Direito Processual V Procedimentos Especiais

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1 3. AÇÃO DE DEPÓSITO 3.1 Conceito e espécies de depósito - Quando ocorre o depósito? - Espécies > Contratual ou voluntária >> civil >> comercial >> regular >> irregular >>> passível de depósito? > Necessário ou extracontratual >> depósito legal: decorre da lei >> depósito miserável - Há obrigação de restituir? - Trata-se de contrato real? 3.2 Ação de depósito - Da suporte ao depositante ou ao depositário? - O que se requer? - Pode haver outro requerimento que não a própria coisa? > recebimento de soma em dinheiro > prisão do depositário? > expedição de mandado de busca e apreensão > transformação numa execução por quantia certa 3.3 Histórico - Direito romano > a coisa guardada não poderia ser usada - Portugal: trouxe ao Brasil 3.4 Natureza da ação - Qual seu fim? - Sua natureza é executiva 3.5 Objeto da pretensão - Coisa: corpórea e móvel - Coisa fungível, pode ser objeto de depósito? 3.6 Pressupostos da ação de depósito - Relação jurídica anterior de depósito - Prova literal do depósito > Respeito às formalidades > Que prova literal é essa? > Ausência da prova, o que ocorre? - Requisitos da Petição inicial: quais são? 3.7 Legitimação - Ativo: quem confiou a coisa em depósito > precisa ser o proprietário? > herdeiros? > terceiros, podem? - Passivo: depositário ou seus herdeiros 3.8 Competência - Ação de depósito - Regra geral 14

2 3.9 Caráter expedito do procedimento - Prazo de cumprimento - Possibilidade de resolução imediata - Somente se prossegue pelo rito ordinário, se houver contestação 3.10 Resposta do demandado - Possibilidades do Réu: > entregar a coisa depositada > depositar a coisa em juízo > consignar o seu equivalente em dinheiro > tornar-se revel > contestar a ação - Exceção e reconvenção, podem? 3.11 Entrega da coisa - Citação é para entregar e contestar - Entrega: reconhecimento jurídico do pedido 3.12 Consignação do equivalente econômico - Como determina o art. 902, I? - É livre a escolhe entre a coisa e o seu valor? - Sempre pode ocorrer o depósito? > em que casos ocorrerá? 3.13 Consignação da própria coisa - A contestação fica condicionada ao depósito da coisa? - Em caso de recusa do autor em receber a coisa. O que faz o réu? - Entrega da coisa para elidir a mora e discutir a causa - Reclamar indenização por prejuízos ou melhorias 3.14 Contestação - CPC, 902, 2º: limitou as matérias? 3.15 Sentença e execução - Sentença que acolhe o pedido, tem qual característica? 3.16 Outras providências executivas - Em caso de frustração da ordem de restituição: > mandado de busca e apreensão > execução por quantia certa 15

3 Petição inicial (CPC, 282 e pedido para entregar a coisa ou equivalente em dinheiro, assim como,querendo conteste, cf. CPC, 902) AÇÃO DE DEPÓSITO Citação (Entregar a coisa ou se equivalente em dinheiro, ou contestar) Réu pode entregar a coisa depositada Réu deposita o equivalente em dinheiro Réu oferece contestação (Passa-se se observar o procedimento ordinário, cf. (CPC, 902, 2º e 904) (Fundamento no art. 269, I do CPC) Saneamento (Análise das preliminares, fixação dos pontos controvertidos e deferimento das provas) Instrução e julgamento (Prova pericial, depoimento pessoal e testemunhas) Sentença (Dois são os caminhos possíveis) Procedência do pedido Improcedência do pedido Réu entrega a coisa Réu não entrega a coisa Busca e apreensão (CPC, 905) Cumprimento de sentença (CPC, 906) 16

4 Decisões Direito Processual V AgRg no AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº GO (1999/ ) RELATOR : MINISTRO HUMBERTO GOMES DE BARROS AGRAVANTE : BANCO DO BRASIL S/A ADVOGADOS : ANA DIVA TELES RAMOS EHRICH E OUTROS MAGDA MONTENEGRO NELSON BUGANZA JUNIOR AGRAVADO : SANTA RITA ARMAZENS GERAIS LTDA ADVOGADO : SÉRGIO REIS CRISPIM E OUTROS DECISÃO Agravo regimental dirigido à decisão de fl. 173, em que conheci do agravo para negar seguimento ao recurso especial, nos seguintes termos: "(...) O depósito de coisas fungíveis não enseja ação de depósito nem prisão civil, aplicando-se ao caso as regras do mútuo comum (...)." Alega o agravante que no caso dos autos há contrato de depósito clássico, embora sejam fungíveis os bens depositados. Requer, por tal razão, a reconsideração da decisão agravada. DECIDO: A 2ª Seção, julgando o ERESP /PARGENDLER, assim decidiu: "O contrato de armazenagem de bem fungível caracteriza depósito regular, pois firmado com empresa que possui esta destinação social, sem qualquer vinculação a financiamento, ut Decreto 1.102/1903. Cabível, portanto, a ação de depósito para o cumprimento da obrigação de devolver coisas fungíveis, objeto de contrato típico (...)." No caso concreto, a agravada é empresa que tem como destinação social a armazenagem. Nos termos da jurisprudência da 2ª Seção, mesmo as coisas fungíveis, em casos que tais, podem ser objeto de contrato de depósito clássico. Reconsidero a decisão de fl. 173 e conheço do agravo para dar provimento ao recurso especial, determinando o prosseguimento da ação de depósito. Brasília (DF), 03 de fevereiro de MINISTRO HUMBERTO GOMES DE BARROS Relator (Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, 18/02/2005) PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO DE DEPOSITO INCABIVEL - BENS A SEREM RESTITUIDOS INEXISTENTES - AUSENCIA DE PRODUTOS AGRICOLAS (SAFRA FUTURA). I - A INEXISTENCIA DO OBJETO DO DEPOSITO (PRODUTOS AGRICOLAS DEPENDENTES DE SAFRA FUTURA, ISTO E, BENS SUJEITOS A OCORRENCIA DE FATO FUTURO E INCERTO) DESCARACTERIZA A FIGURA DO DEPOSITO, EIS QUE A AUSENCIA FISICA DA COISA IMPOSSIBILITA SUA RESTITUIÇÃO (ART. 910 DO CPC). II - REGIMENTAL IMPROVIDO. (AgRg no Ag 35177/RS, Rel. Ministro WALDEMAR ZVEITER, TERCEIRA TURMA, julgado em 01/06/1993, DJ 28/06/1993, p ) PROCESSUAL CIVIL. MÚTUO GARANTIDO POR PENHOR CEDULAR. AÇÃO DE DEPÓSITO. IMPROPRIEDADE DA AÇÃO. PROVIMENTO DO RECURSO. Quando o depósito de coisas fungíveis e consumíveis - como o que se cuida - é mero garantidor de mútuo celebrado, não merece nem a proteção austera decorrente da ameaça de prisão que incide sobre o depositário, nem o rito sufocante que é imposto pelos arts. 901 e seguintes do CPC, daí a impropriedade da ação especial de depósito, pelo que deve ser reconhecida a carência do autor para a demanda proposta. Recurso especial conhecido e provido. (REsp 95219/PR, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA TURMA, julgado em 15/10/1998, DJ 30/11/1998, p. 164) HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO. AÇÃO DE DEPÓSITO. ATOS DE DISPOSIÇÃO. INFIDELIDADE. AMEAÇA DE PRISÃO. CÁLCULO DO EQUIVALENTE EM DINHEIRO. VALOR DE MERCADO DA COISA DESDE QUE MENOR QUE O VALOR DA DÍVIDA. I. Em princípio, legítimo o decreto de prisão do depositário judicial na execução de título extrajudicial, desde que injustificado o descumprimento do dever de guarda e conservação assumido e desprezada a oportunidade do depósito do valor estimado do bem. II. Todavia, interpreta-se a equivalência em dinheiro prevista nos arts. 902, I e 904, da lei instrumental civil, como o valor do bem depositado e não o saldo devedor do débito, salvo se este for inferior ao primeiro, o que deve ser apurado mediante prova pericial deduzida em juízo. Precedentes. III. Ordem concedida. (HC 62739/MG, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 23/10/2007, DJ 19/11/2007, p. 229) 17

5 HABEAS CORPUS. PRISÃO CIVIL. DECRETAÇÃO ANTES DE FIXADO O VALOR DO BEM. INADMISSIBILIDADE. Na alienação fiduciária, convertida a busca e apreensão em ação de depósito, e julgado procedente o pedido, é imprescindível que se fixe em dinheiro o valor do bem, para que possa o devedor exercitar o direito de opção que lhe outorga a lei (CPC, art. 904). Sem isso, é inadmissível a decretação da prisão. Ordem concedida. (HC 33451/MG, Rel. Ministro CASTRO FILHO, TERCEIRA TURMA, julgado em 27/04/2004, DJ 07/06/2004, p. 214) 18