Cristiane Moraes da Silva
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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE NÚCLEO DE ESTUDOS EM SAÚDE COLETIVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DAS POLÍTICAS DE DST/AIDS, HEPATITES VIRAIS E TUBERCULOSE Cristiane Moraes da Silva EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ATENÇÃO À TUBERCULOSE: DESENCADEANDO PROCESSOS DE MUDANÇAS Palmeira das Missões - RS 2017
2 Cristiane Moraes da Silva Educação Permanente na Atenção à Tuberculose: desencadeando processos de mudanças Projeto de Intervenção apresentado ao Curso de Especialização em Gestão das Políticas de DST/Aids, Hepatites Virais e Tuberculose, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Orientador: Prof. Ddo. Marquiony Marques dos Santos Palmeira das Missões/RS 2017
3 RESUMO EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ATENÇÃO À TUBERCULOSE: DESENCADEANDO PROCESSOS DE MUDANÇAS AUTORA: Cristiane Moraes da Silva ORIENTADOR: Marquiony Marques dos Santos A tuberculose permanece no cenário mundial como um problema de saúde pública e seu enfrentamento é possível a partir da organização do trabalho e do fortalecimento da atenção básica para identificação dos sintomáticos respiratórios, diagnóstico e tratamento precoces dos casos de tuberculose pulmonar interrompendo a cadeia de transmissão da doença. Este projeto de intervenção objetiva fomentar a criação de espaços de Educação Permanente em Saúde para (re)organizar da atenção à tuberculose no município de Palmeira das Missões-RS. Propõe-se a discussão do tema com todos os profissionais da equipe destacando suas atribuições no controle da doença, na implantação do tratamento diretamente observado, a busca de SR no território, elaboração de fluxos de diagnóstico, padronização de documentos, elaboração de protocolo municipal, organização de fluxos para primeira coleta de escarro na unidade, envio de amostras ao laboratório e acesso facilitado aos resultados de baciloscopia por meio eletrônico. A avaliação da intervenção se dará a partir da análise de indicadores de saúde. Espera-se que os espaços de educação permanente forneçam subsídios e empoderamento das equipes para busca de SR, manejo da tuberculose na atenção básica, implantação do TDO, melhoria de indicadores, inicialmente, um aumento do número de diagnósticos e melhoria das taxas de abandono e cura e, a instituição de tecnologias leves na gestão do cuidado e da rede de atenção à saúde. Descritores: Tuberculose. Educação em saúde. Atenção Primária à Saúde.
4 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO E REFERENCIAL TEÓRICO TUBERCULOSE: ASPECTOS CONCEITUAIS, EPIDEMIOLÓGICOS E ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EDUCAÇÃO PERMANENTE E SUA INTERFACE NO ENFRENTAMENTO DA TUBERCULOSE OBJETIVOS Objetivo geral Objetivos específicos MÉTODO CENÁRIO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO ELEMENTOS DO PLANO DE INTERVENÇÃO Encontros de Educação Permanente em Saúde Fluxos de diagnóstico Pactuações Protocolos e documentos FRAGILIDADES E OPORTUNIDADES PROCESSO DE AVALIAÇÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS...15 REFERENCIAS ANEXOS
5 6 1 INTRODUÇÃO E REFERENCIAL TEÓRICO A tuberculose permanece no cenário mundial como um problema de saúde pública, desencadeando estratégias, pela Organização Mundial de Saúde, para a redução dos coeficientes de incidência e mortalidade até o ano de 2035 (BRASIL, 2017). O Brasil é participante deste acordo e se destaca negativamente tanto pela elevada carga da doença quanto pela coinfecção TB-HIV. No país, milhares de pessoas adoecem e morrem devido à doença e suas complicações, apesar da oferta de tratamento e acompanhamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No período entre , ocorreram, em média, óbitos por tuberculose ao ano e 70 mil novos casos diagnosticados (BRASIL, 2016). O enfrentamento da tuberculose abrange o diagnóstico e tratamento precoces dos casos de tuberculose pulmonar interrompendo a cadeia de transmissão da doença. Além disso, outras ações refletem na diminuição da carga da doença, como facilidade de acesso aos serviços de saúde, implantação do tratamento diretamente observado, redução da incidência de HIV e melhoria de determinantes sociais, especialmente as condições da moradia e dos ambientes, visto que a doença está intimamente relacionada à pobreza, atingindo pobres, vulneráveis e marginalizados (MACIEL, 2016; BRASIL, 2016). O fortalecimento da atenção básica com a ampliação da cobertura de Equipes de Saúde da Família (ESF) pode colaborar com a organização de estratégias municipais de enfrentamento à tuberculose, a medida que é sua atribuição conhecer e intervir nos problemas de saúde em seu território, possibilitando a identificação precoce, tratamento adequado, acompanhamento e cura dos casos de tuberculose. Porém, para que ocorra efetivamente tal intervenção, necessita-se organização do Programa Municipal de Controle da Tuberculose, capacitação de todos os serviços integrantes da rede de atenção para identificação de sintomáticos respiratórios e elaboração de fluxos municipais para manejo adequado, investigação de contatos, implantação do Tratamento Diretamente Observado (TDO) e alimentação do sistema de informação. Sistematizando a construção deste PI, descreve-se a seguir os elementos teóricos divididos em: Tuberculose: aspectos conceituais, epidemiológicos e estratégias de enfrentamento; Educação Permanente e sua interface no enfrentamento da tuberculose. Seguidos dos objetivos e trajetória metodológica deste PI.
6 1.1 TUBERCULOSE: ASPECTOS CONCEITUAIS, EPIDEMIOLÓGICOS E ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO 7 A tuberculose é uma doença infectocontagiosa, causada pelo Mycobacterium tuberculosis, descoberta há 135 anos, que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas e que atinge principalmente populações em vulnerabilidade social. Cerca de 90% dos casos de tuberculose são da forma pulmonar e, destes, 60% são bacilíferos e principal fonte de disseminação da doença (Brasil, 2016b; BRASIL, 2011). Conforme o Boletim epidemiológico (2016), o Brasil possui uma carga elevada da doença ocupando a 18ª posição no mundo e nas Américas, corresponde a 33% dos casos. Embora, nos últimos anos os coeficientes de incidência e mortalidade tenham sofrido redução, em 2015 representaram 30,9 casos novos e 2,2 óbitos para 100 mil habitantes respectivamente. No Rio Grande do Sul, a taxa de incidência é de 39,2 casos e a mortalidade de 2,3 óbitos/100 mil habitantes. Destaca-se no estado, a maior proporção de casos de coinfecção TB-HIV do país, 19,5%. Os dados do Sistema de Informação de Agravo de Notificação (SINAN) do município de Palmeira das Missões, nos anos de 2015 e 2016, identificam 6 casos novos de tuberculose/ano o que corresponde a 17,64 casos para habitantes. O comparativo das incidências nacional, estadual e municipal pode indicar falhas na busca ativa de sintomáticos respiratórios (SR) e na detecção de casos de tuberculose no município. A busca de SR é preconizada pelo Ministério da Saúde e consiste na identificação de pessoas com tosse por tempo igual ou superior a três semanas com o objetivo de detectar casos bacilíferos, os quais são a principal fonte de disseminação da doença. Na população especial, com alto risco de adoecimento, (privados de liberdade, em situação de rua, povos indígenas e profissionais da saúde), este tempo é reduzido para duas semanas. Estima-se 1% da população como SR. (BRASIL, 2011). Todas as pessoas consideras SR, devem ser identificadas e submetidas precocemente ao exame de baciloscopia do escarro, com coleta de no mínimo duas amostras: uma durante a primeira consulta e a outra, na manhã do dia seguinte. Andrade et al (2013), menciona que há disponibilidade de insumos e métodos de diagnóstico, no entanto a identificação dos casos é prejudicada pela desconsideração da tosse como um sinal clínico da doença e por não ser priorizado a baciloscopia de escarro no diagnóstico, principalmente nos serviços considerados porta de entrada. Buscou-se dados de registro de procedimentos SIA/SUS no Datasus, sob o número , com o objetivo de conhecer o quantitativo de baciloscopia de escarro realizadas para diagnóstico de tuberculose em Palmeira das Missões-RS, no período de
7 8 Observa-se uma diminuição acentuada de registros deste procedimento, sendo onze (11) registros no ano de Junto ao município, não há controle e registro das baciloscopias solicitadas. Porém, o procedimento é realizado por laboratório conveniado ao SUS. Conforme o Ministério da Saúde, a coleta, conservação e transporte das amostras de escarro é responsabilidade dos serviços de saúde (BRASIL, 2011). A coleta da amostra de escarro na unidade de saúde evita problemas no armazenamento e transporte da mesma. Além das estratégias para diagnóstico precoce, são preconizados pelo MS o Tratamento Diretamente Observado (TDO), o acompanhamento durante o tratamento para identificar os casos drogarresistentes e a cura com confirmação laboratorial; bem como a testagem para HIV dos casos identificados e a investigação dos contatos. No TDO, o profissional de saúde observa a tomada de medicação pelo paciente, com o objetivo de fortalecer a adesão ao tratamento, prevenir o aparecimento de cepas resistentes e aumentar as taxas de cura. Pode ser instituída a observação diária, de segunda a sexta-feira, no serviço de saúde ou no domicílio. Ao término do tratamento, convenciona-se que o doente tenha no mínimo 24 tomadas observadas na fase de ataque e 48 tomadas observadas na fase de manutenção. (BRASIL, 2011a). Para aumentar a proporção de cura de casos novos de tuberculose, a implementação do TDO é uma estratégia a ser seguida. A Organização Mundial de Saúde recomenda que a taxa de cura da doença seja igual ou superior a 85% e o abandono menor do que 5,0% visto que, a cura dos pacientes diagnosticados com tuberculose é uma das principais estratégias para redução da morbimortalidade da doença. No entanto, o país alcançou aproximadamente 75% de casos curados em 2014 e o RS, nos últimos anos, tem apresentado taxas inferiores a nacional, contabilizando em torno de 66% de cura. Palmeira das Missões, apresentou melhora nos índices nos últimos anos com taxa de 83,33% em 2015(BRASIL, 2016; BI RS, 2016). Re(organizar) o Programa Municipal de Controle de Tuberculose é desafiador e sua efetivação permitirá conhecer e mensurar as reais proporções que esta doença assume no território municipal. Dada a sua complexidade, optou-se pela utilização da Educação Permanente em Saúde como disparadora deste processo. 1.2 EDUCAÇÃO PERMANENTE E SUA INTERFACE NO ENFRENTAMENTO DA TUBERCULOSE O Programa Nacional de Controle da Tuberculose orienta a descentralização do atendimento à tuberculose para a ESF. Neste sentido, este PI baseia-se no fortalecimento da Atenção Básica
8 9 como porta de entrada principal e a organização de serviços de referência com a função de apoio matricial. Entende-se por apoio matricial a oferta de retaguarda assistencial, suporte técnico pedagógico, sendo ao mesmo tempo um arranjo organizacional e uma metodologia para gestão do trabalho (CAMPOS e DOMITTI, 2007). Apoio matricial e equipe de referência: uma metodologia para gestão do trabalho interdisciplinar em saúde. Algumas experiências exitosas na atenção à tuberculose, utilizaram entre suas estratégias, espaços de educação permanente em saúde e alcançaram resultados animadores. Garcia e Leal (2015), relatam o processo de implantação de um Programa Municipal de Controle de Tuberculose no ES, com a participação de diferentes atores, iniciada pelas rodas de educação permanente. Trazem como resultados a identificação de sintomáticos respiratórios e de portadores de HIV, a criação de vínculo, a adoção do TDO e elevada proporção de cura. Nesta perspectiva, a proposta de Educação Permanente em Saúde orienta a problematizar os processos de trabalho e estabelecer intervenções a partir das necessidades dos serviços saúde com o objetivo de transformar as práticas e a organização do trabalho. (BRASIL, 2007). A aprendizagem significativa e problematizadora possibilita a construção coletiva, com protagonismo de todos os envolvidos ao compartilhar, ensinar e aprender, construir e desconstruir concepções, ideias e conceitos acerca da saúde, de sua produção e operação e de seus papéis. Frente a problemática da tuberculose e a necessidade de intervenção sobre o território, tanto no diagnóstico precoce, manejo adequado, introdução do TDO e alimentação dos Sistemas de Informação, justifica-se este Projeto de Intervenção (PI), utilizando a Educação Permanente como disparadora de mudanças na atenção à tuberculose no município de Palmeira das Missões-RS. 1.3 OBJETIVOS Objetivo Geral Fomentar a criação de espaços de Educação Permanente em Saúde para (re)organizar da atenção à tuberculose no município de Palmeira das Missões-RS Objetivos Específicos * Capacitar os profissionais da atenção básica para identificação de SR, diagnóstico e tratamento da
9 10 tuberculose; * Capacitar os Agentes Comunitários de Saúde para identificação de SR, orientação para a coleta de escarro e realização de TDO; * Organizar referências de apoio matricial para acesso local e estadual; * Organizar encontro regional para a discussão de manejo clínico de tuberculose; * Estabelecer fluxos assistenciais e organizacionais para controle da tuberculose; * Instituir a busca de SR na rotina de visitas domiciliares e dos serviços de saúde; * Implementar a coleta de baciloscopia de escarro no primeiro atendimento de SR; * Elaborar documentos padronizados para solicitação de exames; * Elaborar formulários de orientações sobre a coleta e armazenamento do escarro; * Estabelecer rotinas para a logística de envio de amostras de escarro ao laboratório; * Disponibilizar os resultados de baciloscopia de escarro por ; * Monitorar os indicadores epidemiológicos; * Ampliar a testagem para HIV em caso confirmado de TB; * Instituir a vigilância epidemiológica no território através da busca dos sintomáticos respiratórios esperados, registro e controle do resultado dos exames, notificação e acompanhamento dos casos confirmados; * Implantar os critérios para o uso racional da prova tuberculínica; * Efetivar o TDO; * Realizar apoio matricial; * Estabelecer a investigação de todos os contatos de caso índice de tuberculose pulmonar; * Coordenar e supervisionar a busca de SR; * Gerar boletins de acompanhamento mensal; 2 MÉTODO Trata-se de um projeto de intervenção baseado em ferramentas da educação permanente em saúde, seguindo os referenciais do Ministério da Saúde, para identificação da Tuberculose como problema de saúde pública municipal, organização dos processos de trabalho e da atenção à doença. Será executado a partir do mês de abril de 2017.
10 CENÁRIO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO O município de Palmeira das Missões-RS, apresenta população de habitantes, segundo o Censo IBGE Atualmente, possui 07 Equipes de Saúde da Família, cobertura de 63,79%, e 01 Unidade Básica de Saúde que atende nos moldes tradicionais; 01 hospital de média complexidade. Não possui Programa Municipal de Controle de Tuberculose. 2.2 ELEMENTOS DO PLANO DE INTERVENÇÃO A execução deste projeto de intervenção passa por momentos pontuais e contínuos de educação permanente em saúde, elaboração de fluxos, pactuação com a gestão, validação do protocolo e documentos municipais Encontros de Educação Permanente em Saúde Esta proposta começou a ser construídas pelas inquietações do baixo número de diagnóstico de tuberculose, acompanhamento frágil e pendências nos sistemas de informação. Identificando, a tuberculose como um problema de saúde no município, buscou-se uma visita técnica ao serviço de referência no Hospital Sanatório Partenon em Porto Alegre e discussão, no pequeno grupo, do Manual de Recomendações para o controle da tuberculose no Brasil e do Tratamento Diretamente Observado da Tuberculose na Atenção Básica, publicações do Ministério da Saúde. Atualmente, estão planejados quatro encontros com esta temática, com metodologias dialógicas, problematizadoras, expositiva e participativa. Os encontros para os enfermeiros, técnicos de enfermagem e ACS, serão promovidos pela enfermeira e técnica de enfermagem da epidemiologia municipal. O encontro para os médicos, será garantido mediante parceria com a coordenação do Programa Estadual de Controle da Tuberculose. 1) Enfermeiros da Atenção Básica e serviço hospitalar (15 profissionais, carga horária 4h) Situação de saúde de Palmeira das Missões; Diagnóstico: clínico e laboratorial; Tratamento com esquema básico, exames de controle, cura com confirmação laboratorial; Tratamento diretamente observado e as responsabilidades da equipe de saúde; Investigação de contatos;
11 12 Busca ativa de sintomáticos respiratórios, registro e logística. Quem pode solicitar a baciloscopia de escarro? 2) Técnicos de enfermagem da Atenção Básica (25 profissionais, carga horária 4h) Busca de sintomáticos respiratórios; Coleta de escarro: orientações e cuidados; TDO: atuação no tratamento e identificação de reações adversas; Registro de SR e logística. 3) Agentes comunitários de saúde (54 ACS, carga horária 4h). O que é tuberculose? Como se transmite? Situação de Palmeira das Missões, O que é sintomático respiratório? Aplicando o cálculo de SRE para a busca no meu território Tuberculose na área: medidas de prevenção e controle A importância do ACS no TDO e no enfrentamento da tuberculose. 4) Capacitação para médicos (ampliado aos profissionais da região, com limite de 30 vagas) Diagnóstico e início de tratamento Acompanhamento, de reações adversas, resistência Investigação de contatos Fluxos de diagnóstico A investigação de SR será padronizada em todas as UBS, seguindo o fluxo abaixo, elaborado a partir dos documentos do Ministério da Saúde (BRASIL, 2011).
12 Pactuações Algumas demandas organizacionais deverão ser pactuadas para o alcance dos objetivos descritos: a organização de rotina para retirada das amostras de escarro nas UBS, duas vezes por semana, sob responsabilidade do serviço de vigilância; os laudos das baciloscopias deverão ser disponibilizados por , em tempo oportuno; disponibilidade de profissionais e transporte para a realização de TDO em domicílio; definição de serviços e profissionais de referência, entre outros Protocolos e documentos Para a elaboração do protocolo municipal de controle da tuberculose serão utilizados documentos do Ministério da Saúde. Além disso, padronizar a solicitação de baciloscopia, investigação de contatos e formulário de referência para TDO serão estratégias utilizadas (ANEXO I, II, III, IV, V).
13 FRAGILIDADES E OPORTUNIDADES A ausência de rotina municipal para busca ativa de SR e o pequeno número de casos de tuberculose diagnosticados nos últimos anos, não permitem conhecer as reais dimensões da incidência de tuberculose no território. Por isso, no cenário estadual, o município não é prioritário para o desenvolvimento de ações. Este projeto permitirá mensurar, organizar e qualificar a atenção à tuberculose, além de refletir na melhoria dos indicadores de saúde. Possivelmente, fomentará discussões e pactuações regionais para criação de serviços e garantia de acesso e irá gerar outras demandas. 2.4 PROCESSO DE AVALIAÇÃO Para avaliação das atividades propostas neste projeto, serão considerados os indicadores de monitoramento e avaliação das ações de controle da TB descritos no Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil: a) Taxa de incidência da tuberculose; b)taxa de incidência de tuberculose pulmonar bacilífera; c) Taxa de mortalidade por tuberculose; d) Proporção de SR examinados entre os estimados; e) Proporção de casos HIV positivos testados para infecção latente de tuberculose; f) Proporção de contatos de casos de tuberculose examinados entre os registrados; g)proporção de casos de tuberculose testados para HIV; h)proporção de coinfecção TB- HIV; i)proporção de casos de tuberculose curados; j)proporção de casos de tuberculose curados com comprovação bacteriológica; k)proporção de casos de tuberculose que abandonaram o tratamento; l) Proporção de casos de tuberculose com encerramento óbito; m)proporção de casos de tuberculose que realizaram TDO; n) Proporção de baciloscopias positivas entre aquelas realizadas para diagnóstico de SR; o)proporção de casos novos de tuberculose pulmonar que realizaram baciloscopia de escarro; p) Proporção de casos de tuberculose confirmados bacteriologicamente; q) Proporção de casos de retratamento que realizaram o exame de cultura; r) Proporção de casos de tuberculose com encerramento informado. A utilização destes indicadores permitirá identificar as mudanças desencadeadas nos processos de trabalho, na qualidade da atenção e na interrupção da disseminação da doença.
14 15 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS A identificação de sintomáticos respiratório possibilita o diagnóstico precoce, tratamento e interrupção da cadeia de transmissão da tuberculose e da carga da doença no território. Neste sentido, a organização do trabalho proposta pela atenção básica, nos moldes da Estratégia de Saúde da Família, permite conhecer este território, intervir sobre ele e responsabilizar-se pelo cuidado e acompanhamento desta população. Este projeto de intervenção, considera a importância da atenção básica e do trabalho em equipe para o controle da tuberculose em Palmeira das Missões-RS, destacando a educação permanente em saúde como estratégia facilitadora para identificação da tuberculose como um problema de saúde e da necessidade de organização do serviço e da rede para dar sustentabilidade às ações propostas neste projeto. Espera-se que os espaços de educação permanente forneçam subsídios e empoderamento das equipes para busca de SR, manejo da tuberculose na atenção básica, implantação do TDO, melhoria de indicadores e a instituição de tecnologias leves na gestão do cuidado e da rede de atenção à saúde.
15 16 REFERÊNCIAS ANDRADE, R.L.P; et al. Diagnóstico da tuberculose: atenção básica ou pronto atendimento? Rev. Saúde Pública vol.47 no.6 São Paulo, Disponível em: < script=sci_arttext&pid=s &lng=pt>. Acesso em 03 mar BI RS SAÚDE. Departamento de Gestão da Tecnologia da Informação. Pactuação interfederativa de indicadores Disponível em < Acesso em 03 mar BRASIL. Ministério da Súde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Plano Nacional pelo fim da tuberculose. Brasília, BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim epidemiológico tuberculose Brasília, Disponível em: < Acesso em 02 mar BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.Guia de Vigilância em Saúde : [recurso eletrônico] / 1. ed. atual. Brasília : Ministério da Saúde, 2016b. Disponível em: < Acesso em 02 marc BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Brasília, 2011a. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Tratamento diretamente observado (TDO) da tuberculose na atenção básica: protocolo de enfermagem. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica- Brasília, 2011b. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n 1996, de 20 de agosto de Dispõe sobre as diretrizes para a implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Brasília, CAMPOS, G.W.S., DOMITTI, A.C. Apoio matricial e equipe de referência: uma metodologia para gestão do trabalho interdisciplinar em saúde. Cad. Saúde Pública vol.23 no.2 Rio de Janeiro Fev Disponível em:< script=sci_arttext&pid=s x &lng=pt>. Acesso em 03 mar GARCIA, E.M., LEAL, M.L. Implementação do Programa Municipal de Controle da Tuberculose em Marataízes -ES, Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, 24(3): , jul-set Disponível em:< Acesso em 03 mar IBGE. Censo demográfico Disponível em: < lang=&codmun=431370&search=rio-grande-do-sul palmeira-das-missoes>. Acesso em 20 mar.2017
16 MACIEL, ELN. Estratégias da agenda pós-2015 para o controle da tuberculose no Brasil: desafios e oportunidades. Rev Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 25(2): , abr-jun
17 18 ANEXO I- Formulário de solicitação de baciloscopia Unidade Solicitante: PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMEIRA DAS MISSÕES SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE TELEFONE: (55) SOLICITAÇÃO DE EXAME PARA TUBERCULOSE - BACILOSCOPIA Data da solicitação: / / Material ( ) escarro ( ) outro: Nome do paciente: Data de nascimento: / / Sexo: ( )M ( )F Nome da mãe: Raça/cor: ( ) Branca ( ) Preta ( ) Amarela ( ) Parda ( ) Indígena ( )Ignorado Endereço: Bairro: Telefone: CNS: Tipo de população: ( )geral ( ) privada de liberdade ( )indígena ( )profissional de saúde ( )em situação de rua ( )HIV/AIDS ( )contato de TBDR Diagnóstico ( ) 1ª amostra ( )2ª amostra Controle de tratamento: mês ( )1º mês ( )2ºmês ( )3ºmês ( )4ºmês ( )5 mês ( )6 mês Exames realizados para: ( )Investigação de pacientes que nunca trataram TB ( )Investigação de pacientes que já realizaram tratamento para TB ( )Avaliação de resistência Observações: Profissional solicitante: Orientações para o paciente coletar amostras de escarro: Coleta da PRIMEIRA amostra 1. Lave a boca fazendo bochechos com bastante água; 2. Fique sozinho(a) em um local arejado, de preferência ao ar livre; 3. Abra o pote 4. Force a tosse, do seguinte modo: a) Inspire profundamente, isto é, puxe o ar pelo nariz e fique de boca fechada; prenda a respiração por alguns instantes e solte o ar lentamente pela boca. Faça isso mais duas vezes. b) Inspire profundamente mais uma vez, prenda a respiração por alguns instantes e solte o ar com força e rapidamente pela boca; c) Inspire profundamente mais uma vez, prenda a respiração por alguns instantes e, em seguida, force a tosse para poder liberar o escarro que está dentro do pulmão. 5. Escarre diretamente dentro do pote. Cuidado para o escarro não escorrer para fora; 6. Repita as orientações 4 e 5 por mais duas vezes, até conseguir uma quantidade maior de amostra; 7. Feche firmemente, proteja da luz solar, carregue sempre com a tampa voltada para cima e entregue o pote para o profissional que orientou você.
18 19 ANEXO II- CARTAZ/FOLDER COM ORIENTAÇÃO COLETA BACILOSCOPIA DE ESCARRO
19 20 ANEXO III- Termo de compromisso e ciência tratamento diretamente observado (TDO) PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMEIRA DAS MISSÕES SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE TELEFONE: (55) TERMO DE COMPROMISSO E CIÊNCIA TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO (TDO) A tuberculose continua sendo mundialmente um importante problema de saúde, exigindo o desenvolvimento de estratégias para seu controle. O tratamento diretamente observado (TDO) consiste em uma delas e tem o objetivo de fortalecer a adesão do paciente ao tratamento e à prevenção de cepas resistentes aos medicamentos, reduzindo os casos de abandono e aumentado a probabilidade de cura. O tratamento diretamente observado, constitui uma forma de administrar os medicamentos: o profissional treinado passa a observar a tomada do medicamento do paciente desde o início do tratamento até a sua cura. A escolha da modalidade do TDO a ser adotada deve ser decidida conjuntamente entre a equipe de saúde e o paciente, considerando a realidade e a estrutura de atenção existente. É desejável que a tomada observada seja diária, de segunda a sexta-feira. Nos finais de semana e feriados a Unidade de Saúde fornecerá o quantitativo de medicamentos necessários para que o paciente tome em sua residência. O medicamento injetável, nos finais de semana, deverá ser administrado em serviço de emergência previamente identificado, em local mais próximo da residência do paciente. O TDO é mais que ver a deglutição do medicamento. É necessário constituir um vínculo entre o paciente e o profissional de saúde. Torna-se necessário também remover as barreiras que impedem a adesão, utilizando estratégias de reabilitação social, melhora da autoestima, qualificação profissional e outras demandas sociais. (Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil, 2011). Referenciamos o(a) Sr(a). para a Unidade de Saúde, para dar seguimento ao tratamento diretamente observado. O paciente comparecerá mensalmente ao serviço, onde será avaliado e receberá os medicamentos que serão entregues na unidade de saúde. Contato prévio: Telefone: Equipe de Saúde Palmeira das Missões, de de.
20 21 PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMEIRA DAS MISSÕES SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE TELEFONE: (55) TERMO DE COMPROMISSO E CIÊNCIA TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO (TDO) Considerando as condições que me foram expostas, concordo em assumir o TDO do paciente em nossa Unidade de Saúde: Localizado no seguinte endereço: Responsável pela Unidade de Saúde: Função: Assinatura do responsável pelo TDO: Data: Termo de Compromisso e Ciência Eu, RG:, estou ciente de que todo o medicamento fornecido deve ser entregue na Unidade de Saúde acima referida e que devo comparecer de segunda a sexta-feira para ingesta dessa, sob a supervisão de um profissional de saúde o qual fará o registro diário. O não cumprimento destas cláusulas será considerado abandono de tratamento. Assinatura do paciente: Data:
21 22 ANEXO IV - Questionário para capacitação de Agentes Comunitários de Saúde ESF: Questão sobre tuberculose (TB): Sim Não Não sei 1 É uma doença infectocontagiosa? 2 É causada por vírus? 3 É transmitida por picada de mosquito? 4 É transmitida por meio da tosse, espirro ou fala? 5 Transmite-se principalmente por pacientes com TB no pulmão e na laringe? 6 Transmite-se por pacientes com TB ocular? 7 Transmite-se por pacientes com TB cutânea? 8 É comum pacientes com TB apresentarem febre? 9 O principal sintoma da TB pulmonar é a tosse? 10 Pacientes com TB podem apresentar suor excessivo durante a noite? 11 Pacientes com TB podem apresentar perda de peso? 12 Uma das atividades realizadas pelo ACS no controle da TB é identificar todos os contatos do caso e orientá-los quanto à realização de exames? 13 É atividade do ACS verificar a situação vacinal de crianças em contato com casos de TB? 14 O ACS deve orientar quanto a necessidade do paciente utilizar máscara cirúrgica em domicílio? 15 O ACS pode contribuir com orientações para os pacientes e familiares sobre o risco de transmissão da doença em casos sem tratamento ou com menos de 15 dias de uso do medicamento? 16 Uma das atividades realizadas pelo ACS no acompanhamento de casos de TB consiste em realizar busca ativa de faltosos e daqueles que abandonam o tratamento? 17 É responsabilidade do ACS levar os pacientes para consultas médicas realizadas fora da área de abrangência do Centro de Saúde? 18 É responsabilidade do ACS realizar orientações ao paciente preferencialmente em ambiente fechado para maior humanização do cuidado? 19 É atividade do ACS orientar o paciente que ele deve finalizar o tratamento sem interrupções para atingir a cura da doença? 20 TDO destina-se somente aos pacientes com TB pulmonar? 21 TDO destina-se principalmente aos pacientes com TB latente? 22 TDO destinas-se aos pacientes com TB e AIDS? 23 TDO pode ser executado por qualquer profissional de saúde?
22 23 24 De acordo com as normas do PNCT do MS, o TDO pode ser realizado por familiares? 25 TDO deve ser realizado somente na residência do paciente? 26 Inclui também o preenchimento da ficha de acompanhamento da tomada diária da medicação? 27 O ACS deve entregar ao familiar a ficha de acompanhamento da tomada diária de medicação para que ele preencha? 28 A frequência mínima recomendada para a realização do TDO é três vezes na semana, durante todo o tratamento? 29 O TDO inclui visitas obrigatórias aos finais de semana?
23 24 ANEXO V Ficha de Prontuário - PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMEIRA DAS MISSÕES SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE TELEFONE: (55) Ficha de Prontuário da Tuberculose Nome: Idade: Data de nascimento: Sexo: Cor: Nome da mãe: Endereço: Ponto de referência: Fone: Profissão: Forma clínica da TB: VT: ( ) sim ( ) não Data início tratamento TB e local: / / Esquema terapêutico: Cultura para BK / / Resultado: Recidiva ( ) cura ( ) abandono BCG ( ) sim ( ) não Teste de sensibilidade / / Resistente: Sensível: Comunicante ( ) sim ( ) não Teste tuberculínico: / / Resultado: HIV: / / CD4: Local de tratamento: Baciloscopia 1 a. / / / / 2 a. / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /
24 ANEXO VI Ficha de acompanhamento do TDO 25
25 26
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