Avaliação da qualidade da água do Rio São Nicolau no município de São João Evangelista, MG
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- Agustina Braga
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1 Avaliação da qualidade da água do Rio São Nicolau no município de São João Evangelista, MG Evaluation of the quality of the water of the River São Nicolau in the municipality of São João Evangelista, MG Flaminia Rosa Campos Ferreira 1 Augusto César Pereira dos Santos 2 Carlos Gonçalves de Sá 3 Patrícia Lage 4 Claudionor Camilo da Costa 5 Resumo: A qualidade da água dos nossos reservatórios e mananciais sofre continua interferência de fatores externos, mais precisamente interferência antrópica. O Rio São Nicolau é um dos principais afluentes do Suaçui pequeno, sendo assim componente importante da Bacia do Rio Doce. É desse curso dágua que é captada a água que a COPASA trata e disponibiliza a todos para consumo. Antes de ser captada pela COPASA, essa água percorreu vários quilômetros que deram a essa água características físico-quimico diferentes da água que jorra da nascente. Ao entrono dos cursos dágua que formam a bacia do Rio São Nicolau são descartadas diversas substancias poluentes como esgoto doméstico, água residuária proveniente da lavagem de currais, além de receber um enorme volume de material contaminante veiculado ao solo que resulta do escoamento superficial. Devido a esses e tantos outros fatores que afetam a qualidade da água deste rio, que foi necessário a realização de um trabalho cientifico que enfatize essa problemática. O projeto está sendo realizado em alguns rios efluentes do Rio São Nicolau no município de São João Evangelista, MG, com a finalidade de avaliar a qualidade da água do São Nicolau, analisando os fatores físicos químicos e biológicos da água. Espera-se que possa determinar a atual situação do rio a fim de se poder traçar ações aplicáveis para diminuir os dados ambientais, e assim diminuir consideravelmente a quantidade de poluentes que descarrega nesse corpo hídrico. Palavras chave:parâmetros físico-químico, Qualidade da água, Recursos hídricos. Abstract:The water quality of our reservoirs and fountains still suffer interference of external factors, specifically anthropogenic interference. The River São Nicolau is one of the main tributaries of small Suaçuí, so important component of the Rio Doce Basin. It is this course water which is abstracted water COPASA and is available to all for consumption. Before being captured by COPASA, the water ran 1 Graduanda em Agronomia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais; Endereço: Avenida Primeiro de Junho, n 143 Centro; CEP: São João Evangelista/MG, Braisl;flaminiacampos@gmail.com 2 Graduando em Agronomia; IFMG-SJE; augusto.cesar633@gmail.com 3 Graduando em Agronomia; IFMG-SJE;carlos.desa17@hotmail.com 4 MSc;Bióloga; IFMG-SJE; patricia.lage@ifmg.edu.br 5 Dr.; Engenheiro Agronomo; ProfessorAssociado do Departamento de Engenharia Agronômica IFMG-SJE; claudionor.costa@ifmg.edu.br
2 several kilometers that gave the water physico-chemical characteristics of different water flowing from the spring. Surroundings of the waterways that form the basin of the River São Nicolau discarded various polluting substances such as sewage, wastewater from the corrals laundering, in addition to receiving a huge amount of polluting material conveyed to the ground resulting runoff. Because of these and many other factors that affect the water quality of the river, which was necessary to carry out a scientific work which emphasizes this problem. The project is being conducted in some rivers and flowing of the River São Nicolau in the city of São João Evangelista, MG, in order to evaluate the water quality of the São Nicolau, analyzing chemical and biological physical factors of the water. It is hoped that it can determine the current status of the river in order to be able to trace actions apply to reduce the environmental data, and thus greatly decrease the amount of pollutants discharging this water body. Keywords: physical-chemical parameters, water quality, Water resources. Introdução Nas últimas décadas uma grande crise hídrica vem assolado diversos locais do país, demonstrando que mesmo o Brasil sendo um dos grandes reservatórios de água doce do planeta, este ainda sim sofre com problemas de cunho social, pela má gerencia de seus recursos hídricos, e por pouco investimentos em saneamento básico. Investimento esse que seria a salvação de inúmeros cursos d água que se encontram poluídos devido ao descarte dos esgotos das cidades, que sem nenhum tratamento prévio é lançado constantemente nesses rios. Tundisi, (1999) afirma que as alterações na quantidade, distribuição e qualidade dos recursos hídricos, ameaçam a sobrevivência humana e as demais espécies do planeta. Ao longo das margens do rio São Nicolau no município de São João Evangelista, MG encontra-se instaladas várias propriedades rurais que, ao mesmo tempo em que utilizam suas águas para suprir suas necessidades produtivas, lançam resíduos gerados da produção agropecuária e agroindustrial. Consequentemente, a adequação ambiental destas propriedades necessita ser urgentemente implantada de forma corretiva e preventiva, uma vez que além da importância desse manancial para atender as demandas das propriedades, é neste rio que é captada toda a água utilizada no abastecimento (MADEIRA, 26). O rio São Nicolau, apesar de sua pequena extensão, e o principal corpo hídrico que serve de fonte de captação de água para inúmeros produtores rurais ao entorno do rio, é também desse rio que a Companhia de Saneamento de Minas Gerais COPASA capta água que vai ser tratada e depois distribuída no presente município, e é dessa água que o Instituto Federal Campus São João Evangelista, MG também capta sua água para realizar todas as suas atividades e consumo do campus.
3 Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade da água na Bacia do rio São Nicolau no período de maio de 214 á maio de 215, realizando analises físico-químico e biológico de amostras coletadas em pontos estratégicos ao longo do corpo hídrico. Materiais e Métodos O Estudo foi realizado na bacia do rio São Nicolau no município de São João Evangelista, MG. Ao longo deste curso d água foram selecionados três pontos de amostragem, sendo P1(X=73524; Y= ) próximo a nascente principal, P2(X=735811, Y= ) ponto estratégico da junção dos demais afluentes desse rio, e P3(X=735923, Y= ) ponto em que o rio já si localiza dentro do município de São João Evangelista, Mg. Os locais de amostragem da qualidade da água foram escolhidos mediante fatores que potencialmente poderiam influenciar, diretamente ou indiretamente, de forma significativa, a qualidade do corpo d água, incluindo descargas, tanto pontuais quanto difusas, e, conforme estudo de Lemos et al. (29) sobre a sazonalidade e variabilidade espacial da qualidade da água no rio são Nicolau. Todas as amostras coletadas foram levadas ao Laboratório de água do Instituto Federal de Minas Gerais Campus São João Evangelista para serem feitas as devidas analises. As analises físico-química foram realizadas seguindo a metodologia proposta por APHA(25), os parâmetros avaliados foram Turbidez, Potencial hidrogeniônico, Temperatura, sólidos, Demanda Bioquimica de oxigênio (DBO), coliformes totais. Resultados e Discussões Nas análises físico-químicas da água, ouve uma variação grande nos resultados dos parâmetros avaliados nos três pontos de coleta. Figura 1: Amostras dos ponto P1, P2 e P3; Mapa da Bacia do Rio São Nicolau. Figura 2. Valores de turbidez da área estudada
4 NTU T URBIDEZ :JUN, 2:JUL, 3:AGO, 4:SET, 5:OUT, 6: NOV, 7:DEZ Fonte: Autores (215); Nota: Fotografia de janeiro de 215 A figura 2 mostra os resultados encontrados de turbidez nos três pontos, esse parâmetro variou entre 4,17 a 22,5 NTU, o ponto P3 registrou os maiores valores de turbidez não excedendo a limite estabelecido pela Resolução CONAMA 357/5 para rios de Classe II é de até 1 NTUs. A temperatura da água foi o parâmetro avaliado que sofreu pouca oscilação, variando de 17 C a 2 C, sendo que P2 foi o ponto onde foram obtidos os menores valores de temperatura com uma média de 17,21 C.
5 C mg/l Figura 3: Valores da Temperatura e Oxigênio Dissolvido OD TEMPERATURA OXIGÊNIO DISSOLVIDO -OD :JUN, 2:JUL, 3:AGO, 4:SET, 5:OUT, 6: NOV, 7:DEZ 5 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1, :JUN, 2:JUL, 3:AGO, 4:SET, 5:OUT, 6: NOV, 7:DEZ Fonte: Autores As concentrações de oxigênio dissolvido OD tiveram variação entre 2,28mg/L a 4,43mg/L. P3 obteve a menor média 2,94 que para um ambiente lótico é um valor muito baixo e de acordo com a resolução CONAMA 357/5, esse valor está abaixo do valor estabelecido para rios classe 3. A demanda bioquímica de oxigênio DBO demonstrou bem como a qualidade da água sofre com o período da estiagem, de outubro a dezembro os maiores valores de DBO foram registrados. Existe um correlação entre OD e DBO, quando maior as concentrações de OD, menor serão os índices de DBO, ou seja quanto mais oxigênio dissolvido na água menor serão as taxas de DBO no meio. Entre todos os pontos a média encontrada para DBO foi baixa variando entre,32mg/l a 1,65mg/L.
6 ph: á 6(ácido), 7(neutro), 7 á 14(alcalino) NMP mg/l PPM Figura 4: Valores de Demanda Bioquímica de Oxigênio-DBO e Sólidos Totais 3 2,5 2 1,5 1,5 DEMANDA BIOQUIMICA DE OXIGÊNIO-DBO 1:JUN, 2:JUL, 2 3:AGO, 4:SET, 4 5:OUT, 66: 8 NOV, 7:DEZ SÓLIDOS T OTAIS :JUN, 2:JUL, 3:AGO, 4:SET, 5:OUT, 6: NOV, 7:DEZ Figura 5: Valores de ph e Coliformes Totais ph COLIFORMES T OTAIS 7 6,9 6,8 6,7 6,6 6,5 6,4 6,3 6,2 6, :JUN, 2:JUL, 3:AGO, 4:SET, 5:OUT, 6:NOV, 7: DEZ :JUN, 2:JUL, 3:AGO, 4:SET, 5:OUT, 6:NOV, 7:DE Z Fonte: Autores (215) O ponto P2 sofreu muito com o período de estiagem prolongado, sendo que este ponto obteve as maiores concentrações de sólidos totais dissolvidos, principalmente nos meses de agosto, setembro e
7 novembro. Apesar de todos os resultados dos parâmetros avaliados no ponto P3 terem dado abaixo das condições prevista pelo resolução CONAMA 357/5, o ponto continuou sendo utilizado e avaliado nas análises físico-químico porque esta água é utilizada para realização de várias atividades dentro da propriedade onde este ponto se situa. O taxa de sólidos variou em média de 13,13 PPM a 25PPM, o ponto P1 apresentou menor média 47,22PPM. Em relação ao potencial hidrogeniônico (ph), em todas as aferições não ouve taxas de ph menores que 6 e maiores que 7, todo os pontos a média variou entre 6,15 a 6,95, ou seja mesmo com o período de estiagem e com poucas chuvas no mês de dezembro os pontos mantiveram um ph básico. A concentração de coliformes totais nas amostras durante o período de junho a dezembro de 214 variou consideravelmente, valores considerados foram observados em P1 apresentado uma média de 64,18 NMP/1ml de água. Os valores elevados encontrados em P1 se justifica pelo fato de uma grande quantidade de dejetos de bovinos serem escoados para dentro do rio, esse continuo descarte de fezes animal no curso hídrico afeta a qualidade da água, desde os aspectos como cor da água, quantidade de oxigênio dissolvido, patógenos vinculados a água, DBO, entre outros fatores. O ponto P3 obteve a menor média no período de analise, porém no mês de setembro de 214 este apresentou a maior taxa de coliformes totais em relação aos outros pontos. Durante todo o período de coleta, foram feitos levantamentos das condições das nascentes e do entorno dos cursos d água dos três pontos de coleta. Os pontos P1 e P2 são propriedades produtoras de leite, com o manejo do gado sendo feito em sua maioria em piquetes rotacionados, e uma pequena parcela do gado ainda é manejada solta no pasto. As atividades que são praticadas nas propriedades rurais são de suma importância para se poder conhecer quais são os possíveis agentes pontuais de poluição da água do rio São Nicolau. Os dois pontos em questão se encontram com suas nascentes cercadas como prevê a Lei nº , de 25 de maio de 212 onde dispõe sobre a proteção da vegetação nativa ao entrono das nascentes, porém a medida que se caminha em direção a jusante desses dois afluentes, não se vê mata ciliar no perímetro desses corpos hídricos. Isso é muito relevante pois como uma pequena parcela do gado ainda é mantido solto no pasto, estes animais tem acesso continuo as margens desses rios.assim as margens desses afluentes são compactadas, um grande quantidade de dejetos são carreadas para o interior do curso hídrico, fazendo com que ocorra o aumento da quantidade de matéria orgânica e a diminuição de oxigênio dissolvido na água.
8 Figura 6: Á esquerda, margem do ponto P1 no período de estiagem, e a direita, Ponto P3 durante o período das chuvas. Fonte: Autores (215) Nota: Fotografia de janeiro de 215 Na classificação da água utilizando os parâmetros que são levados em consideração pela resolução 357/5 do CONAMA, os pontos P1, P2 e P3 se enquadram na classe II, que são águas destinadas, ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional; à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; à dessedentação de animais. Considerações Finais O estado crítico da bacia do Rio São Nicolau foi transmitido através dos resultados obtidos neste estudo. A bacia sofre constantemente com desmatamentos, principalmente das matas de topo de moro e ciliares, este é um aspecto extremamente relevante, levando em consideração que quando eliminada totalmente a vegetação, ocorre uma mudança nos aspectos de qualidade e da vulnerabilidade dessa bacia.
9 Referências AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION - APHA, AMERICAN WATER WORKS ASSOCIATION - AWWA, WATER ENVIROMENT FEDERATION - WEF. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 25. ANDRADE, E. M. et al. Índice de qualidade de água: uma proposta para o vale do rio Trussu, Ceará. Revista Ciência Agronômica, v. 36, n. 2, p , 25. ANDRADE, E. M. et al. Mapa de vulnerabilidade da bacia do Acaraú, Ceará, à qualidade das águas de irrigação, pelo emprego do GIS. Revista Ciência Agronômica, v.37, n.3, p , 26. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução n.º 357, de 17 de março de 25. Conselho Nacional de Meio Ambiente CONAMA, Brasília, DF. CERETTA, M. C. Avaliação dos aspectos da qualidade da água na bacia hidrográfica do Arroio Cadena Município Santa Maria RS. Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Área de concentração em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS). Rio Grande do SUL: 24. CETESB (24) - Companhia de tecnologia de saneamento ambiental. Relatório de qualidade das águas interiores do Estado de São Paulo, 23. São Paulo. p. 273 LIMA, V. L. A. d.; CHAVES, L. H. G. Qualidade da água. In: LIMA, V. L. A. d.; BARACUHY, J. G. de V.; MEIRA FILHO, A. da S. A qualidade da água. 1. ed. Campina Grande: Gráfica Agenda, 28. cap. 1, p MADEIRA, Nildimar Gonçalves. M.S.Centro universitário de Caratinga-MG, junho de 26. Diagnóstico da qualidade ambiental da bacia hidrográfica do ribeirão São Nicolau grande,no município de São João Evangelista-MG. POLETO, C; CARVALHO, S.Ç. Problemas de degradação ambiental em uma microbacia hidrográfica situada no município de Ilha Solteira SP, Brasil e sua percepção pelos proprietários rurais. Holos Environment, v.4 n.1, p.68-8, 24. REBOUÇAS, A.C. Água Doce no Mundo e no Brasil. In: REBOUÇAS, A.C.; BRAGA, B.;
10 TUNDISI, J.G (Org.). Águas doce no Brasil: Capital ecológico, uso e conservação. 3.ed. São Paulo: Escrituras Editora e Distribuição de Livros, 26. Cap.1, p TUCCI, C. E. M.; CLARKE, R. T. Impacto das mudanças da cobertura vegetal no escoamento: revisão. Revista Brasileira de Recursos Hídricos. Porto Alegre, v.2, n.1, p , jan/jun, 1997.
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