Direitos do Consumidor. Profa. Alexsandra Marilac Belnoski
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- Ester Barreiro Bonilha
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1 Direitos do Consumidor Profa. Alexsandra Marilac Belnoski
2 Bibliografia Fundamentos da Relação de Consumo Ed. Juruá Antonio Carlos Efing Manual de direitos do consumidor Ed. Atlas - José Geraldo Brito Filomeno Os Contratos no Código de Defesa do Consumidor Ed.Revista dos Tribunais Claudia Lima Marques Manual do Consumidor Ed. Saraiva Rizzato Nunes Curso de Direito do Consumidor Ed. Forense Hélio Zaguetto Gama
3 Introdução das relações de consumo Relações bilaterais Relações dinâmicas Evolução do escambo Deixaram de ser pessoais e diretas Bens de consumo passaram a ser produziram em série Sociedade de massas
4 Histórico CDC Código de Hamurabi Código de Manu Relações comerciais da antigüidade Revolução Industrial Produção em escala
5 Histórico CDC 1891 Nova York - New York Consumers League condições dignas de trabalho National Consumers League sensibilizar consumidores para adquirir produtos de fornecedores que proporcionam condições dignas aos trabalhadores
6 Histórico CDC Consumers Reserch e 1936 Consumers Union resguardar os direitos dos consumidores 1960 Preocupação com a ética empresarial Ralf Nader
7 O CDC no Brasil 1971 a 1973 discursos da Dep. Nina Ribeiro alertando para o problema do consumo 1978 surge o 1o.órgão de defesa do consumidor, em âmbito estadual, em São Paulo criado pela Lei 1903/ surgimento do IDEC Revista Consumidor S/A
8 Legislação de consumo no Brasil Havia legislação indireta de proteção ao consumidor. Decreto No /33 - a primeira manifestação nesta área é o, editado com intuito de reprimir a usura. Constituição de 1934 surgem as primeiras normas constitucionais de proteção à economia popular Decreto-Lei 869/39 e 9.840/46 cuidaram dos crimes contra economia popular Lei contra Economia Popular
9 Legislação de consumo no Brasil Lei 4137/62 Lei contra a Repressão ao Abuso do Poder Econômico - cria o CADE Lei 7.244/84- Lei que autorizou os Estados a instituírem Juizados de Pequenas Causas, revogado pela Lei 9.099/95 Lei 7.492/86 Lei do Sistema Financeiro Nacional Lei 7.347/85- Lei que disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao consumidor, além de outros bens tutelados
10 Legislação de consumo no Brasil Decreto Federal alterado pelo No /87 criou o CNDF - Conselho Nacional de Defesa do Consumidor que tinha a função de assessorar o Presidente da República na formulação e condução política nacional da defesa do consumidor.o órgão foi extinto no Governo Collor e substituído pelo DNPC. Constituição de 1988 Art. 5 º, XXXI O Estado promoverá na forma da lei, a defesa do consumidor e Art. 48 da Disposições Transitórias CDC Lei 8078/90 Código de defesa do consumidor
11 Alterações do CDC Lei 8656/93 alterou redação Art 57, bem como determinou o Poder Executivo:a) regulamentasse o procedimento das sanções administrativas em 45 dias;b)atualizasse o valor da pena de multa Lei 8703/93 nova redação ao parag. único Art 57 alteração do indexador UFIR Lei 8884/94 transformou o CADE em autarquia, alterou o Art 39, tornando exemplificativa a relação de práticas abusivas e inserindo nesta categoria, as condutas de recusar a venda de bens ou prestação de serviços, diretamente a quem se disponha adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediados em leis especiais.
12 Alterações do CDC Lei 9.008/95 inclui como prática abusiva a conduta deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação do seu termo inicial a seu exclusivo critério. Lei 9.298/96 - alterou o parag.1o.do art.52 do CDC que passou para a seguinte redação: As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não poderão ser superiores a 2% do valor da prestação.
13 Alterações do CDC Lei 9.870/99 alterou o Art. 39 para inserir mais uma prática abusiva, qual seja, a aplicação do índice ou fórmula de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido inciso XI
14 A Política Nacional das Relações de Consumo Estabelece o caput do art. 4 do Código de Defesa do Consumidor, a definição dos objetivos que norteiam a política das relações de consumo, buscando um alcance substancialmente mais longo, ao estabelecer parâmetros que nortearão todo e qualquer ato do governo, seja na esfera do legislativo, do executivo ou do judiciário, a partir do instante em que se trata das "relações consumeristas" que é uma expressão declaradamente mais ampla do que a "defesa do consumidor".
15 Objetivos da Política Nacional das Relações de Consumo A) atendimento das necessidades dos consumidores B) transparência e harmonia das relações de consumo C) o Estado servir como mediador e proteger a parte mais frágil D) garantir a melhoria da qualidade de vida da população consumidora, exigindo produtos adequados as regras de mercado
16 Os Princípios da Política Nacional das Relações de Consumo Consideram-se seis os princípios fundamentais da Política Nacional das Relações de Consumo: I-Princípio da Vulnerabilidade II- Princípio do Dever governamental III- Princípio da Garantia de Adequação IV- Princípio da Boa-fé nas relações de consumo V- Princípio da Informação VI- Princípio do Acesso à Justiça
17 Princípio da Vulnerabilidade do Consumidor - Art. 4, I. Este princípio é o núcleo base da Política Nacional das Relações de Consumo. O princípio estabelece que o consumidor é o elemento mais frágil da cadeia de consumo, por não dispor do controle sobre a produção dos produtos, conseqüentemente acaba se submetendo ao poder dos detentores destes. A vulnerabilidade é indissociável do consumidor numa relação de consumo, de acordo com o conceito legal preceituado pelo art. 2 da Lei 8.078/90, independentemente da sua condição social, cultural ou econômica, seja ele consumidorpessoa jurídica ou consumidor-pessoa física.
18 Vulnerabilidade e Hipossuficiência do Consumidor A vulnerabilidade do consumidor não se confunde com a hipossuficiência, que é uma característica restrita a determinados consumidores, que além de presumivelmente vulneráveis são também, em sua situação individual carentes de condições culturais ou materiais.
19 Vulnerabilidade e Hipossuficiência do Consumidor A vulnerabilidade é um traço universal de todos os consumidores, ricos ou pobres, educadores ou ignorantes, crédulos ou espertos. Já a hipossuficiência é marca pessoal, limitada a alguns - até mesmo a uma coletividade - mas nunca a todos os consumidores. Antônio Herman de Vasconcelos e Benjamin (1991, p )
20 Princípio do Dever Governamental - Art. 4, II, VI e VII Este princípio deve ser compreendido sob dois principais aspectos. O primeiro é o da responsabilidade atribuída ao Estado, enquanto sujeito máximo organizador da sociedade, ao prover o consumidor, seja ele pessoa jurídica ou pessoa física, dos mecanismos suficientes que proporcionam a sua efetiva proteção, seja através da iniciativa direta do Estado (art. 4, II, "b") ou até mesmo de fornecedores, dos mais diversos setores e interesses nas relações consumeristas.
21 Princípio do Dever Governamental - Art. 4, II, VI e VII O segundo aspecto é o enfoque sob o "princípio do dever governamental", em que é dever do próprio Estado de promover continuadamente a "racionalização e melhoria dos serviços públicos" (art. 4, VIII), ao surgir aqui a figura do Estado-fornecedor além de suas eventuais responsabilidades.
22 Princípio do Dever Governamental - Art. 4, II, VI e VII Há entidades que atuam para garantia deste princípio, a exemplo: A) PROCON (nos estados e municípios) B) Ministério da Justiça (Secretaria dos Direitos Econômicos) C) DECON D) Ministério Público E) Associações Comunitárias Por fim, o Poder Judiciário que age se provocado, como um meio judicial de defesa do consumidor.
23 Princípio da Garantia da Adequação - Art. 4, II, "D" e V É o princípio que emana a necessidade da adequação dos produtos e serviços ao binômio, qualidade/segurança, atendendo completamente aos objetivos da Polícia Nacional das Relações de Consumo, consistente no atendimento dos eventuais problemas dos consumidores, no que diz respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos e a melhoria da sua qualidade de vida.
24 Princípio da Garantia da Adequação - Art. 4, II, "D" e V A concretização desse princípio, fica a cargo do fornecedor que será oficialmente auxiliado pelo Estado, a quem está incumbido o dever de fiscalização, que é uma outra atribuição do "princípio de dever governamental". Este princípio encontra-se amparado pela inteligência dos art. 8 parágrafo único e art.10 1, 2 e 3 do CDC.
25 Princípio da Boa-Fé nas Relações de Consumo - Art. 4, III e VI A harmonia das relações de consumo e a transparência, indicadas no caput do art. 4 como um dos escopos da Política Nacional das Relações de Consumo, serão o resultado da conduta geral da boa-fé, que deve ser buscada pelos dois pólos componentes das relações de consumo: consumidor e fornecedor, mesmo que ocupem posições antagônicas frente ao conflito de seus interesses.
26 Princípio da Boa-fé - Art. 4, III e VI O art 4 o. III CDC, se funda no equilíbrio e boa fé das relações de consumo. A boa fé pode ser: a) objetiva dever das partes de agir conforme os parâmetros de honestidade e lealdade, a fim de estabelecer o equilíbrio contratual b) subjetiva ignorância de uma pessoa sobre um fato impeditivo, modificativo e extintivo ou violador do seu direito
27 Princípio da Informação - Art. 4, IV E VIII O princípio da informação está ligado a educação do consumidor. Alia-se a este princípio, em caráter acessório, o "princípio da veracidade", o qual prevê que o fornecedor deve sempre prestar informações sobre produtos ou serviços de quaisquer natureza que ele ofereça no mercado, constata-se a presença deste princípio em inúmeros artigos do código, além do art. 4, tais como; o art. 6 (dos direito básicos do consumidor); arts. 8 e 10 (citados no tópico referente ao princípio da garantia de adequação); arts. 18, 19 e 20 (vício do produto); arts. 30, 31 e 35 (oferta); arts. 36, 37 e 38 (publicidade e marketing); 43 e 44 (bancos de dados e cadastros).
28 Princípio do Acesso à Justiça Todos têm direito do acesso à justiça para pleitear a tutela jurisdicional reparatória ou preventiva, no que diz respeito a um direito. Contemplando-se aqui tanto direitos individuais quanto coletivos. A necessidade de se dar efetividade ao processo e facilitar o acesso à justiça, demandou que se fortalecesse o consumidor, ao inseri-lo numa ordem mais ampla a partir do instante em que se construiu mecanismos processuais que davam tratamento coletivo de pretensões individuais, que se agissem isoladamente pouquíssimas condições teriam de obterem um resultado mais satisfatório.
29 Princípio do Acesso à Justiça Destacam-se as ações coletivas de modo geral, que visam a tutela dos interesses difusos (art. 81, parágrafo único, I do CDC), interesses coletivos (art. 81, parágrafo único, II do CDC) e os interesses individuais homogêneos de origem comum (art. 81, parágrafo único, III do CDC).
30 Princípio da Harmonia Para ocorrer a harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo há necessidade de nivelá-los, tratando desigualmente os desiguais e assim alcançando o equilíbrio. Para que isso aconteça deve haver consciência de que há uma terceira força no mercado, além da indústria e do trabalho: o consumidor.
31 Princípio da Harmonia Quando o consumidor passar a interferir no mercado, com repercussões sobre a produção tanto sob o ponto de vista da qualidade e quantidade como da necessidade, o mercado se tornará mais eficiente sem desperdício econômico. Mas a redução das desigualdades é condição para a harmonização e equiparação entre consumidor e produtor.
32 Da inversão do ônus da prova Art. 6o. VIII - A inversão do ônus da prova é considerado direito básico do consumidor, e as demais normas que o protege, não ofendem de maneira a isonomia das partes. Ao, contrário, é um instrumento processual com vistas a impedir o desequilíbrio da relação jurídica. A inversão do ônus da prova é um direito conferido ao consumidor para facilitar sua defesa no processo civil e somente neste. A aplicação deste direito fica a critério do juiz quando for verossímil a alegação do consumidor, ou quando este for considerado hipossuficiente.
33 A verossimilhança da alegação e hipossuficiência A verossimilhança não exige a certeza da verdade, porém deve existir uma aparente verdade demonstrada nas alegações do autor, que uma vez comparadas com as regras de experiência seja capaz de ensejar a inversão. A hipossuficiência do consumidor se traduz em razão da capacidade econômica e técnica do consumidor.
34 Da inversão do ônus da prova Art. 6o. VIII - Fica à critério do juiz a inversão quando estiver presente a verossimilhança ou a hipossuficiência. Essas são vistas como pressupostos de admissibilidade da inversão do ônus da prova. Não significa que o consumidor sempre terá a inversão do ônus, pois o fornecedor terá oportunidade de contrariar a presunção de verossimilhança e a constatação da hipossuficiência. A inversão do ônus da prova não é prevista como uma certeza, mas apenas como probabilidade ou aparência de verdade, possível de ser ilidida por prova em contrário.
35 Da inversão do ônus da prova Art. 6o. VIII - No CDC estão previstas duas oportunidades em que se tem a inversão do ônus da prova: Art. 6o,VIII e o Art. 38, o qual está inserido no capítulo das práticas comercias, determinando que o ônus da prova cabe a quem patrocinou a informação ou comunicação publicitária, ou seja ao fornecedor. Neste último caso a previsão legal expressa que o juiz fica obrigado a aplicar a inversão, não sendo, portanto, adotada por determinação judicial sua como na hipótese do art. 6o, VIII.
36 Consumo sustentável O consumo sustentável, nada mais é do que um grande cuidado que os homens devem ter no instante que exploram o meio ambiente através de suas atividades econômicas, no intuito de se buscar uma redução dos impactos causados por essas atividades, de maneira que os recursos naturais não se esgotem de forma irreversível. É disto que surge "a necessidade de incutir no homem, desde a infância, a preocupação em proceder ao consumo responsável e, sobretudo sustentável, de produtos e serviços" (FILOMENO, 2003, p. 68).
37 Consumo sustentável O consumo sustentável "colocará sua marca na política e no direito do consumidor". Thierry Bourgoignie (2002, p. 37), A livre escolha dos consumidores, deverá ser limitada em prol do meio ambiente e que os interesses da coletividade e benefícios individuais a curto prazo, ao fazer com que todos tomem consciência da dimensão ecológica do processo consumerista em geral e de seu comportamento individual particular.
38 Atividade prática João da Silva, prefeito da Cidade de Estrela Guia, se dirige até o comércio da cidade e compra 25 calças, 35 camisas e 12 sapatos e pagou à vista. No dia seguinte, o jornal da cidade publicou na primeira página a referida compra alegando que a compra era abusiva. Esta situação fere o CDC? Neste caso João da Silva é consumidor ou não?
39 Atividade prática As filas dos bancos que distinguem caixa para clientes especiais e caixas para clientes comuns, desrespeitam algum princípio do CDC? Justifique. Se um produto não possui no seu rótulo a quantidade de calorias que ele possui, ele fere o CDC? Justifique
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