LAÇOS FAMILIARES CONSTRUÍDOS POR HOMENS E MULHERES ESCRAVIZADOS NA CAPITANIA DE SERGIPE DEL REY ( ) RESUMO

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1 LAÇOS FAMILIARES CONSTRUÍDOS POR HOMENS E MULHERES ESCRAVIZADOS NA CAPITANIA DE SERGIPE DEL REY ( ) RESUMO Joceneide Cunha 1 ¹ Na historiografia da escravidão um dos campos que mais têm crescido é da discussão de famílias que envolvem homens e mulheres africanos escravizados e libertos. Nesta pesquisa pretendo abordar algumas características das famílias que envolveram homens e, sobretudo as mulheres africanas na Capitania de Sergipe Del Rey nos Setecentos. Neste momento, sobretudo na segunda metade, a Capitania recebeu um grande fluxo de pessoas dentre elas portugueses e africanas. E algumas delas construíram laços familiares nas terras sergipanas, incluindo entre eles. As fontes históricas utilizadas foram testamentos, inventários post-mortem e registros de casamento. Essas fontes foram fichadas, quantificadas e seus dados. Dentre os resultados, temos a existência de algumas uniões consensuais e legítimas que envolveram as mulheres africanas, e muitas dessas uniões entre africanos da mesma nação. Palavras-chave: Família. Africanas. Mulheres. INTRODUÇÃO No inicio da tarde, as duas horas de seis de junho, final de outono de mil setecentos e noventa; compareceram na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade, os escravizados Maria da Cruz de nação da Costa da Mina e Euzebio crioulo nascido na Freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Lagarto. Ambos pertenciam a Geraldo Correra d Aima e contraíram núpcias e essa união teve como testemunhas os também escravizados Francisco e Antônio que campus XVIII. 1 1 Doutora em História Social, professora da Universidade do Estado da Bahia, 2447

2 pertenciam ao Capitão José Soterio de Menezes e ao senhor Francisco Correa 2. Esse rito, o casamento, um dos sacramentos da Igreja Católica, não foi comum entre os escravizados da Capitania de Sergipe del Rey, incluindo os homens e mulheres africanos. O casamento requeria o pagamento de um custo e, além disso, a autorização dos senhores para a realização do sacramento. Pois segundo as Constituições o senhor não poderia separar os escravizados que eram casados entre si. O exemplo citado foi um casamento intraposse, ou seja, os nubentes pertenciam ao mesmo senhor o que facilitava o controle dessa família recém-formada. As uniões interposse requeriam deslocamento entre os nubentes dentre outros aspectos. Após 1988 surgiram inúmeros trabalhos sobre família escrava, outros intelectuais nomeiam família negra e ainda os que denominam de família mista. Também há divergências sobre as finalidades da família. Há os que defendem que a formação de laços familiares deixava os escravizados mais reféns dos senhores, e que esses incentivavam a formação de laços familiares com o intuito de promover a paz nas senzalas. Enquanto outros defendem que a família dava maiores possibilidades de compra de alforria, melhor moradia e alimentação 3. Nesta pesquisa pretendo abordar algumas características das famílias que envolveram homens e, sobretudo as mulheres africanas na Capitania de Sergipe Del Rey nos Setecentos. O período inicial de 1720 foi delimitado pelas fontes, pois o primeiro inventário post mortem é do ano citado. O período compreendido entre 1720 a 1800 ocorreu diversas mudanças no tráfico. Até o ano de 1750, pode ser classificado como a primeira fase que corresponde a um momento de 2 Paróquia de Nossa Senhora da Piedade de Lagarto, Registro de casamento de Maria da Cruz, livro nº2 de casamento, p.3. 3 REIS, Isabel Cristina Ferreira dos: A família negra no tempo da escravidão: Bahia, Campinas, SP: [s. n.], 2007; SLENES, Robert W. Na senzala, uma flor: esperanças e recordações da família escrava. RJ: Nova Fronteira, 1999; FLORENTINO, Manolo. A paz das senzalas: famílias escravas e tráfico atlântico, Rio de Janeiro, c c / Manolo Florentino, José Roberto Góes. Civilização Brasileira,

3 intensificação do tráfico com a Costa da Mina. Esse fato foi decorrente da demanda por escravos nas minas de ouro no Brasil, que estavam no seu ápice da produção; como também foi um momento de produção de fumo, que favoreceu as trocas na África. Os principais portos africanos nesse momento eram Grande Popo, Uidá, Jakin e Arpa. O segundo momento, o pós 1750 é marcado por uma intensificação no tráfico com o Golfo do Benim. O tráfico da Costa da Mina, segundo Pierre Verger 4, começou a se deslocar para os portos mais orientais que estavam subordinados a outros povos, dentre esses portos estavam: Porto Novo, Badagri e Onim (Lagos). Os reis daomeanos tentaram, por vias diplomáticas, manter um monopólio de tráfico, que lhes foi negado pelo Marquês de Pombal. Essas duas fases resultaram em africanos de nações distintas nas terras sergipanas, formando uma Torre de Babel. As fontes utilizadas foram os inventários post-mortem das Vilas de Santo Amaro, Vila Nova, Santa Luzia, Lagarto e a cidade de São Cristóvão. E os assentos de casamento da Freguesia de Nossa Senhora da Piedade de Lagarto que cobrem o período de 1790 a Essas fontes foram fichadas, quantificadas e seus dados cruzados. Os africanos chegaram nas terras sergipanas em levas maiores no século XVIII, pois nesse período ocorreu a expansão da lavoura canavieira nas terras sergipanas, sobretudo na segunda metade dos Setecentos. O número de homens e mulheres africanos oscilou de Vila para Vila e as que tinham como principal atividade a lavoura açucareira possuíam uma quantidade maior de africanos, dentre elas as Vilas de Santo Amaro e Itabaiana e a cidade de São Cristóvão. Alguns homens e mulheres africanos entraram nas terras sergipanas foram batizados e entraram em um templo católico novamente para contrair matrimonio. E alguns deles mais de uma vez, a exemplo de Luís da Costa da Guiné, escravizado de Maria Francisca, era viúvo de Luduvica e casou 4 VERGER, Pierre. Fluxo e Refluxo do Tráfico de Escravos entre o Golfo do Benin e a Bahia de Todos os Santos, dos Séculos XVII a XIX. São Paulo, Corrupio,

4 novamente com Maria de nação angola que pertencia a João da Costa Pereira. Casaram na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade do Lagarto às 11 horas da manhã 5. Os casamentos em sua maioria eram realizados durante o dia e aos sábados. Os casamentos ocorriam no decorrer do dia e por isso permitiam que as pessoas visualizassem o interior do templo e também testemunhassem o casamento. Poucos foram os casamentos realizados após as 18 horas. Identifiquei apenas cinco casamentos que foram realizados às 20 horas e segundo os assentos foram efetivados ocultamente possivelmente em decorrência do horário. Assim poucas pessoas poderiam testemunhar os casamentos realizados sem a luz do sol. Um exemplo desses casamentos foi o de Joana do gentio da Guiné casou com o seu senhor o Capitão Francisco Marques nesse horário, na já citada Igreja e teve como testemunha dois padres, o Antônio José de Matos e o Reverendo Frei Calumbano (missionário de Pacatuba) 6. Possivelmente com essas testemunhas o casamento não passaria por questionamentos. Esse tipo de casamento, entre escravizada e seu senhor, foi raro nas terras sergipanas. Nesse casamento havia várias hierarquias postas, a relação senhor e escrava, nascido na Colônia x estrangeiro, por fim a de homem e mulher. Ainda sobre os horários, os casamentos eram realizados entre 9h e 16h, a maioria ocorria pela manhã entre a já citada nove horas até as doze horas, a tarde os casamentos ocorriam entre ás 14h e 16h, possivelmente pelo motivo já citado. Os sábados deveriam ser dias concorridos na Vila com a realização de casamentos na Igreja Matriz. Lembro também que os sábados era um dia que os religiosos, a exemplo de Antonil, aconselhavam que os senhores dessem folga para os escravizados para que eles pudessem cuidar das suas roças e dos assuntos religiosos, como assistir as missas 7. Assim, os escravizados 5 Paróquia de Nossa Senhora da Piedade de Lagarto, Registro de casamento de Maria angola, livro nº2 de casamento, p Paróquia de Nossa Senhora da Piedade de Lagarto, Registro de casamento de Joana do gentio da Guiné, livro nº2 de casamento, p ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia/Edusp, p

5 cujos senhores cumpriam a recomendação da folga podiam se deslocar para a Vila realizar o sacramento ou ainda para testemunharem. Os casamentos diferentemente dos batismos e dos sepultamentos só foram realizados na Igreja Matriz de Lagarto o que requeria deslocamento das propriedades para a sede da Freguesia e Vila. Outros africanos foram a Igreja para batizarem seus filhos e quiça testemunharem seus filhos contraindo as núpcias. Rosa de nação angola possivelmente assistiu seu filho Matheos José, crioulo e forro, se casar com Efigênia Maria uma provável livre em 1790 ou ainda Manoel Pereira, filho de Isabel do gentio da Guiné, livre ou forro que se casou com Maria Manuela em 1797 que possuía a mesma condição jurídica do noivo 7. Ressalto que Isabel do gentio da Guiné e Rosa de nação angola provavelmente não oficializaram as suas relações, no entanto, quiça seus filhos circularam em templos católicos e com isso o sacramento religioso se tornou algo importante para eles e possível de ser conquistado já que nasceram em terras sergipanas e com isso aprenderam a negociar com seus senhores e ter um poder de barganha maior que suas mães. Identifiquei filhos de africanos casando entre si; Mariana Rodrigues, crioula e forra, filha de Rosa do gentio casou com Valentino da Costa, crioulo e forro, filho de Luzia de nação angola. O casamento foi realizado em 1791 e as mães já eram falecidas. Esse casamento pode indiciar que esses homens e mulheres africanos mesmo de nações distintas podiam conviver e criar seus filhos próximos. Esse relato bem como os anteriores sobre as mães africanas que casaram seus filhos evidenciam outro tipo de família que não será tratado neste texto, a família natural ou consensual; composta por mães e filhos, ou ainda mães, pais e filhos mas que não tiveram sua relação oficializada. Um fato merece ser ressaltado para se casar era necessário provar que não havia parentesco consanguíneo de segundo grau, ou seja, não podiam ser primos. Caso fossem precisava pedir licença para a 7 Paróquia de Nossa Senhora da Piedade de Lagarto, Registro de casamento de Efigenia Maria e de Maria Manuela, livro nº2 de casamento, p

6 Igreja. Dessa forma, mesmo que o nome dos pais não apareçam nos registros, a sociedade local sabia quem era o pai, assim o casamento podia ser realizado com a certeza de que os noivos não eram irmãos, tios, filhos dentre outros parentescos que inviabilizava o casamento. Assim, possivelmente na maioria dos casos o pai estava próximo ou conhecido por parte da sociedade local. Mesmo com as restrições de negociações, a aquisição do sacramento casamento foi possível para alguns homens e mulheres africanos. Até o momento, identifiquei 65 casamentos que envolviam homens e/ou mulheres africanos. A maioria deles na Freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Lagarto, lugar que o número de africanos era reduzido. Isso ocorreu porque o único livro de casamento dos Setecentos encontrado foi da Freguesia mencionada. Esse dado indicia que o numero de casamentos deve ter ocorrido em número bem maiores. Entre os africanos e africanas casados identifiquei as seguintes nações: os angolas que correspondiam a larga maioria, seguidos pelos jejes; também há registros da nação moçambique, congo, benguela dentre outros. Nos assentos de Casamento a nomenclatura que mais aparece é Guiné. Termo genérico e que possivelmente se referia a nações africanas ocidentais como os jejes. Pois as mulheres e homens angolas são assim identificados nos registros. Especulo que são nações novas no tráfico e por isso padres e demais autoridades da Freguesia e Vila de Lagarto não sabiam classificar. Uma minoria entre os casamentos foram endogâmicos, ou seja, entre mulheres e homens de uma mesma nação. Dez casamentos foram endogâmicos e entre esses, a larga maioria, ou seja nove uniões foram entre os angolas. Uniões realizadas entre mulheres e homens que compartilhavam os mesmos valores culturais, entendiam entre si, pois falavam a mesma língua ou alguma próxima. E o outro casal endôgamico foi entre os jejes. O segundo maior grupo entre as mulheres e homens angolas foram as que se casaram com os homens e mulheres nascidos nas terras sergipanas. Os angolas eram a grande nação e a mais antiga nas terras sergipanas e isso possivelmente rendia maiores opções para eles no casamento. Os angolas 2452

7 construíram alianças com homens crioulos, essas alianças também podem ser observadas nas Irmandades. Essas alianças renderam maiores possibilidades para os angolas no mercado matrimonial. A grande maioria das uniões que envolviam mulheres e homens africanos foram exogâmicas, no entanto, grande parte das mulheres e homens africanos excetuando os angolas casaram com homens africanos de nação distinta da sua. No entanto, homens que compartilhavam uma trajetória de vida próxima a dela. Em 1796, na Matriz de Nossa Senhora da Piedade do Lagarto, Josefa de nação jeje casou com João de nação Benguela, ambos forros 89. Ou seja, possivelmente chegaram às terras sergipanas há algum tempo, pois já tinham conseguido acumular pecúlio para comprarem suas alforrias Alguns dos homens africanos possuíam ocupações especializadas, ou seja, eram pessoas que tinham barganha junto aos senhores e quiça pecúlio para pagarem suas uniões. Domingos de nação moçambique era sapateiro e casado com Caetana de nação jeje, João pedreiro era casado com Damiana, ambos de nação jeje 9.Ou ainda Antônio de nação congo que era caldeireiro e casado com Rose de nação angola, eles tiveram no mínimo quatro filhos, Maria dos Prazeres, Basílio, e as crianças Victoriano e Joana 10. Havia outros casos de africanos escravizados que possuíam ocupação especializada, evidenciando a importância da ocupação no momento de legalizar o matrimonio. Poucas são as menções nos inventários a ocupações de mulheres africanas, assim a especialização não era algo importante para essas mulheres legalizarem suas uniões. Ressalto que possivelmente para algumas mulheres e homens a legalização das uniões foi algo importante. Boa parte das Vilas estudadas tinham Irmandades e possivelmente muitas delas faziam parte 8 Paróquia de Nossa Senhora da Piedade de Lagarto, Registro de casamento de Josefa, livro nº2 de casamento, p.65v AGJSE, Cartório de Porto da Folha, Inventariado: Alexandre Gomes Ferrão Castelo Branco, AGJSE, Cartório de São Cristóvão, Inventariado: Cel. Manoel Joze Nunes Coelho de Vasconcelos e Figueiredo,

8 dessas Instituições. Legalizar a união forneceria maiores garantias que a família não seria desmanchada seja em vendas ou em momentos de partilhas. Robert Slenes pesquisado o sul cafeeiro nos Oitocentos defende que a construção de famílias garantia maior privacidade para os escravizados casados, pois passavam em morar em senzalas separadas 11. Em alguns inventários há a menção ao termo senzalas no plural, indiciando varias moradias de escravizados. Em 1763, na Cidade de São Cristóvão, entre os bens de Maria Caetana estavam arrolados o sítio Caraíba com casa de farinha e senzalas. A mesma senhora tinha 15 escravizados, dentre eles, havia mulheres, homens e crianças como José Ignácio um mulato com 10 anos e Francisco um crioulo com 7 anos 12. Esses dados podem indiciar a existência de famílias, e assim a ideia de senzalas para essas famílias. Em 1788, na mesma Cidade, José Cardozo de Santa Anna e sua mulher Cardula Maria de Sam José, senhores do Engenho Gameleira, tinham no interior do engenho além da Capela de Nossa Senhora da Guia, as senzalas. Eles possuíam 24 homens e mulheres escravizados, e dentre esses havia no mínimo duas famílias naturais e/ou consensuais. Dentre elas Tereza de nação jeje que era mãe das crianças crioulas Benedita e Barbara. Assim, especulo que parte dos homens e mulheres africanos após se casarem tinham um espaço para a convivência entre os seus. Sobre as idades que as mulheres e os homens se casavam não há referências no livro de casamento. Lembro que as idades dos africanos são sempre estimadas e mesmo nos inventários as referências são em sua maioria vagas. Encontrei referencias a mulheres africanas casadas com 16 anos e 18 anos. Algumas entraram em tenra idade e por isso com as idades citadas já teriam construídos laços que permitiam casarem e legalizarem suas uniões. 11 SLENES, Robert W. Na senzala, uma flor: esperanças e recordações da família escrava. RJ: Nova Fronteira, Inventariado: Maria Caetana, Cartório de São Cristóvão, 05/11/1765, cx Inventariados: Jozé Cardozo de Santa Anna e sua mulher Cardula Maria de Sam Joze, Cartório de São Cristóvão, 05/01/1788, cx

9 Lembro que segundo as Constituições do Arcebispado da Bahia a idade mínima para mulheres era de 12 anos e homens 14 anos 13. A grande maioria dos casamentos eram intraposse, ou seja, identifiquei apenas três casamentos realizados entre escravizados de senhores distintos. O fato das posses serem pequenas e medias em sua maioria deveria reduzir as possibilidades de contrair um matrimonio, pois as possibilidades de ter um noivo ou noiva na mesma propriedade eram restritas. Casamento entre escravizados de senhores distintos requeria consentimento de dois senhores, deslocamento de um ou dos dois nubentes o que dificultaria o controle dos homens e mulheres escravizados. Defendo que nas terras sergipanas houve incentivos á reprodução, sobretudo nos Oitocentos, no entanto, muitas das mulheres que procriaram em busca das suas alforrias não eram casadas legalmente. Seja pela maioria das mulheres não conseguirem legalizar suas uniões, ou talvez as mulheres casadas tivessem outras possibilidades de negociarem suas alforrias que não fosse através da procriação. Boa parte dos noivos e testemunhas eram fregueses. Ou seja, pessoas que frequentavam a Igreja da Matriz. Algo que merece ser estudado é o papel das testemunhas. Analisando percebe-se que algumas se repetem e quatro eram homens escravizados, o que pode indiciar que os noivos escolhiam as testemunhas. Em 1791, Ivi e José testemunharam o casamento de Vitória e Francisco de nação angola 14. Por fim, também foi minoritário o casamento que envolvia africanos escravizados ou libertos com outro nubente de condição jurídica distinta da sua. Apenas quatro mulheres africanas casaram com homens livres e/ou libertos. E dois homens africanos casaram com duas índias livres. As mulheres tiveram mais oportunidades de casarem com homens de condição jurídica 13 VIDE, Monteiro. Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia, São Paulo: Typografia 2 de dezembro Paróquia de Nossa Senhora da Piedade de Lagarto, Registro de casamento de Vitória, livro nº2 de casamento, p Paróquia de Nossa Senhora da Piedade de Lagarto, Registro de casamento de Maria de nação angola, livro nº2 de casamento, p

10 superior a sua, possivelmente por serem minoria. No entanto, ratifico que o comum foi casamento entre pessoas da mesma condição jurídica. Em 1792, Maria de nação angola, escravizada de João da Pereira Costa, casou com Luiz de França da Costa da Guiné e forro 17. A região possuía um relativo transito de indígenas e dois dos africanos casaram com índias classificadas genericamente como o citado. Esse tipo de casamento evidencia uma fusão, ou trânsito de índios entre africanos e vice-versa pouco estudado. Em suma, na documentação é possível identificar famílias legalizadas e as que não foram. No entanto, neste texto apontei apenas elementos das uniões legalizadas. A maioria dos homens e mulheres africanos casaram com africanos, uma minoria entre si, ou seja, os endôgamicos. Os homens e mulheres nação angola tiveram a opção de casar com africanos e nascidos no Brasil. E possivelmente, o casamento garantia uma melhor moradia para esses escravizados. Fontes e Referencias Livro nº2 de Casamento da Paróquia de Nossa Senhora da Piedade do Lagarto. Inventários post-mortem dos Cartórios Maruim, Porto da Folha, Estância, Lagarto e Santa Luzia ( ). ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia/Edusp, VIDE, Monteiro. Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia, São Paulo: Typografia 2 de dezembro REIS, Isabel Cristina Ferreira dos: A família negra no tempo da escravidão: Bahia, Campinas, SP: [s. n.], FLORENTINO, Manolo. A paz das senzalas: famílias escravas e tráfico atlântico, Rio de Janeiro, c c / Manolo Florentino, José Roberto Góes. Civilização Brasileira,

11 SANTOS, Joceneide Cunha. NEGROS(AS) DA GUINÉ E DE ANGOLA: NAÇÕES AFRICANAS EM SERGIPE ( ). Tese de doutoramento, Salvador: UFBA, SCHWARTZ, Stuart. Segredos Internos: engenhos e escravos na sociedade colonial. São Paulo: Companhia das Letras, SLENES, Robert W. Na senzala, uma flor: esperanças e recordações da família escrava. RJ: Nova Fronteira, TILLY, Louise A. Gênero, História das Mulheres e História Social. Cadernos Pagu (3) 1994: pp VERGER, Pierre. Fluxo e Refluxo do Tráfico de Escravos entre o Golfo do Benin e a Bahia de Todos os Santos, dos Séculos XVII a XIX. São Paulo, Corrupio,

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