O SR. CELSO RUSSOMANNO (PP-SP) pronuncia o. seguinte discurso: Senhor Presidente, Senhoras e. Com muita satisfação, no mês de abril último, vi

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Maria do Pilar Quintão Guimarães
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1 O SR. CELSO RUSSOMANNO (PP-SP) pronuncia o seguinte discurso: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, Com muita satisfação, no mês de abril último, vi aprovado, por unanimidade, pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio desta Casa, o Projeto de Lei nº 4.289, de 2004, de minha autoria, alterando a Lei nº , de 12 de julho de 2001, a qual dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Federal. A proposição visa a aumentar a legitimidade ativa para as ações perante os Juizados Especiais Federais Cíveis, passando a ser admitidos, como autores, os sindicatos, as entidades associativas e o Ministério Público. Como corolário dessa alteração, prevê a proposição que os Juizados Especiais Federais Cíveis passarão a ter competência para as ações de mandado de segurança coletivo e para as demandas sobre direitos coletivos ou individuais homogêneos. A fim de não ultrapassar o valor

2 2 de alçada dos Juizados, ou seja, sessenta salários mínimos, dispõe-se que o valor da causa, nestas ações, será obtido mediante a divisão do valor global da pretensão econômica pelo número de litisconsortes ou beneficiários da tutela coletiva. Trata, ainda, a proposição, da possibilidade da obtenção da tutela antecipada, nas pretensões deduzidas perante os Juizados Especiais Federais Cíveis, quando existir prova inequívoca do direito postulado, a caracterizar abuso do direito de defesa ou manifesto intuito protelatório do réu. Ressalto que o projeto de lei em comento originou-se de uma sugestão do eminente Desembargado Federal Souza Prudente, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o qual, em proficiente estudo sobre o tema, intitulado A Tutela Coletiva e de Evidência no Juizado Especial Federal Cível e o Acesso Pleno à Justiça, doutrinou:

3 3 A tutela coletiva, nos Juizados Especiais Federais, mediante a representação, constitucionalmente autorizada, das entidades associativas (CF, art. 5º, XXI), resolveria, com celeridade e economia processual, milhares de ações conexas, no bojo de um só processo, onde se realizaria o fenômeno da atomização dos interesses coletivos ou individuais homogêneos, na linha de sucesso da Lei n º 8.078, de 11 de setembro de 1999 (Código de Defesa do Consumidor). Esta seria, sem dúvida, uma solução normativa, urgente e racional, para se enfrentar, com ótimos resultados, o estrangulamento dos Juizados Especiais Federais, ante a proliferação acumuladora de feitos individuais, possibilitando-se, através da tutela coletiva, uma Justiça verdadeiramente acessível, em tempo real, aos milhares de jurisdicionados, que, no fenômeno explosivo de suas demandas contidas, padecem, ainda, de inúmeros obstáculos de ordem econômica, social e cultural,

4 4 no processo de gerenciamento insensível de políticas capitalistas, em nosso país. O Relator da matéria na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, ilustre Deputado Léo Alcântara, por sua vez, ressaltou, em seu parecer: Já é vasta a literatura sobre as relações entre a Justiça e o desenvolvimento econômico. Apesar da sua amplidão, parece existir unanimidade entre os autores que se debruçam sobre o tema, pelo menos com relação a um ponto: considerar a existência de um sistema judiciário confiável, célere e que contribua para a obediência às leis como um importante fator promotor do desenvolvimento da economia. (...) É exatamente este o objetivo do projeto de lei sob exame, cuja importância dificilmente poderá ser subestimada. Sua aprovação implicará dar a inúmeros

5 5 brasileiros a oportunidade de acesso mais rápido e barato à justiça. Por todos esses motivos, Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, aproveito este momento para rogar ao ilustre Deputado Nelson Pellegrino, Relator designado da matéria na douta Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, que apresente àquele colegiado o seu parecer, e que o mesmo seja favorável, a fim de que o Projeto de Lei nº 4.289, de 2004, possa ser remetido à revisão do Senado Federal e transformado em norma jurídica, cumprindo, dessa forma, os altos propósitos que o inspiraram. Era o que tinha a dizer. Muito obrigado. 2005_9895_Celso Russomanno_020

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