Ref: COBRANÇA DE TAXAS DE EMBARQUE E PEDÁGIO DAS GRATUIDADES
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- Aline Terra Duarte
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1 Brasília, 23 de maio de Of. circular 021/2014 Ref: COBRANÇA DE TAXAS DE EMBARQUE E PEDÁGIO DAS GRATUIDADES Prezado Associado: Em face da posição de algumas administradoras de terminais rodoviários, que mesmo sabendo da impossibilidade de cobrança da taxa de utilização do terminal a benefíciários de gratuidades e descontos, em especial idosos e deficientes, estão exigindo que as empresas, mesmo sem efetuar a cobrança, tenham que fazer os repasses a elas, a Abrati enviou expediente à SOCICAM, por ser a que tem maior abrangência sobre o assunto, cuja cópia vai a seguir, onde expressa sua posição e nele antecipa que estaria orientando as associadas a continuar a NÃO COBRAR as taxas e também a NÃO REPASSAR VALORES às administradoras dos terminais a partir de 1º de junho corrente. Assim, como expresso no ofício nº 040/2014, que vai a seguir, a partir do dia 1º de junho, a recomendação é a de que continuem a NÃO COBRAR as taxas e, por conseguinte, NÃO REPASSAR valores às administradoras. Caso tenhamos resposta satisfatória ao recurso que temos tramitando junto à Direção da ANTT e que modifique o cenário presente, de imediato comunicaremos a orientação da Abrati no trato do assunto. Atenciosamente. PAULO ALENCAR PORTO LIMA Presidente 1
2 Brasília, 22 de maio de 2014 Of. 040/2014 À SOCICAM Administração Projetos e Representações Ltda Rua Bela Cintra, São Paulo SP Prezados Senhores: O Decreto 5.934/2006, que regulamentou o art. 40 da Lei /2003 Estatuto do Idoso em seu art. 8º expressou que: Art. 8 o O benefício concedido ao idoso assegura os mesmos direitos garantidos aos demais passageiros. Parágrafo único. Não estão incluídas no benefício as tarifas de pedágio e de utilização dos terminais e as despesas com alimentação. Já a Resolução ANTT, nº 1.692/2006, em seu art. 6º, expressou que: Art. 6º As empresas prestadoras do serviço deverão assegurar ao idoso beneficiário da gratuidade ou do desconto mínimo de cinquenta por cento os mesmos direitos do usuário previstos na legislação do transporte rodoviário interestadual de passageiros, cabendo a ele as mesmas obrigações. Parágrafo único. Não estão incluídas no benefício as tarifas de pedágio e de utilização de terminais. Embora os Parágrafos Únicos desses dispositivos regulamentadores do benefício, Decreto e Resolução, determinem que os custos de taxa de utilização de terminais e pedágio não estejam inclusos, houve uma decisão na Ação Civil Pública , na Comarca de Caxias do Sul, RS, que determina a não cobrança de tais taxas para os usuários das 5 empresas que integram o polo passivo da ação, isso na razão direta de que o alcance da decisão da ACP é a da jurisdição da Comarca onde foi proposta. Mesmo com tal constatação, a SUPAS/ANTT, após análise da Procuradoria da Agência, entendeu de emprestar efeito erga omnis a tal decisão de alcance local e determinou às empresas que cessem as citadas cobranças, como se vê no exemplo que a seguir reproduzimos e que foi dirigido a uma de nossas associadas, mas foi também direcionado a todas as operadoras do sistema. 2
3 -----Mensagem Original----- De: "Gerpa Gerência de Regulação do T. P. de Passageiros" Para: Data: 06/11/ :44 Assunto: Manifestação - Ação Civil Pública de nº Prezada AUTO VIACAO 1001 LTDA, Por meio da Nota nº /2013/PF-ANTT/PGF/AGU (íntegra em anexo), ás fls. 73, constante do Processo Administrativo nº / , a Procuradoria-Geral, em resposta aos questionamentos da Superintendência de Serviços de Transportes de Passageiros - SUPAS acerca da decisão proferida nos autos da Ação Civil Pública de nº , manifestou-se nos seguintes termos: "Com efeito, em análise amiúde aos autos, vê-se que, de fato, a ANTT deve de ofício proceder à análise dos impactos da gratuidade trazidos pela decisão judicial, já que no dispositivo da sentença (item "e") foi consignado expressamente que a ANTT deverá promover os ajustes necessários nos atos de permissão ou de autorização das empresas que exploram o transporte interestadual, para regular adequadamente quem arcará com o custeio da taxa de embarque ou de uso de terminal rodoviário e/ou pedágio dos idosos que se enquadram na hipótese do art. 40, I, da Lei nº /2003. No que se refere ao segundo questionamento, esta PRG entende que a decisão abarcou também os beneficiários do desconto de 50%, uma vez que no item "a" do dispositivo sentencial houve o reconhecimento da ilegalidade dos restrições constantes do parágrafo único do art. 8º, do Decreto nº 5.943/06, e também do parágrafo único do art. 6ºda Resolução nº 1.692/2006 da ANTT, que trata justamente dos idosos beneficiários do desconto de 50%. Portanto, em decorrência da manifestação da PRG, as empresas que operam o transporte interestadual de passageiros estão proibidas de cobrar as tarifas de pedágio e de utilização dos terminais rodoviários dos idosos com renda igual ou inferior a dois salários mínimos, nos limites previstos no art. 40 da Lei n.º /2003, inclusive para os beneficiários do desconto de 50%, sob pena de incidência nas penalidades previstas na legislação que regem o transporte rodoviário interestadual de passageiros. Ficamos à disposição para demais esclarecimentos que se fizerem necessários. Gerência de Transporte Regular de Passageiros - GERPA Superintendência de Serviços de Transporte de Passageiros - SUPAS 3
4 De tal posicionamento da SUPAS/ANTT a Abrati ingressou com recurso próprio perante a Diretoria Geral da Agência pleiteando a reconsideração da decisão, cuja cópia aqui anexamos para conhecimento, do qual ainda não recebeu resposta. Aqui é preciso ressaltar que se as empresas não cumprirem a decisão da ANTT, como menciona a Circular acima reproduzida, as mesmas estarão sujeitas a pesadas multas, o que já está se verificando em alguns casos. Ocorre que a SOCICAM, que explora terminais rodoviários no país, tem manifestado entendimento de que não pode abrir mão da cobrança de tais taxas, sob o argumento de que a decisão judicial não lhe afeta e porque isso produziria desequilíbrio em seus contratos de concessão desses terminais, que são propriedade pública concedidas para a operação particular. Esta posição da SOCICAM tem levado a que as empresas transportadoras sejam obrigadas a suportar os custos das taxas de embarque das gratuidades, na razão direta de que são compelidas pela Agência a não cobrar e pela Socicam a recolher as taxas incidentes nessas mesmas gratuidades. É preciso destacar que a receita decorrente da cobrança da taxa de utilização dos terminais não é das empresas transportadoras, mas das administradoras dos terminais, como as de pedágio pertencem às concessionárias das rodovias. As empresas de transporte são encarregadas de efetuar a cobrança e repassar os valores à Socicam, como a outras administradoras, por praticidade de atendimento aos usuários, mas como agora se veem impedidas de efetuar a cobrança, também e na mesma medida estão incapacitadas de promover os tais repasses, porque se o fizerem estarão tendo suas operações desequilibradas financeiramente, por estarem assumindo custo que não lhes cabe. Nada impede que a Socicam implante algum sistema para ela própria efetuar a cobrança de tais taxas de utilização dos terminais, até porque não está impedida de fazê-lo. 4
5 Diante desse cenário as empresas associadas da Abrati recorreram à entidade para dar endereçamento ao grave assunto acima relatado e, desde já, manifesta aqui seu entendimento de que de fato não cabe às empresas de transporte suportar os custos citados, salvo se a ANTT os repassasse para as tarifas. Assim, e em observância a decisão tomada pela Diretoria da Abrati, diante do grave quadro ora relatado, até que novas determinações da ANTT ou do Judiciário sejam emanadas, a Abrati estará orientando suas associadas, através de ofício circular, para não cobrarem as taxas mencionadas, como já o estão fazendo, para atender a decisão da ANTT, embora reconheça que ela é imprópria na forma exigida e que, por consequência, a partir de 1º de junho, não mais deverão repassar os valores pertinentes às administradoras dos terminais. Estamos encaminhando o presente expediente para dar cumprimento à decisão da Diretoria da Abrati, mas continuamos à disposição para contribuir no que estiver ao nosso alcance na busca da melhor solução para todos os envolvidos. Atenciosamente. PAULO ALENCAR PORTO LIMA Presidente 5
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