AGNU Assembleia Geral das Nações Unidas (Mini-SOI) XII Simulação de Organizações Internacionais SOI 2012

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1 1 AGNU Assembleia Geral das Nações Unidas (Mini-SOI) XII Simulação de Organizações Internacionais SOI 2012

2 2 Há homens que valem pela posição que ocupam, outros bem raros, aliás, num país que é um verdadeiro deserto de homens e de idéias que dignificam e ilustram, com o seu valor pessoal, os postos a que servem. Aqueles passam pelo cenário da vida pública como meteoros de trajetória efêmera e desaparecem sem deixar vestígios; estes, muito ao contrário, se perpetuam e se destacam no meio que atuam, centralizando as atenções e irradiando luz, como astros de primeira grandeza dentro de uma órbita precisa e imutável. Que a estrela maior, denominada Ubirajara de Holanda, eterno diretor da nossa querida Soizinha, continue irradiando sua luz perpetuamente por todas as gerações da Mini-SOI, e que seus esforços para fazer desse um grande projeto jamais sejam esquecidos. Esse guia foi elaborado como forma de homenagear todas as gerações de delegados, responsáveis por construir e lapidar a nossa brilhante Mini-SOI.

3 3 Sumário 1 Apresentação A problemática da entrada da Palestina na Organização das Nações Unidas A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas Breve análise histórica acerca da constituição do território palestino As viabilidades e os obstáculos à admissão da Palestina como Estado-Membro da Organização das Nações Unidas A formação do Estado: povo, território, soberania e autodeterminação A polêmica acerca das fronteiras de A questão dos refugiados palestinos A disputa pelos recursos hídricos e o agravamento da tensão entre árabes e israelenses O posicionamento da Comunidade Internacional Apontamentos finais...28 Referências...30 Anexo...34

4 4 1. Apresentação Estimados delegados, Sejam bem-vindos a mais uma edição da Simulação das Organizações Internacionais SOI, mais especificamente, à Assembleia Geral das Nações Unidas, onde discutiremos um tema de salutar importância para a comunidade internacional, qual seja, a problemática da entrada da Palestina na Organização das Nações Unidas. É com enorme satisfação que disponibilizaremos, nesta oitava edição, dois comitês para estudantes do Ensino Médio, onde será simulado, além da nossa Assembleia Geral, o Conselho de Segurança das Nações Unidas de Destacamos que este crescimento da Mini SOI nada mais é do que o fruto do interesse e procura dos estudantes pelo projeto, o que nos tem enchido de orgulho. Temos certeza que a atuação de vocês será tão expressiva e valiosa quanto a dos últimos anos. A Mini SOI, ou a Soizinha, assim denominada por nós carinhosamente, é uma iniciativa extremamente válida para os amantes dos estudos internacionais. Esperamos que vocês aproveitem a simulação para se apaixonar não somente pelo direito internacional, mas também pelos debates acerca de questões de importância mundial, assim como nós temos nos apaixonado desde a nossa primeira participação na SOI. Primeiramente, prestamos homenagem in memorium a Daniel Ferreira de Carvalho, idealizador da primeira Mini SOI, e a Ubirajara de Holanda Cavalcanti Junior, nosso querido eterno Bira, diretor da Soizinha, os quais organizaram e dirigiram com carinho e maestria nossa Simulação por anos, e que, infelizmente, não estão mais entre nós para ver o seguimento de seus trabalhos. Mas, sem dúvidas, estarão sempre presentes em cada Mini SOI realizada. A eles nosso profundo agradecimento e saudade. Passemos agora às nossas apresentações. Olá pessoal! Eu sou Luiza (ou Lu, Lulu, Luluka... Como vocês preferirem!), sou aluna 7º período do curso de Direito na UFRN e sou apaixonada pela Mini SOI.

5 5 Participei da SOI durante dois anos do Ensino Médio e, quando entrei na Universidade, fui por um ano delegada. Mas não poderia ficar muito tempo longe da querida Soizinha, então em 2010 fui selecionada como diretora, passando a contribuir para esse projeto que tanto amo! Eu adoro ajudar e estar por dentro de todas as resenhas, então podem contar comigo para tirar qualquer dúvida, seja sobre temas internacionalmente relevantes ou das fofocas do comitê. É isso aí pessoal, guardo grandes expectativas para os debates e espero que juntos nós possamos construir ideias interessantes e nos divertir muito! Junto comigo, a mesa diretora do nosso comitê é composta por: Manuela Moura, ou Manu, é a nossa insubstituível Direfofa. Apesar do rostinho de delegada da Mini SOI, está cursando o 10º período de Direito na UFRN, sendo esta sua sexta e última (infelizmente) SOI. Ela adora conversar e vocês perceberão isso de cara na primeira aproximação, o difícil será encerrar o papo, porque Manu é uma metralhadora com as palavras, uma verdadeira tagarela. Conversas a parte, com a maior experiência em Soizinhas, Manu está ansiosa para os dias de Simulação, certa de que esta edição será inesquecível. Então, com licenças, por favores e obrigadas", Manu deseja boas-vindas aos senhores delegados! André Macêdo, conhecido apenas como Galego, é loiro, alto, com olhos azuis e foi três vezes garoto intervalo. Tem como ídolo Wesley Safadão. Sua frase: Viva a vida intensamente. Uma música: vida loka também ama. Além disso... Galego cursa Direito na UFRN no 7ª período e já participou da SOI como delegato e no staff, mas encontrou na Mini SOI uma forma de fazer novas amizades. Esforçado e competente, ele está sempre disposto a ajudar, principalmente quando o destinatário da ajuda é alguém do sexo oposto. Portanto, atenção delegadas! Maria Augusta, ou Guxi, é a nossa Direbebê, a caloura da Soizinha. É sempre sorridente e simpática com todos, o que a faz a Miss Simpatia do comitê. Mesmo cursando apenas o 4º período de Direito na UFRN e ainda chamando intervalo de recreio, ela já conta com uma grande experiência na SOI, tendo participado da Simulação durante todo o Ensino Médio e como delegada em comitê universitário. Este é o seu primeiro ano como Diretora e Guxi mal pode esperar para os dias de evento.

6 6 Bárbara Azerêdo é outra diretora apaixonada pela Mini SOI e participou comigo de 4 Simulações, inclusive no Ensino Médio. Ela está cursando o 8º período de Direito na UNP e adora Direito Internacional, tanto que estagiou no Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD) durante seu intercâmbio na Costa Rica. Mas além dos estudos, Babica adora festas e viagens e, com certeza, irá mobilizar as resenhas extra oficiais do comitê. Tem grandes expectativas para o comitê e espera que os debates peguem fogo, com muita diversão e surpresas. André Bonde Moura é o Direpresidente. Sempre político, traz uma bagagem mais extensa com experiência em Simulações e com seu conhecimento em Direito Internacional. Está sempre se adiantando nos comentários, disposto a acrescentar informações valiosas ao desenrolar das nossas discussões. Bonde cursava Direito na UERN, mas recentemente passou para o mesmo curso na UFRN. Amigo e companheiro, também não deixa uma farra de lado, afinal, nem os presidentes são de ferro! Vote Bonde! Como a Mini-SOI, apesar de ter dois comitês esse ano, é composta de um só time (um só coração!), além destes diretores, vocês também poderão pedir auxílio aos diretores do Conselho de Segurança, que são: Sânzia Mirelly, é aluna do 6º período do curso de Direito da UFRN e muito dedicada a Mini SOI, afinal é a primeira-dama! Durante os três anos do Ensino Médio, participou da Soizinha como delegada e, assim que entrou na Universidade, após uma participação em um comitê universitário, voltou, felizmente, para a Mini SOI. Esse é seu segundo como diretora, totalizando 5 Mini SOIs, e pretende continuar por aqui até o final do curso. Apesar da cara de boazianha, é a DireHittler do comitê, pois dá muitas ordens! Mas ela jura que é legal! Tem grandes expectativas para a nossa simulação e acredita que iremos nos divertir bastante! Ângelo Menezes, também conhecido como o vovô da Mini SOI, ou o cara mais experiente do time com relação a Soizinhas. Só para vocês terem noção do carinho do menino pela SOI: ele já se formou, saiu da UFRN, mas não conseguiu deixar a Mini SOI. Assim, esta é sua 4ª Simulação como diretor (e já foi delegado outras duas vezes). Costuma dizer que foi graças a Mini Soi que desenvolveu sua (excelente) oratória, já que antes de participar de simulações como esta, ele ficava verde, azul, rosa, roxo, amarelo, vermelho, etc. ao falar em público. Apesar da idade, tem a audição muito

7 7 sensível, portanto, constantemente vocês irão escuta-lo dizer (gritar): Decoro, senhores delegados! Devido sua experiência em Soizinhas, está certo que esta irá bombar novamente. Manuela Bocayuva, também conhecida por Manu B., é um doce de pessoa, super prestativa, está sempre disposta ajudar a todos. É, sem dúvidas, a calma e paciência em pessoa, o pontinho de equilíbrio quando tudo parece está dando errado. Apesar disso, Manu entende tudo de festas, baladinhas e ursinhos; se alguém precisar de qualquer dica sobre a melhor saidinha do final de semana, ela é a melhor! Ela está cursando o 5º período de Direito e, para não esquecer nada, tem, desde o primeiro semestre, todas as aulas devidamente gravadas. Participou de uma SOI como delegada e esta é sua primeira Mini SOI como diretora, mas já está encantada com nossas ideias de Simulação. Espera que os debates sejam calorosos e que o comitê seja um sucesso! Gabriel Villarim é, com certeza, o membro da Mini SOI com mais apelidos sugestivos e que, por isso, evitando entendimentos errados e obscuros, somente serão revelados durante a simulação (fica o suspense). Até lá, vocês podem chama-lo de Gabriel ou Villarim. Ele está cursando o 8º período do curso de Direito e, já no seu Ensino Médio, encantou-se pela Mini SOI, quando participou como delegado. Este ano é o seu primeiro como diretor. João Carlos Rocha, ou somente João, também está cursando o 8º período do curso de Direito na UFRN e esta é sua primeira vez como diretor da Mini SOI. João é super ocupado, já que, além de ótimo estudante, é um dos melhores professores de História das escolas de Natal (com um conhecimento esplêndido). Apesar disso, adorou a ideia de uma simulação voltada para os alunos do Ensino Médio e resolveu vestir a camisa da Mini SOI, sendo diretor e, assim, dividindo um pouquinho do seu admirável conhecimento com a gente. Não vê a hora de fazer parte da Mesa Diretora e pedir decoro aos senhores delegados. Todos devidamente (e longamente) apresentados, passemos agora ao guia em si. Este guia foi fruto de árduo trabalho de todos os diretores, que vêm se preparando para esta SOI desde o final do ano passado. Esperamos que os senhores delegados façam um bom estudo e estejam preparados para grandes discussões no âmbito do comitê. Boa sorte a todos!

8 8 2. A problemática da entrada da Palestina na Organização das Nações Unidas O território da Palestina, correspondente à área entre o Líbano e o Egito, conta com uma referência histórica de conquistas seriadas e de grandes batalhas entre povos diversos, com a finalidade de dominar as suas extensões territoriais. Este território é objeto, há mais de 50 anos, de uma violenta disputa envolvendo árabes e judeus. Através da Resolução 181 da Assembleia Geral das Nações Unidas de 1947, o Estado de Israel foi fundado oficialmente para abrigar o povo judeu espalhado pelo mundo, e assim admitido como Estado-Membro pela Organização das Nações Unidas. Acontece que, em decorrência desta Resolução, o povo palestino foi desconsiderado quanto a ser unido em um mesmo território com um povo historicamente inimigo. 1 Tal situação foi culminante para o agravamento dos antigos embates que ocorriam na região e da formação de novos conflitos que se mantém e se renovam até os dias de hoje. Desde então, a Palestina, liderada pela Organização para Libertação da Palestina (OLP) 2, tem buscado a retomada dessa área e o reconhecimento internacional de seu Estado. É interessante ressaltar que a ONU vem buscando viabilizar a concepção do Estado Palestino há vários anos, já sendo este inclusive reconhecido pelo organismo desde 1988 como Entidade Pré-estadual e sendo admitido como observador nas reuniões da Assembleia Geral 3 e de outros órgãos, como a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). 1 Histórico do conflito árabe-israelense. Disponível em: < Acesso em 12/04/ A Organização para a Libertação da Palestina é uma organização política e paramilitar, fundada em 1964 e tida pela Liga Árabe desde outubro de 1974 como a única representante legítima do povo palestino. 3 Resolução 43/177 da Assembleia Geral das Nações Unidas de 15 de dezembro de Artigo sobre a Admissão da Palestina como Estado-Membro da ONU. SILVA, Maria de Fátima Araújo da. A questão Palestina. Disponível em: < Acesso em 31/03/2012.

9 9 Em 2011, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, entregou às lideranças da Organização das Nações Unidas uma carta 4 pedindo a adesão plena do Estado Palestino à entidade internacional, sendo este o tema principal do 66º encontro da Assembleia Geral ocorrido no mesmo ano. A admissão da Palestina como membro da ONU poderá ser o primeiro passo para o reconhecimento de um Estado livre e soberano, trazendo a paz duradoura para o Oriente Médio. No entanto, não há concordância na comunidade internacional em torno do reconhecimento do Estado Palestino 5. Diante do exposto, mostra-se deveras relevante o debate proposto, que circundaria entraves não apenas sobre o reconhecimento internacional do Estado da Palestina, mas também sobre as implicações territoriais, políticas e econômicas que decorreriam desta resolução. Assim, o que se busca, verdadeiramente, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas a ser simulada na SOI XII, é o diálogo entre nações acerca de circunstâncias, conseqüências e demais implicações as quais acarretariam a criação do Estado da Palestina, sopesando valores e superando disparidades a fim de solucionar o verdadeiro escopo do Direito Internacional, que consiste na manutenção da paz na comunidade internacional e o respeito à soberania das nações. Visando este objetivo, o comitê direcionará a referida discussão de modo a incentivar os delegados a buscarem as soluções pacíficas e harmoniosas para as questões em análise, finalidade primordial para o Direito internacional. 3. A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas 4 Trecho da carta entregue pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, à ONU. Disponível em: < Acesso em 14/04/ Entrevista do porta-voz de Israel na ONU Jonathan Peled à VEJA. Disponível em: < Acesso em 14/04/2012.

10 10 A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas 6, objeto do Capítulo IV da Carta das Nações Unidas de 1945, figura como o principal órgão deliberativo da ONU, no qual as 193 nações-membros estão representadas. Na realidade, a Assembleia Geral é o órgão mais democrático da Organização, pois é o palco onde todos os Estados-Membros podem se manifestar sobre quaisquer dos temas postos em discussão, sem que haja nenhum tipo de privilégio em função da sua riqueza ou poder bélico. Assim, cada país tem direito a voto, em pé de igualdade com os demais. Na condição de órgão representativo e deliberativo, a Assembleia Geral se revela um fórum de discussão multilateral no qual é possível promover debates sobre importantes temas da atualidade envolvendo questões culturais, políticas, religiosas ou econômicas. Dentre suas principais funções, destaca-se a de discutir temas como paz e segurança, admissão de novos membros, questões orçamentárias, direitos humanos e cooperação internacional. O trabalho desempenhado no âmbito da Assembleia Geral das Nações Unidas, a despeito de se qualificar como abrangente, possui efeitos recomendativos que representam o interesse majoritário das nações do mundo contemporâneo e são perfeitamente passíveis de implementação no âmbito dos respectivos Estados. Nesse ensejo, a Assembleia Geral constitui um órgão de suma importância para a concretização dos princípios do Direito Internacional, dos objetivos da Organização das Nações Unidas e dos valores comuns internacionais, quais sejam: a ajuda mútua, a pacificação geral, a comunhão entre as nações, a cooperação entre os povos e o aperfeiçoamento e progresso da humanidade. No entanto, cabe esclarecer que a Assembleia Geral não tem a competência necessária para, sozinha, admitir um Estado como membro da ONU. Como consta no artigo 4º da Carta das Nações Unidas, tal processo será efetuado por decisão da Assembleia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança. Desta forma, é 6 Funções e atribuições da Assembleia Geral. Disponível em: < /about/index.shtml/ e Acesso em 24/03/2012.

11 11 preciso que o Estado que deseja reconhecimento pela ONU dirija sua pretensão à Assembleia, a qual deverá remeter tal pedido para votação no Conselho de Segurança 7. Lembrando que aos membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas é disposto o poder de vetar a proposta. Basta, portanto, que um dos cinco membros permanentes dentre os quinze países membros do Conselho de Segurança faça uso do poder de veto para que a proposta não seja aprovada. Em caso de aprovação, retorna o pedido para a Assembleia Geral, que ratificará a decisão do Conselho através de uma nova votação, na qual participam todos os membros, sendo necessária a maioria de dois terços dos presentes e votantes a favor da admissão do Estado. 4. Breve análise histórica acerca da constituição do território palestino A Palestina, como já mencionado, compreende a região do Oriente Médio localizada entre o Líbano e o Egito, a qual tem sido objeto de uma incessante e violenta disputa envolvendo, principalmente, árabes e judeus. O referido território já foi palco de diversas conquistas pelos mais variados povos, em razão de consistir em um trecho de fácil acesso entre a África e a Ásia, contribuindo para o deslocamento natural das tropas militares e populações que visavam 7 O Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) é composto por cinco membros permanentes (China, França, Federação Russa, Reino Unido e Estados Unidos) e dez membros não-permanentes (Azerbaijão, Índia, África do Sul, Colômbia, Marrocos, Togo, Alemanha, Paquistão, Guatemala e Portugal). Os dez membros não-permanentes são eleitos pela Assembleia Geral para mandatos de dois anos e não elegíveis para a reeleição imediata. Cada membro do Conselho tem um voto. As decisões sobre questões processuais são tomadas pelo voto afirmativo de pelo menos nove dos 15 membros, enquanto as decisões sobre questões substantivas exigem nove votos, incluindo os votos afirmativos de todos os membros cinco permanentes (não sendo admitidas abstenções ou veto dos membros permanentes). Segundo a Carta da ONU, todos os membros das Nações Unidas concordam em aceitar e executar as decisões do Conselho de Segurança. Assim, enquanto outros órgãos das Nações Unidas fazem recomendações aos governos, como a Assembleia Geral, só o Conselho tem o poder de tomar decisões que os Estados-Membros são obrigados a realizar. Disponível em: < Acesso em 10/05/2012.

12 12 manter ou expandir o domínio das suas extensões territoriais. Dentre as tribos e povos que invadiram a região, citam-se os egípcios, filisteus, hebreus, babilônicos e romanos. Deste modo, tal região passou a ter grande importância política e religiosa para vários povos os quais tiveram naquela terra seu surgimento, e isso foi determinante para que a Palestina experimentasse e incorporasse em suas características uma variedade étnica e cultural que enriquece a sua essência. A história dos judeus, também conhecidos como israelitas, israelenses ou hebreus, inicia-se por volta de 2000 a.c., quando migraram para a região da Palestina, sendo o primeiro povo a ocupá-la. Acontece que, após um longo tempo, os judeus foram forçados a evadir para o Egito, devido a uma grave seca, retornando cerca de 400 anos depois no episódio conhecido como Êxodo, e conquistando Canaã, região que acreditavam ser sagrada. Após restabelecerem-se no local, e passados muitos anos entre guerras e monarquias depostas, no episódio conhecido como Cisma, o povo judeu foi dividido em dois reinos: o de Israel e o de Judá. Tal divisão facilitou a invasão e o domínio da Palestina por outros povos, como os Assírios, conquistadores o reino de Israel, e os Caldeus, que expulsaram os habitantes de Judá para a região para a Babilônia, dando origem a primeira Diáspora Judaica 8. Anos mais tarde, o rei persa, Ciro, põe fim ao cativeiro da Babilônia e permite que os judeus retornem à Palestina, onde foram governados por persas, grecomacedônicos, egípcios e, finalmente, os romanos. No último governo, os generais romanos devastaram o Templo de Jerusalém, resistindo ileso apenas o Muro das Lamentações, e proibiram os judeus de viver na terra que acreditavam ser-lhes prometida, acelerando ainda mais o processo de Diáspora e espalhando as comunidades judaicas por todo o mundo. A região continuou sediando várias disputas, até que em 638 d.c., o território foi conquistado pelos árabes, que disseminaram o islamismo nos povos que ali viviam. Por aproximadamente anos, a região continuou sob domínio árabe, até que, após invasões, foi incorporada ao Império Turco-Otomano. 8 A questão da Palestina. Disponível em: < Acesso em 08/04/2012.

13 13 Por outro lado, ao passo que a Palestina estava sob o monopólio árabe, os judeus, exilados pelo mundo, especialmente na Europa, enfrentavam perseguições morais e violentas em detrimento de sua religião e cultura particular, não encontrando um clima de liberdade integral para o desenvolvimento do seu povo. Devido aos ataques constantes e em massa, bem como à expressiva imigração dos judeus às Américas, foi que, no final do século XIX, surgiram os primeiros movimentos sionistas. Em meio à atmosfera de constante tensão, em 1896 o escritor Theodor Herzl 9 fundou o Movimento Sionista, pregando a criação de um Estado Judeu na Palestina. É válido ressaltar que a concepção desse movimento foi algo crucial para que a história da Palestina tomasse o rumo em que se encontra hoje. O Movimento Sionista ganhou força na comunidade judaica e, posteriormente, na comunidade internacional, após um congresso realizado em Genebra. Um importante propagador da ideologia Sionista foi o governo britânico, que mesmo durante a Primeira Guerra Mundial, apoiou o movimento através da declaração Balfour de Tal declaração levou alguns grupos de judeus a regressarem ao território palestino 11, mesmo antes sendo minoria frente à população árabe. Durante a Primeira Guerra Mundial, o Império Turco-Otomano, que até então explorava o território palestino, lutou ao lado da Alemanha e foi derrotado pela Tríplice Entente 12, perdendo seu domínio sobre o mundo árabe (figura 1 - Anexos), que passou a ser comandado pela Grã-Bretanha, conforme ordem da Liga das Nações. Com apoio da comunidade internacional, a partir de 1918, os judeus passaram a migrar de volta aos territórios palestinos, representando, em 1920, onze por cento da população do território. Os árabes, descontentes com o regresso, responderam violentamente ao crescimento da população judaica, gerando uma situação crítica, na iminência de um 9 O escritor e jornalista húngaro Theodor Herzl ( ), promotor do sionismo, publicou em 1896 O Estado Judaico (Der Judenstaat), no qual pretendia a reconstrução de um Estado cujo usufruto permitisse aos judeus o reencontro com a dignidade e a segurança. Disponível em < Acesso em 15/04/ O Reino Unido divulga a Declaração de Balfour, que concede aos judeus direitos políticos como nação, e foi vista pelo povo judeu como uma promessa para a formação de seu Estado próprio nos territórios palestinos. 11 Os judeus regressavam ao território geralmente mediante a compra de terras aos árabes palestinos. 12 A Primeira Guerra Mundial ocorreu entre a Tríplice Entente (formada pelo Império Britânico, França, Império Russo até 1917, e Estados Unidos a partir de 1917), que derrotou a coligação das Potências Centrais (composta pelo Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Império Turco- Otomano).

14 14 conflito. Foi então que os judeus fomentaram a criação de uma organização paramilitar para defesa própria, conhecida como Haganah, mas que logo passou a servir aos movimentos de ataque frente os árabes. Visando evitar ainda mais conflitos, e garantir um bom relacionamento econômico e cultural com os povos árabes, a Grã-Bretanha, mesmo tendo se mostrado favorável a criação de um Estado Judeu (através da Declaração Balfour) 13, tentou frear a imigração de tal povo para a Palestina, não obtendo sucesso, devido à pressão interna e externa da comunidade judaica. Durante a Segunda Guerra Mundial, a imigração do povo judeu para a região tornou-se incontrolável, passando a figurar como maioria da população palestina. Em 1947, a Assembleia Geral da ONU, presidida pelo diplomata brasileiro Oswaldo Aranha 14, formulou o plano de partilha da Palestina (figura 2 - Anexos) através da Resolução 181, deixando para o Estado Judeu de Israel cinquenta e cinco por cento do território e para o Estado Árabe-Palestino os outros quarenta e cinco por cento. Tal resolução significou uma vitória para os judeus sionistas, pois atingia seu objetivo maior, a criação de um Estado Judeu. A Liga Árabe, descontente com a resolução, preparou-se para a guerra. Em 14 de maio de 1948, foi proclamado o Estado de Israel, que imediatamente teve o apoio e o reconhecimento das novas potências, Estados Unidos da América e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. As outras nações, contrárias ao Estado Judeu, quais sejam, Egito, Líbano, Iraque, Transjordânia 15, Arábia Saudita, e Síria, invadiram-no com a intenção de destruí-lo, no entanto, o Estado de Israel estava bem preparado para a guerra e conseguiu, além da defesa de seu território, ampliar suas posses de terra, passando a deter o monopólio de grande parte da Palestina. Apenas a Faixa de Gaza e a Cisjordânia (West Bank na figura 3 - Anexos) mantiveram-se sob o controle dos árabes-palestinos, apesar de governadas 13 BRAGA, Alfredo: A Declaração de Balfour. Disponível em: < Acesso em 09/05/ FIGUERMAN, Ariel. Retratos de uma Guerra: História do conflito entre israelenses e palestinos. 1ª ed. São Paulo: Globo, O emirado da Transjordânia foi um antigo território do Império Otomano incorporado ao Mandato Britânico da Palestina em Geograficamente, a Transjordânia era equivalente ao reino da Jordânia durante o período que foi de 1942 a 1965 (fronteiras um pouco diferentes das atuais), e permaneceu - ao menos nominalmente - sob os auspícios da Liga das Nações e da administração britânica até a sua independência, em Em 1949, passou a chamar-se Jordânia.

15 15 respectivamente pelo Egito e Jordânia. Diante do novo quadro geográfico e da quase total perda de seu território, os árabes se evadiram para os países próximos. Ademais, inúmeros outros conflitos ocorreram entre o Estado de Israel e os árabes-palestinos, a maioria deles envolvendo a questão territorial. Desses conflitos, cabe destacar a Guerra dos Seis Dias, ocorrida em 1967, oportunidade na qual o Estado Israelense usou de sua força militar para tomar territórios árabes, incluindo o deserto de Sinai, a Faixa de Gaza (Egito), a Cisjordânia, Jerusalém Oriental (Jordânia) e as colinas de Golã (Síria). Em resposta à ofensiva israelense de 1967, o Conselho de Segurança da ONU, aprovou, no mesmo ano, a Resolução , que obrigava a retirada de seu exército dos territórios árabes e ainda determinava que o Estado de Israel encontrasse uma solução para a questão dos refugiados palestinos. Entretanto, tal resolução não foi cumprida totalmente pelos judeus, que mantiveram suas forças militares na referida extensão sob a motivação de proteção conta ataques terroristas. É válido ressaltar que os organismos internacionais condenam veementemente a prática estabelecida pelo Estado de Israel, que mediante guerras, anexaram territórios palestinos ao seu próprio Estado. Porém, a questão se torna mais complexa devido ao fato de nunca ter havido acordo sobre fronteiras da região, além de, nem judeus, nem árabes terem cumprido as recomendações da Resolução 181 da Assembleia Geral. Desde então, os conflitos entre árabes e israelenses não cessaram 17, sendo agravados inclusive com o acontecimento da Intifada 18. As tentativas de paz ocorridas nesta época foram em sua totalidade frustradas pela resistência das partes em cederem seus posicionamentos. No entanto, em 1991, norte-americanos e russos patrocinaram uma Conferência de Paz para o Oriente Médio, renovando as esperanças da região. A conferência foi o primeiro contato de aproximação entre árabes e judeus, o qual foi mantido de forma secreta até o ano de 1993, quando os lideres Yasser Arafat e Yitzhak Rabin, líder da 16 Security Council Resolution. Disponível em: < Acesso em 11/05/ Destacando-se a Guerra do Yom Kippur, ocorrida em 1973, quando forças egípcias e sírias atacaram Israel no dia de um feriado religioso, buscando surpreender as tropas jucaicas. Apesar de alguns sucessos iniciais dos árabems os israelenses conseguiram vencer a guerra e manter os territórios que tinham capturado em Intifada é a revolta popular de Árabes contra Judeus, marcada pelo uso de armas simples como paus e pedras, atentados suicidas e a participação de todo o povo, inclusive mulheres e crianças.

16 16 OLP e Primeiro-Ministro israelense, respectivamente, assinaram o primeiro acordo de paz entre as nações (figura 4 Anexos). Nesse acordo, apenas questões mais urgentes para amenizar os conflitos foram tratados, como a retirada das tropas israelenses dos territórios palestinos, e a questão da luta armada e terrorismo dos árabes, deixando questões importantes ainda em negociação, como é o caso da cidade de Jerusalém e dos povos refugiados. A ideia de um acordo foi questionada tanto por árabes como por judeus. Na Palestina houve uma forte oposição, por meio do grupo Hamas 19, enquanto em Israel, o movimento de repulsa às negociações foi feito junto ao parlamento, por grupos sionistas conservadores. No entanto, o acordo foi aprovado politicamente pela maioria parlamentar. Na década de 90, ocorreu um fato que mudou o rumo das negociações de paz na região. O historiador Ariel Finguerman recorda que, em 1995 as negociações de paz perderam um líder insubstituível, o primeiro ministro israelense Yitzhak Rabin foi assassinado por um israelense sionista contrário aos acordos com os árabes. 20 Dessa forma, com a morte do premiê, as negociações perderam força. Após o ocorrido, a busca pela paz se limitou à devolução, por parte do governo de Israel, de pequenas porções de terra da Faixa de Gaza e da Cisjordânia às autoridades Palestinas. No entanto, ainda sob ameaças terroristas, os israelenses mantém suas forças militares nas fronteiras e estão construindo um muro para separar a parte judaica da parte árabe, o que, na prática, anexa ainda mais territórios árabes a Israel. Na primeira década do século XXI, novos episódios advieram para pôr fim às negociações de paz, retomando toda a tensão na região em conflito. Neste sentido, destaca-se a declaração do primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que afirmou o não cumprimento dos acordos e revelou sua intenção em atacar militarmente os palestinos. Além disso, o líder político ainda declarou, em 2001, sem saber que estava sendo gravado, que não cumpriria os acordos e que seu objetivo principal era atacar os mulçumanos O Hamas é o Movimento de Resistência Islâmica", uma organização palestina, de orientação sunita, que inclui uma entidade filantrópica, um partido político e um braço armado. É o mais importante movimento fundamentalista islâmico palestino. 20 FIGUERMAN, Ariel. Retratos de uma Guerra: História do conflito entre israelenses e palestinos. 1ª ed. São Paulo: Globo, Disponível em: <

17 17 5. As viabilidades e os obstáculos à admissão da Palestina como Estado-Membro da Organização das Nações Unidas 5.1 A formação do Estado: povo, território, soberania e autodeterminação Não é de hoje que o povo palestino clama pela formação de um Estado reconhecido, independente e soberano. É sabido que, em relação à possibilidade de reconhecimento de um Estado, a comunidade internacional faz uso dos critérios presentes na Convenção de Montevidéu 22 para determinar acerca da existência ou não de uma entidade estatal. Assim sendo, de acordo com esta Convenção, para que um país seja alçado ao patamar de Estado é necessário que haja uma população vivendo de forma permanente em um território determinado, dotado de um governo com órgãos próprios. Em suma: povo, território e soberania. Além disso, parte da doutrina considera ainda a importância de um último elemento, qual seja, a vontade de autodeterminação. 23 Em relação ao caso palestino, no que tange a existência de um território definido, apesar de todo um passado histórico carregado de transformações territoriais, atualmente o povo está disposto em uma integridade espacial própria. Sua população hoje vive majoritariamente em territórios correspondentes à Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, sendo eles submetidos a um controle israelense realizado por meio de uma ocupação militar. No que diz respeito às áreas ocupadas pelos judeus, não apenas as entradas e saídas territoriais, bem como o espaço aéreo e marinho são, muitas vezes, monitorados pelo Estado de Israel. Diante de todos os conflitos árabe-israelenses despontados durante os últimos anos, Israel veio paulatinamente ocupando territórios (figura 5 Anexos) e, por 22 Convenção de Montevidéu sobre Direitos e Deveres dos Estados de 16 de dezembro de Artigo 1º: O Estado como pessoa de Direito Internacional deve reunir os seguintes requisitos: I. População permanente; II. Território determinado; III. Governo. Disponível em: < Acesso em 18/05/ SILVA, Maria de Fátima Araújo da. A questão Palestina. Disponível em: < Acesso em 31/03/2012.

18 18 consequência, forçando os muçulmanos oriundos da Palestina a se refugiarem em outros países. Atualmente, os dados oficiais da ONU indicam que cerca de quatro milhões de muçulmanos ainda se encontram nessa situação de refúgio. 24 Atenta-se ao fato, contudo, que a doutrina não exige a existência de uma delimitação territorial precisa para que se reconheça um Estado, situação presente no caso palestino. Importante destacar que, em relação às condições supramencionadas e esposadas na Convenção de Montevidéu, percebe-se a necessidade de haver, além da existência de uma população vivendo permanentemente em uma determinada região, o fator de que tal população tenha vontade de se autodeterminar como Estado Soberano. A autodeterminação é um conceito muito importante ao se tratar de independência e reconhecimento de povos e nações. É o princípio que vem a garantir a todo povo o direito de se autogovernar e tomar suas decisões sem intervenção externa, ou seja, o direito à soberania. Em síntese, consiste na capacidade de determinado povo ser legitimado por seu direito interno, isto é, sem a influência de qualquer outra nação. Neste sentido, a Carta da ONU estipula como propósitos das Nações Unidas o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio da igualdade de direitos e autodeterminação dos povos, bem como a tomada de outras medidas apropriadas para reforçar a paz universal. A recente Resolução 142 da ONU dispõe que a Assembleia expressa a vontade de que o povo palestino pudesse desempenhar, em breve, a sua autodeterminação. 25 Esta Resolução teve apenas dois votos contrários, oriundos do Estado de Israel e dos Estados Unidos da América, frente a 146 favoráveis. Ainda que haja controvérsias, considera-se que hoje a Palestina é detentora dos elementos necessários para configurar-se como um Estado pleno e reconhecido. No entanto, diante da inércia das negociações bilaterais e levando em consideração as questões políticas envolvidas, as quais dificultam o processo de seu reconhecimento 24 MORACCI, Arnoldi. A questão palestina. Disponível em: < Acesso em 09/04/ SILVA, Maria de Fátima Araújo da. A questão Palestina. Disponível em: < Acesso em 31/03/2012.

19 19 frente à comunidade internacional, coube à Palestina a adoção de novas estratégias político-diplomáticas a fim de retomar o debate sobre a questão frente aos organismos internacionais de grande importância na atualidade. 5.2 A polêmica acerca das fronteiras de 1967 Como já exposto, os palestinos há muitos anos buscam frustradamente seu reconhecimento como Estado independente e soberano na área correspondente à Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, mantidas sob a posse de Israel desde a Guerra dos Seis Dias (1967). No entanto, a realidade dos conflitos entre os judeus e árabes em torno da questão palestina continua a ameaçar a paz no Oriente Médio, ainda que nas últimas décadas propostas de estabelecimento de paz entre as nações venham sendo negociadas, sem que um acordo tivesse sido acertado. Em meados de 2010, o governo palestino adotou uma nova tática para alcançar o seu Estado independente, requerendo individualmente a países diversos o seu reconhecimento com as fronteiras estabelecidas em 1967, a saber, os limites anteriores aos da Guerra dos Seis Dias, de forma que Jerusalém Oriental, Cisjordânia e Faixa de Gaza pertenceriam ao Estado Palestino. Por esta razão é que, em 2011, o seu reconhecimento foi demandado à ONU. Nesta oportunidade, Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, solicitou por meio de uma carta endereçada à Assembleia Geral a representatividade irrestrita como Estado-Membro na entidade, visto que, atualmente, a Organização para a Libertação da Palestina figura apenas como observadora. Entretanto, é necessário ressaltar que o reconhecimento do Estado da Palestina está diretamente conectado aos entraves religiosos, culturais e políticos que continuam a obstar a solução das disputas entre israelenses e palestinos e impedindo sua adesão à ONU. A maior polêmica circunda, sobretudo, as questões tais como a partilha de Jerusalém (terra sagrada para os judeus, muçulmanos e cristãos), o destino dos refugiados palestinos e as fronteiras territoriais, visto que ainda há muito a se debater, uma vez que a opinião palestina e israelense mostra-se divergente e, em alguns momentos, quase inflexível.

20 20 Em meio a tal debate, críticos pontuam que o reconhecimento pela ONU do Estado Palestino com as fronteiras estabelecidas até 1967 teria uma importância meramente simbólica. Embora a ampla maioria da comunidade internacional concorde quanto os limites estabelecidos em 1967 serem base para um acordo de paz, o Estado de Israel se mostra irredutível. Foi neste sentido que, em maio de 2011, ao ser indagado pelo presidente americano Barack Obama sobre as negociações de paz se fundamentarem nas fronteiras de 1967, o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu, classificou tal rogativa de "irreal" e "indefensável" 26. Desta forma, mostra-se pouco provável que o reconhecimento de um Estado Palestino pela ONU satisfaça Israel a ponto de convencê-lo a devolver a posse das terras ocupadas. As autoridades israelenses vêm defendendo ao longo dos anos que novos fatos ocorreram desde 1967 e a delimitação das fronteiras tais como eram antes da Guerra é uma situação absurda, pois hoje quase meio milhão de israelenses vivem em duzentos assentamentos e postos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Em negativa à forma de acordo proposta, Israel sugeriu ainda uma negociação para a troca de terras concordadas mutuamente como forma de resolução do impasse. Por outro lado, os palestinos insistem que ter seu Estado reconhecido corroboraria as negociações de paz com Israel, fortalecendo seu poder de barganha na discussão de outras matérias fundamentais para resolução definitiva do conflito, tais como segurança, água, refugiados e a partilha de Jerusalém, que ambos os povos almejam declarar como sua capital. 5.3 A questão dos refugiados palestinos Após a retirada da Grã-Bretanha do território palestino e o plano de partilha elaborado pela ONU, ambas ocorridas na década de 1940, e as sucessivas guerras que sucederam a tais fatos, milhares de palestinos migraram ou foram expulsos dessa região. Tal migração aumentou conforme os povos judeus passavam a conquistar e dominar mais territórios. Com o fim dos conflitos após o plano de partilha ( ), os palestinos tinham esperança de retornar ao seu país de origem, mas o governo do Estado 26 BBC: Entenda a tentativa Palestina de se tornar membro efetivo da ONU. Disponível em: < Acesso em 14/04/2012.

21 21 de Israel negou-se a aceitá-los de volta, criando um dos maiores empecilhos para uma pacificação da área. Diante da negativa do governo israelense acerca de um possível retorno dos refugiados palestinos, a ONU criou o United Nations Relief and Works Agency for Palestine Refugees (UNRWA), que é um Organismo de Ajuda e de Trabalho das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos. Segundo tal órgão, refugiado seria todo o indivíduo que, no momento do conflito de 1948, residia na Palestina pelo menos há dois anos e que, em consequência da guerra, perdeu sua casa e meios de subsistência. Essa categoria foi estendida também aos filhos e netos desses indivíduos 27. Atualmente, estima-se que cerca de quatro milhões de palestinos vivem em campos de refugiados na Cisjordânia, Faixa de Gaza, Síria, Líbano e Iraque, além de outros países árabes. Esse número de refugiados chega a aproximadamente quarenta por cento de toda a população Palestina do Oriente Médio. O assentamento de tantas pessoas gerou alguns choques entre esse povo e as populações dos países em que estavam se refugiando, tais como o conflito entre jordanianos e palestinos (1970) e a guerra civil no Líbano (1975), enfrentada também pelos refugiados naquele país. Apesar de, desde 1948, a ONU já ter previsto a possibilidade de retorno dos refugiados ao seu país de origem e garantir também o direito a indenização, por meio da resolução nº 194, a discussão acerca do retorno dos refugiados só foi retomada nos anos 2000, quando Israel se esforçou para realocar poucos refugiados e indenizá-los com um valor ínfimo. Para os israelenses, aceitar que os refugiados retornem ao seu país de origem esbarra em uma questão político-geográfica, que abrange a problemática de que, aceitando os Palestinos de volta, em pouco tempo os judeus seriam superados em número e representação por eles, o que ameaçaria o Estado de Israel. Outro problema é de ordem econômica, uma vez que indenizar todas as famílias de Palestinos que retornassem ao seu país de origem seria algo que poderia arruinar a economia do Estado de Israel. Esses dois fatores terminam por estagnar as negociações de retorno dos 27 Revista Pangea: A questão dos refugiados palestinos. Disponível em: Acesso em 10/05/2012.

22 22 refugiados, mantendo um dos maiores problemas relativos a um possível acordo de Paz. 5.4 A disputa pelos recursos hídricos e o agravamento da tensão entre árabes e israelenses Os conflitos que ocorrem entre os palestinos e os israelenses se estendem para além das causas culturais, religiosas, políticas e territoriais. Além dessas, há de se admitir e reconhecer a importância da disputa por recursos hídricos no tocante ao fomento dos conflitos árabe-israelenses. O Oriente Médio, uma das regiões que padecem de um dos maiores índices de aridez do mundo, vem travando cada vez mais disputas internas em torno do domínio dos recursos hídricos disponíveis na região. Inicialmente, tratando-se do abastecimento hídrico de Israel, despontam o Rio Jordão e o Mar da Galileia, bem como as fontes subterrâneas, como sendo os seus principais fornecedores de água. Cabe aqui ressaltar que, ao contrário do que ocorre com Israel, grande parte das regiões palestinas não são detentoras de qualquer forma de infraestrutura voltada para a utilização de água, ou seja, não dispõem de infraestrutura hídrica. Tal fato, associado à má distribuição de água entre os israelenses e palestinos, acarreta uma série de dificuldades no desempenho de atividades essenciais do ser humano, tais o consumo de água e as necessidades higiênicas. A atual distribuição de água, segundo preleciona Yehezkel Lein 28, seria, portanto, injusta. No tocante a água subterrânea, haveria exploração israelense de aproximadamente 80% da capacidade hídrica, sendo o restante utilizado pelos palestinos. A ilustração deste caso pode ser apresentada pelo Aquífero Montanha, o qual, embora compartilhado pelos dois povos, tem mais de 4/5 de sua capacidade destinada aos israelenses, restando aos palestinos uma parcela significativamente inferior. Analisado o contexto de divisões, conquistas e ocupações territoriais presentes ao longo dos conflitos árabe-israelenses, é notória a relação existente entre os territórios ocupados e a utilização das fontes hídricas. Israel, após o domínio da Cisjordânia, adotou uma política de apropriação dos recursos de fornecimento de água, ao passo em que, concomitantemente, limitava o acesso palestino a essas fontes. Situação similar 28 Integrante do grupo de Direitos Humanos B teselem, expert em água.

23 23 ocorre na Faixa de Gaza, onde, desde o domínio israelense, houve monopolização dos suprimentos de água da região, debilitando o sistema de água e esgoto palestino. Diante desse cenário de domínio completo dos recursos hídricos pelo povo israelense, a organização de direitos humanos Anistia Internacional (AI) acusou, em relatório, o governo israelense de negar fornecimento de água aos palestinos na Cisjordânia. 29 A situação se agrava na medida em que essa má distribuição dos recursos hídricos acarreta em uma série de empecilhos à execução de atividades básicas sociais, tais como o manejo de técnicas rurais. Sobre essa questão, avalia-se o contraste existente em torno da ausência de disponibilização de água corrente aos árabes para fins de economia rural, enquanto os israelenses utilizam modernas tecnologias de irrigação. Não obstante, existem denúncias de que o governo israelense tem adotado políticas discriminatórias, dificultando o abastecimento de água aos palestinos, tendo chegado a proibir a perfuração de poços e provocando a destruição de cisternas. 30 Tal postura de Israel, apontada em relatório organizado pela AI, todavia, é negado pelo governo israelense. Eles afirmam que o mau uso e má administração dos recursos hídricos por parte dos palestinos teria culminado em toda a deficiência e problemas sofridos atualmente, tanto na esfera rural como no abastecimento para consumo humano. Torna-se fácil perceber, portanto, que por compartilharem de focos de abastecimento hídricos em comum, vários são os embates e confrontos em torno da região. Dos 21 conflitos armados cujo principal motivo seria os recursos hídricos, Israel encontrava-se presente em dezoito. 31 Estes entraves árabe-israelenses em torno do domínio e utilização de recursos hídricos chegaram a ser discutidos em propostas de paz, destacando-se o Acordo de Oslo, ocorrido em 1993, o qual determinou que deveria ser disponibilizado um maior acesso às fontes de água para a Palestina. 5.5 O posicionamento da Comunidade Internacional 29 Anistia acusa Israel de negar acesso à água potável aos palestinos. Disponível em Acesso em: 17 de maio de Idem. 31 Palestinos e israelenses travam guerra silenciosa por água. Disponível em < Acesso em 18 de maio de 2012.

24 24 Os Estados Unidos da América, na condição de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, se posicionam no sentido de apoiar a busca pela paz efetiva na região do Oriente Médio, sobretudo a questão palestina 32. No entanto, este país crê que tal conflito não será solucionado de forma efetiva por meio do reconhecimento da Palestina como um Estado soberano, mas por de negociações bilaterais. O presidente norte-americano, em um de seus pronunciamentos, já afirmou que não se obstará a fazer uso do poder de veto estadunidense nesta causa, atentando ao fato de que mantém relações diplomáticas com o Estado de Israel e afirmando ter com este Estado um compromisso de zelar por sua segurança. Outro país que se mostra relutante à proposta feita pelo líder da Autoridade Nacional Palestina, qual seja, a admissão da Palestina na Organização das Nações Unidas, é o seu inimigo histórico, Israel. Em relação às solicitações árabes no tocante ao estabelecimento de fronteiras equivalentes às anteriores à Guerra dos Seis Dias e à divisão de Jerusalém, houve um pronunciamento em primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no sentido de não aceitar tais condições, com a argumentação de que a admissão destes critérios deixaria a nação judaica em situação de vulnerabilidade a eventuais ataques. O que Netanyahu defende, coadunado com o pensamento estadunidense 33, é a realização de negociações a fim de alcançar uma situação de paz entre os dois países. Não crê que a panaceia para esse conflito seria a admissão da proposta palestina pela ONU. Sua concepção seria a de análise das alterações demográficas ocorridas com o curso do tempo para que fossem estabelecidas as fronteiras, não aceitando de pronto a imposição dos limites fronteiriços de Além disso, exige que os palestinos abriguem os seus refugiados no novo Estado, bem como solicita a desmilitarização do povo palestino. É diante desse contexto que os israelenses, bem como os norte- 32 Estadão: A busca pelo Estado Palestino. Disponível em: < Acesso em 08/04/ Criação de Estado Palestino deve ser o fim, não o começo. Disponível em: < Acesso em 14/04/ BARBOSA, Marina. Israel x Palestina: um conflito que parece não ter fim. Disponível em: < Acesso em 06/04/2012.

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