DESENVOLVIMENTO INICIAL DE DOIS HÍBRIDOS DE EUCALIPTO IRRIGADOS POR MICROASPERSÃO 1
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- Carlos Aldeia Ferretti
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1 DESENVOLVIMENTO INICIAL DE DOIS HÍBRIDOS DE EUCALIPTO IRRIGADOS POR MICROASPERSÃO 1 G. Q. Oliveira 2 ; A. S. Lopes 3 ; L. H. Jung 2 ; J. C. L. Oliveira 3 ; E. D. Fanaya Júnior 4 ; N. H. Rego 5 RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar os híbridos de eucalipto; Grancam e Urograndis, durante a fase de desenvolvimento inicial irrigados por microaspersão. O experimento foi instalado na área experimental de irrigação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul Unidade Universitária de Aquidauana. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, em parcelas subdivididas no tempo, sendo que as parcelas foram compostas pelos híbridos (Grancam e Urograndis) e as subparcelas pelos quatro períodos de avaliação (90, 120, 150 e 180 dias após transplante - DAT). Foram avaliados a altura de plantas (ALT), diâmetro de caule e copa (DCa e DCo), área basal de caule (ABCa) e volume de caule (VCa) no qual estes foram submetidos a análise de variância e compradas pelo teste Tukey no nível de 5% de probabilidade e realizado análise de regressão para o fator DAT. Conclui-se que o híbrido Grancam apresenta crescimento superior ao híbrido Urograndis. Os parâmetros ALT, DCa, DCo e ABCa, para ambos os híbridos de eucalipto, ajustam-se ao modelo linear crescente, enquanto VCa apresenta comportamento exponencial. PALAVRAS-CHAVE: Eucalyptus spp., irrigação, diâmetro de caule. INITIAL DEVELOPMENT OF TWO EUCALYPTUS HYBRID MICROSPRINKLER IRRIGATED SUMMARY: The objective of this study was to evaluate the hybrid eucalyptus; Grancam and Urograndis, during the initial development irrigated by microsprinkler. The experimente was installed in the experimental area of irrigation, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul Unidade Universitária de Aquidauana. The experimental design was randomized block in split plots in time, and the plots were composed by hybrids (Grancam and Urograndis) and the subplots four assessment periods (90, 120, 150 and 180 days after transplant). We evaluated the plant height (ALT), stem diameter and canopy (DCa and DCo), stem basal area (ABCa) and stem volume (VCa) in which they were submitted to ANOVA and Tukey test purchased by the 5% level of probability and regression analysis for the factor days after transplanting (DAT). It follows that the Grancam hybrid present growth above the hybrid Urograndis. The parameters ALT, DCa, DCo and ABCa, for both hybrid eucalyptus, fit the linear model increasing, while VCa presents exponential behavior. KEYWORDS: Eucalyptus spp., irrigation, stem diameter. 1 Projeto financiado com recursos financeiros do FUNDECT. 2 Engenheiro Agrônomo. Bolsista CNPq. Mestrando em Agronomia (Produção Vegetal), UEMS, Caixa Postal 25, CEP , Aquidauana, MS. Fone (67) gabrielqo@hotmail.com. 3 Prof. Doutor, Tutor e Bolsista PET. UEMS/Aquidauana - MS. 4 Graduando em Engenharia Florestal, Bolsista PIBIC/UEMS, UEMS/Aquidauana - MS. 5 Prof. Doutor, Engenharia Florestal. UEMS/Aquidauana - MS
2 INTRODUÇÃO As áreas reflorestadas com eucalipto, na maioria das vezes, estão estabelecidas principalmente em áreas de cerrado, onde os solos apresentam baixa fertilidade, estando sujeitos a longos períodos de déficit hídrico. O ciclo hidrológico em ambientes florestais depende da precipitação, interceptação da água pelo dossel, do escoamento lateral, da drenagem profunda e transpiração (ALMEIDA; SOARES, 2003). Segundo a Associação Brasileira de Produtores de florestas Plantadas ABRAF (2011), o eucalipto é a essência florestal mais usada nos programas de reflorestamento no Brasil, em razão de suas características de rápido crescimento e boa adaptação às condições edafoclimáticas existentes no país. O consumo de água por plantações de eucalipto situa-se dentro da faixa de variação do consumo, apresentado por outras espécies florestais. Isso ocorre em razão de um mecanismo bem desenvolvido de controle da transpiração pelas folhas. Outro aspecto interessante com relação ao eucalipto é a alta eficiência do uso da água para a produção de biomassa, pois comparado a outras culturas, ele produz mais biomassa por unidade de água consumida (MANTOVANI et al., 2006). Segundo Silva & Silva (2005) as perdas de água nos sistemas por microaspersão são, normalmente, maiores do que na irrigação por gotejamento. Isso ocorre devido à maior superfície molhada de solo e porque, na microaspersão, a água é lançada ao ar. Mesmo operando próximo à superfície do solo, os microaspersores têm sua uniformidade afetada significativamente pelo vento. Em face do exposto objetivou-se avaliar dois híbridos de eucalipto, Grancam (Eucaliptus grandis x Eucaliptus camaldulensis) e Urograndis (Eucaliptus urophylla x Eucaliptus grandis), submetidos à irrigação por microaspersão em Aquidauana-MS. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi conduzida na área experimental de agricultura irrigada da Unidade Universitária de Aquidauana - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UUA/UEMS),com coordenadas geográficas Sul, Oeste e altitude média de 174 metros. O clima da região, segundo a classificação Köppen, foi descrita como Aw, definido como clima tropical quente sub-úmido, com estação chuvosa no verão e seca no inverno e precipitação média anual de 1200 mm. O solo da área é classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com parcelas subdivididas no tempo, utilizando quatro blocos e duas replicações dentro de cada bloco (BANZATTO; KRONKA, 1989). Os tratamentos empregados nas parcelas corresponderam aos híbridos, sendo o Urograndis, clone I224 e o Grancam, clone Nas subparcelas, os tratamentos foram os quatro períodos de avaliação (90, 120, 150 e 180 dias após transplante). O manejo de irrigação foi baseado na estimativa da evapotranspiração de referência (ETo) a partir da equação de Penman-Monteith (ALLEN et al., 1998). A coleta de dados iniciou-se aos 90 DAT (20 de julho de 2011), sendo realizada a cada 30 dias até os 180 DAT, no qual era mensurada a altura de plantas (ALT), diâmetro de copa (DCo) e diâmetro do caule (DCa) (10
3 cm da superfície do solo). Com esses parâmetros, foi possível quantificar a área basal do caule (ABCa) e o volume de caule (VCa), que foi estimado conforme a equação 1. 0,5 (eq.1) em que, VCa volume de caule, cm 3 ; ABCa área basal do caule a 10 cm da superfície do solo, cm 2 ; ALT altura de planta, cm; 0,5 fator de forma de eucalipto (VILAS BÔAS et al., 2009). De posse dos dados, foi realizada a análise de variância para cada parâmetro. Para aqueles que mostraram efeito significativo dos tratamentos pelo teste F, procedeu-se o teste de comparações de médias Tukey a 5% para os tratamentos de irrigação e análise de regressão para o fator DAT. RESULTADOS E DISCUSÃO Na Tabela 1, encontra-se o resumo da análise de variância com os quadrados médios e seus respectivos níveis de significância, os índices de variação para cada parâmetro avaliado. Verifica-se o efeito significativo do fator híbrido ao nível de 1% de significância para os parâmetros ALT, DCa e DCo e ao nível de 5% para ABCa e VCa. Já, em relação ao fator tempo, observa-se que o eucalipto foi influenciado ao nível de 0,01% de probabilidade pelo mesmo em todos os parâmetros avaliados. Foi observado interação entre híbridos e DAT para os parâmetros ALT ao nível de 5% de significância e ABCa e VCa ao nível de 1%. Em todos os parâmetros verifica-se a superioridade do híbrido Grancam em relação ao Urograndis (Tabela 2). Destaca-se o VCa onde o Grancam atingiu 109,31 cm 3 e o Urograndis 40,32 cm 3 uma diferença de 171 %. Em relação à altura, Reis et al. (2006) avaliando clones de Urograndis e Grancam, observaram resultados contrários aos encontrados neste trabalho, onde o clone 1277 do híbrido Grancam apresentou altura inferior ao clone 1260 do híbrido Urograndis. Observa-se nas Figuras 1b e 1c, que os parâmetros DCa e DCo apresentaram comportamento linear crescente. Comportamento já esperado, em função do rápido crescimento desta espécie florestal. Foram observados incrementos médios no período entre 90 e 180 DAT de, aproximadamente, 72% e 127% para DCa e DCo, respectivamente. As interações entre os híbrido e o tempo para ALT, ABCa e VCa encontram-se nas figuras 1a, 1d e 1e. Em relação ao ALT verifica-se comportamento linear crescente para ambos os híbridos, sendo que o Grancam e o Urograndis apresentaram um crescimento de 81% e 76% respectivamente no período avaliado. Para ABCa verifica-se também um comportamento linear crescente para ambos os híbridos Grancam e Urograndis, que tiveram crescimento na ordem de 385% e 451%, respectivamente. Já, para o VCa observa-se um comportamento exponencial, onde os híbridos Grancam e Urograndis obterão um incremento de 750% e 918%, respectivamente, onde houve um incremento superior por parte do híbrido Urograndis ao contrário do que foi observado em ALT e ABCa. CONCLUSÃO O híbrido Grancam apresenta crescimento superior ao Urograndis até o 180 DAT. É observado um ajuste linear crescente para ambos os híbridos para altura de plantas, diâmetro do caule, diâmetro da copa e área basal do caule, e ajuste exponencial para o volume do caule.
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS ABRAF. Anuário estatístico da ABRAF 2011: ano base Brasília, p ALLEN, R. G.; PEREIRA, L. S.; RAES, D.; SMITH, M. Crop Evapotranspiration: guidelines for computing crop requirements. Roma: FAO, p. ALMEIDA, A. C.; SOARES, J. V. Comparação entre o uso da água em plantações de Eucaliptus grandis e floresta ombrófila densa (Mata Atlântica). Revista Árvore, v.27, n.2, p , BANZATTO, D.A.; KRONKA, S.N. Experimentação Agrícola. Jaboticabal: FUNEP, p. MANTOVANI E. C.; ZINATO, C. E.; SIMÃO F. R Manejo de irrigação e fertirrigação na cultura da goiabeira. Livro Goiaba. Viçosa: MG. 60 p. REIS, G.G.; REIS, M.G.F.; FORTAN, I.C.I.; MONTE, M.A.; GOMES, A.N.; OLIVEIRA, C.H.R. Crescimento de raízes e da parte aérea de clones de híbridos de Eucalyptus grandis X Eucalyptus urophylla e de Eucalyptus camaldulensis X Eucalyptus spp submetidos a dois regimes de irrigação no campo. Revista Árvore, Viçosa, v.30, n.6, p , SILVA, C. A.; SILVA, C. J. Avaliação de uniformidade em sistemas de irrigação localizada. Revista Cientifica Eletrônica de Agronomia, Garça, n.8, dez VILAS BÔAS, O.; MAX, J.C.M.; MELO, A.C.G. Crescimento comparativo de espécies de Eucalyptus e Corymbiano município de Marília, SP. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 21, n. 1, p , TABELA 1. Quadrado médio e índice de variação (IV) da altura de planta (ALT), diâmetro do caule (DCa), diâmetro da copa (DCo), área basal do caule (ABCa) e volume do caule (VCa) de eucalipto em Aquidauana-MS, FV GL ALT DCa DCo ABCa VCa Bloco ,754 0, ,361 4, ,945 Híbrido (H) ,703** 2,674** 5842,110** 13,397* 76154,556* Residuo (a) ,764 0, ,478 1, ,446 IV (%) - 13,85 14,55 11,21 19,47 44,22 DAT (D) ,714*** 3,032*** 3748,178*** 14,069*** 62206,142*** H x D 3 190,888* 0,049 ns 82,474 ns 0,905** 9550,478** Residuo (b) 42 66,955 0, ,127 0, ,947 IV (%) - 3,62 4,08 5,57 11,19 20,01 *significativo a 5% de probabilidade; ** significativo a 1% de probabilidade; *** significativo a 0,01% de probabilidade; ns não significativo. TABELA 2. Altura de planta (ALT), diâmetro do caule (DCa), diâmetro da copa (DCo), área basal do caule (ABCa) e volume do caule (VCa) para os híbridos de eucalipto em Aquidauana-MS, Híbrido ALT (cm) DCa (cm) DCo (cm) ABCa (cm 2 ) VCa (cm 3 ) Grancam 93,27 a 1,45 a 76,14 a 1,89 a 109,31 a Urograndis 66,43 b 1,04 b 57,03 b 0,98 b 40,32 b DMS 17,19 0,28 11,60 0,66 51,45 Médias seguidas de letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo teste F. Grancam = Eucaliptus grandis x E. camaldulensis; Urograndis = E. urophylla x E. Grandis. DMS = diferença mínima significativa.
5 Figura 1 Análise de regressão da altura de eucalipto (a), diâmetro de copa (b), diâmetro de caule (c), volume de caule (d) e área basal de caule (e) para os híbridos Grancam e Urograndis em Aquidauana-MS.
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