CARACTERIZAÇÃO LIMNOLÓGICA DE CORPOS D ÁGUA DE PRIMEIRA ORDEM NAS MICROBACIAS DO BURITIZAL, SÃO BENTO E BELA VISTA.
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- Leandro Assunção Cortês
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1 CARACTERIZAÇÃO LIMNOLÓGICA DE CORPOS D ÁGUA DE PRIMEIRA ORDEM NAS MICROBACIAS DO BURITIZAL, SÃO BENTO E BELA VISTA. Ledice Kesiane P. Moraes 1 ; Paula Benevides de Morais 2 ; Gustavo Bonnato 3 ; Laciene Marinho dos Santos Ferian 4 e Tarsila Flávia 5. 1 Aluna do Curso de Engenharia Ambiental; Campus de Palmas; ledicemoraes@hotmail.com. PIBIC/UFT 2 Orientadora do Curso de Engenharia Ambiental; Campus de Palmas; moraispb@uft.edu.br 3 Engenheiro Ambiental, Mestre em Geologia; Campu de Palmas; gubobr@yahoo.com.br 4 Bióloga, Mestre em Ciências do Ambiente; Campus de Palmas; lacienemarinho@hotmail.com 5 Aluna do Curso de Engenharia Ambiental; Campus de Palmas; tarsilaflavia@hotmail.com RESUMO A análise de parâmetros em cursos de água superficiais são muito importantes devido à sua grande influência a nível urbano, cultural e ecológico. Sabe-se que perturbações em córregos de primeira ordem podem comprometer todo o sistema remanescente. Este trabalho tem por objetivo avaliar os elementos fósforo e nitrogênio inorgânico, temperatura, condutividade elétrica, potencial redox e turbidez em três córregos do Ribeirão Taquaruçu Grande, para formação de uma base de dados com características do cerrado tocantinense. Foram realizadas coletas mensais de água em frascos de polietileno, segundo APHA (2005). As taxas de fósforo variaram de 0,01 a 0,16 mg/l para o ponto 1, de 0,01 a 0,12 mg/l no 2 e de 0,01 a 0,16 mg/l no 3 entre a primeira e a última coleta. O nitrogênio inorgânico na forma de nitrito teve média de 0,001 mg/l no ponto 1 e no 2 e, 0,003 mg/l no ponto 3. Como nitrato a média foi de 1,21 mg/l no ponto 1, 0,25 mg/l no 2 e 0,35 mg/l no 3. A temperatura média do córrego 1 foi de 23,17, de 25,05 no 2, e 24,67 no 3. A condutividade apresentou média de 4,75 no ponto um e 4 no dois e no três. A média da turbidez foi de 3,63 no ponto 1, 2,54 no 2 e, 8,55 no 3. O período de coleta analisado, seco e chuvoso, não apresentou diferenças marcantes. Palavras-chaves: córregos; Ribeirão Taquaruçu Grande; fósforo e nitrogênio. INTRODUÇÃO Bacia hidrográfica ou bacia de drenagem pode ser caracterizada como uma área da superfície terrestre definida topograficamente que drena água, sedimentos e materiais dissolvidos para uma saída comum, num determinado ponto de um canal fluvial (Coelho Neto, 2001). Assim uma bacia hidrográfica abrange não só as características da água em que ali circula e desagua no oceano, mas
2 toda a física da bacia influenciando na vida dos animais, vegetação e seres humanos que fazem uso de seus recursos. A proposta metodológica que deu início a análises morfométricas no sistema natural de uma bacia hidrográfica, foi introduzida por Horton (1945), a ele cabe à primazia na interpretação quantitativa de uma bacia de drenagem, que utiliza inúmeros aspectos de abordagem analítica para cursos d água. A análise de parâmetros em cursos de água superficiais como rios, riachos e lagos são muito importantes devido à sua grande influência a nível urbano, cultural e ecológico. Parâmetros como a temperatura são decisivos no ponto de vista ecológico, visto que espécies de animais e plantas que habitam este ecossistema têm preferências térmicas e os seus processos biológicos são influenciados pela variação dessa grandeza. Influencia principalmente parâmetros como oxigênio dissolvido graças à diminuição da temperatura. MATERIAL E MÉTODOS A Sub-bacia do ribeirão Taquaruçu Grande localiza-se na parte centro sul do município de Palmas estado do Tocantins. Possui uma área total de ,31 ha, o que representa 19,1% da área do município de Palmas sendo que 73,67% estão inseridos na Área Proteção Ambiental - APA Serra do Lajeado (UNITINS,1999). O ribeirão Taquaruçu Grande apresenta nascentes na Serra do Lajeado, onde se localizam inúmeras cascatas e balneários de interesse para o ecoturismo, desaguando no reservatório da UHE Luís Eduardo Magalhães, junto às áreas urbanas de Palmas/Taquaralto. O experimento será realizado em três microbacias, estas divididas em cinco pontos, onde serão coletadas as amostras para a avaliação dos parâmetros como ph, oxigênio dissolvido, temperatura e potencial de redução, fazendo uso do Horiba 22XD. O ponto 1 é definido como córrego São Bento, o ponto 2 o Buritizal e o ponto 3, conhecido como Bela Vista. Durante o experimento será realizada o acompanhamento das condições físico-química dos córregos. As análises para determinação de sólidos suspensos serão realizadas pelo método de calcinação de acordo com Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, 2005). Essas constituem basicamente em filtragem de amostras de água e diferenças de peso dos filtros antes e após filtragem, secagem dos filtros e queima na mufla para a determinação da matéria orgânica. Também são coletadas amostras de água em cada ponto amostral, para posterior análise em laboratório de fósforo (Orto-fosfato), nitrato, nitrito e amônia, utilizando para tanto o
3 Espectrofotômetro DR5000. A turbidez é medida no turbidímetro com unidade em NTU, anteriormente foi medida em FTU no espectro. RESULTADOS E DISCUSSÃO O aumento das áreas urbanas, industriais e agropecuárias promove elevada degradação ambiental nos sistemas terrestres e aquáticos (Booth, 2004). A degradação ambiental nos sistemas aquáticos pode levar a graves prejuízos na oferta dos recursos hídricos, colocando em risco a biodiversidade de uma bacia hidrográfica (Goulart e Callisto, 2002). Assim o monitoramento em áreas naturais é um modo de prevenir uma degradação descontrolada no ecossistema que poderão acarretar em danos irreparáveis. Tabela 1. Valores das variáveis ambientais em médias nos três pontos de coleta, no período de agosto de 2011 a janeiro de PARÂMETROS PONTOS AMOSTRAIS São Bento Buritizal Bela Vista Temperatura da água ( C) 23,17 24,05 24,67 Condutividade Elétrica (µs/cm) 4, Turbidez (NTU) 3,63 2,54 8,55 Sólidos Totais Dissolvidos (mg /L) 0,34 2,9 0,46 Oxigênio Dissolvido (mg /L) 8,31 7,98 7,58 Potencial de redução- ORP (mv) 310,1 250,8 213,3 ph (escala) 7,46 6,92 6,75 Amônia (mg/l) 0,11 0,05 0,06 Nitrogênio Nitrito (mg/l) 0,001 0,001 0,003 Nitrato (mg/l) 1,21 0,25 0,35 Fósforo (mg/l) 0,04 0,03 0,08 Comprimento do experimento (m) Maior profundidade(m) 1,4 9,81 0,65
4 Pelos valores em média percebe-se que todos são próximos, espera-se que no período de chuva mais intenso que varia de janeiro a maio, mostre valores diferentes, em parâmetros como a turbidez, por exemplo, já que o cerrado tocantinense possui estações bem definidas. Desde já foi possível notar como o valor de 8,55 do ponto 3 é superior aos 3,63 do ponto 1 e 2,54 do ponto 2. Isso pode estar ligado ao fato de uma inclinação do relevo na área, onde o córrego fica no fundo desta. O nitrito quando em alta concentração pode indicar uma decomposição incompleta de matéria orgânica. A toxicidade desse composto pode ser comprovada pelo fato de uma concentração de 0,2 a 0,4 mg/l matar espécies, sendo que a partir de 0,15 mg/l já alcança o máximo permitido, assim sendo, podemos supor que quanto a esse fator a dinâmica funciona de modo excelente nos córregos analisados, já que a média dos três pontos mantiveram-se em 0,001 mg/l. Os dados de vazão só foram apresentados no relatório parcial pois houve a mudança de três córregos para um, no mês de fevereiro de 2012, isso graças ao término do projeto que abrangia os anteriores. No córrego ainda analisado, o Buritizal, o método do flutuador era ineficiente, sendo assim, não obtivemos resultados corretos, por isso o déficit de dados. O ph é um fator que é analisado de acordo com a natureza e o fim para que se destina a análise devido a não se ter um ph ótimo. Para tanto em áreas naturais, quando este atinge valores extremos, muito inferiores a 5 ou muito superiores a 10, começam a ocorrer perturbações nos processos biológicos dos seres vivos ali presentes, assim de acordo com os valores de ph dos córregos em análise estão com níveis aceitáveis já que desde que muito longe dos valores acima citados, poderiam estar de alguma forma sendo poluídos. Assim de posse dos resultados comprovou-se que as microbacias estudadas realmente estão em uma área natural, sem perturbações de pecuária, agricultura ou outras atividades antrópicas com maior influência sobre o ecossistema aquático em questão, pois as variações obtidas nos dados provavelmente advêm de mudanças no clima ou outro fator natural.
5 LITERATURA CITADA 1. American Public Health Association (APHA). Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 21. ed Washington: APHA/WEF/AWWA, Booth, D.B., Karr, J.R., Schauman, S., Morley, S.A., Larson, M.G. & Burges, S.J. Reviving urban streams: land use, hydrology, biology, and human behavior. The Journal of the American Water Resources Association. 2004, 3187: Callisto, M., Ferreira, P. Goulart, M.. Aplicação de um protocolo de avaliação rápida da diversidade em habitats em atividades de ensino e pesquisa (MG-RJ). Ed Em: %2010_14%281%29.pdf 4. Coelho Neto. Hidrologia de Encosta na Interface com a Geomorfologia. In: GUERRA, A.J.T.; CUNHA, S.B. (orgs.) Geomorfologia uma Base de Atualização e Conceitos. 4ª ed., Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001, pp Horton, R.E., Drainage Basin Characteristics. Trans. American Geophysical Union, 1945, 13: AGRADECIMENTOS A toda equipe do Laboratório de Microbiologia e Biotecnologia Ambiental - LAMBIO. O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT.
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