Monitoramento da qualidade da água do córrego Mutuca Gurupi/TO
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- Theodoro de Mendonça Nunes
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1 Monitoramento da qualidade da água do córrego Mutuca Gurupi/TO Natassja Barbosa da Silva Santos 1 ; Paulo Vitor Brandão Leal 2 ; Juliana Cristina Holzbach 3 1 Aluno do Curso de Química Ambiental; Campus de Gurupi; natassjasilva@hotmail.com PIVIC/UFT; 2 Orientador(a) do Curso de Química Ambiental; Campus de Gurupi; paulo.vitor@uft.edu.br; 3 Co-orientador(a) do Curso de Química Ambiental; Campus de Gurupi; juholzbach@uft.edu.br: RESUMO A água é uma das substâncias mais comuns existentes na natureza. Por meio do ciclo hidrológico pode ser considerado um recurso renovável, porém devido ao uso indiscriminado, em alguns casos, esse ciclo não consegue suprir a intensa demanda culminando no conceito de recurso limitado. Os recursos hídricos devem estar dispostos na natureza em quantidade e qualidade adequada. O esgoto doméstico urbano é a principal forma de poluição dos rios no Brasil, onde 49% desse esgoto são coletados e apenas 32,5% são tratados. Considerando que estes índices têm influência direta na qualidade de água do corpo receptor, os parâmetros físico-químicos dos recursos hídricos revelam a contaminação nos rios e córregos, principalmente, pelo lançamento de esgoto. Nesse contexto o presente trabalho teve como objetivo avaliar alguns parâmetros físico-químicos da água do córrego Mutuca no município de Gurupi TO com intuito de contribuir com dados para um levantamento da qualidade dos corpos hídricos do Estado. Palavras-chave: qualidade da água; córrego Mutuca; Gurupi-To. INTRODUÇÃO A compreensão da água como recurso natural renovável mais limitado foi compensada recentemente. No contexto atual os recursos hídricos começam a ser entendidos como sinônimo de oportunidade de desenvolvimento, e que muito provavelmente será o grande limitador do crescimento humano (ANDREOLI et al., 2000). A qualidade da água é uma questão tão relevante quanto à quantidade. Apesar do ciclo da água ser constante, a qualidade é inevitavelmente degradada. (SPIRO, T. G; STIGLIANI, W. M; 2009). A adequada gestão dos recursos hídricos é um dos assuntos mais debatidos da atualidade. Tal situação decorre, inicialmente, da percepção do aumento da escassez causada principalmente pelo crescimento demográfico e econômico, além da deterioração da qualidade desse recurso, consequência da poluição indiscriminada. (SCARE, 2003).
2 A qualidade da água pode ser representada através de diferentes parâmetros, os quais refletem suas propriedades físicas, químicas e biológicas. A poluição dos recursos hídricos é compreendida como a alteração de suas características por quaisquer ações ou interferências, naturais ou não (BRAGA, 2005). Dentre as diversas formas de poluição dos recursos hídricos destacam-se a contaminação biológica: resultado da presença de micro-organismos patogênicos; a poluição térmica: decorrente do descarte de efluentes aquecidos; poluição sedimentar: proveniente do acúmulo e partículas em suspensão e poluição química: consequência do despejo de produtos químicos nocivos ou indesejáveis (AZEVEDO, 1999). Diante do exposto, o presente trabalho visa realizar um monitoramento mensal durante o período agosto de 2012 a julho de 2013 de alguns parâmetros de qualidade da água do Córrego Mutuca situado no município de Gurupi-TO como uma pequena contribuição para a gestão sustentável dos recursos hídricos no Estado. MATERIAL E MÉTODOS As coletas foram realizadas mensalmente, entre as dias 20 e 28, entre os horários de 7 e 9:30 da manhã, em pontos (montante e jusante do Córrego Mutuca) no período de agosto de 2012 à julho de Para as coletas a captação da amostra de água foi realizada em duas garrafas pet de 500 ml para a montante e duas para a jusante, que foram devidamente limpas antes de cada coleta. Foram realizadas medições de temperatura da água e avaliação visual das condições ambientais dos locais. Cada amostra é acompanhada por uma ficha de coleta e por um caderno de monitoramento para manter e documentar a história cronológica da amostra, garantindo a idoneidade e o rastreamento das mesmas (APHA, 1999). Para a conservação durante o período de coleta e análise laboratorial, as amostras foram manuseadas evitando a aeração da água, de modo a não prejudicar os parâmetros da análise. As refrigerações das amostras foram feitas em caixa térmica com gelo, durante o transporte e analises. Nesse tipo de preservação é necessário manter as amostras entre 1ºC e 4ºC preservando a maioria das características físicas, químicas e biológicas em curto prazo (< 24 horas) (APHA, 1999). Os parâmetros: alcalinidade, amônia, cloro, cloretos, cor, dureza total, ferro, turbidez, oxigênio consumido e ph foram avaliados no laboratório de Química da Universidade Federal do Tocantins, campus de Gurupi. Os testes de coliformes totais e fecais foram avaliados nos meses de agosto e setembro de Para a realização das análises foi utilizado um kit de análise de água denominado
3 Kit básico de potabilidade, marca Alfakit (Kit para avaliar a qualidade da água para consumo humano de acordo com os parâmetros estabelecidos pela Portaria nº 2914/2011 do Ministério da Saúde.). Os parâmetros foram avaliados em duplicata. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos estão dispostos nas tabelas abaixo: Através das análises realizadas observou-se que alcalinidade, cloro, cloreto, cor, dureza total e turbidez apresentaram comportamento semelhante, onde os maiores valores foram obtidos no período
4 chuvoso, acarretando no escoamento da água das chuvas para dentro do córrego e aumentando sua vazão, trazendo impurezas, resíduos e influenciando na alteração dos resultados. MARTINS et al discorda desses dados, na qual relata em seu trabalho que dureza total, sólido total dissolvido, cloreto, salinidade, e condutividade apresentaram valores maiores no período de seca. Isso se deve ao menor volume de água nesta época. No entanto, os aumentos decorrentes nas análises podem ser resultantes do escoamento de impurezas no corpo hídrico, influenciando o resultado. A análise de cloro obteve valor maior que zero nos meses de out./2012, nov./2012 e jul./2013 no ponto jusante de coleta, que pode ter sido ocasionada por escoamento ao longo do percurso do córrego no perímetro urbano. Observou-se ausência de coliformes fecais e totais em todas as análises realizadas. Porém, os resultados obtidos não são confiáveis (foram desconsiderados), já que para tal análise era necessário que a análise fosse realizada por 12 horas sob temperatura constante de 35ºC o que não foi possível, pois a estufa utilizada apresentava uma oscilação de temperatura que pode ter influenciado no resultado. A análise da amônia apresentou variações nos meses de out./2012, maio/2012, jun./2013 e jul./2013, e para ph ocorreram variações em praticamente todos os meses, porém os resultados estão de acordo com o limite estabelecido que é de 1,5 mg L -1 NH 3 para amônia e valores entre 6 e 9,5 para ph (CONAMA 357 de 2005). A análise de Ferro apresentou alteração em seu resultado no mês de novembro (montante) ultrapassando o limite estabelecido que seja de 0,3 mg L -1 Fe (CONAMA 357 de 2005) e que pode ter sido ocasionado pelo período de chuva onde há degradação do solo e transporte de sedimentos, mantendo-se sem alteração e dentro dos limites durante os meses de seca. Para oxigênio consumido foi possível perceber alterações que ultrapassaram o limite estabelecido de 3,0 mg L -1 O 2 (CONAMA 357 de 2005) e isto pode ser resultante do aumento do volume do corpo hídrico, devido as chuvas, acarretando em maior quantidade de matéria orgânica sendo oxidada no mesmo, além da presença de vegetação aquática no ponto montante e de peixes e vegetação aquática no ponto jusante. Os valores se mantiveram os mesmos no período de seca (fevereiro a julho de 2013). De acordo com a classificação dos corpos de água (CONAMA 357 de 2005) o córrego Mutuca se enquadra na classe 2, onde os resultados não alteram suas qualidades como segmento de corpo de água mantendo sua classificação.
5 LITERATURA CITADA ALFAKIT. Kit s e equipamentos para análise de águas e efluentes. Disponível em: < Acesso em: 30 outubro ANDREOLI, C. V.; DALARMI, O.; LARA, A.I.; ANDREOLI, F.N. Limites ao Desenvolvimento da Região Metropolitana de Curitiba, Impostos pela Escassez de Água. In: 9º SILUBESA - Simpósio Brasileiro De Engenharia Sanitária E Ambiental. Anais. Porto Seguro, BA p APHA. American Public Health Association. Standard methods for the examination of water and watwater, 20st ed Washington. AZEVEDO, E.B. Poluição vs. Tratamento de água: duas faces da mesma moeda. Química Nova na Escola. N.10, p.21-25, BRAGA, B.; HESPANHOL, I..; CONEJO, J.G.L.; BARROS, M. T.; SPENCER, M.; PORTO, M.; NUCCI, N.; JULIANO, N.; EIGER, S. Introdução à Engenharia Ambiental.2 ed. São Paulo: Prentice Hall, p. MARTINS, D. F. F. et al. Efeito da sazonalidade na qualidade físico-química das águas estuarinas da bacia do rio Apodi/ Mossoró. Associação Brasileira de Química. Natal, RN Disponível em: < Acesso em: 16 fevereiro SCARE, R. F. Escassez de água e mudança institucional: análise da regulação dos recursos hídricos no Brasil Dissertação (Mestrado) Universidade de São Paulo, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, São Paulo. SPIRO, T.G.; STIGLIANI, W.M. Química Ambiental. 2 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, p.
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