VI-035 INFLUÊNCIA DOS RESERVATÓRIOS NOS PARÂMETROS FÍSICO- QUÍMICOS DOS POÇOS DA UFRN

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1 VI-035 INFLUÊNCIA DOS RESERVATÓRIOS NOS PARÂMETROS FÍSICO- QUÍMICOS DOS POÇOS DA UFRN Magna Angélica dos Santos Bezerra (1) Técnica em Saneamento pela Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte. Aluna de Engenharia Química da UFRN. Bolsista PIBIC/CNPq. Carmen Patrícia Peralta Joubert Técnica em Química Industrial pelo Colégio Técnico Nacional de Asunción. Aluna de Engenharia Química. Bolsista Balcão/CNPq. Josette Lourdes de Sousa Melo Licenciatura em Química, UFPB. Engenheira Química, UFPE. Especialização em Segurança do Trabalho, UFPE. Mestre em Química Analítica, UFPE. Doutora em Engenharia Ambiental, INSA, Toulouse/França. Professor Adjunto IV do DEQ e PPGEQ da UFRN. Chefe do Lab. Eng. Amb. do DEQ/UFRN. Tutora do PET/DEQ da UFRN. Pesquisadora do PROSAB/PRONEX/UFRN. Endereço (1) : Rua Paratinga, 2869 Soledade I - Natal - RN - CEP: Brasil - Tel: (84) magnelica@bol.com.br RESUMO O Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), é abastecido por poços subterrâneos, do tipo tubular. Os poços possuem uma vazão e profundidade médias de L/h e 100 m. Esse trabalho visa verificar a possibilidade contaminação (sujeira), nos reservatórios do Campus, por meio dos parâmetros ph, Sulfatos, Cloretos e Dureza. Foram coletadas amostras do poço e de seu reservatório, de modo a se avaliar se há consonância entre os valores obtidos da água coletada diretamente dos poços e da coletada em seu reservatório. A escolha desses parâmetros deve-se ao fato deles apresentarem variação quando a amostra de água está contaminada, principalmente, variação na concentração de Sulfatos e Cloretos e diminuição do ph quando existe a contaminação por bactérias. A investigação foi realizada entre setembro/2000 a maio/2001 nos poços e reservatórios P2/R2, P3/R3 e P4/R4. As coletas, conservação e metodologia para análise das amostras obedecem as normas do APHA (1995). A análise dos poços e de seus reservatórios apresentou variações entre as coletas, contudo essa variação se deu conjuntamente no poço e no respectivo reservatório. Para o parâmetro ph encontrou-se os seguintes valores: 5,14 e 5,45 para P2/R2, 5,07 e 5,33 para P3/R3 e 5,82 e 5,89 para o conjunto P4/R4. A concentração de Cloretos foi de 13,55 e 14,22 mg/l Cl - em P2/R2, 20,54 e 20,34 mg/l Cl - para P3/R3 e ainda 14,16 e 14,27 mg/l Cl - em P4/R4. O parâmetro Sulfatos registrou valores nulos para todos os poços e reservatórios. Finalmente a Dureza Total obtida foi de 19,44 e 22,61 mg/l CaCO 3 e 33,72 e 30,44 mg/l CaCO 3 em P2/R2 e P3/R3, respectivamente; em P4/R4 obteve-se 22,88 e 25,11 mg/l CaCO 3. Os parâmetros de Cloretos e Sulfatos, encontram-se dentro dos limites de potabilidade, de acordo com a resolução 20, de junho de 1986 do CONAMA, que estabelece como valor máximo para a concentração desses íons 250 mg/l. De acordo com resultados obtidos no período estudado, constatou-se que os reservatórios avaliados estão em condições adequadas, visto não ter havido variações significativas nos parâmetros analisados, quando comparando-se os poços e seus reservatórios. Assim sendo os reservatórios não prejudicam a qualidade das águas que contêm. Com base nesses parâmetros a água que sai das caixas de água está dentro dos padrões de potabilidade. PALAVRAS-CHAVE: Qualidade de Vida, Recursos Hídricos, Águas Subterrâneas, Parâmetros Físicoquímicos, Padrões de Potabilidade. INTRODUÇÃO Atualmente, o uso dos recursos naturais tem provocado muito debate e preocupação. Fala-se cada vez mais em quão depende a qualidade de vida humana da preservação ambiental. Dentre os recursos naturais mais comentados encontram-se os recursos hídricos. Sendo a água, um mineral de vital importância à raça humana, bem como aos ecossistemas e que não pode ser produzido na demanda do consumo, é natural que gere toda essa discussão. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1

2 A água é o bem mais precioso à vida, depois do oxigênio. Dentre as muitas funções que ela possui e que a tornam imprescindível, a água serve como transporte de sais em nosso organismo, controlador da temperatura corpórea, regulador osmótico, dessedentação de animais, transporte fluvial, habitat de inúmeras espécies. Sabe-se que as fontes de água não são renováveis, visto que a quantidade de água que está em contínua circulação pelo globo é sempre a mesma e a população mundial cresce assustadoramente.. Desse modo, é fato que, se a humanidade continuar destruindo os recursos hídricos existentes, dentro de pouco tempo, muitas regiões da Terra, ficarão sem água livre de poluição para consumir. Assim sendo água de boa qualidade é o que todos desejam. Sempre se procura usar como fontes de abastecimento mananciais que estejam livres de qualquer contaminação ou poluição. Entretanto, a pureza de determinada fonte de água não garante a sua qualidade no abastecimento público. O reservatório onde essa água é armazenada é responsável por manter as boas qualidades provindas do manancial ou do tratamento oferecido à mesma. Águas Subterrâneas, por serem mais protegidas da poluição e não estarem diretamente sujeitas às substâncias carreadas com as chuvas, possuem, geralmente, excelentes qualidades. Dispensando, em muitos dos casos, inclusive o tratamento de desinfecção. O Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), é abastecido por poços subterrâneos, do tipo tubular. Os poços possuem uma vazão e profundidade médias de L/h e 100 m e encontram-se distribuídos ao longo do Campus. Objetivos e justificativa Esse trabalho visa verificar se os reservatórios do Campus apresentam problemas de contaminação (sujeira) por meio dos parâmetros ph, Sulfatos, Cloretos e Dureza. Foram coletadas amostras do poço e de seu reservatório, de modo a se avaliar se há consonância entre os valores obtidos da água coletada diretamente dos poços e da coletada em seu reservatório. Foram escolhidos esses parâmetros porque os mesmos apresentam variação quando amostra de água está contaminada, principalmente ocorre variação na concentração de Sulfatos e Cloretos e diminuição do ph quando existe a contaminação por bactérias. A investigação foi realizada entre setembro/2000 a maio/2001 nos poços e reservatórios P2/R2, P3/R3 e P4/R4. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE EM ESTUDO O Campus da UFRN está localizado numa região mais ao sul de Natal, em geografia cercada por dunas. Ocupa uma área de 193 Hectares. Os poços e seus respectivos reservatórios encontram-se distribuídos ao longo do Campus Universitário nas seguintes áreas: Poço / Reservatório 1 - Próximo ao Ginásio de Esportes, Poço / Reservatório 2 - Por trás do Departamento de Geologia, Poço / Reservatório 3 - Entre a Casa de vegetação e a Fundação do Alimento e Poço / Reservatório 4 Próximo ao Centro de Tecnologia. A Tabela 2 a descrição construtiva dos poços artesianos da UFRN. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2

3 Tabela 1: Características construtivas dos poços que compõem o sistema estudado POÇO-1/P1 POÇO-2/P2 POÇO-3/P3 POÇO-4/P4 Profundidade 92 m Profundidade 92 m Profundidade 103,60m Profundidade 95,5 m Vazão (l / h) Vazão (l / h) Vazão (l / h) Vazão (l / h) Diâmetro do 9. 5/8 Diâmetro 8 Diâmetro 8 Diâmetro 8 Tubo Tubo do Tubo do Tubo Nível 36,69m Nível 26,31 m Nível 45,70 m Nível 35,30 m Nível Estático 35,26 Nível Estático 25,67 m Nível Estático 45,30 m Nível Estático 29,50 m m Rebaixamento 4,43 m Rebaixamento 0,64 m Rebaixamento 0,34 m Rebaixamento 5,80 m Nesse estudo não foi considerado o conjunto P1/R1 devido a impossibilidade de coleta direta do Poço 1. METODOLOGIA As coletas, conservação e metodologia para análise das amostras obedecem as normas do APHA (1995). O parâmetro ph foi determinado por métodos eletrométricos no potenciômetro digital DM21, da Digimed. A análise de Dureza Total foi realizada por método Titulométrico, onde os íons que provocam a dureza são complexados com solução de EDTA. Os Cloretos foram investigados por através do Método de MOHR e a concentração de Sulfatos por método Espectro Fotométrico, com comprimento de onda de 420 nm. RESULTADOS E DISCUSSÕES A análise dos poços e de seus reservatórios apresentou variações entre as coletas, contudo essa variação se deu conjuntamente no poço e no respectivo reservatório. Para o parâmetro ph encontrou-se os seguintes valores: 5,14 e 5,45 para P2/R2, 5,07 e 5,33 para P3/R3 e 5,82 e 5,89 para o conjunto P4/R4. A figura 1, mostra a variação desse parâmetro durante o período de estudo, para o Poço 2 e seu reservatório. Figura 1: Variação do ph em P2 e no seu reservatório (R2) Valores de ph 6,5 6,0 5,5 5,0 4,5 4,0 R2 P Coletas A concentração de Cloretos foi de 13,55 e 14,22 mg/l Cl - em P2/R2, 20,54 e 20,34 mg/l Cl - para P3/R3 e ainda 14,16 e 14,27 mg/l Cl - em P4/R4. O parâmetro Sulfatos registrou valores nulos para todos os poços e ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 3

4 reservatórios. Finalmente a Dureza Total obtida foi de 19,44 e 22,61 mg/l CaCO 3 e 33,72 e 30,44 mg/l CaCO 3 em P2/R2 e P3/R3, respectivamente; em P4/R4 obteve-se 22,88 e 25,11 mg/l CaCO 3. Observa-se a existência de coerência entre os pontos de amostragem, principalmente com relação ao parâmetro Cloretos e Sulfatos. A pequenas diferenças encontradas nos valores de Dureza entre P2/R2 e P4/R4 não são consideradas significativas. O parâmetro ph foi o que registrou maiores variações, porém nenhuma delas foi maior que 0,31 (maior diferença encontrada entre P2/R2). No conjunto P4/R4, pode-se dizer que a diferença inexiste. Os parâmetros de Cloretos e Sulfatos, encontram-se dentro dos limites de potabilidade, de acordo com a resolução 20, de junho de 1986 do CONAMA, que estabelece como valor máximo para a concentração desses íons 250 mg/l. Pode-se verificar que as águas apresentam características ácidas, fato comum em águas subterrâneas devido a presença de gás carbônico dissolvido. O valor de sua Dureza é característico de águas brandas (Ritcher e Azevedo Netto, 1991). A figura 02 representa um resumo dos parâmetros avaliados, exceto os sulfatos por apresentar resultado nulo Figura 2: Médias dos parâmetros avaliados R2 P2 R3 P3 R4 P4 ph Cloretos Dureza Total CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES De acordo com resultados obtidos no período estudado, constatou-se que os reservatórios avaliados estão em condições adequadas, visto não ter havido variações significativas nos parâmetros analisados, quando comparando-se os poços e seus reservatórios. Assim sendo os reservatórios não prejudicam a qualidade das águas que contêm. Com base nesses parâmetros a água que sai das caixas de água está dentro dos padrões aceitáveis. Sugere-se que esse trabalho tenha continuidade, e que sejam analisados agora não só os reservatórios dos poços mas também, os demais reservatórios de distribuição. E que sejam feitas amostragens nos pontos de consumo da água. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. - APHA American Public Health Association. Standard Methods: for Examination of Water and Wastewater. 19th ed, Washington DC, ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 4

5 2. RITCHER, Carlos A. e AZEVEDO NETTO, José M. de. Tratamento de Água: Tecnologia Atualizada. Editora Edgard Blücher Ltda. São Paulo, SP, ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 5