Estrutura de Sentimento de Raymond Williams...Teixeira

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1 Estrutura de Sentimento de Raymond Williams: uma abordagem devocional do festejo do glorioso São José de Ribamar d.o.i / v1n10p95 RESUMO Edvaldo Rogério Santos Teixeira 1 (Mestrando da UMESP) Este artigo tem como objetivo fazer uma abordagem entre a Estrutura de Sentimento de Raymond Williams e a devoção popular do festejo do glorioso São José de Ribamar. Para nos auxiliar no desenvolvimento desta pesquisa apresentaremos como quadro teórico, a colaboração dos seguintes autores: Raymond Williams, que ao salientar a estrutura de sentimento, enquanto sentimento social, vivido e sentido numa determinada época, ajudam a compreender o presente. Partindo para o campo da fenomenologia da religião destacaremos Émile Durkheim e Mircea Eliade que apontam um conceito sociológico da religião. No que concerne à religiosidade popular, citaremos alguns documentos da Igreja, tais como: O documento de Medellín e Evangelli Nuntiandi, que desenvolvem a conceituação e a prática votiva da piedade popular. Nesse intuito, o presente trabalho, amplia esta reflexão a outros que desejarem enveredar a sua linha 1 Graduado em Teologia e especialista em Catequética pelo Instituto de Estudos Superiores do Maranhão. Licenciado em Filosofia pela Faculdade Paulista São José. Graduado em Comunicação Social (Jornalista) pela Faculdade São Luís. Especialista em Docência em Ensino Superior pelo Centro Universitário Barão de Mauá. Mestrando em Comunicação Social pela UMESP. santeixeirao@hotmail.com Revista Diálogos N. 10 Novembro de

2 de pesquisa na Estrutura de Sentimento no intuito de entender o sentimento das estruturas socioculturais que regem a atualidade. Palavras chave: Estrutura de Sentimento, experiências, época, piedade popular, ex-votos. Conhecendo Raymond Williams Na fronteira que dividia o país de Gales e a Inglaterra, nascia no ano de 1921, na pequena Vila de Pandy (Pais de Gales), Raymond Williams. Era filho de um assalariado ferroviário que pertencia ao partido trabalhista britânico e neto de agricultores que prestavam serviços às grandes fazendas. A saber, os fazendeiros faziam parte dos Liberais. Esses dois grupos vão viver em certos momentos uma guerra fria e em outros uma guerra declarada, mas havia uma relação de proximidade. Fora esses conflitos, as relações entre esses dois grupos eram bem próximas. Era comum ir à guarita do sinaleiro e encontrar um ou dois agricultores sentados conversando com os ferroviários. (WILLIAMS, 2003b, p. 88) De certo modo, essas duas realidades, como aponta Williams (2003), colaboraram para a sua formação sociocultural e também para a sua maneira de ver a sociedade. Devido à localização geográfica, Pandy, por ser uma vila de fronteira, despertava no sentimento dos galeses, uma forte dúvida quanto à nacionalidade galesa. Como descreve Williams (2003b, p. 90): As pessoas sempre se perguntavam o que o país de Gales realmente é, porque percebem que todos os galeses perguntam a si mesmo o que é ser galês. [...]. Havia um sentimento Revista Diálogos N. 10 Novembro de

3 curioso no qual podíamos falar tanto do galês como do inglês como estrangeiros, como não sendo nós. Diante da dúvida que pairava no sentimento do povo galês, Williams em meio às duas grandes Guerras Mundiais, vai viver uma infância e adolescência conturbada pela grande crise econômica que essas guerras vão causar. Essa crise vai mexer não só com as estruturas econômicas do Estado, mas também nas estruturas familiares. Por isso, as guerras vão ser consideradas as principais geradoras da crise econômica da época. E, por conseguinte, vão incentivar a migração de um grande numero de famílias atingidas pela crise econômica, às grandes cidades em busca de melhores condições de vida. Inclusive as mulheres que buscavam nas cidades emprego doméstico como forma de sustentabilidade. Ao referir-se à sua mãe, Williams (2003b, p. 91) destaca: Fazia chá, endereçava e distribuía a correspondência, mas não tinha muitas atividades políticas. Mas minha mãe tinha suas próprias opiniões. De família socialista Williams deixou a escola de Pandy para estudar como bolsista na King Henry VIII Grammar School. Não havia nenhum sentido no qual a educação fosse sentida como algo curioso na comunidade (WILLIAMS, 2003b, p. 93). Frequentou a Universidade onde cursou Letras, serviu o exercito na Segunda Guerra Mundial, fato que devido a algumas mudanças políticas e religiosas o levou a fazer uma reflexão sobre a cultura. Constatei que uma única palavra me preocupava, cultura, que parecia escutar-se com muito mais frequência: não só em Revista Diálogos N. 10 Novembro de

4 comparação com as conversas em um regimento de artilharia ou em minha própria família, senão em um cortejo direto com o ambiente universitário de poucos anos atrás. (WILLIAMS, 2003a, p. 16) No período pós-guerra as estruturas sociais, econômicas e políticas da Europa vão estar fragilizadas. Por isso, o termo cultura vai ganhar duas resignações, segundo Williams (2003, p. 16), no campo literário indica uma formação de valores; nas discussões gerais modo de vida particular. Na trajetória intelectual vai ser conhecido como uma das mentes mais insígnias do pensamento Marxista do período pósguerra. Escreveu varias obras que mais tarde influenciaram os estudos culturais. Na visão de Cevasco (2001, p. 184), a inquietude de Williams era aprofundar os autores consagrados com intuito de responder à pergunta: Como esses autores estão lidando com a forma herdada do século XVIII, respondendo às pressões e limites do seu tempo? Como grande pensador Williams, vai buscar na literatura e na arte a retratação de um sentimento social que marcou uma determinada época. Por isso, segundo ele, a mais forte barreira ao reconhecimento da atividade cultural humana é essa transformação imediata e regular da experiência em produtos acabados. (WLLIAMS, 1979, p. 130) Williams abriu as portas, a partir da estrutura de sentimento, às gerações posteriores ao entendimento de um sentimento sociocultural não fixado em um saudosismo, mas, sim a um sentimento que vive em constante transformação. É certo que a estrutura de sentimento de Williams pode ser identificada, além do campo sociocultural, também nos campos da política, da religião, da econômica, etc. Revista Diálogos N. 10 Novembro de

5 Portanto, as reflexões feitas por Williams sobre a estrutura de sentimento presentes na arte e na literatura, que o levou a compreender a vida sociocultural do seu tempo, devem ser consideradas um verdadeiro legado à compreensão da estrutura de sentimento que perdura na vida social e cultural nos tempos atuais. Devido a essas reflexões, Raymond Williams vai ser considerado, pelos grandes estudiosos, um dos fundadores dos estudos culturais e um grande pensador da cultura e das analises literárias e sociológicas. Abordando a Estrutura de sentimento de Raymond Williams Todos os acontecimentos socioculturais que marcaram épocas e que hoje são estudados e aprofundados por nós, defendiam uma ideologia identitária que tinha em si um valor inestimável, uma vez que, a sociedade em meio a tantas transformações, tende a reproduzir os acontecimentos afastandose da vivencia de uma época. É certo que os acontecimentos, embora sendo analisados após o ocorrido, estão em constante transformação. Diante dessa análise sociocultural, Raymond Williams vai chegar à conclusão de que por detrás dos acontecimentos sociais há uma estrutura de sentimento, pois ele vai procurar articular a experiência intelectual à sua prática concreta. Esse conceito foge, segundo a intenção de Williams (1979), aos parâmetros das estruturas institucionais formadas que devido aos acontecimentos do momento podem manter-se ou não vivas. Segundo ele: A análise se centraliza então nas relações entre essas instituições produzidas, formações Revista Diálogos N. 10 Novembro de

6 e experiências, de modo que agora, como naquele passado produzido, somente formas fixas explícitas existem, e a presença viva se está sempre por definição, afastando. (WILLIAMS, 1979, p. 130) Na concepção de Williams os acontecimentos sociais não podem ser resumidos, simplesmente, a um sentimento que ficou no passado. Embora as instituições sociais apresentem alguns valores que sustentem na sua trajetória uma ideologia, não podem ser avaliadas como produtos acabados ou fixados, mas, sim como instituições vivas e atuantes que carregam, no presente momento, sentimentos que estão em constante transformação na vida social e cultural. Se o social é sempre passado, no sentido de que é sempre formado, temos na verdade de encontrar outros termos para a experiência inegável do presente: não só o presente temporal, a realização deste instante, mas o presente específico de ser. (WILLIAMS, 1979, p. 130) A fixação das formas sociais como vimos acima, vão ser criticadas ironicamente por Williams (1979, p. 130), quando afirma que elas existem e são vividas de forma específica e definitiva, em formas singulares e em desenvolvimento. Na análise e aprofundamento dos sentimentos há complexidades de valores que são reconhecidos pelo autor, como ele mesmo salienta: Estamos então definindo esses elementos como uma estrutura : como uma série, com relações internas específicas, ao mesmo tempo engrenadas e em tensão. (WILLIAMS, 1979, p. 134). Revista Diálogos N. 10 Novembro de

7 A estrutura de sentimento presente na literatura e na obra de arte não serve somente de elo entre uma geração e uma época, mas também para compreender alguns fenômenos socioculturais, cujas convenções se renovam. Segundo Williams (1979, p. 18): Muitas vezes, quando essa estrutura de sentimento tiver sido absorvida, são as conexões, as correspondências, e até mesmo as semelhanças de época, que mais saltam à vista. O que era então uma estrutura vivida é agora uma estrutura registrada, que pode ser examinada, identificada e até generalizada. [...] O que isso significa na prática é a criação de novas convenções e de novas formas. Em meio a essa estrutura existente na obra de arte, é possível relacionar uma obra de arte com qualquer aspecto da totalidade observada pode ser, em diferentes graus, bastante produtivo. [...], e só pode ser percebido através da própria experiência da obra de arte. (CEVASCO, 2001, p. 152). Segundo Cevasco (2001), Williams querendo contrapor o conceito de ideologia e a visão de mundo criou o termo sentimento e, por outro lado, a palavra estrutura que opera nos mais delicados e intangíveis aspectos de nossas atividades (p. 152). Neste sentido, estrutura de sentimento, na visão de Cevasco (2001), está associada às práticas e hábitos sugestivamente sociais e mentais. Segundo Williams (1979, p. 13): A ideia de uma estrutura de sentimentos pode ser especificamente relacionada à evidência de formas e convenções, figuras semânticas, que na arte e na literatura estão quase sempre Revista Diálogos N. 10 Novembro de

8 entre as primeiras indicações que tal estrutura está se formando. Seguindo essa linha de pensamento Cevasco (2001, p. 150) ao analisar a estrutura de sentimento discorre que Ideologia se apresenta, em seus diversos sentidos, como um sistema relativamente formal de valores, crenças e ideias que pode ser abstraído de um todo social, como uma visão de mundo ou de classe. Por conseguinte, Williams (1979, p. 131) referindo-se à arte, afirma que a estrutura é sempre um processo formativo com um presente especifico. No cenário sociocultural, Williams (1979) observa que a realidade, uma vez afirmada e vivenciada na prática, apresenta nas próprias formas um universo oposto a outras formas vigentes. Nos apontamentos feitos por Williams (1979, p 131) são observados O subjetivo em distinção do objetivo; a experiência em oposição à crença; o sentimento em oposição ao pensamento; o imediato em oposição ao geral; o pessoal em oposição ao social. Em julgamento a esses elementos que se opõem o social se reduz a formas fixas, por isso, a estrutura de sentimento presente no social vem sendo substituída por elementos subjugados aquém da estrutura sociocultural pré-estabelecida. Conhecendo o campo da Religiosidade Popular Ao estudarmos o campo religioso, é compreensível definilo como um espaço que envolve duas realidades: visível e transcendental. A realidade visível se refere ao mundo físico, enquanto que a realidade transcendental se refere ao metafísico Revista Diálogos N. 10 Novembro de

9 (sagrado). Na abordagem feita pela fenomenologia da religião, o ser humano de todos os tempos é considerado por natureza um ser religioso. Na Gênesis do universo, Deus criou o homem (ishi) e a mulher (ishá) à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 27). Como diz o salmista: Pouco abaixo dos anjos o fizeste e o coroaste de glória e esplendor (Sl 8, 6). Isso significa dizer que no principio, o homem e a mulher, eram sem mácula, viviam a perfeição de Deus. Mas a desobediência, fruto do pecado, os fez maculosos (cf. Gn 3, 1-24). Essa realidade de pecado que envolveu o coração humano causou o desligamento do humano como o sagrado. Esse fato gerou a necessidade de um reencontro, de um religamento (re ligari), dai surge à expressão religião, cujo intuito é religar a natureza humana à natureza divina. Além de ver a religião como um fenômeno coletivo, o sociólogo Durkheim (2000, p. 32), a apresenta como: Um sistema solidário de crenças e de prática relativas a coisas sagradas, isto é, separadas proibidas, crenças e prática que se reúne numa mesma comunidade moral, chamada Igreja, todos aqueles que a elas aderem. Partindo para o campo da fenomenologia da religião todo rito, todo mito, toda crença ou figura divina reflete a experiência do sagrado e, por conseguinte, implica as noções de ser, significação e verdade (ELIAD, 1989, p. 45). Nesse caso, a experiência com o sagrado se submete a duas realidades: uma subjetiva (sujeito individual) e outra coletiva (sujeito interativo). Em meio à coletividade do sujeito, o campo religioso, devido à interação entre os sujeitos, que parte da subjetividade Revista Diálogos N. 10 Novembro de

10 para a coletividade, o sujeito coletivo, agora se torna, sujeito criador de manifestações religiosas, dentre elas podemos citar a religiosidade popular, que abordaremos agora neste item da pesquisa. A religiosidade popular, cuja denominação se volta para o popular massivo e o sagrado, vai ser definida pela Conferência de Medellín como: A expressão religiosidade popular é fruto de um estudo aprofundado de uma evangelização do tempo da Catequista, com características especiais. É uma religiosidade de votos e promessas, peregrinação e de sem-número de devoções, baseada na recepção dos sacramentos [...]. Percebe-se na expressão religiosidade popular uma enorme reserva de virtudes autenticamente cristãs, especialmente na linha da caridade. (MEDELLÍN n. 13) Antes do Concilio Vaticanos II, surgiu outra expressão referente à religiosidade popular, a chamada piedade popular, que o Vaticano II, vai oficializar os termos religiosidade e piedade popular como sendo a mesma manifestação, diferenciando-as apenas em termos nominais. Ambas apontam para a mesma direção, o Sagrado (transcendente). A religiosidade popular apresenta aspectos positivos como senso do sagrado e do transcendente; disponibilidade para ouvir a palavra de Deus [...], capacidade para rezar; sentido de amizade, caridade e união familiar; capacidade de sofrer e reparar; significação cristã em situações irreparáveis; Revista Diálogos N. 10 Novembro de

11 desprendimento das coisas materiais. (EVANGELLI NUNTIANDI n. 19). A realidade votiva que a religiosidade popular apresenta, transporta o fiel devoto, no âmbito imagístico, à realidade transcendental. Pois, nesse âmbito, o peregrino vive a experiência de um mistério que supera, não só da transcendência de Deus, mas também da Igreja que transcende sua família e seu bairro (EVANGELLI NUNTIANDI n. 260). Por conseguinte, é plausível destacar, que mesmo sendo uma expressão votiva que aglomera multidões, a piedade popular não é uma espiritualidade massiva, pois cada fiel, embora fazendo parte do mesmo ambiente litúrgico (comunitário), tem a maneira própria de relacionar com o sagrado. Nos diferentes momentos da luta cotidiana, muitos recorrem a algum sinal do amor de Deus: um crucifixo, um rosário, uma vela que se acende para acompanhar um filho doente em sua enfermidade, um Pai- Nosso recitado entre lágrimas, um olhar entranhável a uma imagem de Maria, um sorriso dirigido ao Céu em meio a uma alegria singela. (EVANGELLI NUNTIANDI n. 261). Na prática votiva da piedade popular, há na vida dos devotos, uma identificação autêntica com Cristo sofredor. Por isso, no pagamento de promessas o devoto apresenta situações diversas: velas do tamanho do devoto, objetos de cera que representa a parte do corpo (cabeça, braços, pernas, etc.) que ficou curada, penitências, tais como andar de joelho, deitar no chão com velas envolto ao corpo, etc. É certo que o nosso povo Revista Diálogos N. 10 Novembro de

12 se identifica particularmente com o Cristo sofredor, olham-no, beijam-no ou tocam seus pés machucados. (EVANGELLI NUNTIANDI n. 262) Portanto, a religiosidade popular, é para a vida do fiel devoto, um legado cheio de espiritualidade e riqueza humanitária. O simples fato de o devoto querer assemelhar-se a Cristo sofredor resgata a humanidade do homem (ishi) e da mulher (ishá), que no principio da criação foram feridos pelo pecado. É um legado, também, aos estudos da folkcomunicação. Por ser um campo complexo, a religiosidade popular, apresenta em termos comunicacionais, uma estrutura que carrega em si um sentimento de uma época que é passado ou assimilado de uma geração a outra, enaltecendo, dessa forma, a experiência votiva dos tempos hodiernos. Abordagem da estrutura de sentimento na devoção popular do festejo de São José de Ribamar Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no senso realizado em 2000, o município de São José de Ribamar possui uma área de 434,2 km 2. Com uma população, como destaca Reis (2001), concentrada em sua maioria nos centros urbanos. Distante aproximadamente 32 km de São Luís (Capital do Estado do Maranhão), é uma cidade pesqueira, artesanal e votiva, cuja maior fonte de rende é a festa do Glorioso São José de Ribamar. A saber, a cidade foi fundada com o nome do seu Santo Padroeiro. De acordo com Reis (2001, p. 51), a cidade de São José de Ribamar, antes de ser elevada a condição de município, era aldeia dos índios Gamelas: Revista Diálogos N. 10 Novembro de

13 As terras de São José de Ribamar, onde estavam às aldeias dos índios Gamelas, foram dadas, em 1627, para os jesuítas, conforme afirmou-se acima, por pedido do padre Luiz Figueiredo (o padre figueira escreveu a primeira gramática do idioma brasílico, editada na Bahia em 1851, (Memórias do Dr. Cândido Mendes, tomo 1, também citado no livro do TOMBO no item acima identificado), que já possuía uma légua de terra doada por Pedro Dias ex-artilheiro da Armada de Alexandre Moura, e sua, mulher, Apolônia Bustamante, na Vila do Paço do Lumiar. Elevada a condição de município em 1952, dados contidos no Plano Trianual da Prefeitura de São José de Ribamar, a cidade começou a ser construída em torno da Igreja de São Jose de Ribamar, que aos pouco fora se tornado um lugar atrativo para os devotos do Glorioso Santo. Por outro lado, junto à história da cidade nasce também, a lenda que narra à história da chegada da imagem do Glorioso São José de Ribamar em terras maranhenses, como atesta Reis (2004, p. 190): As versões são inúmeras, mas o âmago da temática é praticamente o mesmo e narram a respeito de um navio que, vindo de Portugal para o Maranhão entrou errado na baía de Guaxenduba, hoje denominada de São José, em meio a um temporal, bateu fortemente nos arrecifes e por verdadeiro milagre não houve o naufrágio. Na ocasião do desespero, e vendo a situação piorando a todo segundo, o comandante da embarcação fez súplica e toda Revista Diálogos N. 10 Novembro de

14 tripulação o acompanhou no clamor a São José de Botas, que era o protetor dos navegadores europeus, oriundos da escola naval de Sagres..Valei-nos! Oh! São José proteja-nos, abrande esse vento, acalme o mar e salve a todos nós com vida. Num grande agradecimento, traremos a sua gloriosa imagem para este lugar. Não tardou e o pedido foi atendido, quando uma onda gigante bateu contra o casco da caravela e a jogou sobre uma croa, tendo logo encalhado em um lugar seguro. Essa lenda é a mais conhecida pelos devotos fieis do Glorioso São José de Ribamar, o santo de botas. E hoje faz parte do imaginário votivo dos fieis que visitam o santuário a ele dedicado. Fazendo uma referência ao tema deste artigo, podemos a partir da narrativa lendária, destacar que a estrutura de sentimento dessa narrativa é puramente votiva. E, portanto, por fazer parte de um imaginário coletivo se renova na força de novos devotos que buscam, no Glorioso São José de Ribamar, os auxílios necessários aos pedidos rogados a Deus. Nos estudos folkcomunicacionais, a partir da análise feita, o festejo de São José de Ribamar esta incluso na festa dos grupos culturalmente marginais urbanos, estudados por Luis Beltrão (1980, p. 61): As festas religiosas urbanas são grandes concentrações do povo em honra de um santo (católicas), de um orixá (Umbanda- Candomblé) ou de participação em uma experiência mística extraordinária (benção, batismos coletivos, sessões públicas de oração Revista Diálogos N. 10 Novembro de

15 e cura de diferentes congregações evangélicas), ou manifestações mediúnicas espiritistas, que atraem multidões. Os fenômenos religiosos têm a sua expressão máxima, dentro das Igrejas que cultuam os santos de maneira votiva, como comunicadores entre o humano e o Divino. Diante desse ponto de vista, o ser humano é por natureza um ser religioso, que através de orações, promessas, e simbologias manifestam a sua fé no sagrado. O sagrado manifesta-se sempre como uma realidade de uma ordem inteiramente diferente das realidades naturais. (ELIADE 1956, p. 20) Por ser uma cidade que se abastece do turismo religioso durante o mês de setembro, período mais importante para a vida da cidade, obedecendo ao tradicional calendário Lunar, na semana da lua cheia, dar-se inicio ao tradicional Festejo de São José de Ribamar, cujo espaço citado torna-se pequeno. A cidade balneária de São José de Ribamar, no período das festas do seu protetor muda de hábito, radicalmente, pela enorme quantidade de pessoas que a visita, seja para pagar promessas, batizar, casar, passear, pedir graças, agradecer milagres alcançados pela intercessão do glorioso São José de Ribamar ou então simplesmente entregar-se a momentos de oração. (REIS, 2004, p.177) Diante dessa realidade votiva, convém salientar, que os sentimentos depositados aos pés do santo de devoção, podem ser experimentados por muitos devotos como uma forte expressão da cultura religiosa massiva que liga uma geração a outra. Neste sentido, é importante destacar que metodologicamente a Revista Diálogos N. 10 Novembro de

16 estrutura de sentimento é uma hipótese cultural, derivada na prática de tentativas de compreender esses elementos se suas ligações numa geração ou período (WILLIAMS, 1979, p. 135). Na devoção a um santo, essa hipótese cultural, é resultante de profunda experiência histórica que é transmitida de pai para filho. Portanto, há uma estrutura denominada sentimento que não é uma estrutura ideológica como estamos habituados a definir. Ao avaliar a obra de arte Raymond Williams destaca o sentimento passado pelo artista, que parecendo isolado do mundo transmite à sua arte uma estrutura que posteriormente pode ser partilhado por outros artistas ou amantes da arte. Quando as obras estavam sendo feitas, seus criadores muitas vezes pareciam, tanto para si mesmos quanto para os outros, estar sozinhos isolados, e serem ininteligíveis [...]. Em nosso próprio tempo, antes que isso aconteça, é provável que aqueles para quem a nova estrutura seja mais acessível, ou em cujas obras ela está se formando de maneira mais clara, percebam sua experiência como única: como o que os isola das outras pessoas, ainda que o que os isolem sejam de fato as formações herdadas e as convenções e instituições que não mais exprimem e satisfazem os aspectos mais essenciais de suas vidas. (WILLIAMS, 1979, p. 19) Na própria caminhada votiva, a experiência com o sagrado é sempre única, pois a estrutura moldada abrange os fenômenos socioculturais, contribuindo assim, para a atualização de um passado que se torna sempre presente nessas Revista Diálogos N. 10 Novembro de

17 manifestações, acima de tudo, quando envolve o imaginário religioso de um lugar. Na grande procissão, ponto máximo do festejo, os esforços são sobre-humanos para pelo menos tocar em um dos adornos do andor, pois para os devotos todo e qualquer sacrifício vale a pena em consideração a fé. (REIS, 2001, p. 299). Neste sentido as estruturas do sentimento votivo deparamse constantemente com o sentimento emocional do fiel devoto, como atesta Reis (2004, p. 177): É comum depararmo-nos com homens e mulheres com lágrimas nos olhos tomados pela emoção da fé que alimenta a esperança na busca de curas e milagres considerados aparentemente impossíveis, mas cujas graças acabam sendo alcançadas pelos fiéis. Na demonstração desses sentimentos manifestos pelos devotos, voltemos à atenção a estrutura de sentimento proposta por Williams. Como já foi dito anteriormente, as analises das estruturas feitas por Williams como salientou Paul Filmer (2003) nos leva a entender os fenômenos socioculturais. Raymond Williams (1979) alertava que todo grupo possui um corpo de práticas e um ethos em comum, que, muito provavelmente, vai se chocar contra as práticas e o ethos de um ou mais grupos distintos. Por isso, muitas vezes analisar um escritor implica analisar o grupo do qual faz parte, levando em conta as ideias e as atividades manifestas e também as ideias e posições implícitas dos demais artistas do mesmo grupo, isto é, torna-se relevante debruçar-se sobre os laços de amizade e os relacionamentos constituídos entre os participantes. Revista Diálogos N. 10 Novembro de

18 A partir dessa análise, o festejo de São José de Ribamar, apresenta uma linguagem formada por uma serie de elementos culturais que buscam na própria estrutura um entendimento sociocultural. Esses elementos vão desde os benditos oferecidos ao santo às historias em quadrinhos que narram a lenda da chegada do santo à cidade a ele consagrada. Neste sentido, para Williams (1979), a relação de estrutura pode demonstrar um principio organizador que rege grupos sociais. Nessa linha de pensamento, Cevasco (2001, p. 153) aponta que a união dos grupos sociais ou a respostas dos artistas sejam reunidas como característica de um grupo ou formação. Em aprofundamento ao pensamento da autora deve ser levado em conta o lugar social, o lugar desses atores, para assim determinar a visão de mundo que eles produzem a partir de tais manifestações. Na festa de um santo, acima de tudo uma festa cuja dimensão social, religiosa e cultural é complexa, há varias formas de manifestação votiva, que podemos denominar dentro da estrutura de sentimento como característica própria de um grupo. Dentre elas destacaremos a estrutura comunicacional dos exvotos, que simbolicamente são oferecidos em forma de agradecimento pela graça alcançado. Leach (1976, p. 16) discorre: As formas e canais através dos quais nos comunicamos uns com os outros são bem diversos e complexos, mas como uma primeira abordagem, objetivando apenas uma análise inicial, concluirei que a comunicação humana é alcançada através de ações expressivas que operam como sinais, signos e símbolos. Revista Diálogos N. 10 Novembro de

19 Na concepção de Leach (1976) os ex-votos são símbolos padronizados que publicamente geram informações. No santuário de São José de Ribamar, os ex-votos, tornaram-se tradição, pois ir ao santuário e não acender uma vela, ou não oferecer algo ao santo em sinal de agradecimento é não obter, segundo o imaginário do fiel devoto, a graça rogada a Deus pela intercessão do santo padroeiro, o Glorioso São José. Na própria analise votiva o ex-voto é uma estrutura inovadora que mantém a vida hegemônica das instituições que atuam no campo religioso, cujas mudanças acontecem de acordo com a elaboração litúrgica adaptada para um determinado local. Por exemplo, no Santuário de São José de Ribamar o corpus litúrgico ajuda a sustentar a estrutura votiva ao santo padroeiro e esta, por sua vez, não deixa de exercer certa dominação a vida social da cidade, que de acordo com a festa dedicada ao Santo muda durante esse período. Ao aplicar a estrutura de sentimento, na organização social e suas respectivas mudanças, Cevasco (2001, p. 157) salienta: A estrutura de sentimento é então uma resposta a mudanças determinadas na organização social, é a articulação do emergente, do que escapa à força acachapante da hegemonia, que certamente trabalha sobre o emergente nos processos de incorporação, através dos quais transforma muitas de suas articulações para manter a centralidade de sua dominação. Na análise literal de um hino dedicado ao Glorioso São José, encontraremos na letra apresentada, a estrutura de sentimento presente na realidade complexa da época e Revista Diálogos N. 10 Novembro de

20 consequentemente à sua realidade social. Por exemplo, no hino da benção de São José: Nós pedimos a são José a sua benção, sua benção e proteção. É de todo coração que vos pedimos sua benção e proteção. Para todos os desempregados a sua benção [...]. Para todos os doentes a sua benção [...]. Para todos os romeiro a sua benção... (CORAÇÃO SERENO, 2003) Todos esses elementos fazem parte de um contexto que culturalmente foi implantado na estrutura votiva de um povo. No contexto em que foi escrito percebe-se a posição do compositor em relação à realidade sociocultural (desemprego, doenças, Romarias votivas, etc.) e ao mesmo tempo o sentimento religioso (vos pedimos sua benção e proteção). Neste sentido, Williams (1979) apresenta que a linguagem não tem neutralidade, por isso, produz na vida social, cultural e religiosa, sentidos e valores que legitimam a sua ideologia. A partir dessa visão sociocultural que o hino nos fornece, a devoção ajuda a formalizar com papel ativo os processos sociais de incorporação de novos valores e de percepções uma nova estrutura de sentimento como experiências sociais em solução, distintas de outras formações semânticas sociais que foram precipitadas, [...] evidente e imediata (WILLIAMS, 1979, p. 136). Nos estudos culturais, podemos afirmar com Raymond Williams que a prática humana não pode ser esgotada pela cultura. Williams (2011) especifica que nas culturas dominantes, há a distinção entre formas residuais (experiências, significados e valores que não podem ser verificados, são resíduos de formações Revista Diálogos N. 10 Novembro de

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