ALTEAMENTO DAS VOGAIS MÉDIAS PRETÔNICAS NO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO: DÉCADAS DE 70, 90 e 2010

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1 ALTEAMENTO DAS VOGAIS MÉDIAS PRETÔNICAS NO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO: DÉCADAS DE 70, 90 e 2010 Eliete Figueira Batista da Silveira* 1 (UFRJ) elietesilveira@hotmail.com Silvia Carolina Gomes de Souza** (UFRJ) silviacarolinasouza@gmail.com RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo descrever o comportamento das vogais médias seguidas de consoante nasal, com base em dados orais da década de 70, 90 e Para tanto, utilizam-se dados orais coletados em entrevistas realizadas na cidade do Rio de Janeiro. Por meio de análise qualitativa e quantitativa, intenta-se observar: (i) o alteamento em uma análise em tempo real de curta duração (LABOV, 2003); (ii) se o processo de alteamento teve sua frequência de uso modificada ao longo de trinta anos, durante as décadas 70, 90 e 2010, e (iii) que fatores sociais e linguísticos propiciam o fenômeno. Pretende-se caracterizar a fala carioca em uma análise em tempo real, contribuindo para o conhecimento do português brasileiro. PALAVRAS-CHAVE: Vogais Médias; Alteamento; Variação. ABSTRAT: This paper aims to describe the behavior of mid vowels followed by nasal consonant, based on oral data of the 70, 90 and To do so, we use data collected from oral interviews conducted in the city of Rio de Janeiro. By means of qualitative and quantitative analysis, attempts should be noted: (i) increasing height in a real-time analysis of short duration (Labov, 2003), (ii) the process of increasing height had changed their frequency of use over thirty years, during the decades 70, 90 and 2010, and (iii) factors that favor the social and linguistic phenomenon. It is intended to characterize the speech Rio in a real-time analysis, contributing to the knowledge of Brazilian Portuguese. KEYWORDS: Medium vowels; Raising; Change. 1. Introdução O trabalho aqui apresentado pretende analisar o comportamento das vogais médias pretônicas travadas por consoante nasal /N/ no Município do Rio de Janeiro, nas 1 * Professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, doutora pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. ** Bacharel e Licenciada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, aluna de Iniciação Científica: silviacarolinasouza@gmail.com, financiada pela FAPERJ. Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

2 décadas 70, 90 e 2010, com intuito de verificar o comportamento do fenômeno ao longo das décadas: se houve um incremento do processo ou se está em declínio. O presente estudo fundamenta-se nos pressupostos teóricos da Sociolinguística Variacionista laboviana (WEINREICH; LABOV & HERZOG, 1968/2006), ou seja, no princípio de que os sistema se constitui de heterogeneidade ordenada, sendo, portanto, a língua um diassistema (COSERIU, 1979), um conjunto de sistemas que se entrecruzam. Em função disso, os autores defendem que diferentes sistemas coexistem e estão disponíveis aos falantes pertencentes a toda a comunidade, o que resulta em considerar que diferentes formas de expressar o mesmo conteúdo entram em competição, podendo ocorrer situações distintas: a) o desaparecimento de uma das variantes, ou seja, ocorre mudança linguística, ou b) a coexistência das variantes, o que se denomina variação estável, ambas reguladas por fatores internos (ou linguísticos) e externos (ou extralinguísticos ou sociais). Em função dessa dupla possibilidade, a sociolinguística propõe que toda mudança linguística implica um estágio de variação. No entanto, variação não necessariamente conduz a uma mudança. Interessa, portanto, à Sociolinguística o estudo dos fenômenos variáveis, a fim de observar possíveis mudanças no sistema linguístico. No Estado do Rio de Janeiro, ocorre a variação existente entre as vogais [e] ~ [i] e de [o] ~ [u], fenômeno denominado de alçamento ou alteamento que consiste na substituição de um fone por outro que não estabelece par positivo, resultando em uma neutralização fonética. Tal fenômeno não é recente na história da Língua Portuguesa, uma vez que são encontrados registros do alçamento em cartas, documentos dos séculos passados. Castro (1991, p.20) afirma que a elevação das pretônicas se tenha generalizado no português durante a primeira metade do século XVIII, destacando que deva ter se iniciado no século anterior, o que confirma o relato de Paul Teyssier (1977, p.71) de que a elevação das vogais em posição pretônica já fora documentada em textos medievais portugueses. Também Marquilhas (2000, p.254) afirma que há possibilidades de a elevação das pretônicas ocorrer desde o século XVI. Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

3 O alçamento, portanto, é um fenômeno em variação que consiste na escolha de um ou outro fone, no caso [e] ~ [i] e [o] ~ [u]. Essa variação pode ser motivada fonologicamente, fenômeno descrito como processo de harmonização vocálica, em que há assimilação do traço de altura da vogal presente na sílaba tônica, como em realizações m[e]ntira por m[i]ntira, [e]sino por [i]nsino e c[o]mprido por c[u]mprido, p[o]ntudo por p[u]ntudo. A partir do alçamento de vogais por harmonização, Bisol (1981) afirma que o alteamento consiste em um processo que não faz saltos (mexerica ~ mexirica ~ mixirica, mas não *mixerica) e, por isso, defende a hipótese de que a assimilação se dá com a vogal alta da sílaba imediatamente seguinte, chamando a atenção para a relevância do fator contiguidade, não importando se a uma alta pretônica ou tônica. Entretanto, há outros casos em que o alteamento não pode ser justificado pelo processo de harmonização vocálica, uma vez que não há a presença de vogal alta na sílaba imediatamente seguinte, como em [i]mpregada, [i]nfeite, c[u]nversa, fenômeno denominado redução vocálica (ABAURRE-GNERRE, 1981), por tratar-se de assimilação do traço [+ alto] presente na consoante adjacente. Em relação às médias travadas por nasal, objeto de estudo do presente trabalho, verifica-se a impossibilidade de realização da vogal de timbre aberto, pois a presença de uma consoante nasal elimina as vogais médias de 1º grau, como afirma Camara Jr. (2006, p. 42). Sabe-se, ainda, que a consoante nasal já é um forte condicionador do alteamento das vogais médias; no entanto, verifica-se que há palavras que sempre se alteiam (entrada, empregada, compadre) e outras que se mostram resistentes ao processo (entidade, centrada, controle). Em estudos sociolinguísticos sobre o alteamento das vogais pretônicas, Viegas (1987, p ) afirma que a variação ocorre em contextos específicos, sendo possível descrever o fenômeno através de uma regra fonológica variável. No entanto, destaca que há itens lexicais que sempre alteiam e outros que não sofrem o processo, apresentando ou não contextos fonéticos favorecedores, o que permite afirmar que a regra de alçamento atua primeiramente nos itens lexicais mais frequentes e mais comuns. Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

4 A partir dessas constatações questiona-se: o alçamento das vogais é um processo de mudança neogramática ou de difusão lexical ou mesmo se há atuação das duas propostas de análise? O modelo difusionista defende que as mudanças sonoras (i) não têm exceções, as que porventura ocorrem são explicadas pelo principio de analogia; (ii) são condicionadas apenas por fatores fonéticos e (iii) são foneticamente graduais e lexicalmente repentinas, atingindo todos os itens lexicais. O modelo difusionista defende que (i) há exceções e as mudanças sonoras não podem ser explicadas por analogias; (ii) não são todas as formas que apresentam condicionamento fonético e (iii) as mudanças sonoras são foneticamente abruptas e lexicalmente graduais, uma vez que as palavras não são afetadas ao mesmo tempo. O presente trabalho, por considerar diferentes sincronias, está fundamentado no estudo da mudança no tempo real tipo tendência. Há dois estudos de tempo real: de longa duração e o de curta duração. O primeiro analisa dados de diferentes séculos. Este apresenta uma grande dificuldade que é a ausência de dados de usuários da língua, o que obriga o pesquisador a recorrer aos textos escritos. O segundo é composto por dados de anos próximos em que se considera intervalos de cerca de vinte anos. Segundo Paiva e Duarte (2003) e Labov (1994), uma técnica para acompanhar os fenômenos variáveis em uma comunidade de fala e nos falantes individualmente pode ser realizado por meio do estudo tipo tendência, que compara amostras distintas de uma mesma comunidade, e estudo do tipo painel, que utiliza dados coletados em amostra de um mesmo indivíduo (por recontato) em diferentes períodos do tempo. O estudo tipo tendência é realizado através de coleta aleatória de dados de falantes, em uma comunidade linguística específica, em momentos de tempo distintos. As pessoas que contribuíram para a constituição do corpus podem ser consideradas representantes da comunidade, uma vez que a amostra é sociolinguisticamente estratificada. A partir deste estudo, é possível verificar se a mudança de uma variável se encontra em propagação, estabilização ou em recuo. O estudo da mudança em tempo aparente baseia-se no pressuposto de que comportamentos linguísticos distintos entre gerações podem ilustrar diferentes estágios da língua. De acordo com Labov (1994), o melhor método para analisar a mudança na Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

5 língua é combinar o estudo em tempo aparente com o estudo em tempo real, o que será empreendido na presente pesquisa. Com vistas à caracterização do comportamento das vogais em contexto pretônico, intenta-se investigar que fatores linguísticos e extralinguísticos contribuíram para a variação das vogais, o alteamento em uma análise em tempo real de curta duração, se há condicionamento de base difusionista e neogramática em relação ao fenômeno e se houve evolução no processo de alteamento das vogais pretônicas no transcorrer das décadas selecionadas. 2. Desenvolvimento 2.1. Aspectos metodológicos Constituição do Corpus Com o propósito de observar a evolução do processo de alteamento nas décadas de 70, 90 e 2010, o corpus constituiu-se de dados oral coletados em entrevistas realizadas na cidade do Rio de Janeiro, utilizando-se dezoito informantes pertencentes a faixas etárias e gêneros diferentes, disponibilizados no endereço eletrônico do projeto Norma Linguística Urbana Culta RJ (NURC): e no Estudo comparado dos padrões de concordância em variedades africanas, brasileiras e européias RJ: A partir dos pressupostos teóricos da Sociolinguística Variacionista (WEINREICH; LABOV & HERZOG, 1968), cujas bases se assentam na premissa de que a língua é heterogênea e, ao mesmo, tempo ordenada, elaborou-se um conjunto de variáveis de caráter linguístico e extralinguístico que condicionariam o alteamento. Tais variáveis foram submetidas ao pacote de programas Goldvarb-X, que selecionou as variáveis condicionadoras para o fenômeno a ser estudado Variáveis Dependentes Controlaram-se três possibilidades de concretização das vogais médias pretônicas seguidas de nasal /e/ e /o/: [i], [u], como em imbaixo e cumprida ou, ainda, a Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

6 realização ditongada das médias [ej] e [ow], como em [ej]ntendeu, c[ow]seguiu. Esta variante foi considerada apenas na análise percentual, a fim de observar sua produtividade. Em uma segunda análise, foram recodificadas como variantes alteadas, pois se entende que as vogais ditongadas encontram-se, em um contínuo, mais próximas ao alteamento do que ao não alteamento Variáveis Independentes As variáveis independentes foram separadas em nove fatores de ordem estrutural e quatro de ordem social. Portanto, há um total de onze variáveis independentes Variáveis estruturais (a) Contexto precedente à pretônica + nasal (b) Contexto fonológico subsequente à pretônica + nasal As variáveis (a) de (b) são consideradas por entender que as consoantes adjacentes ao contexto vogal média + nasal condicionam o alteamento vocálico, ainda que de maneira diversa a pretônica anterior e a posterior. Entende-se que a regra de elevação afeta mais fortemente a média anterior do que a posterior, visto que o contexto nasal aproxima a média anterior [e] da zona articulatória de [i] (ocorre o aumento das frequências dos formantes altos), favorecendo o alteamento vocálico. Já no caso da vogal posterior [o], o aumento das frequências do formante 2 e dos formantes altos torna [o] mais baixo e mais central, afastando-o [o] da zona articulatória de [u] (cf. BISOL, 1988). Ainda sabendo que o contexto nasal já é favorecedor do alteamento - especialmente de /e/ -, entende-se que a consoante adjacente pode ser mais um fator condicionante, tendo em vista que se a consoante tiver ponto de articulação mais próximo de [i] ou de [u] atuará como impulsionador do processo assimilatório. Assim, parte-se da hipótese de que velares, por serem articuladas com o dorso da língua levantado) e as palatais, por serem articuladas com o corpo da língua levantado, Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

7 propiciará o alteamento de /o/. De outro lado, as alveolares, cuja articulação ocorre com a língua em posição mais plana e a parte da frente levantada, não possuem pontos de articulação próximos a [i] e [u] e, portanto, desfavorecem o alteamento vocálico. As labiais são caracterizadas por possuírem formante 2 de frequências baixas. Assim, quando combinadas com [o], baixam também o F2 de [o], aproximando-o da zona articulatória de [u] de F2 de frequências mais baixas e propiciando o alteamento. Já a atuação de labiais sobre [e] torna-a levemente centralizada, (pelo abaixamento de F2), afastando-a da alta [i]. (c) Posição / Distância da sílaba em foco em relação a outra vogal alta adjacente Acredita-se que a vogal alta tônica ou a vogal alta mais próxima da pretônica alvo podem atuar para o alteamento, num processo denominado harmonização vocálica. Assim, esta variável visa a identificar se a maior ou menor contiguidade é um fator relevante para a atuação do alteamento. Assim, controla-se a posição e a distancia observando cinco possibilidades de ocorrência: i) a vogal média pretônica + nasal estar contígua à vogal alta pretônica ([i]nsinava, c[u]mbinar); ii) a vogal média pretônica + nasal estar contígua à vogal alta tônica (m[i]ntira, c[u]mprido); iii) a vogal média pretônica + nasal estar intercalada por 1 sílaba da tônica alta ([i]nvolvido, [i]entendida); iv) a vogal média pretônica + nasal estar intercalada por 1 sílaba da pretônica alta ([i]nvernizada, [i]ngravidando), v) a vogal média pretônica + nasal estar intercalada por 2 sílabas da tônica alta ([i]ncarecida, [i]ngenharia). (d) Classe do vocábulo Controlam-se as classes de palavras, a fim de verificar se o fenômeno do alteamento se inicia em uma classe de palavras específica e se espraia às demais, como se prevê em um modelo difusionista. Tal proposta visa a confrontar os dois modelos teóricos: o da Difusão Lexical (CHEN, M.; WANG, W.S.-Y., 1975; OLIVEIRA, 1991, 1992, 1995) o da Neogramática. O primeiro postula que as mudanças são foneticamente abruptas, não selecionam um contexto fonológico específico, e lexicalmente graduais, Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

8 uma vez que cada palavras tem sua história e, portanto, é atingida de diferentes formas pelas mudanças sonoras. O segundo inicialmente previa que as mudanças são foneticamente graduais, atinge um contexto fonológicas por vez, e lexicalmente abruptas, atinge todas as palavras do léxico que possuam o contexto de mudança. Labov (1994: 603) reformula a proposta ortodoxa neogramática e postula que a mudança fonética é uma mudança na concretização fonética de um segmento fonológico, independentemente da classe gramatical a que pertençam as palavras analisadas. Ainda, propõe que uma mudança do tipo neogramático obedece a fatores fonéticos e processase independentemente de intervenção semântica. (e) Localização da pretônica Intenta-se verificar se o alteamento ocorre mais nas palavras em que a pretônica se encontra no prefixo, por exemplo, [i]mbaixo / c[u]ncentra, ou na base lexical, por exemplo, [i]mpolga / c[u]mplicada. Investiga-se também a origem do vocábulo em dicionários etimológicos, a fim de verificar a existência de formação por prefixação, mesmo que sincronicamente esta não seja evidente. Parte-se do pressuposto de que a maior parte dos alteamentos ocorra em prefixos, uma vez que são átonas permanentes. (f) Natureza da vogal média pretônica Entende-se átona permanente aquela que nunca figura em sílaba tônica (menino, meninice, meninada) e por átona eventual aquela que pode figurar como sílaba tônica, como em lembro/lembrar. A átona permanente nunca recebe acento principal, ficando suscetível ao alteamento vocálico. Diferentemente, aquela que eventualmente é átona, em função de deslocamento da tonicidade, parece preservar o timbre vocálico, numa espécie de resíduo acentual. (g) Registro de grafias passadas: Postula-se que o registro em épocas pretéritas dos vocábulos do corpus com os grafemas <i> e <u> em posição pretônica da sílaba pode ser evidência i) de variação já existente nesse contexto, ii) de retomada à grafia latina, conforme postula Viegas (2001). Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

9 Variáveis extralinguísticas (a) Faixa Etária Pretende-se verificar se o alteamento é um fenômeno inovador - o que se comprova se este apresenta maior uso entre os mais jovens - ou se um fenômeno conservador manifesta-se com mais frequência entre falantes mais idosos. De acordo com o estudo em tempo aparente, comportamentos linguísticos distintos entre gerações podem representar diferentes estágios da língua. (b) Gênero do informante Pretende-se verificar o comportamento do fenômeno entre os gêneros. Segundo Labov (1972), as mulheres tendem a levar adiante a variante inovadora, se esta não é estigmatizada, ao passo que os homens tendem ao uso da variante estigmatizada. (c) Década Pretende-se verificar se houve evolução no processo de alteamento das vogais pretônicas no transcorrer das décadas de 70, 90 e Resultados Levantaram-se ocorrências de vogais médias pretônicas em contexto de travamento por consoante nasal, 698 ocorrências da vogal média anterior e 750 ocorrências da vogal média posterior. O alteamento ocorreu 367 vezes no total das vogais pretônicas médias anteriores e 110 vezes no das posteriores. As análises de cada vogal foram feita separadamente por se entender que fatores diferentes controlam o alteamento de /e/ + Nasal e de /o/ + Nasal. Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

10 Tabela 1 Resultados gerais percentuais - /e/ e /o/ + Nasal Média Anterior [e] + Nasal Média Posterior [o] + Nasal Décadas Alteados Não Alteados Total Alteados Não Alteados Total ,42% 21,63% ,75% 20,86% ,04% ,46% Confirma-se que, por se tratar das pretônicas seguidas de consoante nasal, o alteamento da vogal posterior é menos cômodo articulatoriamente ao falante, visto que a vogal [u] é a mais posterior da série e a consoante nasal inicia sua articulação na parte anterior do trato vocal, posteriorizando-se pela articulação de /o/. Como dito, a nasalização aumenta as frequências do formante 2 e dos formantes altos de [o], tornando-o mais baixo e mais central, afastando-o da área de [u] e o consequente possibilidade de alteamento. A análise dos percentuais de /e/ e /o/ evidenciam maior alteamento da anterior do que da posterior, em todas as décadas consideradas, assumindo [e] sempre mais de 50% de alteamento, ao passo que [o] apresenta resultados bastante inferiores. Isso se deve ao fato de que a nasalização de /e/ aumenta as frequências dos formantes altos, aproximando essa vogal da área da vogal [i]. Cabe confirmar os resultados percentuais, com base na análise probabilística. O programa GoldvarbX selecionou para o contexto vogal média anterior travada por nasal as variáveis Contexto fonológico subsequente à pretônica + nasal, Natureza da vogal média pretônica, Contexto fonológico precedente à pretônica + nasal, Distância da sílaba em foco em relação a outra vogal alta adjacente, Natureza da pretônica e Registro de grafias passadas. No nível de seleção, o input foi de e a significância No contexto vogal média posterior travada por nasal, o programa GoldvarbX selecionou as variáveis Distância da sílaba em foco em relação a outra adjacente, Década, Natureza do vocábulo, Faixa Etária, Localização da pretônica, Contexto Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

11 fonológico subsequente à pretônica + nasal, Contexto fonológico precedente à pretônica + nasal, Natureza da vogal média pretônica e Gênero. No nível de seleção, o input foi de e a significância Seguem abaixo as tabelas, bem como a leitura dos resultados com as hipóteses que nortearam o presente trabalho Variável contexto fonológico subsequente à pretônica + nasal A análise da variável independente contexto fonológico subsequente tem como principal objetivo verificar o alteamento pela assimilação de traços presentes nos fones que sucedem a vogal média, provocando uma antecipação na articulação, fenômeno nomeado por Abaurre-Gnerre (1981) de redução vocálica. Os resultados mostram que a presença das velares (108 90,8% ), palatais (19 82,6% ) e labiais (144 81,8% ) no contexto seguinte à vogal média anterior travada por nasal, bem como a presença das consoantes palatais ( ) e labiais ( ) no contexto seguinte a vogal posterior travada por nasal são grandes favorecedoras do alteamento, comprovando a hipótese de que há um condicionamento fonético de assimilação de traços que colabora para o alteamento da vogal + nasal. As alveolares desfavorecem o alteamento tanto de /e/ (96 25,3% ) quanto de /o/ (52 13,5% -.434), e a velares inibem o alteamento apenas de /o/ (2/54 3,7% ), pelo fato de essas consoantes não partilharem com as vogais altas [i] e [u] harmonizadoras - nenhuma semelhança articulatória. As alveolares articulam-se com a língua em posição bastante plana, ainda que apresentem ligeira elevação da ponta da língua, inibindo o alteamento; já as velares se articulam com o dorso da língua recuado em direção à região velar, o que em tese deveria propiciar o alteamento de /o/. No entanto, como se trata de vogal posterior seguida de consoante nasal, a articulação de /N/, inicialmente na região alveolar (anterior), inibe a assimilação do traço [+ alto] da velar. Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

12 Fatores Alveolares Exs.: s[e]ntido, [i]nsopada / p[u]ntudo, c[o]ncentra Labiais Exs.: [i]mpregada, [e]nfeite / c[u]mprida, c[o]mprava Velares Exs.: [i]ncapar, [e]ngraçadas / c[u]ncurso, c[o]nclusão Palatais Exs.: [e]ngenheiro, [i]nxada / c[u]njugado, c[o]njunto Tabela 2 Contexto Fonológico Subsequente à Pretônica + Nasal Média Anterior + Nasal Média Posterior + Nasal Aplic./Total % P.R Aplic. / Total % P.R 96/ / / / / / / / Variável natureza da vogal média pretônica O resultado confirma a hipótese de que a pretônica permanentemente átona - anterior (343 73% ) e posterior ( % ) - é mais suscetível à variação do que a pretônica eventual, uma vez que esta é derivada de uma tônica e, por isso, tende a manter o traço da média [e], preservando o timbre vocálico. Fatores Eventual Exs.: s[e]ntia, [i]nchia / c[u]mprou, p[o]ntudo Permanente Exs.: [i]mbutidos, [e]nvolver / c[u]nsumo, c[o]ntinua. Tabela 3 Natureza da Vogal Média Pretônica Média Anterior + Nasal Média Posterior + Nasal Aplic. / Total % P.R Aplic. / Total % P.R 24/ / / / Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

13 2.2.3 Variável contexto fonológico precedente a pretônica + nasal O resultado para esta variável revela que, de fato, a ausência de contexto fonológico antecedente é o maior propiciador do alteamento das vogais médias anteriores seguidas de consoante nasal ( % ), confirmando a hipótese de Viegas (1987, p. 109) para que a vogal média [anterior] alce, ela deve estar precedida de pausa, ou melhor, em início de palavra. Tal resultado também é corroborado nos estudos de Viegas (1987, p. 113) que, ao analisar a vogal média anterior [e], afirma parecer existir uma relação direta entre início de palavra e alçamento: quanto mais próximo do início da palavra, maior a porcentagem de alçamento. Trata-se, pois, de uma estrutura silábica em que o onset (ataque silábico) encontra-se vazio e a vogal média é facilmente atingida pelo alteamento. A presença de consoante em contexto precedente, ao contrario, inibe o fenômeno. Para comprovar isso, basta confrontarem-se os pares [e]ntrada ~ [i]ntrada e c[e]ntrada ~ *c[i]ntrada. Já para as vogais médias posteriores travadas por nasal, os resultados revelam que as consoantes labiais em contexto precedente a pretônica + nasal são favorecedoras do alteamento (50 30% ). Tal resultado confirma a hipótese de que a labial baixa as frequências de F2 de [o], aproximando-o da área de [u]. Já as consoantes velares ( % ) não favorecem o alteamento de /e/, mas favorecem o de /o/ por este assimilar o traço [+ alto] e [+ recuado], aproximando-o de [u]. Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

14 Tabela 4 Contexto Fonológico Precedente + nasal Média Anterior + Nasal Média Posterior + Nasal Aplic. / Total % P.R Aplic. / Total % P.R Fatores Ausência de contexto Exs.:[i]ngomar,[i]nrolado. 332/ Labiais Exs.:m[e]ndigos,m[i]ntira / am[u]ntoadas, b[o]nsucesso 4/ / Velares Exs:c[u]nfiança,c[o]ntrola 95/ Alvelares Exs.: s[e]ntinela, des[i]nvolve, 31/ Variável posição / distância da sílaba em foco em relação a outra adjacente De uma maneira geral, a presença de vogal alta na posição tônica favorece o alteamento, uma vez que tanto se estiver contígua (34/75 45,3% 0.719) quanto se estiver separada da vogal alta tônica por duas sílabas (10/12 86,7% 0.640) a vogal média pretônica anterior tende a ser alteada. Cabe observar que tanto em [i]ng[e]nharia quanto em [i]ncar[e]cida, não parece, de fato, que seja a vogal alta o desencadeador do fenômeno, mas estar a pretônica em sílaba sem apoio. Aliás, nota-se que tais exemplos contrariam a máxima de Bisol (1981) que prevê que a harmonia vocálica não faz saltos (m[e]x[e]rica ~ m[e]x[i]rica ~ m[i]x[i]rica, mas não *m[i]x[e]rica). Assim como para a pretônica /e/ + Nasal, a contiguidade da vogal posterior /o/ + Nasal a uma vogal alta é o fator favorecedor do alteamento, conforme revelam os resultados: % , mostrando a atuação da harmonização vocálica. Parece, então, que o efeito da harmonia vocálica, fenômeno em que a média pretônica assimila o traço de altura da vogal presente na sílaba tônica especialmente se contígua - atua supra-dialetalmente, visto que se verifica também nos dialetos do sul e de Belo Horizonte: Bisol (1981: 114-5) (...) é natural a regra de assimilação que atinge sons vizinhos e não natural a que pula uma sílaba para afetar terceiras. e Viegas (1987, Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

15 p.63) nos dados por mim coletados, o alçamento de (e) ocorre com frequência quando este está seguido de vogal alta. Fatores Contígua à vogal alta pretônica Exs.: [e]nsinava, [i]mpurrão / c[u]mbinar, c[o]nfusão Contígua à vogal alta tônica Exs: m[i]ntira, s[e]ntido / c[u]mprido, c[o]ncurso Intercalada por 1 sílaba antes da tônica alta Exs: [i]nvolvido, [e]ntendida Intercalada por 1 sílaba antes da pretônica alta Exs.: [i]nvernizada, [e]ngravidando Intercalada por 2 sílaba antes da tônica alta Exs.: [i]ncarecida, [e]ngenharia Tabela 5 Posição / Distância em foco em relação a outra adjacente Média Anterior + Nasal Média Posterior + Nasal Aplic. / Total % P.R Aplic. / Total % P.R 29/ / / / / / / Variável natureza do vocábulo Na análise da variável independente natureza do vocábulo, controlam-se as classes de palavras, a fim de verificar se o fenômeno do alteamento se inicia em uma classe de palavras específica e se espraia aos demais. Os resultados da tabela demonstram que os verbos de segunda conjugação ( % ) são favorecedores ao alteamento das vogais médias anteriores travadas por nasal e os verbos Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

16 de 1ª conjugação ( % ) e na forma nominal ( % ) são favorecedores ao alteamento das vogais médias posteriores travadas por nasal. Nota-se a neutralidade A partir da análise do resultado, pode-se dizer que parece haver um processo de Difusão Lexical, tanto nas vogais anteriores quanto nas posteriores travadas por nasal, pois o alteamento ocorre em uma classe de palavra específica, no caso verbos. Tal resultado corrobora com o estudo de Labov evidencia que há muitos casos que dão sustentação ao modelo neogramático. Estes casos mostram que todas as palavras de uma classe são afetadas por uma dada regra. (Viegas, 2001, p.38). Em última análise e em confronto com os resultados que levam em conta o contexto fonológico antecedente e subsequente de cunho neogramático -, pode-se dizer que a difusão lexical parece atuar mais fortemente nas posteriores do que nas anteriores, sobre as quais parece haver maior efeito neogramático. Pode-se considerar, ainda, conforme Oliveira (1991), que as palavras afetadas pelo processo de alteamento são: i) as mais comuns e mais frequentes (nesse sentido, verbos são palavras recorrentes); ii) as com contexto fonético natural para o alteamento (e assim se conjugam tanto o efeito fonético quanto as premissas da difusão lexical), e iii) as ditas em contexto informal da fala, como o são as entrevistas com os informantes de Nova Iguaçu Rio de Janeiro. Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

17 Tabela 6 Natureza do Vocábulo Fatores Média Anterior + Nasal Média Posterior + Nasal Verbo 1ª conjugação Exs.: [i]ncapar,[e]ncontrar / c[o]mprava, c[u]mbinar Nome Exs.:[i]mpregada, p[e]ntiadeira / c[u]mprido, c[o]ndução Verbo na forma nominal Exs.:[i]ntendido, [e]nsinando/c[u]nversan do,c[o]nsumido Verbo 2ª conjugação Exs.: [e]ntender, des[i]nvolver Verbo 3ª conjugação Exs.: c[u]nsigo,c[o]nseguir Aplic./Total % PR Aplic./Total % PR 66/ / / / / / / / Variável localização da Pretônica Observa-se que o fato de a pretônica encontrar-se no prefixo favorece ao alteamento tanto das vogais médias anteriores seguidas de consoante nasal ( % ) quanto das posteriores travadas por nasal (2 28.6% 0.790). Cabe destacar que a análise da variável independente localização da pretônica implicou investigar a origem do vocábulo, a fim de se verificar existência de formação de palavras por prefixação. No caso, pensou-se na hipótese de que a tendência ao alteamento esteja vinculada ao fato de o prefixo ser uma forma dependente (átona). Ao agregar-se à base, figurará como sílaba átona permanente, o que se tem revelado um forte condicionador do alteamento. Tal resultado ainda é reforçado pelo estudo de Bisol sobre os prefixos (1981, p. 37). A autora afirma serem os prefixos originários, em sua maioria, de preposição, advérbio e adjetivo. Estes prefixos podem se incorporar Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

18 totalmente à base lexical, de modo a não serem mais percebidos como tal: quando o prefixo se incorpora de todo à palavra como se fora um sufixo ou quando se tem perdida a sua origem, então a harmonização passa a atuar: retiro ritiro; porvir purvir. Por outro lado, a localização da pretônica na base lexical não favorece ao alteamento, conforme atestam os resultados, vogais anteriores ( % ) e posteriores ( % ). Os exemplos a seguir ilustram a variável: Tabela 7 Localização da Pretônica Fatores Média Anterior + Nasal Média Posterior + Nasal Aplic./Total % PR Aplic./Total % PR Prefixo Exs.:[e]mpilhados, 154/ / [i]mbaixo / c[o]ncentra, c[u]ncentração Base Exs.: [i]mpolga,[e]ncantadora / c[o]ntinuação, c[u]mplicada 213/ / Variável registro de Grafias Passadas A variável registro de gráficas passadas foi selecionada apenas para o contexto das vogais anteriores travadas por nasal. Os resultados demonstram que o fato de a palavra ter sido outrora grafada com vogal alta <i> ( ) favorece ao alteamento das vogais médias anteriores travadas por nasal, confirmando a afirmativa de Paul Teyssier (1977, p.71) de que a elevação das vogais em posição pretônica já se acha documentada em textos medievais portugueses, passando ao português do Brasil e aos crioulos. Reforça isso Marquilhas (2000, p. 254) que diz haver possibilidades de a elevação das pretônica ocorrer desde o século XVI. Nos registros do ortógrafo João Moraes Madureira Feijó (1734), verificam-se casos de alçamento de vogais médias pretônicas, registrados na parte que o autor destina à apresentação de erros de escrita e pronúncia. Há, no ortógrafo, um total de 459 dados, sendo 63 de médias travadas por Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

19 consoantes e 396 em outros contextos. Nas palavras em que as vogais médias se encontram travadas por nasal, existem 42 dados de alçamento, como cumpitente. Nos demais contextos, há 265 casos de alteamento. A partir desses dados, confirma-se a hipótese de que o alçamento das pretônicas no plano sincrônico pode ser resíduo das grafias (e também pronúncias) de sincronias passadas. Os exemplos a seguir ilustram o alteamento nas décadas de 70, 90 e Tabela 8 Registro de Grafias Passadas Fatores Média Anterior + Nasal Grafada com <i> Exs.: [e]ntregar, [i]mpregos Grafada com <e> Exs.: [e]ngomar, [i]ncostava Grafada com <a> Exs.: [e]nfeite, [i]nxada Aplic./Total % PR 174/ / / Variável faixa Etária A variável faixa etária se mostrou condicionadora do contexto das vogais posteriores travadas por nasal. A análise da variável social faixa etária parte da hipótese de Labov (1972/2008). Segundo ele, a mudança linguística inicia-se em um grupo da comunidade de fala e é levada às gerações sucessivas. Pretende-se verificar se o alteamento é um fenômeno inovador o que se comprova se este apresenta maior uso entre os mais jovens ou se um fenômeno conservador manifesta-se com mais probabilidade entre falantes da faixa etária mais avançada. Os resultados revelam que a primeira (35 16,7% ) e segunda faixas etárias (50 17,1% ) favorecem mais ao alteamento, diferentemente da terceira (25 10,1% 0.341) que não contribui para o alteamento. Este resultado se coaduna com o estudo de Viegas (1981, p. 146) que afirma serem os jovens mais favorecedores ao alteamento do que os mais velhos. Entretanto, tal resultado não corrobora com estudos anteriores em que se afirma ser a faixa etária Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

20 mais avançada a maior contribuinte para o alteamento, Bisol (1981) ressalta o número menor de alçamento nos jovens. Callou et alii (1991, p.76) afirmam: Não há, portanto, qualquer indício de progressão da regra [de elevação da vogal pretônica], mas antes de possível perda da produtividade. Deve-se, nesse momento, chamar a atenção para o fato de que o contexto sob análise é o de travamento nasal, ao passo que os estudos anteriores levam em conta todos os tipos de travamento (/S/ e /R/), bem como as pretônicas em sílaba livre. Avelheda (2013; Batista da Silveira, 2013) mostram que, a depender do tipo de estrutura silábica (livre ou travada) e ainda a depender da vogal (anterior ou posterior), os estágios de alteamento encontram-se em desenvolvimento diferentes: Figura 1: Continuum de alteamento de [e] (Cf. AVELHEDA, 2013, p. 126) Figura 2: Continuum de alteamento de [o] (Cf. AVELHEDA, 2013, p. 169) Como ilustra a trajetória acima, as vogais médias pretônicas /e/ e /o/ travadas por nasal encontram-se num estágio intermediário no curso do alteamento. Assim sendo, é Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

21 possível que o alteamento de pretônicas em contexto nasal seja inovador, ou seja, está em início de processo, conforme indicam os continua, elaborados com base nos valores de input da regra oferecidos pelo programa Goldvarb X. Estes valores constituem o nível geral de uso da variante alteada. O tabela 8 e os exemplos a seguir ilustram tal conclusão: Fatores anos Exs.: c[o]nseguir, c[u]ntida anos Exs.: c[o]ntinuava, c[u]mplicada 56 anos Exs.: c[o]mprei, c[u]nverso Tabela 9 Faixa Etária Média Posterior + Nasal Aplic./ Total % PR 35/ / / Variável Década A análise da variável independente social década selecionada apenas para a pretônica posterior - tem como objetivo verificar se o estágio do fenômeno do alteamento nas diferentes décadas consideradas. Trata-se de estudo do tipo de tendências que possibilita detectar o comportamento da comunidade, em relação ao alteamento (LABOV, 1994). Segundo Paiva e Duarte (2003, p.8), se baseia na comparação de amostras aleatórias da mesma comunidade de fala, estratificadas com base nos mesmos parâmetros sociais, em dois momentos do tempo. Esse estudo permite identificar se há propagação, estabilização ou recuo do fenômeno linguístico, além disso, segundo Paiva & Duarte (2010) verifica a regularidade na ação dos princípios que regem a variação e subjazem à implementação da mudança. Os resultados mostram que a tendência ao alteamento era mais forte nas décadas de 70 (0.651) e 90 (0.669), declinando na de Isso revela que, ao longo do tempo, Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

22 o alteamento tem regredido, preferindo a comunidade a variante médio-baixa [o]. Os exemplos a seguir ilustram a variável: Fatores 70 Exs.: [i]nvidraçada, p[e]ntiadeira / c[u]ntinua, m[o]ntanha 90 Exs.: s[e]ntia, [i]nvolve / c[u]ntinuação,c[o]nclusão 2010 Exs.: [i]mpresas, s[e]ntinela / c[o]ndução, ac[u]ntecendo Tabela 10 Década Média Posterior + Nasal Aplic./ Total % PR 53/ / / A fim de comparar o comportamento das médias pretônicas anterior e posterior travadas por nasal, procedeu-se à elaboração de dois gráficos com base nos resultados percentuais de cada década, bem como o cruzamento das variáveis década e faixa etária: Gráfico I - Análise em Tempo Real de Curta Duração das Vogais Médias Anteriores + Nasal Percentuais Linear (Percentuais) Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

23 Gráfico II - Análise em Tempo Real de Curta Duração das Vogais Médias Posteriores + Nasal Percentuais Linear (Percentuais) Gráfico III Cruzamento das variáveis Década e Faixa Etária Os resultados da variável década, em relação à vogal média anterior + Nasal confirmam a estabilização no processo de alteamento, com leve tendência ao aumento. No entanto, para as pretônicas posteriores + Nasal, a taxa de frequência decresce ao longo das décadas, revelando tendência ao recuo do alteamento. Tem-se, então, dois comportamento diferenciados para o alteamento. Em relação ao cruzamento das variáveis (gráfico III), confirma-se a tendência à inibição do fenômeno ao longo do tempo nas três faixas etárias em quaisquer décadas consideradas. Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

24 2.3. Conclusão Tendo em vista a seleção da sete variáveis da média anterior + nasal e oito variáveis da média posterior + nasal, observou-se que a vogal anterior [e] + nasal apresenta maior tendência ao alteamento, ao passo que [o] + nasal apresenta maior resistência ao fenômeno, demonstrando que o fenômeno não está em estágios iguais para ambas as vogais pretônicas. Constatou-se, também, o efeito neogramático tanto para as médias anteriores quanto para as posteriores seguidas de nasal. No entanto, entende-se que pode se tratar de mais um contributo para a difusão lexical, visto que o verbo é a classe de palavras mais afetada pelo processo de alteamento da média pretônica. Ressalte-se, ainda, que a pretônica em sílaba com ataque vazio em início de palavra se revelou o contexto mais favorecedor do alteamento; estando o ataque preenchido, há maior resistência ao processo. Figuram como altamente relevantes a natureza permanentemente átona da pretônica, a pretônica figurar em prefixo e vir contígua à vogal alta tônica. A partir do estudo do tempo real de curta duração tipo tendências, verifica-se a estabilidade do processo de alteamento das vogais médias pretônicas + nasal, com redução do fenômeno em todas as faixas etárias, nas três décadas consideradas. Entende-se que estudos sobre o vocalismo átono ainda são de fundamental importância, visto ser um fator de diferenciação entre os subfalares brasileiros, bem como ser um dos aspectos que distingue o português brasileiro e o europeu. Referências bibliográficas ABAURRE-GNERRE, M. B. M. Processos fonológicos segmentais como índices de padrõesdiversos nos estilos formal e casual do Português do Brasil. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

25 AVELHEDA, A. C. da C. O alteamento das vogais médias pretônicas no município de Nova Iguaçu: análises sociolinguística e acústica. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: UFRJ/FL, AVELHEDA, A. C. da C. & SOUZA, S. C. G. de. Vogais médias pretônicas: uma análise de dados do Século XIX. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO DE ESTUDOS DA LINGUAGEM DO RIO DE JANEIRO, 15, Anais do XV Congresso da Associação de Estudos da Linguagem do Rio de Janeiro Linguagens em diálogo: pesquisa e ensino na área de Letras. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, AVELHEDA, A. C. da C.; BATISTA DA SILVEIRA, E. F. Alteamento das vogais médias pretônicas nas cidades de São Fidélis e Rio de Janeiro: uma análise comparativa. In: VII Congresso Internacional da ABRALIN, 2011, Curitiba. Anais do VII Congresso Internacional da ABRALIN, 2011b. v. 1, p Vogais médias pretônicas: uma análise pancrônica. In: VII Congresso Internacional da ABRALIN, 2011, Curitiba. VII Congresso Internacional da ABRALIN, 2011a. v. 1. p BATISTA DA SILVEIRA, E. F. Análise dos estágios do alteamento vocálico pretônico nas diferentes estruturas silábicas, 2013 (no prelo). BATTISTI, E. & VIEIRA, M. J. B. O sistema vocálico do português. In: BISOL, L. (org) Introdução a estudos de fonologia do português brasileiro. 4. ed. rev. e aum. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2005 BISOL, Leda. Harmonia vocálica: uma regra variável. Rio de Janeiro: UFRJ. Tese de Doutorado, A neutralização das átonas. Revista D.E.L.T.A, 2003, 19 (2): A harmonização vocálica na fala culta (dados do Projeto NURC). Revista DELTA, vol. 4. no. 1, 1988 (1-20). BORTONI, S.M., C. Gomes & E. Malvar. Variação das vogais médias pretônicas no português de Brasília: um fenômeno neogramático ou de difusão lexical? Revista de Estudos da Linguagem 1: 9-30, FALE/UFMG, CALLOU, D. & LEITE, COUTINHO, L. Elevação e abaixamento das vogais pretônicas no Rio de Janeiro. Organon, Porto Alegre, 18: 71-78, CAMARA JR., J. M. Estrutura da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Vozes, CASTRO, Ivo. Curso de História da Língua Portuguesa. Lisboa: Universidade Aberta, CHEN, M. & W.S-Y. Wang. Sound change: actuation and implementation. Language, FEIJÓ, J. de M. M. Orthographia, ou a arte de escrever, e pronunciar com acerto a língua portugueza. Lisboa: S. Clara de Santarém, Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai

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