«O Concílio, que agora começa, surge na Igreja como um dia que promete a luz mais brilhante. Estamos apenas na aurora: mas já o primeiro anúncio do di

Transcrição

1

2

3 «O Concílio, que agora começa, surge na Igreja como um dia que promete a luz mais brilhante. Estamos apenas na aurora: mas já o primeiro anúncio do dia que nasce de quanta suavidade não enche o nosso coração! Aqui tudo respira santidade, tudo leva a exultar! Contemplemos as estrelas, que aumentam com seu brilho a majestade deste templo; aquelas estrelas, segundo o testemunho do Apóstolo São João (Ap 1, 20) sois vós mesmos; e convosco vemos brilhar aqueles candelabros dourados à volta do sepulcro do Príncipe dos Apóstolos, isto é, as igrejas a vós confiadas (Ap 1, 20).» São João XXIII

4 «O Concílio, porém, não deixa apenas à posteridade a imagem da Igreja, mas também o patrimônio da sua doutrina e dos seus mandamentos, isto é, o depósito que Cristo lhe confiou; depósito que no decurso dos tempos os homens sempre meditaram, transformaram, por assim dizer, no próprio sangue e exprimiram de algum modo no seu viver; depósito que agora, aclarado em muitos pontos, foi estabelecido e ordenado na sua integridade. Este depósito, vivo pela divina virtude da verdade e da força que o constituem, deve ser considerado apto para vivificar todo o homem que o acate piedosamente e dele alimente a sua própria vida.» São Paulo VI

5 «Sinto ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que se beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa.» São João Paulo II

6 «O Concílio Vaticano II é para nós um forte apelo a redescobrir cada dia a beleza da nossa fé, a conhecê-la de modo profundo para uma relação mais intensa com o Senhor, a viver até ao fim a nossa vocação cristã.» Papa Bento XVI

7 «O Concílio Vaticano II, como cada concílio, interpela todas as gerações de pastores e de leigos, porque é um dom inestimável do Espírito Santo que deve ser acolhido com gratidão e com sentido de responsabilidade: tudo o que foi concedido pelo Espírito e transmitido pela Santa Mãe Igreja deve ser, sempre de novo, entendido, assimilado e inserido na realidade!» Papa Francisco

8

9 «Comove-nos o fato de que um Concílio Ecumênico tenha constituído um verdadeiro corpo doutrinal católico sobre o lugar que a Virgem Maria ocupa no mistério de Cristo e da Igreja. Aliás, o Concílio atua assim de maneira perfeitamente coerente com seus objetivos de descrever o perfil da Santa Igreja, inseparável da Virgem Maria, sua porção mais importante, melhor e principal e entre todas seleta.» São Paulo VI no encerramento da Terceira Sessão do Concílio

10 «É na visão da Igreja que se deve enquadrar a contemplação amorosa das maravilhas que Deus operou em sua Santa Mãe. E o conhecimento da verdadeira doutrina católica sobre Maria constituirá sempre uma chave para a exata compreensão do mistério de Cristo e da Igreja.» São Paulo VI Cap. I O mistério da Igreja Cap. II O Povo de Deus Cap. III A Constituição Hierárquica da Igreja e, em especial, o Episcopado Cap. IV Os leigos Cap. V A vocação de todos à santidade na Igreja Cap. VI Os religiosos Cap. VII A índole escatológica da Igreja peregrina e a sua união com a Igreja celeste Cap. VIII A Bem-aventurada Virgem Maria Mãe de Deus no mistério de Cristo e da Igreja

11 A [Cap. I] O mistério da Igreja B [Cap. II] O Povo de Deus C¹ [Cap. III] Hierárquica/Episcopado C² [Cap. IV] Os leigos B ˣ [Cap. V] A vocação universal à santidade C³ [Cap. VI] Os religiosos B¹ [Cap. VII] A índole escatológica da Igreja A¹ [Cap. VIII] A Bem-aventurada Virgem Maria

12 «A promulgação da Constituição sobre a Igreja, com um capítulo inteiro sobre Maria, permite-nos afirmar que esta terceira sessão do concílio termina num grande hino de louvor à Mãe de Deus.» São Paulo VI I PARTE PROÊMIO A Virgem mãe de Cristo A Virgem e a Igreja Intenção do Concílio II PARTE A VIRGEM SANTÍSSIMA NA ECONOMIA DA SALVAÇÃO A mãe do Redentor no Antigo Testamento Maria na Anunciação Maria na infância de Jesus Maria na vida pública e na paixão de Cristo Maria depois da Ascensão III PARTE A VIRGEM SANTÍSSIMA E A IGREJA O influxo salutar de Maria e a mediação de Cristo A maternidade espiritual A natureza da sua mediação Maria tipo da Igreja como Virgem e Mãe A fecundidade virginal da Igreja Virtudes de Maria

13 «A Igreja não é só hierarquia, liturgia, sacramentos e sistema institucional. O que a Igreja tem de próprio, constitui sua força e está na raiz de sua ação santificadora dos seres humanos, é a união místico com Cristo... IV PARTE O CULTO DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA NA IGREJA Natureza e fundamento do culto Espírito da pregação e do culto V PARTE MARIA, SINAL DE SEGURA ESPERANÇA E DE CONSOLAÇÃO PARA O POVO DE DEUS PEREGRINANTE Sinal de Esperança e de consolação Medianeira para a unidade da Igreja Ora, é impossível pensar sequer nesta união, independentemente de Maria, mãe do Verbo Encarnado, intimamente associada por Cristo à realização da nossa salvação.» São Paulo VI

14

15 A doutrina do Corpo Místico, da qual fala São Paulo, quer afirmar que a Igreja é um corpo total, com cabeça e membros. Portanto, gerar Cristo, segundo a carne, é afirmar que Maria não só gerou a cabeça da Igreja, mas o corpo inteiro.

16 A Virgem Maria é verdadeiramente Mãe dos membros (de Cristo), porque cooperou com o seu amor para que na Igreja nascessem os fiéis, membros daquela cabeça. É, por esta razão, saudada como membro supereminente e inteiramente singular da Igreja, seu tipo e exemplar perfeitíssimo na fé e na caridade; e a Igreja Católica, ensinada pelo Espírito Santo, consagra-lhe, como a mãe amantíssima, filial afeto de piedade.

17 O Concílio Vaticano II afirma que aos fiéis, em sua formação e geração, Maria coopera com muito amor (LG 63). O teólogo Sheiben argumentava que Maria, sendo mãe espiritual da humanidade, é membro principal ou coração da Igreja, sua maternidade confunde-se com aquela da mesma Igreja.

18 O teólogo Von Baltazar resgatou o fundamento bíblico da maternidade eclesial de Maria, dizendo: Junto à cruz, já que o Pai abandona o Filho, o Filho abandona sua mãe à Igreja. A partir do calvário, ela se torna mãe da Igreja e a primeira entre seus membros.

19

20 Maria é a Virgem que sabe ouvir, que acolhe a palavra de Deus com a fé que foi para ela prelúdio e caminho para a maternidade divina, que foi para ela motivo de beatitude e de segurança no cumprimento da promessa. É isto que também a Igreja faz; na Sagrada Liturgia, sobretudo, ela escuta com fé, acolhe, proclama e venera a Palavra de Deus, distribui aos fiéis como pão de vida, à luz da mesma Palavra, perscruta os sinais dos tempos, interpreta e vive os acontecimentos da história.

21 Maria é a Virgem dada à oração. Assim nos aparece ela, de fato, na visita à mãe do Precursor e também, em Caná, onde, ao manifestar ao Filho, com imploração delicada, uma necessidade temporal, obteve também um efeito de graça. Por fim, os Apóstolos perseveravam unânimes na oração, com Maria, a mãe de Jesus (At 1,14). Presença orante de Maria na Igreja nascente e na Igreja de todos os tempos; porque ela, assunta ao céu, não depôs a sua missão de intercessão e de salvação.

22 Maria é a Virgem Mãe, isto é, aquela que pela sua fé e obediência, gerou na terra o próprio Filho de Deus Pai, sem ter conhecido varão, por obra e graça do Espírito Santo (LG 63). Maternidade prodigiosa, constituída por Deus protótipo e modelo da fecundidade da Virgem-Igreja, a qual, por sua vez, se torna também mãe, dado que, com a pregação e com o batismo gera para vida nova e imortal "os filhos concebidos por ação do Espírito Santo e nascidos de Deus" (LG 64)

23 Maria é, enfim, a Virgem oferente. No episódio da apresentação de Jesus no Templo (cf. Lc 2,22-35), a Igreja, guiada pelo Espírito Santo, descobriu, para além do cumprimento das leis respeitantes a oblação do primogênito (cf. Ex 13,11-16) e à purificação da mãe (cf. Lv 12,68), um mistério "salvífico" relativo à história da Salvação, precisamente: e em tal mistério realçou a continuidade da oferta fundamental que o Verbo encarnado fez ao Pai, ao entrar no mundo

24

25 Maria é a imagem e o início daquilo que será a Igreja em sua forma plena. A definição do dogma da Assunção de Nossa Senhora, vista deste ponto, ganha um significado pastoral e doutrinal de primária importância. A glória a que Maria é elevada é destinada a toda a Igreja.

26 Entretanto, enquanto não chega o dia do Senhor, e porque o Povo de Deus continua a sua peregrinação sobre a terra, a Santíssima Virgem é um sinal de esperança e de consolação. Também ela conheceu as trevas e as provações da vida. Portanto, por experiência, ela sabe quão pesado pode ser o nosso fardo.

27 Ó Virgem Maria Mãe da Igreja, a ti recomendamos a Igreja toda. Tu, que por teu próprio Divino Filho, no momento da sua morte redentora foste apresentada como Mãe ao discípulo predileto, lembra-te do povo cristão, que em ti confia. Lembra-te de todos os teus filhos; valoriza junto a Deus as suas preces; conserva-lhes sólida a fé; fortalece-lhes a esperança; aumenta-lhes a caridade!

28 E faze que a Igreja toda, possa elevar majestoso ao Deus das misericórdias o hino do louvor e do agradecimento, o hino da alegria e da exultação, porque grandes coisas operou o Senhor por meio de Ti, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria!