Principais Conceitos de Macroeconomia:
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1 Principais Conceitos de Macroeconomia: Introdução Aula 1 Vivaldo Mendes IESM Instituto Estudos Superiores Militares IESM 9 Maio 2017 (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
2 Sumário 1 Breve apresentação 2 Principais agregados macroeconómicos 3 Índices de preços 4 Ciclos de curto prazo, PIB potencial, dé ce estructural 5 O nanciamento da actividade económica: a poupança, o investimento e a balança corrente. 6 Bibliogra a 7 Anexo A 8 Anexo B (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
3 I - Apresentação (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
4 Apresentação Contactos Vivaldo Mendes 1 Morada: ISCTE Instituto Universitário de Lisboa, Av. Forças Armadas, , Lisboa 2 Gabinete: D519 (Edifício II ISCTE-IUL) 3 Telefone: (Directo Gabinete); 4 vivaldo.mendes@iscte.pt; (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
5 Apresentação Missão impossível... 1 Dar formação sobre Macroeconomia... 2 Supostamente a um nível de formação básica ou introdutória... 3 Em 12 horas de contacto... 4 É... uma missão impossível horas, no mínimo (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
6 Apresentação Missão possível: 4 temas... sem encadeamento 1 Medição dos principais agregados macroeconómicos 1 O a,b,c da linguagem dos economistas 2 Dé ces orçamentais e sustentabilidade da dívida pública 1 Quais são os verdadeiros factores que podem tornar a dívida pública insustentável? 3 Bancos, a alavancagem e a regulação 1 Bancos: precisamos deles, mas eles correm demasiados riscos. 2 O destino dos contribuintes: pagar as falências dos bancos 4 A Economia Portuguesa e o contexto Internacional 1 Será que a performance da economia portuguesa é assim tão má? (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
7 Apresentação Sessão 1: objectivos de aprendizagem 1 O que é o PIB? O PIB Real e o PIB Nominal? 2 Que tipo de despesas públicas contam para o PIB? 3 O que é a in ação? 4 Quando começam (e acabam) as recessões económicas? 5 O que é o PIB potencial? Porque é importante? 6 Será que dé ces comerciais são sempre maus? (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
8 Apresentação Exemplo 1: PIB real vs PIB nominal (EUA) (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
9 Apresentação Exemp. 2. Despesa Pública Total (% PIB, 2011) (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
10 Apresentação "Pacto de Estabilidade e Crescimento" e o dé ce ESTRUTURAL (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
11 Apresentação II O que é o PIB? Quais as suas componentes? (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
12 O que é o PIB? PIB: Produto Interno Bruto De nição de PIB 1 PIB é o valor de mercado dos bens e serviços de consumo nal produzidos numa economia durante um determinado período de tempo 1 um trimestre, um semestre, um ano 1 Palavras chave: 1 consumo nal 2 valor de mercado 3 período de tempo (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
13 O que é o PIB? De nição de PIB (cont.) 1 Bens intermédios: 1 Bens e serviços usados e totalmente consumidos no processo de produção num único período 2 Não são incluídos no PIB: evitar contagem dupla 2 Capital: 1 Bens de capital são consumidos ao longo de vários períodos 2 São incluídos no cálculo do PIB 3 Variação de stocks: bens mantidos em stock... são incluídos no PIB (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
14 O que é o PIB? Como calcular o PIB 1 O PIB é calculado (estimado) usando três métodos alternativos: 1 O método da produção 2 O método da despesa 3 O método do rendimento 2 São alternativos e equivalentes 3 Ver próxima gura Fig 1 (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
15 O que é o PIB? Fig 1. O uxo circular da produção e rendimento: famílias + empresas Fuxos reais: linha azul; uxos monetários: linha vermelha Famílias Trabalho e Capital W + L C + I Bens e Serviços Produtos intermédios Empresas Vendas e Compras de produtos intermédios (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
16 O que é o PIB? O método da despesa Economia simples: com famílias + empresas 1 Despesas em consumo (C) 2 Despesas em investimento (I) 3 Despesa Total = C + I Economia completa: acrescentamos Governo e Sector Externo 1 G = Despesas do Governo em bens&serviços 2 NX = Exportações líquidas = Export. Import. 3 Portanto PIB = DespesaTotal = C + I + G + NX (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
17 O que é o PIB? O método do rendimento 1 Três grupos de agentes: recebem rendimento da sua participação no processo de produção: 1 Remunerações salariais (W) 2 Lucros (Π) 1 lucros livres de impostos 2 juros 3 rendas 3 Impostos sobre o rendimento (T) 2 Portanto Pela óptica do Rendimento PIB = RendimentoTotal = Y = W + Π + T (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
18 O que é o PIB? O método da produção 1 O PIB é calculado através da actividade de produção de bens e serviços 2 Valor Acrescentado Bruto: VAB = vendas de todos os bens e serviços produzidos vendas de todos os bens e serviços intermédios A simple example 1 Economy produces $400 of wheat and $800 of bread. 2 Bakers buy all the wheat for bread. 3 Final goods: $800 4 Intermediate goods: $400 5 Total sales: $ Value-added: $400 by farmer + $400 by baker = $800 (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
19 O que é o PIB? A identidade fundamental da Contabilidade Nacional 1 Descontando pequenos erros de medição... PIB = Rendimento = Despesa = Valor Acrescentado 1 Exemplo: Williamson (2011), cap. 2 The income approach The expenditure approach The value added approach (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
20 O que é o PIB? Fig 2. PIB real para várias economias (2001) C G I X N Espanha Portugal RU Alemanha Japão EUA (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
21 O que é o PIB? PIB versus PNB 1 PIB ou PNB? Depende das características da economia em questão 2 Na OCDE: PIB ("GDP") é o conceito que é utilizado para medir 1 a produção de riqueza 2 a melhoria das condições de vida dos cidadãos 3 PIB: produção associada à localização física, não à nacionalidade 4 PNB: produção associada à nacionalidade, não à localização física De nição: Produto Nacional Bruto PNB = PIB + NFP "NFP = Net factor payments from abroad = foreign income paid to domestic factors minus domestic income paid to foreign factors." (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
22 O que é o PIB? Limitações do PIB 1 Produção não mercantil não é considerada: 1 Há economias onde este tipo de actividades têm mais peso que noutras 2 Comparações internacionais podem levar a erros grosseiros 2 "Underground activities": não são consideradas 3 Provisão de bens pelo governo: sujeita a sérias dúvidas 1 Estes bens não são vendidos no mercado. 2 Como medir o seu valor de mercado? Valor de custo 3 Sérias limitações: um bem pode custar caro, mas não ter valor para ninguém 4 PIB: valores absolutos versus per capita, e a sua distribuição (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
23 Índices de preços III Índices de Preços (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
24 Índices de preços Índices de preços 1 Para que servem? 1 Para obter agregados macroeconómicos expressos em valores reais 2 O que são valores reais? 1 Valores monetários a preços constantes 3 Valores reais... em oposição a quê? 1 A valores nominais: valores monetários a preços correntes 4 Ou seja PIB Real = PIB Nominal Índice preços PIB NOTA: em macroeconomia, apenas valores reais são importantes, relevantes (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
25 Índices de preços PIB real vs PIB nominal: EUA (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
26 Índices de preços Índice de preços ao consumidor (EUA) (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
27 Índices de preços Questões sobre índices de preços 1 Não há índice perfeito (vide exemplo no Anexo A) 2 Cuidado com a terminologia o segredo está no detalhe: 1 Há um índice para cada uma das componentes do PIB 3 Não confundir (por exemplo): 1 Índice de preços ao consumidor 2 Índice de preços ao produtor 3 Índice de preços no PIB 4 Índide de preços à habitação 4 O que é a in ação? 5 Grande controvérsia por causa da política monetária: 1 "Headline In ation" vs "Core in ation" (without food and energy) (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
28 Índices de preços Índice Preços ao Consumidor (CPI) vs de ator do PIB (GDP) (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
29 Índices de preços CPI de ator vs GDP de ator (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
30 Índices de preços Housing Price Index / CPI de ator (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
31 Ciclos económicos e o PIB potencial IV - Ciclos económicos, PIB potencial, Dé ce Estructural (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
32 Ciclos económicos e o PIB potencial Imprensa, política,... e os economistas 1 "Datar os ciclos". Esta questão é de importância capital para todos, principalmente para a imprensa e... os políticos 2 Na imprensa, na política: recessão começa com dois trimestres consecutivos de crescimento negativo no PIB 3 Para os economistas: o princípio não pode ser este 4 NBER (National Bureau of Economic Research). Nos EUA esta instituição tem como função "decretar" o início/ m das recessões (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
33 Ciclos económicos e o PIB potencial Imprensa, política,... e os economistas (cont.) 1 Dois trimestres sucessivos? 2 Para o NBER: não é bem assim: Resposta do NBER "Q: The nancial press often states the de nition of a recession as two consecutive quarters of decline in real GDP. How does that relate to the NBER s recession dating procedure? A: Most of the recessions identi ed by our procedures do consist of two or more quarters of declining real GDP, but not all of them. As an example, the last recession, in 2001, did not include two consecutive quarters of decline. As of the date of the committee s meeting, the economy had not yet experienced two consecutive quarters of decline." NBER (December 2008). "Determination of the December 2007 Peak in Economic Activity", Cambridge, Mass. (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
34 Ciclos económicos e o PIB potencial Crescimento negativo e as recessões (EUA) (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
35 Ciclos económicos e o PIB potencial Os ciclos económicos e o PIB potencial: a lógica dos economistas Ciclos económicos (ou Business cycles) são movimentos de curto prazo, recurrentes, à volta de uma tendência de longo prazo, nos principais agregados macroeconómicos, como o rendimento, a produção, o emprego, o consumo, e muitos outros. PIB PIB Efectivo boom PIB Potencial q 0 recessão crise retoma t i tempo (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
36 Ciclos económicos e o PIB potencial Os ciclos económicos e o PIB potencial (EUA) (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
37 Ciclos económicos e o PIB potencial Os ciclos económicos e o PIB potencial (EUA) (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
38 Ciclos económicos e o PIB potencial A insustentável leveza... do PIB potencial 1 Sabemos que numa economia... deverá LOGICAMENTE existir um nível para o PIB potencial 2 Há forma objectiva de medir o PIB potencial? 3 Mas é importante? NÃO! 4 Bem... na UE afecta 500 milhoes de pessoas! 5 Através do Pacto de Estabilidade e Crescimento e dos dé ces orçamentais ESTRUCTURAIS (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
39 Ciclos económicos e o PIB potencial Stability and Growth Pact (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
40 Ciclos económicos e o PIB potencial Stability & Growth Pact e o dé ce ESTRUCTURAL (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
41 Ciclos económicos e o PIB potencial Formas PRÁTICAS de medir (estimar) o PIB potencial 1 Método 1: medir os factores de produção de forma rigorosa: 1 Stock de capital de uma economia 2 Nível tecnológico 3 Mão de obra e as suas quali cações 4 Destes três só a "mão de obra" é mais fácil de medir (estimar). Mesmo assim... 2 Método 2: quem não tem cão, caça com gato (com FILTROS) 1 Filtro linear 2 Filtro não linear (o ltro de "Hodrick Precott" ou outro parecido) (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
42 Ciclos económicos e o PIB potencial Filtro linear: PIB dos EUA (1947Q1-2008Q2) 9.5 US Real GDP: 1947Q1 2008Q Cyclical component: log linear trend (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
43 Ciclos económicos e o PIB potencial Problemas do ltro linear 1 Enorme volatilidade 2 Períodos enormes de contracção e expansão económicas 1 Por exemplo, a economia dos EUA estaria em permenente expansão económica desde meados dos anos 60 até meados dos anos 80. NÃO TEM LÒGICA. 3 Não considera alterações na estructura da economia: 1 A tendência de longo prazo é sempre a mesma 4 Praticamente ninguém utiliza este tipo de ltro hoje em dia. (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
44 Ciclos económicos e o PIB potencial O ltro de "Hodrick Precott": EUA ( ) Formula: (booooo!) min τ t 1 λ = 1600 T t=1 f(y t τ t ) 2 + λ[(τ t+1 τ t ) (τ t τ t 1 )] 2 g (1) (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
45 Ciclos económicos e o PIB potencial Problemas do ltro de "Hodrick Precott" 1 A escolha do valor de lambda é arbitrária, mas acaba por ter tremendas consequências (ver Anexo B) 2 Reescrever a História: quando surgem novos dados estatísticos sobre o presente, temos de reescrever... o passado. 3 Expansões e contrações económicas são simétricas: a realidade viola isto 4 Uma contração da "Procura" (Consumo, Investimento, Exportações) leva a uma redução da capacidade produtiva da economia: NÃO FAZ SENTIDO 5 Shocks sobre a "Oferta" são as causas de variações no PIB potencial: mas que tipo de choques negativos e positivos fazem com que a tendência de longo prazo se altere tão regularmente? Não há qualquer resposta (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
46 Ciclos económicos e o PIB potencial Rewriting history: cycles view First, collect data up to 2007 (blue), then up to 2013 (red) (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
47 Ciclos económicos e o PIB potencial The mystery of the lost productive capacity First, collect data up to 2007 (blue), then up to 2013 (red) (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
48 Ciclos económicos e o PIB potencial What negative supply shock can produce this? (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
49 Ciclos económicos e o PIB potencial An example of the problems we may have 1 In 2012, James Bullard (St. Louis FED President) made a speech calling for a stop to aggressive monetary policy of zero interest rates and Quantitative Easing 2 He argued that US economy was back on track (see next gure) 3 This statement launched a large controversy (see here: lters-and-business-cycles/) 4 The European Commission has just applied the same principle to... Portugal! (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
50 Ciclos económicos e o PIB potencial Bullard s gure (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
51 Ciclos económicos e o PIB potencial Dé ce estructural e suas implicações 1 O Dé ce Estructural (DE) em cada ano será dado por: DE t = Défice Orcamental t PIB Potencial t 2 Para um dado nível do Dé ce Orçamental, se o PIB potencial diminuir, o DE aumenta. 3 Se houver uma contração económica da procura (consumo, investimento, exportações), o saldo orçamental agrava-se, e o ltro de Hodrick Precott diz-lhe que o PIB potencial também caiu, logo DE agrava-se duplamente. 4 Aquilo acontece de forma arti cial, porque no lado da oferta (capacidade produtiva) nada se alterou. (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
52 Ciclos económicos e o PIB potencial Estranhos tempos estes em que vivemos 1 A UE promove medidas correctivas que são... PRÓ CÍCLICAS. 2 É como: se você vai a descer, acelere; se vai a subir, trave. 3 Não há qualquer justi cação económica, ou política (em termos de integração europeia), que justi que tal procedimento. 4 A política scal e os dé ces orçamentais terão de ser CONTRA CÍCLICOS 5 A forma como o PIB potencial é medido afecta de forma dramática 500 milhões de pessoas 6 Não pode ser utilizado de forma irresponsável... ou oportunista. (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
53 O nanciamento da actividade económica V A Poupança, o Investimento, e a Balança Corrente (CA): O nanciamento da actividade económica (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
54 O nanciamento da actividade económica Será um dé ce da BC uma coisa má? 1 Capacidade produtiva de um economia:... para ser melhorada precisamos de fundos para investir 2 Obtenção de fundos: como é que esses fundos podem ser obtidos: 1 Internamente: poupança interna (privada + pública) 2 Externamente: poupança externa (empréstimos do exterior) 3 A equação fundamental... do nanciamento da actividade económica é dada por: CA S I CA = S P + S {z G } S I CA = Balança Corrente, S = Poupança, I = Investimento, S P = Poupança Privada, S G = Poupança Pública (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
55 O nanciamento da actividade económica Será um dé ce da BC uma coisa má? (cont.) CA = S P + S G {z } S I 1 O dé ce da CA agravar-se-á se: 1 Poupança descer (S P #) + (S G #) 2 Se o Investimento aumentar (I ") 2 Se (S P #) e (S G #) : consumo ", capacidade produtiva 3 Se (I ") : capacidade produtiva ", consumo 4 Logo: CA # não será má se for o resultado de (I "). 5 Atenção aos bens não-transacionáveis. (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
56 O nanciamento da actividade económica O que são "dé ces gémeos" ou "twin de cits"? CA = S P + S G {z } S I 1 Imagine que o governo aumenta o dé ce público 2 Assuma que a poupança privada e o investimento permanecem constantes 3 O que acontece à Balança Corrente? 1 CA agrava-se (mais negativa ou menos positiva) 4 A isto chama-se: "dé cies gémeos" ou twin de cits (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
57 Bibliogra a VI - Bibliogra a (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
58 Bibliogra a Bibliogra a Stephen D. Williamson (2013). Macroeconomics, Fifth Edition, Pearson International, Boston. Para os pontos 1, 2,3 e 5 ver Chapter 2: Measurement Para o ponto 4, ver Chapter 3: Measurement Business Cycle (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
59 Anexo A VII - Anexo A Detalhes sobre índices de preços (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
60 Anexo A Que tipo de índices existem? 1 Existem dois tipos de índices: 1 Índices em base xa (" xed base year") 2 Índices em cadeia ("chain-weighting process") 2 Índices em base xa 1 Paashe index 2 Laspeyres index 3 Fisher index 3 Índices em cadeia 1 Usando um Laspeyres (vários países) 2 Usando um Fisher (EUA) (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
61 Anexo A Índices em base xa 1 Considere a simbologia: 1 Q para quantidades, P para preços, 2 i = 1,..., j; para o bem i 3 t para período temporal 2 Paashe Index P P t é dado por P P t = j i=1 Q i(t) P i(t) j i=1 Q i(t) P i(0) (2) 3 Laspeyres index is given P L t = j i=1 Q i(0) P i(t) j i=1 Q i(0) P i(0) (3) 4 Fisher index P F t = q P P t P L t (4) (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
62 Anexo A Índices em base xa: problemas 1 Não há índice perfeito: por incrível que pareça (dá prémio Nobel de certeza) 2 Laspeyres index: sobrevaloriza a in ação 3 Paashe index: subvaloriza a in ação 4 Minimizar o problema: construir uma média geométrica dos dois (Fisher index) 5 Aberração: Ainda subsiste um facto estranho: 1 sempre que o ano base é mudado, temos de re-escrever a história 6 Este problema pode ser eliminado com a introdução dos índices em cadeia ("chain-weighting indices") (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
63 Anexo A Índices em base xa: um exemplo 1 Uma economia produz apenas maçãs e laranjas, períodos 1 e 2: 2 PIB nominal é igual a PIB 1 = = 130 dólares PIB 2 = = 292 dólares 3 Taxa de crecscimento do PIB nominal entre períodos 1 e 2 é: PIB2 1 = 25% PIB 1 4 O que acontece em termos da taxa de crescimento do PIB real? (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
64 Anexo A Índices em base xa: um exemplo (cont.) 1 Lembre-se: valores reais são valores monetários a preços constantes 2 Período 1 como o ano base: real PIB 1 = PIB 1 nominal real PBI 1 = PIB 1 = Calcular real PIB 2 : como se os preços permanecessem constantes (iguais aos do período 1) real PIB 2 = = 176 dólares 4 Taxa de crescimento do PIB real entre períodos 1 e 2 é: real PIB2 g b1 1 = 35.4% real PIB 1 (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
65 Anexo A Índices em base xa: um exemplo (cont.) 1 Agora: período 2 como o ano base 2 Por de nição, real PIB 2 = PIB 2 nominal real PIB 2 = PIB 2 = = 292 dólares 3 Calcular realpib 1 : como se os preços permanecessem constantes (iguais aos do período 2) real PIB 1 = = dólares 4 Taxa de crescimento do PIB real entre períodos 1 e 2 é: real PIB2 g b2 = 1 = 31.2% real PIB 1 5 Aberrante: PIB real cresce entre os períodos 1 e 2 a diferentes taxas: I período 1 como o ano base: 35.4% I período 2 como o ano base: 31.2% (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
66 Anexo A The chain-weighted index (não ler) The chain-weighted index minimizes the problem Uses the Fisher price index on a rolling over base year Let s call the chain weighted index as g c g c = p g b1 g b2 = p = Once we know the value of g c between two periods we can calculate the value of real GDP in chained dollars for a particular year real GDP 2 (chain) = realgdp 1 g c = = dollars Or, taking period 2 as the base year, real GDP for period 1 is real GDP 1 (chain) = realgdp 2 /g c = 292/1.333 = dollars When we say that "GDP is expressed in chained 2005 Euros", even though the index does not have a xed base year... we mean that the rolling over process started in 2005 (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
67 Anexo A O índice preços em cadeia: sumário 1 Vamos sintetizar o nosso exercício 2 PIB real no período 2 é igual a: 1 real PIB 2 = 176 dólares período 1 como ano base 2 real PIB 2 = 292 dólares período 2 como ano base 3 real PIB 2 = dólares índice em cadeia 3 Outro exemplo: (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
68 Anexo A Índices de preços: problemas 1 Não há método perfeito: perante alterações nos preços relativos dos bens 2 Alterações na qualidade... dos bens: o problema é ainda mais grave 1 Como comparar um computador em 2010, com um de 1987? 2 Os preços podem ser similares, mas a performance... 3 Novos produtos: como comparamos o PIB real entre t e t + 50, perante a introdução de novos produtos? 4 Vozes críticas: há quem diga (aparentemente com razão) que os actuais índices: 1 Sobre-estimam a in ação 2 Logo, sub-estimam o valor real do PIB e as reais melhorias das condições de vida 5 Crescimento mais elevado: o PIB real pode estar a crescer a taxas mais elevadas do que as estatísticas o ciais indicam (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
69 Anexo B VIII - Anexo B O impacto da arbitrariedade da escolha de lambda (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
70 Anexo B The Hodrick-Prescott lter Let s assume that the breaks in fact may occur almost permanently: a smooth trend Formula to do this: (booooo!) min τ t T t=1 y t is the original series τ t is the smooth trend f(y t τ t ) 2 + λ[(τ t+1 τ t ) (τ t τ t 1 )] 2 g (5) (y t τ t ) is the HP ltered series The choice of λ gives us how much curvature we accept in the ltered data λ = 1600, good for quarterly data; λ = 0, trivial solution (y t = τ t ); λ 7, good for annual data λ!, linear trend (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
71 Anexo B The H-P lter: the importance of lambda Take the real GDP of US ( , quarterly data) λ = (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
72 Anexo B The H-P lter: the importance of lambda Take the real GDP of US ( , quarterly data) λ = (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
73 Anexo B The H-P lter: the importance of lambda Take the real GDP of US ( , quarterly data) λ = (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
74 Anexo B The H-P lter: the importance of lambda Take the real GDP of US ( , quarterly data) λ = (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
75 Anexo B Filters compared 0.1 Linear trend Linear trend with breacks HP filtered (Vivaldo Mendes ISCTE-IUL ) Economia IESM 9 Maio / 75
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