linhas Eléctricas Aéreas de Média Tensão e a Avifauna da ilha da Madeira,

17 3.2. Percentagem não removida por necrófagos e outros predadores Devido ao facto dos cadáveres de aves colididas constituírem uma fonte de nutrientes disponível, apenas uma parte das aves que se encontram sob a linha não é removida por necrófagos e outros predadores (Bevanger & Broseth 2004, Demeter 2004, Ferrer et al. 1991, Garrido & Fernandez-Cruz 2003, Hunting 2002a). Na Madeira os principais responsáveis pela remoção de cadáveres de aves serão as rapinas diurnas Manta Buteo buteo, Francelho Falco tinnunculus e Fura-bardos Accipier nisus, os furões e os cães e gatos (domésticos ou assilvestrados). Para determinação deste factor foram também realizados testes com cadáveres de aves domésticas (frangos e pintos de aviário), tentando simular, respectivamente, a remoção de aves grandes e pequenas (Longridge 1986). Os cadáveres foram colocados junto de apoios ou a meio de vãos, procurando que o local de colocação dos mesmos fosse representativo do habitat predominante no troço. A evolução da remoção dos cadáveres foi acompanhada em duas visitas aos locais de teste, uma 24 horas após a colocação dos cadáveres e outra uma semana depois. Este teste foi realizado nas quatro épocas de estudo Frequência de passagem de aves As diferenças estruturais entre habitats condicionam a diversidade e abundância relativa das aves que aí ocorrem providenciando, por exemplo, melhores ou piores locais para procura de alimento ou para a reprodução. O factor habitat está por isso relacionado com mortalidade de aves diferencial em linhas eléctricas (APLIC & USFWS 2005, Rooyen 2003). A quantificação da frequência de passagem de aves foi feita com base na contagem de indivíduos que atravessam uma extensão pré-determinada de linha (1 vão). Para calcular o número médio de passagens diárias por época, as contagens foram realizadas durante um dia, desde o amanhecer até ao pôr-do-sol, a partir de um ponto fixo. A estimativa de frequências de passagem de aves foi repetida nos mesmos quatro períodos de amostragem e nos troços usados na prospecção de cadáveres. Durante estas contagens foi registado, sistematicamente, o número de aves grandes e aves pequenas, assim como as que passaram por cima, baixo ou entre as linhas, pousaram nos postes e as que pousaram nas linhas. A determinação do número de aves que cruzam as linhas num determinado vão permite calcular a frequência de colisão. Esta é indicada pela percentagem de aves que colide com as linhas a partir do total que as cruza Determinação da taxa de mortalidade A Taxa de Mortalidade Observada (TMO) foi expressa em número de aves mortas por unidade de distância e por unidade de tempo. Esta taxa de mortalidade foi posteriormente corrigida com factores de correcção, para obter uma estimativa da taxa de mortalidade mais rigorosa, identificada como Taxa de Mortalidade Estimada (TME). Esta taxa é utilizada nos estudos de referência realizados noutros países (Beaulaurier 1981, Tombal 1985, Alonso et al. 1993, Bevanger 1999, Ferrer & Janss 1999) e todos os dados apresentados no presente documento referem-se à Taxa de Mortalidade Estimada. A Mortalidade Observada (MO) foi corrigida para obter uma mortalidade Estimada (ME), segundo uma fórmula adaptada de Meyer (1978). Neste estudo assume-se que existem 4 factores que influenciam o estudo de linhas eléctricas baseado na recolha de aves mortas (Bevanger 1999): a percentagem do Troço Prospectado Eficazmente (TPE), a percentagem que Morre na Área Prospectada (MAP), a Percentagem de aves Encontrada pelos Observadores (PEO) e percentagem Não Removida por Necrófagos e outros predadores (NRN). Estes factores de correcção referem-se aos cadáveres efectivamente presentes e ao sucesso na prospecção. Esta definição coerente para todos os factores permite que as fórmulas de correcção sejam uniformes e do tipo ME=MO*1/(Factor). Desta forma consideramos que: Troço Prospectado Eficazmente (TPE) refere-se ao facto de nem todos os troços poderem ser visitados em toda a sua extensão (James & Haak 1979 in Bevanger 1999). O número de cadáveres recolhidos na porção de troço que pode ser percorrido eficazmente é depois extrapolado para a _17

18 porção de terreno onde não foi possível procurar vestígios de aves (e.g. vegetação densa, rochas ou plano de água). Morte na Área Prospectada (MAP) - Algumas aves que sofrem acidentes com linhas não morrem de imediato, pelo que apenas uma percentagem morre na área prospectada (Meyer 1978 in Bevanger 1999). Na bibliografia são referidos diversos valores da percentagem de aves que colide com as linhas eléctricas mas que não tem morte imediata, 0,25 a 0,75 (Meyer 1978, James & Haak 1979). No presente estudo adoptou-se o valor de 0,5, um valor médio que também foi utilizado no estudo desenvolvido em Portugal continental (Neves et al. 2005). Percentagem Encontrada pelos Observadores (PEO) - Apenas uma percentagem das aves que se encontra debaixo dos cabos ou apoios em áreas de prospecção, é detectada (Meyer 1978 in Bevanger 1999). Este factor foi determinado com testes de cadáveres de aves domésticas (Longridge 1986) e pontos de penas de aves pequenas e grandes (Hugie et al. 1993). No presente estudo adoptou-se o valor de 0,36, o mesmo utilizado no estudo desenvolvido em Portugal continental e que foi obtido pelos testes realizados pela equipa do projecto (Neves et al. 2005). Não Removida por Necrófagos e outros predadores (NRN) apenas uma parte das aves sob a linha não são removidas por necrófagos ou outros predadores (Meyer in Bevanger 1999). O valor deste factor foi calculado pelos resultados obtidos com os testes de remoção de cadáveres de aves domésticas (Longridge 1986). Verificou-se que havia diferenças na remoção de cadáveres entre o Inverno e as restantes épocas de amostragem, pelo que no Inverno a remoção era de 86% enquanto nas restantes épocas era cerca de 58%. O valor da mortalidade estimada (ME) é dado pela seguinte fórmula: ME = MO x 1 TPE x MAP x PEO x NRN Todos os factores foram determinados durante o projecto, com a excepção do MAP que foi estimada de acordo com a bibliografia e do PEO que foi baseada nos valores obtidos por Neves et al. (2005). 18_ Monitorização e Minimização dos Impactes Resultantes da Interacção entre as Linhas Eléctricas Aéreas de Média Tensão e a Avifauna da ilha da Madeira,

19 RESULTADOS Durante os dois anos do projecto, cada linha foi prospectada 8 vezes, nomeadamente em Março, Junho, Setembro e Dezembro. Nos cerca de 19 km de linhas prospectadas, foram encontrados 19 aves mortas por interacção com as linhas eléctricas (17 por colisão e 2 por electrocussão). Além destas, foram ainda registados 4 casos pontuais, visto os cadáveres terem sido encontrados fora das épocas de prospecção (Tabela 2). Tabela 2_ Total de aves encontradas mortas por interacção com as linhas eléctricas, ao longo das diferentes épocas em estudo. São indicados vários parâmetros nomeadamente a época do ano, espécie, causa e data de morte, identificação da linha de estudo e indicação de indícios de predação. Ano Data visita Espécie Causa da Morte Data morte da Local - Linha Predação Março Francelho Electrocussão 1 semana Chão da Lagoa Não Falco tinnunculus (Areeiro Poiso) Março Manta Buteo buteo Electrocussão Mais de 1 mês Chão da Lagoa (Areeiro Poiso) Não Março Galinhola Scolopax rusticola Colisão Mais de 1 mês Paul da Serra (Seixal-São Vicente) Não Março Galinhola Colisão 1 a 2 dias Paul da Serra Não Scolopax rusticola (Central da Calheta- Rabaçal) Setembro Galinhola Scolopax rusticola Colisão Mais de 1 mês Paul da Serra (Central da Calheta- Rabaçal) Não Setembro Passeriforme não identificado Colisão Mais de 1 mês Paul da Serra (Seixal-São Vicente) Sim (mamífero) Dezembro Melro preto Turdus merula Colisão Mais de 1 mês Ponta do Pargo (2) (Ribeira da Janela Prazeres) Não Dezembro Papinho Colisão 1 semana Ponta do Pargo (2) Não Erithacus rubecula (Ribeira da Janela Prazeres) Dezembro Melro preto Turdus merula Colisão Mais de 1 mês Ponta do Pargo (2) (Ribeira da Janela Prazeres) Não Dezembro Roque-de-castro Oceanodroma castro Colisão Mais de 1 mês Caniçal Não Dezembro Roque-de-castro Oceanodroma castro Colisão 1 mês Caniçal Não _19

20 2008 Ano Data visita Espécie Causa da Morte Data morte da Local - Linha Predação Março Roque-de-castro Oceanodroma castro Colisão 1 semana Caniçal Não Junho Gaivota Colisão 1 mês Paul da Serra Não Larus michahellis (Central da Calheta Parque Eólico) Setembro Alma-negra Bulweria bulwerii Colisão Mais de 1 mês Caniçal Não Setembro Alma-negra Bulweria bulwerii Colisão Mais de 1 mês Caniçal Sim (Rapina) Setembro Alma-negra Bulweria bulwerii Colisão Mais de 1 mês Caniçal Não Setembro Corre-caminhos Anthus berthelotii Colisão Mais de 1 mês Caniçal Não Setembro Alma-negra Bulweria bulwerii Colisão Mais de 1 mês Caniçal Sim (Mamífero) Setembro Alma-negra Bulweria bulwerii Colisão 1 mês Caniçal Não A B Figura 7_ Alguns exemplares dos cadáveres de aves encontrados mortos por colisão (A. Alma-negra, B.Papinho). O maior número de registos de mortalidade por colisão pertence à Alma-negra, com 5 casos de mortalidade, seguida da Galinhola e do Roque-de-castro, ambos com 3 registos. Apenas foram registados dois casos de mortalidade por electrocussão e ambas as situações ocorreram com aves de rapina, Manta e Francelho. No Gráfico 1 apresenta-se a percentagem de cada espécie morta por colisão. 20_ Monitorização e Minimização dos Impactes Resultantes da Interacção entre as Linhas Eléctricas Aéreas de Média Tensão e a Avifauna da ilha da Madeira,

21 Alma-negra 28% Correcaminhos 6% Gaivota 6% Galinhola 18% Roque-decastro 18% Papinho 6% Passeriforme não identificado 6% Melro 12% Gráfico 1_Percentagem de cada espécie de ave morta por colisão 4.1. Estatuto de conservação das espécies afectadas Gaivota Larus michahellis A presença de gaivotas no Paul da Serra é muito comum, em especial durante os meses mais quentes e na época de nidificação, uma vez que as mesmas se concentram em grandes bandos para se alimentar de insectos. Está presente no Anexo III da Convenção de Berna e segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal o seu estatuto é Pouco preocupante. Galinhola Scolopax rusticola Na ilha da Madeira ocorre apenas em áreas húmidas de altitude, de forma geral acima dos 1300 metros. Ave cinegética, no entanto este estatuto deveria ser alterado uma vez que actualmente a espécie está classificada como Vulnerável, segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Está presente no Anexo D da Directiva Aves, Anexo III da Convenção de Berna e pertence à categoria SPEC 3. Melro Turdus merula Uma das aves mais comuns da Madeira, que pode ser encontrada em diversos habitats, desde os campo agrícolas, áreas de floresta e áreas com vegetação de altitude. Está presente no Anexo D da Directiva Aves e anexo III da Convenção de Berna. Segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal está classificada como Pouco Preocupante. Papinho Erithacus rubecula Ave comum de áreas florestais ou com arbustos, jardins urbanos e áreas agrícolas. Está presente no Anexo II da Convenção de Berna e segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal está classificada com o estatuto de Pouco Preocupante. Roque-de-castro Oceanodroma castro _21

22 Ave marinha que nidifica nas falésias costeiras da ilha da Madeira e que em terra adquire hábitos nocturnos. Está presente no Anexo I da Directiva Aves, Anexo II da Convenção de Berna e pertence à categoria SPEC 3. Segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal está classificada, para a Madeira, como Pouco Preocupante. Alma-negra Bulweria bulwerii Ave marinha que nidifica nas falésias costeiras da ilha da Madeira e que apenas vem a terra à noite. Está incluída no Anexo I da Directiva Aves e pertence à categoria SPEC 3. Segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal está classificada, para a Madeira, como Pouco Preocupante Corre-caminhos Anthus berthelotii Constitui umas das aves mais comuns dos locais abertos e com vegetação rasteira da Ilha da Madeira, podendo ser observada isolada ou em pequenos grupos até 5 indivíduos. Está presente no Anexo II da Convenção de Berna e segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal está classificada, para a Madeira, como Pouco Preocupante. Manta Buteo buteo harterti A maior ave de rapina que reside na região. Nidifica a elevadas altitudes em locais com vegetação densa e árvores de grande porte. Para se alimentar procura locais abertos, onde facilmente encontra as suas presas. Está presente no Anexo II da Convenção de Berna e segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal está classificada, para a Madeira, como Pouco Preocupante. Francelho Falco tinnunculus Ave de rapina de menores dimensões que nidifica no arquipélago da Madeira. Frequentemente é observada pousada sobre fios e postes eléctricos, vedações e em zonas rochosas, quer sejam em áreas rurais como áreas humanizadas Está presente no Anexo II da Convenção de Berna e pertence à categoria SPEC 3. Segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal está classificada, para a Madeira, como Pouco Preocupante Estudo de colisão A média para a ilha da Madeira da Taxa de Mortalidade Estimada é de aproximadamente 14,76 aves/km/ano. Se tivermos em conta as estimativas do número de aves que atravessam as linhas estudadas num ano, podemos afirmar que a média da Frequência de Colisão é cerca de 5x10-5. Este valor significa que 0,005% de todas as aves que cruzam as linhas estudadas, a uma altura próxima dos cabos, sofrem acidente de colisão. 22_ Monitorização e Minimização dos Impactes Resultantes da Interacção entre as Linhas Eléctricas Aéreas de Média Tensão e a Avifauna da ilha da Madeira,

23 Mortalidade (Aves/Km.ano) ,35 57, Área matos montanha Florestal Mosaico agroflorestal 0,95 Pastagem árida altitude Pastagem árida costeira aves grandes aves pequenas total Gráfico 2_Taxa de Mortalidade Estimada média registada para os 5 habitats. Apresentam-se os valores para as aves grandes, aves pequenas e todas as aves. Para a média total indica-se o erro padrão. O habitat com maior Taxa de Mortalidade Estimada foi a pastagem árida costeira com 57,29 aves/km/ano, o que é bastante superior à média para a ilha da Madeira. Outro habitat que apresenta mortalidade superior à média para a ilha foi o mosaico agro-florestal com 36,35 aves/km/ano. As diferenças das médias da Taxa de Mortalidade entre os habitats estudados não têm significado estatístico. No entanto, verifica-se uma diferença na taxa de mortalidade estimada quando se considera a separação entre aves grandes e aves pequenas. Embora os resultados tenham sido comparados com testes paramétricos (ANOVA) e não paramétricos (Kruskal Wallis), não é possível descriminar a magnitude das diferenças encontradas devido ao tipo de amostra obtido. Desta forma verifica-se que a mortalidade de aves pequenas é superior para os habitats Pastagem árida costeira e Mosaico agro-florestal do que nos restantes habitats. A partir dos dados obtidos nos troços amostrados, investigou-se o efeito das características da linha e da época do ano na mortalidade por colisão. Neste estudo consideraram-se cinco tipologias de apoio, de acordo com a disposição dos cabos condutores e do número de níveis verticais dos mesmos Tabela 3_Tipologias estudadas, com indicação do número de níveis verticais, voltagem da linha, número de troços com essa tipologia e habitats onde está presente. Tipologia Nº níveis Voltagem Nº troços Habitats Canadiana 3 6,6 kv 2 Pastagem árida costeira Dupla esteira vertical com cabo de guarda 4 30 kv 2 Pastagem árida altitude Florestal Esteira horizontal 1 6,6 kv 4 Área matos de montanha Mosaico agro-florestal Galhardete com cabo de guarda 4 30 kv 5 Pastagem árida altitude Galhardete 3 6,6 kv 3 Pastagem árida altitude Área matos de montanha _23

24 , Canadiana 0,0 Dupla esteira vertical com cabo de guarda 14,5 Esteira horizontal 1,5 0,0 Galhardete com cabo de guarda Galhardete -40 aves grandes aves pequenas total Gráfico 3_Médias da Taxa de Mortalidade Estimada de acordo com a tipologia. Apresentam-se os valores para as aves grandes, aves pequenas e todas as aves. Para a média total indica-se o desvio padrão. Quando analisamos as Mortalidades Estimadas obtidas para as cinco tipologias em estudo verifica-se que existem diferenças na mortalidade em aves pequenas (Kruskal-Wallis: X 2 =17.9; df=4; P=0.001). Para esta classe as diferenças foram identificadas a posteriori com o Teste de Numenyi (Q 0.05,5) que indica que a tipologia que causa maior mortalidade é a Canadiana, seguida da Esteira horizontal. A B Figura 8_ Tipologias que causam maior mortalidade por colisão (A. Canadiana, B. Esteira horizontal) Analisando a mortalidade de acordo com as tipologias e os habitats, considerando a exclusão dos habitats 2 e 5 (porque tinham apenas amostras de uma tipologia, nomeadamente a mais e a menos perigosa), não se verificam diferenças significativas (Kruskal- Wallis: X 2 =2.00; df=2; P=0.36). A aplicação do teste paramétrico ANOVA indica que não se verificam diferenças na mortalidade por colisão nas quatro épocas do ano estudadas, para nenhuma classe de tamanho de aves. 24_ Monitorização e Minimização dos Impactes Resultantes da Interacção entre as Linhas Eléctricas Aéreas de Média Tensão e a Avifauna da ilha da Madeira,

25 Tabela 4_Média da Taxa de Mortalidade Estimada em cada classe de aves e para as quatro épocas de estudo. Para o total de aves indica-se o desvio padrão. Taxa de Mortalidade Estimada Época Aves grandes Aves pequenas Total aves Dispersão 0,64 3,59 4,23 ± 10,00 Migração 0,72 0,48 1,19 ± 3,33 Invernada 0 7,6 7,60 ±21,22 Reprodução 1,22 0,51 1,73 ±3, Dispersão Migração Invernada Reprodução aves grandes aves pequenas total Gráfico 4_Médias da Taxa de Mortalidade Estimada registadas para as 4 épocas de amostragem. Apresentam-se os valores para as aves grandes, aves pequenas e todas as aves. Para a média total indica-se o desvio padrão. Embora as diferenças não sejam significativas, a época de migração é o período em que se registaram menos mortes por colisão, embora os valores na época de Reprodução também sejam baixos e próximos da época de Migração. A taxa de mortalidade estimada mais elevada foi obtida no período de Inverno e a mesma corresponde apenas à morte de aves pequenas Estudo de electrocussão Neste estudo foram prospectados 127 apoios, durante as quatro épocas do ano, tendo sido encontradas apenas duas mortas por electrocussão. Ambas as aves, uma Manta e um Francelho foram encontradas no mesmo apoio (esteira horizontal), situado no habitat Matos de montanha. Após a aplicação dos factores de correcção, estima-se que tenham morrido cerca de 10 aves por electrocussão apenas neste apoio. A Mortalidade Estimada média para a ilha da Madeira foi de 0,08 aves/apoio/ano. A análise à mortalidade por electrocussão entre as várias tipologias estudadas indica que não existem diferenças entre as mesmas (Kruskal-Wallis: X 2 =13,11; df=24; P=0.96). _25

26 4.4. Frequência de passagem de aves e Frequência de colisão O número de aves que cruza as linhas nas várias épocas do ano é significativamente diferente para os 4 habitats em que foram realizadas contagens (ANOVA 1via: df=3; F=22,71; P=0,001). A passagem de aves no habitat Mosaico agro-florestal é bastante superior aos restantes enquanto os outros 3 habitats apresentam valores semelhantes entre si. Assim, para os troços representativos do habitat Mosaico agro-florestal estima-se que, em cada época, uma média de aves cruza uma secção de 1 km de extensão. Para cada habitat não se verificaram diferenças no número de aves que cruza a linha nas 4 épocas de campo (Kruskal-Wallis: X 2 = 1.27, df = 3, P = 0.73). Desta forma, de acordo com os dados de mortalidade registada em cada habitat e o número de aves que cruza a linha é possível calcular a Frequência de Colisão (FC) de acordo com o seguinte quociente: FC = Mortalidade estimada troço Frequência de passagem de aves nesse troço Tabela 5_Frequência de colisão média e desvio padrão registada em cada época do ano e nos cinco habitats estudados. Época Frequência de colisão média Habitat Frequência de colisão média Dispersão 6,7x10-5 ± 0,00011 Pastagem árida altitude 6,2x10-5 ± 0,00015 Migração 5,8x10-5 ± 0,00015 Florestal - Invernada 4,3x10-5 ± 0,00011 Matos de montanha 0 Reprodução 6,6x10-5 ± 0,00015 Mosaico agro-florestal 1,9x10-5 ± 0, Pastagem árida costeira 1,2x10-4 ± 0,00015 A análise efectuada indica que não existem diferenças na frequência de colisão nas cinco tipologias estudadas (Kruskal-Wallis: X 2 =6.56; df=4; P=0.16). A análise relativa aos habitats só pode ser efectuada entre os habitats Pastagem árida de altitude e Mosaico agro-florestal pelo facto de apenas estes apresentarem mais de uma tipologia e porque no habitat floresta não foram efectuadas contagens da passagem de aves. Desta forma, não foram registadas diferenças significativas entre os dois habitats (Mann-Whitney Test:U=121,5; P=0.82). 26_ Monitorização e Minimização dos Impactes Resultantes da Interacção entre as Linhas Eléctricas Aéreas de Média Tensão e a Avifauna da ilha da Madeira,

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