DANIEL FERREIRA AMARAL ETNOICTIOLOGIA DOS PESCADORES ARTESANAIS DE SOBRADINHO, BAHIA, BRASIL

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1 DANIEL FERREIRA AMARAL ETNOICTIOLOGIA DOS PESCADORES ARTESANAIS DE SOBRADINHO, BAHIA, BRASIL Dissertação apresentada a Universidade do Estado da Bahia para a obtenção do título de mestre em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental JUAZEIRO 2018

2 DANIEL FERREIRA AMARAL ETNOICTIOLOGIA DOS PESCADORES ARTESANAIS DE SOBRADINHO, BAHIA, BRASIL Dissertação apresentada a Universidade do Estado da Bahia para a obtenção do título de mestre em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental Orientador: Drª Tâmara de Almeida e Silva Co-orientador: Dr. Carlos Alberto Batista Santos JUAZEIRO 2018

3 Amaral, Daniel Ferreira A485e Etnoecologia dos pescadores artesanais de Sobradinho-BA. Daniel Ferreira Amaral. Juazeiro, 2018 n.de folhas; 30 cm Dissertação (Mestrado em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental. PPGEcoH Universidade do Estado da Bahia/ Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais. Campus III Orientadora: Tâmara de Almeida e Silva Inclui bibliografia 1.Ecologia Humana (Etnoictiologia). 2. Pesca Artesanal - Sobradinho, Barragem de (BA). I. Silva, Tâmara Almeida (Orientadora). II. Universidade do Estado da Bahia. Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais. III.Título. CDD:

4 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA CAMPOS III PPGECOH PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA HUMANA E GESTÃO SOCIOAMBIENTAL Chefe do Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais Dr. Jairton Fraga Araújo Diretor do programa de Pós-Graduação Dr. Carlos Alberto Batista Santos JUAZEIRO 2018

5 BANCA EXAMINADORA PRESIDENTE DA BANCA Dr.ª Tâmara de Almeida e Silva Professora Adjunta da Universidade do Estado da Bahia Campus VIII Dr.ª em Oceanografia TITULARES Dr.ª Wbaneide Martins de Andrade Professora Assistente da Universidade do Estado da Bahia Campus VIII Dr.ª em Etnobiologia e Conservação da Natureza Dr. Paulo Guilherme Vasconcelos de Oliveira Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco Dr. em Oceanografia SUPLENTE Dr.ª Fátima Lúcia de Brito dos Santos Professora Assistente da Universidade do Estado da Bahia Dr.ª em Química e Biotecnologia

6 Dedicatória Dedico este trabalho aos meus pais, Edmilson Amaral e Edneide Amaral, o tempo mais precioso da minha vida; Aos meus irmãos David, Dennys e Júnior, meus melhores amigos e maiores incentivadores; Às comunidades ribeirinhas da cidade de Sobradinho-BA, que resistem e lutam em defesa da sobrevivência da pesca e da preservação do rio São Francisco.

7 Agradecimentos Agradeço a minha orientadora Dr.ª Tâmara de Almeida e Silva pelo apoio e pelo trabalho na realização desse estudo; Ao meu co-orientador Dr. Carlos Alberto Batista Santos, por todo apoio, paciência e orientação; A todos os professores do Programa que contribuíram com seu conhecimento para minha formação como ecólogo humano; Aos amigos das turmas 2016 e que tornaram prazeroso e rico a compartilhamento de suas experiências pessoais, profissionais e acadêmicas durante os dois anos do curso; Ao Departamento de Tecnologia e Ciências Social da UNEB Campus III; Aos amigos do Laboratório de Piscicultura do IF Sertão-PE pelo apoio; Aos amigos Kátia Santos, Mahatma Lenin e Cristina Barbosa pela parceria acadêmica; A Rafael Gomes pelo apoio e incentivo; À minha amiga Carla Sena pela parceria de todas as horas; Às amigas mestras em ecologia humana Rosilda Magalhães e Lidiane Lima, por me incentivarem a fazer parte do programa; À Professora Dra. Patrícia Luiza Rebouças e ao Professor Msc. Alysson Lívio pelo auxílio estatístico; Às pessoas e amigos que de alguma forma contribuíram para a realização desse sonho;

8 Opará (Salve São Francisco) Sejam as águas de Francisco mais É o sangue que corre No corpo da terra E a terra quer paz Água doce essencial Que sacia seus filhos Divino fluido vital Salve São Francisco Salve esse brilho Salve São Francisco Salve este teu rio Que o nosso olhar Nunca o veja vazio E na paz de suas águas De suave beleza Possamos contemplar Sua imensa grandeza Contemplar sua natureza Rio mar, Opará Geraldo Azevedo/Clovis Nunes

9 Índice Pág Apresentação... Resumo... IX X Introdução Proposição Bibliografia da apresentação e introdução Artigo a ser submetido na revista Ambiente e Sociedade Artigo publicado na revista Contribuciones a las Ciencias Sociales 44 Artigo submetido à Revista Brasileira de Ciências Ambientais Anexos... 71

10 Apresentação Esta dissertação de mestrado intitulada como Etnoictiologia dos Percepção Artesanais de Sobradinho, Bahia, Brasil, se presenta como um estudo etnoictiofaunístico, de caracterização e percepção das mudanças ambientais e socioculturais ocorridas ao longo do tempo em comunidades ribeirinhas, afetadas principalmente pelas modificações no leito do rio São Francisco, causadas pela construção de barragens em todo seu curso, sobretudo na região do submédio São Francisco. Neste cenário de mudanças, a pesca artesanal na região do Vale do São Francisco tem sido descaracterizada, pelo desaparecimento de espécies nativas, obrigando o pescador a mudar suas estratégias de pesca e a navegar até áreas cada vez mais distantes do rio em busca dos recursos pesqueiros. Na cidade de Sobradinho-BA está localizado o maior lago artificial da América Latina, com um espelho d água de km² e 400 km de extensão, responsável pelo abastecimento de água de cidades circunvizinhas e pela geração de energia, através da usina hidrelétrica de Sobradinho, administrada pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco. Nos últimos anos, a represa tem enfrentado uma das maiores crises hídricas já registradas, que tem levado a redução frequente de sua vazão e a escassez de peixes. O interesse em conhecer a pesca na região, surgiu através do contato com as comunidades ribeirinhas da cidade, através de um curso de capacitação de formação inicial e continuada em piscicultura, ofertado pelo Instituto Federal do Sertão Pernambucano, no ano de 2015, onde relatos de pescadores e de seus familiares motivaram a busca por respostas relacionadas às modificações sofridas no meio ambiente e na cultura local.

11 Resumo O São Francisco é o principal rio que banha grande parte dos Estados do Nordeste, e possui grande significado para populações ribeirinhas e para a região. Nos últimos anos sua bacia sofreu sérios impactos ambientais, causados pela construção de barragens para a geração de energia elétrica, assoreamento e poluição das águas provocada pelo advento da agricultura e da irrigação e a superexploração dos seus estoques pesqueiros. Várias espécies de peixes endêmicos se tornaram escassas, devido às modificações ocorridas nesses ecossistemas. Nesse cenário de mudanças, a relação das comunidades ribeirinhas com o rio é de fundamental importância para sua conservação, pois o sentimento de pertencimento ao lugar é responsável por gerar um padrão de conduta que valoriza o cuidado e o respeito pela natureza, além do fortalecimento da cultura local. Esse estudo tem como objetivo caracterizar a pesca artesanal exercida por comunidades tradicionais do município de Sobradinho-BA, através da percepção e do conhecimento etnoictiológico dos pescadores, pertencentes às comunidades do Porto de Juacema e o Balneário Chico Periquito. Estima-se o monitoramento dos estoques pesqueiros nas localidades e a adoção de medidas de conservação do meio ambiente, que promovam ações que garantam o envolvimento das comunidades ribeirinhas na preservação dos recursos naturais indispensáveis a cultura local.

12 Introdução A pesca artesanal é considerada uma das mais antigas atividades humanas desenvolvidas desde períodos anteriores ao Neolítico, o que possibilitou as comunidades ribeirinhas o acúmulo de um vasto conhecimento ao longo do tempo, sobre os aspectos comportamentais da vida aquática, como áreas de concentração de cardumes, épocas reprodutivas, períodos de atuação, além de aspectos morfológicos das espécies (DIEGUES, 2004). Segundo informe da FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), a maioria dos pescadores em pequena escala vive em países em desenvolvimento e muitos deles vivem em comunidades caracterizadas pela pobreza e insegurança alimentar. No Brasil, estas comunidades receberam a denominação de Povos e Comunidades Tradicionais, a partir da implantação do Decreto nº 6.040, de 07 de Fevereiro de Conforme a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Pesca e Aquicultura (LEI /2009): O pescador artesanal é aquele que exerce a atividade de pesca profissional de forma autônoma ou em regime de economia familiar, com meios de produção próprios ou mediante contrato de parceria, podendo atuar de forma desembarcada ou utilizar embarcação de pequeno porte. A pesca artesanal beneficia comunidades litorâneas e ribeirinhas ao proporcionar atividades que geram renda e potencializam o desenvolvimento social, devido à contribuição para a diversidade cultural destas comunidades, e para o desenvolvimento econômico local, assumindo papel de destaque no semiárido nordestino (DIEGUES, 2004), e nas cidades banhadas pelo rio São Francisco. O rio São Francisco é originalmente chamado de Opará que significa Rio- Mar pelos povos indígenas (CAPPIO; MARTINS; KIRCHNER, 2000; TOMAZ et al, 2010), batizado com o nome do santo católico por Américo Vespúcio (MARQUES, 2006). É também chamado carinhosamente pelos povos ribeirinhos que vivem ao longo de suas margens de Velho Chico.

13 De acordo com informações do Ministério do Meio Ambiente (2008), o Rio possui uma bacia subdivida em quatro seguimentos: Alto São Francisco, que constitui o trecho que vai de suas nascentes até a cidade de Pirapora MG (17% da bacia), Médio São Francisco, que se estende de Pirapora até a cidade de Remanso-BA, representando o trecho de maior extensão (53% da bacia); Submédio São Francisco, que segue de Remanso a Paulo Afonso-BA (24% da bacia); e o Baixo são Francisco, menor trecho da bacia, que se inicia na cidade de Paulo Afonso-BA, até a sua foz na cidade de Piaçabuçú-AL (5,1% da bacia). Sua bacia hidrográfica tem sido alvo dos interesses expansionistas das políticas brasileiras de desenvolvimento, responsáveis pelo acelerado processo de destruição socioambiental e da implementação de projetos de irrigação desconsiderando a necessária gestão sustentável dos recursos hídricos (SILVA, 1999). Nos últimos anos o rio tem sofrido diversos impactos ambientais, sociais e culturais, sobretudo com a construção de barragens durante todo seu trajeto, somado aos impactos da devastação da mata ciliar e introdução de espécies exóticas de outras bacias. (LIMA et al., 2010; MARQUES, 2005; GODINHO, 2003). Estas ações interferem na reprodução e consequentemente na população de peixes da bacia, e afetando pescadores e pescadoras artesanais das comunidades ribeirinhas, que precisam se adaptar às mudanças ambientais ocorridas. Embora as questões básicas da adaptabilidade humana sejam muito semelhantes às encontradas no estudo da fisiologia ambiental de qualquer outra espécie, os humanos apresentam um desafio especial: o grau em que modificam o meio ambiente através de comportamentos e atitudes culturais requer uma técnica analítica mais complexa para a compreensão da sua adaptação (KORMONDY,1999). Assim, esta pesquisa propõe, através dos estudos de percepção e do conhecimento etnoictiológico de comunidades ribeirinhas do município de Sobradinho-BA, caracterizar a pesca artesanal, conhecendo os principais impactos ambientais e socioculturais da atividade na região.

14 Proposição Propusemo-nos a conhecer as representações das percepções dos pescadores artesanais das comunidades ribeirinhas do município de Sobradinho-BA, as implicações dos impactos ambientais sofridos pelo rio São Francisco para a pesca e a caracterização da atividade pesqueira local.

15 Referências CAPPIO, L.F.; MARTINS, A.; KIRCHNER, R. (Orgs.) Rio São Francisco: uma caminhada entre vida e morte. Petrópolis: Petrópolis: Vozes, p. DIEGUES, A. C. A pesca construindo sociedades. São Paulo: NUPAUB USP, 315p., GODINHO, A. L; GODINHO, H. P. Breve visão do São Francisco. p In: H. P, GODINHO; GODINHO, A. L., (eds). Águas, peixes e pescadores do São Francisco das Minas Gerais. Belo Horizonte, PUC Minas, KORMONDY E. J. A. O estresse e a fisiologia ambiental. Ecologia Humana. p Ed. São Paulo. São Paulo, 2002 LIMA, V. M. M. et al. Plano de manejo pesqueiro e comercialização do pescado na cidade de Penedo, Estado de Alagoas. Brasil. Rev. Bras. Eng. Pesca, v.5, n.3. p.9-22, MARQUES, J. G. W. Pescando pescadores: ciência e etnociência em uma pespectiva ecológica. 2. Ed. São Paulo: NUPAUB, USP, P. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Censo Estrutural da Pesca. Estatística do Desembarque Pesqueiro. Edições Ibama. Brasília OLIVEIRA. Lúcia, M. S. R. de et al. (DES) CAMINHOS DA PESCA ARTESANAL NOSUBMÉDIO SÃO FRANCISCO. Bahia SILVA, T.E.M. Impactos Sócio-Ambientais e o Futuro da Pesca Artesanal no Baixo São Francisco. Candeeiro. Aracaju: v. 2, p. Pautas Técnicas para a Pesca Responsável. Acessado em 04/08/2017.

16 Artigo a ser submetido à Revista Ambiente e Sociedade

17 ETNOICTIOLOGIA DOS PESCADORES ARTESANAIS DE SOBRADINHO, BAHIA, BRASIL Daniel Ferreira Amaral 1 ; Carlos Alberto Batista Santos 2 Tâmara de Almeida e Silva 3 1 Mestrando em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental, Universidade do Estado da Bahia UNEB, campus III, daniel.amarall@outlook.com. 2 Dr. em Etnobiologia e Conservação da Natureza, Universidade do Estado da Bahia UNEB, campus III, cacobatista@yahoo.com.br 3 Drª. em Oceanografia. Universidade do Estado da Bahia UNEB, campus III, tamaraalmeidas@yahoo.com.br. RESUMO As águas do rio São Francisco são produtivas e de grande importância para as comunidades ribeirinhas, que delas retiram seu sustento, através da pratica da pesca artesanal em toda sua extensão. Sob o prisma da Etnoictologia e Etnoecologia, os pescadores exibem um conhecimento detalhado sobre o comportamento dos peixes, o qual é aplicado nas estratégias de pesca e geralmente condiz com as observações científicas. Esta pesquisa teve como objetivo caracterizar a pesca no Município de Sobradinho-BA, sob o viés do conhecimento etnoictiológico dos pescadores artesanais das comunidades ribeirinhas do Balneário Chico Periquito e do Porto de Juacema. Foram entrevistados 24 pescadores nas duas localidades no período de novembro de 2017 a junho de Estimadores de riqueza de espécies foram calculados através do software Past, comprovando que as espécies de valor comercial citadas foram representativas. Quanto ao índice de diversidade Shannon (H ), este apresentou os valores 2,58, para o Balneário Chico Periquito e 2,85 para Porto de Juacema. Já o de uniformidade Pielou (J ) apresentou valores acima de 0,7 nas duas localidades, com valores correspondentes a 0,87 para o Balneário e 0,90 para o Porto de Juacema. Os artefatos de pesca mais utilizados, de acordo com os pescadores, são anzóis, tarrafa, rede de espera, espinhel, arpão, armadilhas e a rede de caceia. No que se refere aos impactos ambientais, as comunidades apontaram problemas relacionados à interferência na cadeira produtiva da pesca gerada pelo avanço do agronegócio na região. Caracterizar e conhecer o cenário da pesca, nos permite fazer uma análise contextualizada dos desafios e oportunidades que garantirão o futuro da atividade extrativista e das comunidades ribeirinhas do Município de Sobradinho-BA Palavras-chave: conhecimento tradicional, ictiofauna, rio São Francisco 17

18 ABSTRACT The waters of the São Francisco river are productive and of great importance for the riverside communities, who draw their sustenance through the practice of artisanal fishing in all its extension. Under the prism of ethno-ecology and ethnoecology, fishermen exhibit detailed knowledge about fish behavior, which is applied in fishing strategies and generally matches scientific observations. This research aimed to characterize fishing in the Municipality of Sobradinho- BA, under the bias of the ethno-cytological knowledge of the artisanal fishermen of the riverside communities of the Balneario Chico Periquito and the Port of Juacema. Twenty-four fishermen were interviewed in the two locations from November 2017 to June Estimators of species richness were calculated using the Past software, proving that the species of commercial value mentioned were representative. As for the diversity index Shannon (H '), this presented the values 2.58, for Balneário Chico Periquito and 2.85 for Porto de Juacema. The Pielou uniformity (J ') presented values above 0.7 in both locations, with values corresponding to 0.87 for the Spa and 0.90 for the Port of Juacema. The most commonly used fishing artifacts, according to the fishermen, are hooks, tarrafa, netting, waiters, harpoon, traps and the net of cage. Regarding the environmental impacts, the communities pointed out problems related to the interference in the productive chair of the fishing generated by the agribusiness advance in the region. Characterizing and knowing the fishing scenario allows us to make a contextualized analysis of the challenges and opportunities that will guarantee the future of the extractive activity and the riverside communities of the Municipality of Sobradinho-BA Key-words: traditional knowledge, ichthyofauna, São Francisco river RESUMEN Las aguas del río São Francisco son productivas y de gran importancia para las comunidades ribereñas, que de ellas retiran su sustento, a través de la práctica de la pesca artesanal en toda su extensión. Bajo el prisma de la Etnoictología y Etnoecología, los pescadores exhiben un conocimiento detallado sobre el comportamiento de los peces, el cual se aplica en las estrategias de pesca y generalmente concuerda con las observaciones científicas. Esta investigación tuvo como objetivo caracterizar la pesca en el Municipio de Sobradinho-BA, bajo el sesgo del conocimiento etnoictiológico de los pescadores artesanales de las comunidades ribereñas del Balneario Chico Periquito y del Puerto de Juacema. Se entrevistaron 24 pescadores en las dos localidades en el período de noviembre de 2017 a junio de Los estimadores de riqueza de especies fueron calculados a través del software Past, comprobando que las especies de valor comercial citadas fueron representativas. En cuanto al índice de diversidad Shannon (H '), éste presentó los valores 2,58, para el Balneario Chico Periquito y 2,85 para Puerto de Juacema. El de uniformidad Pielou (J ') presentó valores por encima de 0,7 en las dos localidades, con valores 18

19 correspondientes a 0,87 para el Balneario y 0,90 para el Puerto de Juacema. Los artefactos de pesca más utilizados, de acuerdo con los pescadores, son anzuelos, tarrafa, red de espera, espinhel, arpón, trampas y la red de cacería. En lo que se refiere a los impactos ambientales, las comunidades apuntaron problemas relacionados a la interferencia en la silla productiva de la pesca generada por el avance del agronegocio en la región. Caracterizar y conocer el escenario de la pesca, nos permite hacer un análisis contextualizado de los desafíos y oportunidades que garantizarán el futuro de la actividad extractivista y de las comunidades ribereñas del Municipio de Sobradinho-BA Palabras-clave: conocimiento tradicional, ictiofauna, río San Francisco 1 INTRODUÇÃO A Etnoecologia é uma ciência interdisciplinar, que navega na fronteira entre as Ciências Sociais e as Ciências Naturais, tendo como objetivo central entender como as sociedades humanas utilizam e percebem o ambiente natural que está em sua volta. Marques (2001) conceitua etnoecologia como sendo o campo de pesquisa (científica) transdisciplinar que estuda os pensamentos (conhecimentos e crenças), sentimentos e comportamentos que mediam as interações entre as populações humanas que os possuem e os demais elementos dos ecossistemas que as incluem, bem como os impactos ambientais daí decorrentes. As comunidades tradicionais, diferentemente das sociedades urbanas industriais, de modo geral retiram diretamente da natureza os recursos necessários para a sua subsistência e reprodução sociocultural (BARROS, 2012). Para Massena (2014) a valorização desses aspectos culturais, caracteriza-se como uma mudança de paradigma, pois o conhecimento tradicional que antes era tido como um obstáculo ao desenvolvimento, hoje passou a ser considerado essencial e ponto de partida para esse processo. Dentro do saber tradicional destacam-se principalmente o conhecimento do comportamento, hábitos alimentares, reprodução e ecologia dos peixes, além de informações importantes sobre como manejar, conservar e utilizar 19

20 esses recursos de maneira sustentável. É a partir dessa relação com o ambiente e de um profundo conhecimento sobre as espécies e seus ciclos biológicos, que os pescadores artesanais constroem suas identidades (DIEGUES, 2001). Na relação homem x natureza, a compreensão da interação entre os peixes e os seres humanos é tema da Etnoictologia, que considera aspectos comportamentais e cognitivos, buscando entender o modo como o conhecimento, os significados e os múltiplos usos dos peixes, se organizam nos diferentes grupos humanos (MARQUES 1995). De acordo com Valencio (2010), a atividade pesqueira constitui-se em uma identidade territorializada, pois não se trata apenas de uma atividade produtiva, mas também de um modo de vida. Estudos etnoictiológicos demonstram que os pescadores exibem um conhecimento detalhado sobre o comportamento dos peixes, o qual é aplicado nas estratégias de pesca e geralmente condiz com as observações científicas (MARQUES, 1991; 1995; COSTA-NETO 2001). No Brasil pesquisas etnoictiológicas têm sido realizadas com enfoque na etnotaxonomia de peixes por pescadores em várias regiões (BEGOSSI e GARAVELLO, 1990) e com povos indígenas do semiárido (SANTOS e LIMA, 2017). Sob a óptica da Etnoictologia, esta pesquisa teve como objetivo, caracterizar a pesca artesanal em comunidades ribeirinhas do município de Sobradinho-BA, através do conhecimento tradicional dos pescadores locais. 2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 ÁREA DE ESTUDO A barragem de Sobradinho está situada na porção baiana do submédio São Francisco, figura 01, banhando os municípios de Remanso, Santo Sé, Pilão Arcado, Casa Nova e Sobradinho. Após a construção da represa no ano de 20

21 1978, o lago cobriu uma área de km², ocasionado a transferência de mais de 72 mil pessoas, com a expropriação de milhares de imóveis urbanos e rurais (MENDES, 2017). Figura 01. Localização das comunidades estudadas. Balneário de Chico Periquito e Porto de Juacema, Sobradinho, Bahia, Brasil. O estudo foi realizado com pescadores artesanais da cidade de Sobradinho-BA, nos locais de desembarque do pescado, balneário Chico Periquito, figura 02 A e Porto de Juacema, figura 02 B, pontos de pesca considerados expressivos pelas comunidades ribeirinhas locais. Figura 02 - A. Porto de Juacema Sobradinho-BA. B. Balneário Chico Periquito A B Fotos: AMARAL,

22 2.2 COLETA DE DADOS A amostragem foi do tipo não-probabilística intencional na qual foram pré-definidos os entrevistados (SPATA 2005, ALBUQUERQUE et al., 2014), exclusivamente pescadores, com idade mínima estabelecida de 18 anos. Através da aplicação de questionário semiestruturado e de entrevistas gravadas, foram obtidas informações sobre a distribuição da fauna ictiológica, dos petrechos utilizados na pesca e das condições ambientais e culturais nas comunidades ribeirinhas. Cada entrevista teve duração média de 30 minutos, totalizando aproximadamente 15 horas de gravação. A análise qualitativa das informações foi realizada através da interpretação dos discursos dos entrevistados, buscando sempre que possível, justapor o modelo percebido (conhecimento etnoecológico) ao modelo operacional (conhecimento científico) (MOURÃO; NORDI, 2003). No intuito de preservar a identidade dos entrevistados, foram mencionados nomes fictícios nas falas transcritas neste artigo. 2.3 IDENTIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES As espécies foram coletadas nos portos de desembarque do pescado e levadas para identificação científica, por especialistas no Laboratório de Piscicultura do Instituto Federal do Sertão Pernambucano, campus Petrolina Zona Rural. Após a identificação taxionômica definida, realizada de acordo com os autores Barbosa et. al., 2017; Britski et. al., 1998 e Reis et. al., 2003, os peixes foram taxidermizados e tombados como os primeiros exemplares da Coleção Ictiológica do rio São Francisco, do IF Sertão Pernambucano. 2.4 ANÁLISE DE DADOS A partir da percepção dos pescadores entrevistados, os dados foram analisados quali-quantitativamente, segundo o modelo de união das várias competências individuais (HAYS, 1976, MARQUES, 1991), no qual todas as 22

23 informações obtidas são consideradas, registrando as representações das percepções locais, empregando-se a abordagem êmica (STURTEVANT, 1964). Matrizes de incidência (presença/ausência) das espécies de peixes citadas foram elaboradas para cada ponto de coleta, com auxílio do Microsoft Excel. A partir destas matrizes, foi utilizado o software Past para análise estatística das informações obtidas. Os índices de diversidade foram utilizados para combinar, a riqueza de espécies e a uniformidade ou equidade na distribuição da citação dos informantes para cada espécie, utilizando o índice de diversidade de Shannon (H ): H = -, onde pk é a proporção da espécie k na amostra. E a uniformidade das espécies de animais citados pelos informantes amostrados foi calculada pelo índice de Pielou (J ): J = H /H max (Ludwing; Reynolds 1988), onde H max é o logaritmo neperiano do número total de espécies de animais citados pelos informantes. A similaridade entre as espécies de peixes citadas nas duas localidades, foi examinada através do índice de Sorensen, aplicando-se a fórmula Ss = 2a/(2a + b + c). Para verificar se existe relação entre a idade dos entrevistados com a riqueza de espécies citadas por cada pescador, foi utilizada a Correlação de Spearman (CORDER e FOREMAN, 2009), calculado também através do software Past. Para todas as análises, o nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05). Foi elaborada uma Curva do Coletor, construída através da acumulação do número de espécies de peixes citadas pelos informantes durante o período de estudo. A curva de coletor permite avaliar o quanto um estudo se aproxima de capturar todas as espécies da área estudada. Para estimar a riqueza total de espécies de peixes dimensionadas para a área investigada, utilizou-se Colwell e Coddington (1994). Além disso, para determinar a suficiência amostral de animais citados, os estimadores não paramétricos de riqueza Jackknife1, Jackknife2, Bootstrap, Chao2 (com a fórmula do viés corrigido), e ICE, foram calculados pelo programa Past (COLWELL, 2013). Esses estimadores utilizados na amostragem são recomendados para estudos etnozoológicos, uma vez que são estimadores baseados em dados de matriz de incidência (dados de presença/ausência), tornando possível estimar a 23

24 riqueza das espécies exploradas a partir de dados coletados por entrevistas (ALVES, 2012; SANTOS et al., 2016). O número de espécies citadas, equivalente à curva de acumulação de espécies, também foi calculado pelo programa. Este dado foi incluído nas análises como uma linha base para a comparação do desempenho em relação aos estimadores. 2.5 ASPÉCTOS ÉTICOS E LEGAIS A autorização para o acesso ao conhecimento tradicional foi obtida a partir do Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer Nº ). Ao início de cada entrevista foi solicitada a permissão dos entrevistados para o registro das informações através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Termo de Autorização para o Uso de Imagem. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 PERFIL SOCIOECONÔMICO Os dados foram coletados no período compreendido entre os meses de novembro de 2017 e junho de 2018, através de um universo amostral encontrado com 24 pescadores (21 homens e 3 mulheres), onde 13 foram entrevistados no Balneário Chico Periquito, à jusante da barragem, e 11 no Porto de Juacema, localizado à montante. Foi registrada uma maior participação de homens, o que caracteriza a pesca como sendo uma atividade predominatemente masculina. A participação da mulher, está mais voltada para as atividades ligadas ao beneficiamento e comercialização do pescado. A idade dos entrevistados variou entre 18 e 73 anos, tabela 01, com faixa etária de maior representatividade entre 44 e 60 anos (58,4%). 100% dos entrevistados afirmam ser filhos de pescadores artesanais demonstrando a transmissão vertical do conhecimento (CAVALLI-SFORZA; FELDMAN, 1981). Durante a realização das entrevistas, um pescador relembra seu primeiro contato com a pesca ainda na infância:j 24

25 Meus pais contavam que me levavam pro rio, dentro de uma canoa. O véi amarrava a rede na cintura tarrafiando, mas eu já andava dentro da canoa, malinando no peixin que caia. Nasci e me criei pescando! (Pescador A, 59 anos). A Correlação de Spearman s rs, apresentou valor igual a 0,627, comprovando que quanto maior é a idade do entrevistado, maior é a quantidade de espécies citadas. Esta informação demonstra que as pessoas mais velhas das comunidades estudas, detêm um maior conhecimento etnoictiológico acerca das espécies do rio São Francisco. As informações relacionadas à escolaridade demonstraram ainda que a maioria dos pescadores possui ensino fundamental incompleto (59%), em relação à renda mensal proveniente da pesca, a maior parte dos entrevistados (79%) afirmou obter valores abaixo de um salário mínimo, tabela 01, razão que tem levado a procura de atividades complementares, tais como a agricultura. Tabela 01: Dados socioeconômico dos pescadores artesanais entrevistados (n=24) nas áreas pesquisadas (Balneário Chico Periquito e Porto de Juacema, Sobradinho, Bahia, Brasil). 25

26 Constatou-se que cerca de 80% dos pescadores vivem exclusivamente da pesca, revelando a importância da qualidade ambiental e estabilidade dos estoques pesqueiros para manutenção desta atividade, que se caracteriza, tanto como uma profissão quanto como um modo de vida e expressão cultural (FREITAS; NOGUEIRA, 2015). 3.2 RIQUEZA DE ESPÉCIES Foram citadas durante as entrevistas 17 espécies frequentemente capturadas e 7 que se tornaram de difícil captura ao longo do tempo, totalizando 24 espécies nos dois pontos de coleta, todas de valor comercial. Os Estudos anteriores revelam que a ictiofauna da bacia do rio São Francisco é composta por 32 famílias, 110 gêneros e 241 espécies, pertencentes a sete ordens: Clupeiformes, Characiformes, Siluriformes, Gymnotiformes, Cypriniformes, Sinbranchiformes e Perciformes (BARBOSA, et. al., 2017). Dentre as espécies listadas por Barbosa et. al. (2017), foram citados 22 peixes, tabela 02, importantes comercialmente nas comunidades estudadas. Tabela 02: Espécies de peixes de importância comercial para os pescadores artesanais do Balneário Chico Periquito e Porto de Juacema, Sobradinho, Bahia, Brasil. Espécie Família Nome Vulgar Estatus Bagropsis reinhardti (Lütken, 874) Pimelodidae Mandi Nativa Brycon hilarii (Valenciennes, 1850) Characidae Matrinxã Nativa Cyprinus carpio (Linnaeus, 1758) Cyprinidae Carpa comum Exótica Cephalosilurus fowleri (Hasemann, 1911) Pseudopimelodid ae Pacamã Endêmica Cichla ocellaris (Bloch & Schneider, 1801) Cichlidae Tucunaré Exótica Colossoma macropomum (Cuvier, 1816) Characidae Tambaqui Exótica 26

27 Conorhynchus conirostris (Valenciennes, 1840) Franciscodoras marmoratus (Reinhardt, 1874) Pimelodidae Pirá Endêmica Doradidae Caboge Endêmica Hoplias microcephalus (Agassiz, 1829) Erythrinidae Traíra Nativa Leporinus elongatus (Valenciennes, 1850) Anostomidae Piau verdadeiro Leporinus reinhardti (Lütken, 1875) Anostomidae Piau cabeçudo Endêmica Nativa Leiarius marmoratus (Gill, 1870) Pimelodidae Jundiá Exótica Metynnis maculatus (Kner, 1860) Characidae Pacu Nativa Oxydoras niger (Valenciennes, 1821) Doradidae Cari Nativa Pachyurus francisci (Cuvier, 1830) Sciaenidae Corvina Endêmica Prochilodus argenteus (Spix & Agassiz, 1829) Prochilodontidae Curimatá Endêmica Pimelodus maculatus (Lacepède, 1803) Pimelodidae Mandi amarelo Nativa Pseudoplatystoma coruscans (Spix & Agassiz, 1829) Pimelodidae Surubim Nativa Pygocentrus nattereri (Kner, 1858) Serrasalmidae Piranha vermelha Pygocentrus piraya (Cuvier, 1819) Serrasalmidae Piranha amarela Nativa Nativa Salninus franciscanus (Lima & Britski, 2007) Characidae Dourado Nativa Serrasalmus brandtii (Lütken, 1875) Serrasalmidae Piranha branca Nativa As espécies relatadas como as de maior abundância na pesca, figura 03, no Balneário Chico Periquito foram respectivamente o pacu (54%), a curimatã (50%) e a piranha vermelha (38%). Já no Porto de Juacema as 27

28 espécies correspondentes foram na sequência o tambaqui (29%), o tucunaré (25%) e a piranha vermelha (21%). Foram identificadas em laboratório as espécies coletadas nos pontos de desembarque do pescado: Piranha vermelha, piranha branca, piau verdadeiro, piau cabeçudo, curimatã, tilápia, cari, mandi, pescada, tambaqui, caboge e pacu. Figura 03. Espécies de peixes capturadas na pesca realizada no Balneário Chico Periquito e no Porto de Juacema. Para a comunidade do Balneário Chico Periquito, a quantidade de animais citados (N = 13) foi plotada numa curva de acumulação de espécies (ou curva do coletor). Esta apresentou tendência progressiva à estabilização, indicando um aumento expressivo no número de espécies citadas pelos informantes a partir da entrevista realizada, figura 04. Figura 04 Curva acumulativa das espécies de peixes citadas pelos informantes de Balneário Chico Periquito. Dados registrados no período de junho de 2017 a novembro de

29 Provavelmente um aumento no número de amostras pode ampliar a possibilidade de se inventariar grande parte das espécies de peixes conhecidas e utilizadas pelos pescadores da comunidade investigada. O maior valor dos estimadores de riqueza corresponde a 26,59 (ICE), com valores intermediários de 21,64 (Bootstrap) e 25,46 (Jack 1), figura 05, para os treze informantes entrevistados nesse estudo. Esses índices sugerem que entre 72% a 88% da fauna cinegética presente na área estudada foi efetivamente amostrada. Figura 05 Curva de acumulação de espécies de peixes citados pelos informantes do Balneário Chico Periquito. Dados registrados no período de junho de 2017 a novembro de Dados referentes ao desempenho dos estimadores de riqueza de espécie de peixes citados (ICE, Bootstrap; Jackknife1). No Porto de Juacema a quantidade de espécies citadas (N = 11) pela comunidade foi igualmente plotada numa curva de acumulação de espécies (ou curva do coletor). De forma similar à Comunidade do Balneário Chico Periquito, também apresentou tendência progressiva à estabilização, figura

30 Figura 06 Curva de acumulação de espécies de peixes citados pelos informantes do Porto de Juacema. Dados registrados no período de junho de 2017 a novembro de Dados referentes ao desempenho dos estimadores de riqueza de espécie de peixes citados (ICE, Chao2, Bootstrap; Jackknife1). Quantos aos estimadores de riqueza, variaram entre 27,36 (Jack 1) e 27,36 (ICE), com valores intermediários de 23,98 (Bootstrap) e 24,82 (Chao 2) (Figura 07), para os treze informantes entrevistados nesse estudo. Esses índices sugerem que entre 77% a 88% da fauna cinegética presente na área estudada foi efetivamente amostrada. Figura 07 Curva de acumulação de espécies de peixes citados pelos informantes do Porto de Juacema. Dados registrados no período de junho de 2017 a novembro de Dados referentes ao desempenho dos estimadores de riqueza de espécie de peixes citados (ICE, Chao2, Bootstrap; Jackknife1). 30

31 O índice de diversidade Shannon (H ) apresentou os valores 2,58, para o Balneário Chico Periquito e 2,85 para Porto de Juacema. Já o de uniformidade Pielou (J ) apresentou valores acima de 0,7 nas duas localidades, com valores correspondentes a 0,87 para o Balneário e 0,90 para o Porto de Juacema. A partir desta informação é possível perceber que as espécies citadas pelos pescadores foram bem distribuídas durante as entrevistas. De acordo com Silva (2014) é um caminho mais árduo, porém de efetivos resultados, considerar nas estatísticas, a diversidade cultural e saberes tradicionais das comunidades pesqueiras, o que facilita as coletas de dados contínuos e de qualidade sob a perspectiva das comunidades pesqueiras. 3.3 SIMILARIDADE DE ESPÉCIES ENTRE AS COMUNIDADES Considerando as espécies de peixes mencionadas nas comunidades ribeirinhas pesquisadas, a análise de similaridade gerada através da aplicação do índice de Sorensen (1948) apresentou uma similaridade de Ss = 0.857, demonstrando que as comunidades são caracteristicamente similares, apresentando considerável sobreposição de espécies. 3.4 ESCACEZ DE ESPÉCIES O desparecimento de espécies nativas da bacia do rio São Francisco tem gerado grande preocupação para famílias ribeirinhas que sobrevivem exclusivamente da pesca. Através do levantamento ictiofaunístico realizado por entrevistas desta pesquisa, foram citadas 10 espécies de peixes, tabela 03, de valor comercial representativo. 31

32 Tabela 03: Espécies de peixes mais escassas no Balneário Chico Periquito e no Porto de Juacema, Sobradinho, Bahia, Brasil. Espécie Família Nome Vulgar Estatus Brycon hilarii (Valenciennes, 1850) Characidae Matrinxã Nativa Cephalosilurus fowleri (Hasemann, 1911) Pseudopimelodidae Pacamã Endêmica Conorhynchus conirostris (Valenciennes, 1840) Pimelodidae Pirá Endêmica Salninus franciscanus (Lima & Britski, 2007) Characidae Dourado Nativa Leiarius marmoratus (Gill, 1870) Pimelodidae Jundiá Exótica Pachyurus francisci (Cuvier, 1830) Sciaenidae Corvina Endêmica Pseudoplatystoma coruscans (Spix & Agassiz, 1829) Pimelodidae Surubim Nativa Prochilodus argenteus(spix & Agassiz,1829) Prochilodontidae Curimatá Endêmica Além dos peixes apresentados na tabela, as espécies Cari-fofo e Cari Xique-xique também foram citadas pelos pescadores. Não foi possível, a partir da descrição das etnoespécies a identificação taxonômica destas. Durante a entrevista, um dos entrevistados comenta sobre o desaparecimento de algumas espécies: Depois do Pirá foi a matrinxã, depois da matrinxã foi o pocamão, porque ele é peixe mesmo locado. Cruvina foi de não pegar mais de jeito nenhum, ela ficou na área do pirá, agora só que já está aparecendo algumas, não sei se foi repovoado, que nem eles chama...agora esse peixe ficou em extinção total. (Pescador B, 54 anos) As espécies que se tornaram mais escassas, citadas pelos pescadores, foram na sequência o Pirá, o Surubim e o Dourado. Esta informação corrobora 32

33 com os estudos de Freitas e Nogueira (2015), acerca da pesca artesanal e do estoque pesqueiro no Cânion do rio São Francisco, onde estas espécies também foram elencadas pelos pescadores como as que se tornaram mais raras nos últimos anos. Na transcrição da fala de uma pescadora entrevistada no Porto de Juacema é possível perceber o difícil contato dos pescadores com uma dessas espécies. Por aqui não tem pirá, nesse rio não tem pirá. pirá não pega não, não existe. Eu acho que eu nunca vi um pirá. Será que eu já vi um pirá? (Pescadora A, 33 anos) A curimatã relatada como em situação de sobrepesca, para pescadores que exercem a atividade no lago de Sobradinho. Embora seja uma das espécies mais abundantes da atividade pesqueira à jusante da barragem (balneário Chico Periquito), de acordo com o conhecimento etnoictiológico local, o estoque de curimatã à montante é praticamente inexpressivo. Este fato provavelmente deve estar associado à modificação do hábitat natural, causado pelo barramento do rio. Situação semelhante ocorre com a espécie pacu, que apesar de ser a espécie mais capturada à jusante da barragem, não foi citada por nenhum dos entrevistados no porto de Juacema. A não ocorrência dessas espécies, pode estar associada à alimentação e as modificações provocadas no leito do rio. Casé et. al (2016), afirmam em seu estudo que a modificação na condição do rio, de um ambiente lótico, onde as águas apresentam movimento unidirecional constante, com grande volume de água acumulado, influencia as espécies que vivem naquele ambiente e como consequência ocorrem alterações na qualidade de água e na disponibilidade de alimento na teia alimentar. Está possibilidade também é percebida no discurso do pescador: Cada um tem uma sabedoria. É porque pra minha sabedoria, que eles pra nós aqui acabou porque eu acho que ele é peixe de água doce corrente, na minha sabedoria...barraram o rio e o peixe procurou águas correntes mais em cima, porque no meu conhecimento, lá pra cima ainda pega Pirá na Pirapora, pega esses tipos de peixe que eu estou dizendo... (Pescador C,62 anos). 33

34 3.5 TÉCNICAS DE PESCA Os petrechos mais utilizados, figuras 08 A, B, C e D, de acordo com os pescadores, são anzóis, tarrafa, rede de espera, espinhel, arpão, armadilhas e a rede de caceia. Os equipamentos e utensílios usados na pesca, divergem nas duas localidades, em razão da dinâmica dos ambientes lacustres. No Porto de Juacema onde a atividade extrativa é realizada nas águas do lago de Sobradinho, a pesca é caraterizada pela utilização da rede de espera, devido à dinâmica lêntica da água represada. Já no Balneário Chico Periquito, a tarrafa é o petrecho mais utilizado. A pesca com espinhel ocorre simultaneamente nos dois lugares, em função da captura da piranha, um dos peixes mais abundantes da região. Figura 08. (A) Anzol, (B) Tarrafa, (C) Rede de espera e (D) Espinhel Corda de Piranha A B C D Fotos: AMARAL, 2018 Entre os meses de novembro a fevereiro, período da Piracema, a pesca é realizada com o uso de anzóis, pois corresponde ao período reprodutivo das espécies de peixes nativas da bacia do rio São Francisco. Neste período, a Portaria Ibama n 50, de 5 de novembro de 2007, proíbe a pesca, de qualquer categoria, modalidade e petrecho, até mil metros a montante e a jusante das 34

35 barragens de reservatórios de usinas hidrelétricas, cachoeiras e corredeiras (BRASIL, 2007). Na figura 09 está representada a intensidade de uso dos petrechos de pesca nas duas comunidades estudadas, demonstrando a grande empregabilidade do anzol, a caracterização da pesca com rede de espera no Porto de Juacema e a intensidade do uso da tarrafa no Balneário Chico Periquito. Figura 09. Petrechos de pesca utilizados pelas comunidades do Balneário Chico Periquito e Porto de Juacema. Quanto ao tipo de embarcação, são utilizados pequenos barcos a motor (70%) ou a remo (30%), figura 10 A e B, que de acordo com a definição de pesca artesanal descrita na Lei /09, que dispõe sobre a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável na Aquicultura e Pesca, representa uma das caraterística desta atividade Figura 10. (A) Canoas atracadas no Balneário Chico Periquito (B) Barco a motor na Juacema A B V Fotos: AMARAL,

36 3.6 CONFLITOS TERRITORIAIS E RUPTURAS NA PESCA ARTESANAL De acordo com os pescadores entrevistados, a expansão da agricultura irrigada na região, tem levado nos últimos anos a desapropriação de famílias ribeirinhas de suas terras e a privatização de ilhas. No relato de um dos pescadores são percebidas estas modificações: Você chega lá e as ilhas são tudo cercadas. Aí os caras vai, compra duas frentes de roça na beira do rio, manda desmatar, deixa aquele limpão e manda fazer uns barquinhos lá, só para a família passar dois dias de lazer. Faz uma rampa pra descer uma lancha, um jet-ski, pronto...aí você encosta lá? Coloca até cerca elétrica (Pescador D, 42 anos) As disputadas territoriais estão também associadas a ocupação das margens da represa pelo desenvolvimento da piscicultura na região e ao mercado para o escoamento do pescado. Para os pescadores o peixe deixou de circular, porque agora tem o peixe de criatório (Pescador E, 52 anos). Situação semelhante foi observada por Oliveira (2008) na Comunidade de pescadores artesanais do Povoado Resina, em Brejo Grande-SE, onde a maioria dos pescadores apresenta uma oposição à atividade da piscicultura, quase que radical, considerando principalmente a atividade como invasora dos territórios tradicionais e das áreas de pesca das comunidades Durante as conversas informais proporcionadas por este estudo, não foi registrado nenhum indício de rivalidade entre os pescadores das duas localidades. O rio é um bem comum e tem peixe pra todos (Pescador F, 49 anos). 3.7 IMPACTOS AMBIENTAIS No que se refere aos impactos ambientais, as comunidades apontam problemas relacionados a interferência na cadeira produtiva da pesca gerada pelo avanço do agronegócio na região. O desmatamento da mata ciliar e de 36

37 grandes áreas próximas ao rio e a desapropriação de ribeirinhos para dar lugar às atividades voltadas à agricultura, intensificaram tais impactos nas comunidades. De acordo com a opinião de um dos pescadores entrevistados o desmatamento tem causado a redução dos abrigos dos peixes, ambientes que são favoráveis à reprodução das espécies. O peixe dentro da madeira, dentro do habital dele é difícil você colher ele né? Que ele tá protegido. Essa desmata aí para a agricultura, pro peixe foi um dos fatores pior. (Pescador F, 46 anos) Associado aos cultivos das atividades agrícolas está o uso excessivo de agroquímicos que são carreados para o rio por lixiviação, contaminando a água e impactando diretamente os peixes e os moradores das localidades. Estudos sobre o impacto de agroquímicos em peixes, expõem os problemas causados pela exposição de carpas, jundiás e bagres a agroquímicos, atestando que as alterações bioquímicas geradas nesses animais, tais como a redução no glicogênio e glicose muscular e aumento destes parâmetros no fígado, é uma resposta comum do estresse em peixes ao contato com substâncias poluentes (CAPATII e BALDISSERATTO, 2009), Eu acho que o veneno matou muito filhote de peixe. Acho que pra mim foi o que mais prejudicou. Jogando veneno ai todo dia, não foi por mês não, foi todo dia, aí a água vinha e cobria tudo, chega ficava aquela nata véia, quem nem chama, aquela espuma de veneno...aí o peixe não tem como sobreviver! (Pescador G, 53 anos). O gerenciamento dos resíduos do pescado ainda representa um problema a ser solucionado nas comunidades. O descarte incorreto das vísceras e subprodutos do pescado pode gerar sérios impactos ao ecossistema. Sipaúba-Tavares et al. (2008) afirmam que o descarte de resíduos nos recursos hídricos gera um aumento significativo na concentração de fósforo e nitrogênio, bem como um decréscimo da concentração de oxigênio dissolvido, que é essencial para a manutenção da vida aquática. 37

38 Até hoje nós não tem um lixo para o resíduo do peixe. Dizem que uma gota de gordura contamina 14 mil litros de água. Agora imagine toneladas e toneladas do fato do peixe que a gente abre e joga lá porque não tem recolhimento, não tem serventia. Tem serventia, mas não tem como utilizar. O biodiesel pode ser uma ajuda através dessas gorduras, juntada na região no rio todo, porque já deixava de poluir o rio. Nós mesmo polui, porque não tem como absorver aquele lixo. (Pescador H, 40 anos). 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A cidade de Sobradinho concentra uma quantidade significativa de pescadores da região do Vale do São Francisco, que tem sido símbolo de luta e de resistência ao longo dos anos. Mesmo com a desapropriação de milhares de pessoas, causada pela formação do lago de Sobradinho, originado pela construção da Hidrelétrica, as comunidades ribeirinhas que restaram, passaram a retirar também o seu sustento das águas represadas. O maior problema registrado por este estudo, está na escassez, cada vez maior de espécies de peixes de importância comercial, impulsionada pela modificação do ecossistema e dos impactos gerados pela agricultura e pelo regime de chuva dos últimos anos. Mesmo em meio às dificuldades, as comunidades ribeirinhas preservam um grande acervo cultural acerca da pesca artesanal. O conhecimento acumulado e repassado pelas gerações lhes permitiu dominar com propriedade as artes de pesca e conhecer caraterísticas da natureza, tais como as espécies de peixes, os aspectos reprodutivos destes animais, sua localização na coluna d água e hábitos alimentares. Estes saberes também têm sido responsáveis pela conservação das espécies e preservação do meio ambiente, tendo em vista que para o pescador o rio, na maioria das vezes, representa para ele a extensão do seu ser. As informações sobre a pesca, obtidas através do conhecimento tradicional das comunidades estudadas são fundamentais para subsidiar a gestão e o manejo dos recursos naturais locais. 38

39 Caracterizar e conhecer o cenário da pesca, nos permite fazer uma análise contextualizada dos desafios e oportunidades que garantirão o futuro da atividade extrativista e das comunidades ribeirinhas do Município de Sobradinho-BA. 5 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, U. P., CRUZ DA CUNHA, L. V. F., LUCENA, R. F. P., ALVES, R. R. N. (eds.) (2014). Methods and Techniques in Ethnobiology and Ethnoecology. Springer Protocols Handbooks. 480p. ALVES, R. R. N., Relationship between fauna and people and the role of ethnozoology in animal conservation. 2012; 1:1-69 AMOROZO, M. C. de M. & R. B. Viertler A abordagem qualitativa na coleta e análise de dados etnobotânicos, in Métodos e técnicas na pesquisa etnobotânica. Editado por U. P. de Albuquerque, R. F. P. de Lucena e L. V. F. C. da Cunha, pp São Paulo: UNESP BARBOSA, J. M. et al. Perfil da ictiofauna da bacia do rio São Francisco/Profile of the fish fauna of the São Francisco river basin. Acta of Fisheries and Aquatic Resources, v. 5, n. 1, p , BARROS, F. B. Etnoecologia da Pesca na Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio Terra do Meio, Amazônia, Brasil. Revista de Antropologia, v.4, n.2, BEGOSSI, A.; GARAVELLO, J.C. Notes on the ethnoichthyology of fishermen from the Tocantins River (Brazil). Acta Amazônica, 20: , BRASIL. Portaria Ibama n 50, de 5 de novembro de 2007 BRASIL. Lei de junho de Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável na Aquicultura e Pesca. BRITSKI, H.A., SATO, Y. & ROSA, A.B.S Manual de identificação de peixes da região de Três Marias (com chaves de identificação para os peixes 39

40 da bacia do São Francisco). Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco CODEVASF, Brasília. CASÉ, M. SOUZA, S. M. L.; SILVA, T. A. Comunidades planctônicas em reservatórios do submédio São Francisco. Em: Ecologia e Biodiversidade do Semiárido Nordestino. V. II, ed. Oxente. Paulo Afonso, CAPATTI, C. E.; GARCIA, L. O.; BALDISSEROTTO, B. Uma importante revisão sobre o impscto de agroquímicos da cultura de arroz em peixes. Rev. Biota Neotrop. v CAVALLI-SRORZA, L. L.; FELDMAN, M. W. Cultural Transmission and Evolution. Princeton University, 1981, 388 p. CHAO, A Non-parametric estimation of the number of classes in a population. Scandinavian Journal of Statistics 11: COSTA NETO, E. M A cultura pesqueira do litoral norte da Bahia: Etnoictiologia, desenvolvimento e sustentabilidade. Salvador: Ed EDUFBA; Maceió. 159 pp. CORDER, G. W. FOREMAN D. I. Nonparametric Statistics for Non Statisticians New Jersey: John Wiley and Sons, Inc. COLWELL, R. K.; CODDINGTON, J. A. Estimating terrestrial biodiversity. Phil. Trans. R. Soc. Lond. B (1994) DIEGUES, A. C. S & ARRUDA, R. S. V. (2001) Saberes Tradicionais e Biodiversidade no Brasil. Brasília: Ministério do Meio Ambiente. São Paulo: USP, 176p. FREITAS, L. O.; NOGUEIRA, E. M. S. A pesca artesanal e o estoque pesqueiro no cânion do rio São Francisco, Nordeste do Brasil. Anais do V Workshop rio São Francisco: Cultura, identidade e desenvolvimento Novos olhares sobre o semiárido HAYS, T. E. Na empirical method for the identification of covert categories in Ethnobiology. American Ethnologist, v.3, p ,

41 LATINI O.A.; PETRERE M.JR.; (2004). Redution of a native fish fauna by alien species: an example from Braslian fresh-water tropical lakes. Fish Management Ecology 11(2): LUDWIG, J.A. and REYNOLDS, J.F. (1988) Statistical Ecology: A Primer on Methods and Computing. Wiley, New York, MARQUES, J. G. W Aspectos ecológicos na etnoictiologia dos pescadores do complexo estuarino-lagunar de Mandaú Manguaba, Alagoas. Tese de Doutorado, Instituto de Biolgoia, UNICAMP, Campinas (SP). 285pp. MARQUES, J.G. W Pescando pescadores: etnoecologia abrangente no baixo São Francisco. NUPAUB. São Paulo.250 pp. MARQUES, J. G. W Pescando Pescadores: Ciência e Etnociência em uma Perspectiva Ecológica. 2ª ed. São Paulo. MASSENA, F. S.; RAMOS, F. L.; TREVIZA, D. P., WIBELINGER, L.M. Etnoictilogia dos Pescadores artesanais da Vila de Cachoeira, Ilheus BA. Rev. Bras. Eng. Pesca. 7 (n): 32 44p., ISSNe MENDES. E. Sobradinho: 40 anos da promessa ao vazio. Em Barrando Barragens: O início do fim das hidrelétricas. Ed. SABEH, Paulo Afonso, MOURÃO, J. S.; NORDI, N. Etnoictiologia de pescadores artesanais do estuário do rio Mamanguepe, Paraíba, Brasil. B. Inst. Pesca, São Paulo, 29 (1): 9-17, OLIVEIRA, T. R. A. Peixes, Gentes e Territórios Tradicionais no Submédio e Baixo São Francisco: uma discussão com base na Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil, in Revista Ouricuri/Universidade do Estado da Bahia UNEB. Núcleo de Estudos em Povos e Comunidades Tradicionais e Ações Socioambientais NECTAS. (Org. Juracy Marques e Eliane Maria de Souza Nogueira). Paulo Afonso: Fonte Viva, RAHEL F.J.; (2000). Homogenization of fish faunas across the United States. Science 288:

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43 Artigo publicado na Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales 43

44 Octubre ISSN: ASPECTOS SOCIOAMBIENTALES DE LA PESQUERÍA ARTESANAL BRASILEÑA: UN ENFOQUE DE LAS LITERATURAS ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS DA PESCA ARTESANAL BRASILEIRA: UMA ABORDAGEM DAS LITERATURAS BRAZILIAN ARTISANAL FISHERIES SOCIO-ENVIRONMENTAL ASPECTS: A LITERATURE APPROACH Daniel Ferreira Amaral 1 Universidad del Estado de Bahía Instituto Federal de Educación Sertao de Pernambuco daniel.amarall@outlook.com Carlos Alberto Batista Santos 2 Universidad del Estado de Bahía cacobatista@yahoo.com.br Tamara Almeida e Silva 3 Universidad del Estado de Bahía tamaraalmeidas@yahoo.com.br Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato: Daniel Ferreira Amaral, Carlos Alberto Batista Santos y Tamara Almeida e Silva, (2017): Aspectos socioambientales de la pesquería artesanal brasileña: un enfoque de las literaturas, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (octubre-diciembre 2017). En línea: RESUMEN La pesca ha sido practicada por el ser humano a lo largo de la historia como actividad 1 Discente del Programa de Postgrado en Ecología Humana y Gestión Socioambiental, Universidad del Estado de Bahia, Departamento de Tecnología y Ciencias Sociales, Campus III, Juazeiro, Bahía. Ingeniero de Pesca. Profesor del Instituto federal de educación Sertão Pernambucano, campus Zona Rural. 2 Docente e Coordenador del Programa de Postgrado en Ecología Humana y Gestión Socioambiental, Universidad del Estado de Bahia, Departamento de Tecnología y Ciencias Sociales, Campus III, Juazeiro, Bahía. Doctor en Etnobiología y Conservación de la Naturaleza. Biólogo. Actúa en las áreas de Educación, Etnobiología, Etnoecología y Etnozoología. Líder del Grupo de Investigación en Etnobiología y Conservación de los Recursos Naturales. 3 Docente del Programa de Postgrado en Ecología Humana y Gestión Socioambiental, Universidad del Estado de Bahia, Departamento de Educación, Campus VIII, Paulo Afonso, Bahía. Doctora en Oceanografía. Ingeniero de Pesca. actúa en el área de Oceanografía, con énfasis en Oceanografía Biológica. Actuando principalmente en los siguientes temas: arrecifes de coral, estuario, zooplancton, demersal, trap light.

45 socioeconómica, asegurando su reproducción social y supervivencia como fuente de empleo e ingresos, actuando en la comercialización, fabricación y la industria, y además como moneda de cambio en otros productos esenciales a su supervivencia y alimentación. La explotación de los recursos pesqueros, más allá de la capacidad del ecosistema y el proceso de degradación del ecosistema hídrico vienen despertando preocupación en las autoridades y en la sociedad. La realidad socioeconómica de los pescadores y las condiciones ambientales de la región también se refleja en el desempeño de la actividad pesquera. Este artículo académico pretende demostrar los principales aspectos socioeconómicos de la pesca en pequeña escala en Brasil y las prácticas insostenibles que afectan directamente o indirectamente a las comunidades ribereñas. La encuesta ha sido realizada a través de una revisión de la literatura que se constituye en un resumen de toda la bibliografía publicada hasta ahora. A la luz de la cuestión socioambiental, los estudios han demostrado la existencia de conflictos en función del desarrollo de las actividades económicas perjudiciales a la actividad pesquera. Palabras clave: Impactos ambientales, Ecosistemas acuáticos, Pescadores artesanales, Cultura, Sociedades tradicionales, Semiárido nordestino, Etnobiología, Etnozoología, Etnoictiología. ABSTRACT Fishing is carried out by man throughout history as a socioeconomic activity, ensuring its social reproduction and survival, as a source of employment and income, acting in the commercialization, confection and industry, and as a currency of exchange in other products essential to its survival and feeding. The exploitation of fishery resources beyond the ability to sustain the ecosystem and the process of degradation of water ecosystems has been raising concerns in the authorities and in society. The socioeconomic reality of the fishermen and the environmental conditions of the area are also reflected in the performance of the fishing activity. The present article aims to present the main socioeconomic aspects of Brazilian artisanal fishing and unsustainable practices, which affect directly or indirectly the riparian communities. The research was carried out through a literature review that constitutes a collection of all published bibliography. In the light of the socio-environmental question, the studies demonstrated the existence of conflicts due to the development of economic activities that are detrimental to the artisanal fishing activity. Keywords: Environmental impacts, Aquatic ecosystems, Artisanal fishermen, Culture, Traditional Societies, Northeastern Semiarid, Ethnobiology, Ethnozoology, Ethnoictiology. RESUMO A pesca é exercida pelo homem ao longo da história como atividade socioeconômica, assegurando sua reprodução social e sobrevivência, como fonte de emprego e renda, atuando na comercialização, confecção e indústria, e como moeda de troca em outros produtos essenciais a sua sobrevivência e alimentação. A exploração dos recursos pesqueiros além da capacidade de sustentação do ecossistema e o processo de degradação dos ecossistemas hídricos vêm despertando preocupações nas autoridades e na sociedade. A realidade socioeconômica dos pescadores e as condições ambientais da área também se reflete no desempenho da atividade pesqueira. O presente artigo tem como objetivo apresentar os principais aspectos socioeconômicos da pesca artesanal brasileira e as práticas insustentáveis, que afetam direta ou indiretamente as comunidades ribeirinhas. A pesquisa foi realizada através de uma revisão de literatura que se constitui de um apanhado de toda bibliografia publicada. À luz da questão socioambiental, os estudos demonstraram a existência de conflitos em função do desenvolvimento de atividades econômicas prejudiciais a atividade de pesca artesanal. Palavras- chave: Impactos ambientais, Ecossistemas aquáticos, Pescadores artesanais, Cultura, Sociedades tradicionais, Semiárido nordestino, Etnobiologia, Etnozoologia, Etnoictiologia.

46 1 INTRODUCCIÓN Brasil ofrece condiciones favorables para el desarrollo de la pesca y la acuicultura, ya que cuenta con un litoral de 8,4 mil kilómetros, 5,5 millones hectáreas de tanques de agua dulce, 12% del agua dulce en todo el planeta, clima favorable, recursos disponibles y mano de obra relativamente barata (BRASIL, 2014). Según Rios y Germani (2011), la actividad pesquera asegura el mantenimiento de una dada sociedad, garantizando empleo e ingreso, y de esa manera la estructura de las comunidades de pesquería artesanal en Brasil tiene numerosas y complejas características que llevan en cuenta factores sociales, económicos y ambientales intrínsecos a cada ubicación (CARVALHO NETO; SILVA, 2015).a cada ubicación (CARVALHO NETO; SILVA, 2015). El modelo de pesquería artesanal de Brasil ha sido históricamente construido con la participación de la mano de obra de esclavos africanos, negros libertos y la pesca indígena de subsistencia, que dieran lugar a varias culturas costeras, a ejemplo de la caiçara, jangadeiro y de los azorianos. (DIEGUES, 1999). Hay varias definiciones para pesca artesanal; en este trabajo se asume la propuesta de Clauzet (2005), la cual define como aquella que en la captura y desembarque de toda clase de especies acuáticas, los trabajadores actúan solos y/o utilizan mano de obra familiar o no asalariado, explorando ambientes ecológicos situados en lugares cercanos de la región costera, con embarcaciones de poca autonomía, siendo la captura consumada a través de técnicas de reducido rendimiento relativo, con la producción destinada en su totalidad o en parte al mercado. Los pescadores están presentes oficialmente en el 60,6% de los municipios brasileños, que suman un total de profesionales inscritos en el Registro General de Pesca (RGP) en 2008, con la mayoría concentrada en las regiones norte y nordeste, seguidas de las regiones sureste, sur y centro-oeste respectivamente (ALENCAR y MAIA, 2011). Según Santana y colaboradores (2017), la explotación de los recursos pesqueros, además de la capacidad de soportar el ecosistema y el proceso de degradación de los ecosistemas hídricos vienen incitando las preocupaciones de las autoridades y de la sociedad, ya que interfieren en la generación de empleo e ingreso, debido al debilitamiento del sector, llevando a la reducción en el bienestar de quienes dependen de él. La consecuencia más grande de ambos reside en el agotamiento de la reserva de ciertas especies comerciales, hecho que alcanza a la dimensión futura reforzando la idea de que las acciones del presente deben ser sostenibles (POCHER et al., 2010), una vez que la realidad socioeconómica de los pescadores también se refleja en el desempeño da la actividad pesquera (SANTANA et al., 2014). Este artículo tiene como objetivo presentar los principales aspectos socioeconómicos de la pesca artesanal brasileña y las prácticas insostenibles que afectan directamente o indirectamente las comunidades ribereñas. 2 METODOLOGÍA La encuesta se ha realizada a través de una revisión de literatura, que según Marconi y Lakatos (2003) es un resumen de toda bibliografía publicada y puede considerarse el primer paso de toda la investigación. A través de referencias bibliográficas se ha analizada la pesca artesanal y las cuestiones socioambiental y económica. Se han hecho consultas a la base de datos informatizados de acceso a pesquisa de artículos en periódicos indexados en el portal informativo del Centro de Perfeccionamiento de Investigadores CAPES, Scielo y Google Académico, se utilizando las palabras clave: pesca, pesca artesanal y pescadores artesanales.

47 3 A PESCA ARTESANAL NO VALE DO RIO SÃO FRANCISCO El río San Francisco es el quinto mayor río de América del Sur, surgiendo en el alto bosque atlántico en el estado de Minas Gerais y que fluye por casi tres mil kilómetros hacia el Atlántico (OLIVEIRA y SOUZA, 2010), y el tercer mayor río en extensión de Brasil, estando totalmente localizada en territorio brasileño, abarcando los estados de Minas Gerais, y los estados del semiárido nordestino: Bahía, Pernambuco, Alagoas y Sergipe. La cuenca del San Francisco debido a sus características fisiográficas está dividida en cuatro ecorregiones: Alto, Medio, Submedio y Bajo San Francisco (GODINHO; GODINHO 2003). Destacamos aquí los escritos de Miranda-Ribeiro (1918), que describe diecisiete especies nuevas de peces brasileños con especies descritas para el semiárido y depositados en el Museo Paulista. En 1962, Eurico Santos en la obra titulada Piscis del agua dulce, describe la vida y costumbres de los peces de Brasil, en el sándwich con el primer tratado de zoología cultural, que se tiene registro. El libro Zoobiblion, el Libro de animales de Brasil, escrito por Wagener (1964), donde además de describir él registra a través de ilustraciones a nanquim, especies de peces del Nordeste brasileño. Paiva y campos en 1995, a través de la revisión literaria, dedican un capítulo del libro Fauna del Nordeste de Brasil, la actividad pesquera, los animales acuáticos y el ambiente de los ríos nordestinos. Los estudios sobre la tradición pesquera y la utilización de los recursos pesqueros por pueblos indígenas se desarrollaron en varias regiones del país. Melatti (1973), al estudiar al pueblo indígena Kraô, Oliveira (2000) en su texto sobre indios, monos y pez, donde describe las narrativas y memorias de intolerancia en la Amazonia contemporánea. Pezzuti y Chaves (2009), que presentan un trabajo etnográfico sobre el manejo de recursos naturales por los indios Deni en la Amazonia brasileña. Pompeu-Sobrinho (1937), describe la cultura y el uso de los recursos naturales por los indios Tremembés. (1995), que describe el modo de producción y el equipo productivo de los indios de las aguas negras del alto río Negro, dedicando un capítulo específico a las tecnologías de la pesca y la clasificación de los peces por esos pueblos. Salera-Júnior (2004), que se dedica en sus estudios a describir el arte de la caza y pesca entre los pueblos Karajá-Javaé de la Isla del Bananal, estado de Tocantins. Muchas encuestas se centran en los recursos pesqueros en el área de cobertura de la caatinga, a ejemplo de Campos de la Paz (1997), que elabora un trado de sistemática y taxonomía de los peces eléctricos de las cuencas de los ríos Paraguay, Paraná y San Francisco, Costa, (1989, 1998), ictiólogo, especialista en la familia Rivulidae, que hace la descripción de cinco nuevas especies de Rivulus de las cuencas de los ríos Paraná y San Francisco. Costa y Brasil (1990, 1991, 1993), que trabajan también con la descripción de especies de la familia Rivulidae en la cuenca del São Francisco. COSTA y colaboradores (1996, 2001), que amplían la información sobre la familia Rivulidae en esa misma región. Higuchi y colaboradores (1990), describen nuevos géneros de Siluriformes para San Francisco. Lucena y colaboradores (2002), que tejen comentarios sobre expediciones de recolección de fauna al Nordeste de Brasil. ROSA y colaboradores (2003), con su trabajo sobre la diversidad, patrones de distribución y conservación de los peces de la caatinga y Travassos (1960) que nos presenta un catálogo de los peces del valle del Río São Francisco. Algunas encuestas se centran en los recursos pesqueros en la región del Submarino San Francisco, como los trabajos desarrollados por Luz y colaboradores (2009), que estudian la estructura de la asamblea de peces de lagunas marginales desconectadas del río en la región del Submedio San Francisco en Pernambuco. Barbosa y Soares (2009), con un estudio preliminar del perfil de la ictiofauna de la cuenca del São Francisco. Oliveira y Souza (2010), con una evaluación de la trayectoria de la pesca artesanal en el subterráneo San Francisco y los estudios recientes de Santos y Alves (2016), en el que la pesca se aborda por medio de su relación con la cultura de los pueblos tradicionales indígenas, su conexión con los elementos de la naturaleza y con la etnoictiología, a través de la nomenclatura popular y de la utilización de los recursos pesqueros con diversas finalidades. Los pescadores tradicionales poseen informaciones importantes sobre la diversidad biológica local y conservan en sus experiencias de vida, la visión comunitaria y sagrada de la naturaleza, por lo que los ríos y los peces tienen un alto significado para ellos (SANTOS, ALVES, 2016), en este contexto, defendemos la hipótesis de que el mantenimiento de las costumbres relativas a la pesca tradicional (Figura 01)en el semiárido nordestino ha contribuido a la conservación del Río São Francisco y de la fauna acuática de la región.

48 Figura 01: Reparo em canoa e utilização da gordura de peixe como rejunte no casco da embarcação. Fotografia: Daniel Ferreira Amaral (2017) En la década del 50, se identificaron en el Nordeste, 152 especies de peces nativos de la cuenca (ALMEIDA, 1971). Entre las especies nativas más importantes en los ríos y lagunas naturales de la cuenca se destacan las migradoras, doradas (Salminus brasiliensis), pirá (Conostome conirostrisi),piau-verdadero (Leporinus elongatus), curimatán-pacu (Prochilodus marggravii), surubim (Pseudoplatystoma corruscans), matrinxã (Brycon lundii), traíra (Hoplias malabaricus), amarillo-mandi (Pimelodus maculatus), mandi-açu (Duopalatinus emarginatus), sedentario, pacamão (Lophiosilurus alexandri), piau-blanco (knerii schizodon), corvina (Pachyurus francisci y P. squamipinnis), piraña (Pygocentrus nattereri y Serrasalmus piraya) (OLIVEIRA Y SOUZA, 2010). En toda su extensión, la cuenca del río San Francisco viene sufriendo degradaciones, a ejemplo de los tramos situados en los municipios de Juazeiro, Sobradinho, Santana do Sobrado, Sento Sé, Remanso y Casa Nova, todos municipios bahianos ubicados en la región del Valle del São Francisco, donde los recursos pesqueros han sufrido impactos negativos, como consecuencia del uso excesivo de defensivos agrícolas y fertilizantes. En este contexto, la degradación ambiental causada al río ha afectado directamente a las comunidades ribereñas y reducido las especies nativas de peces en más del 50%, debido al aporte de sustancias químicas en las aguas, generado por el advenimiento de la agricultura irrigada en la región (OLIVEIRA y SOUZA, 2010) y por la construcción de represas. En el Valle de São Francisco la construcción de la represa de Sobradinho representa el mayor impacto en la dinámica pesquera de la región, siendo perceptible la falta de publicidad por parte de los organismos públicos sobre su proyecto, confirmando la estrategia de la desinformación como medio de evitar cualquier forma de resistencia por las las comunidades. (ACSELRAD et al., 2009). La región donde están insertados los municipios de Orocó y Cabrobó forma parte del Polígono de las Secas, que abarca buena parte del Nordeste (SOARES, 2012), y enfrentan grandes crisis hídricas con impacto directo en la pesca y en la dinámica de la vida de las comunidades ribereñas. La pesca artesanal ya se muestra inexpresiva en algunas localidades del semiárido, y específicamente en el Valle del San Francisco, a ejemplo de las ciudades de Cabrobó-PE y Orocó-PE, en virtud de la sustitución de la pesca por la práctica de la agricultura, debido a la gran sequía que que afecta a la región del Sertão do São Francisco y por la deforestación que contribuye a hacer intermitentes los arroyos circundantes (SILVA y NETO, 2015). Ante los problemas ambientales expuestos, los pescadores tradicionales poseen informaciones importantes sobre la diversidad biológica local y conservan en sus experiencias de vida, la visión comunitaria y sagrada de la naturaleza, por lo que los ríos y los peces tienen un alto significado para ellos, (SANTOS; ALVES, 2016). En este contexto, defendemos la

49 hipótesis de que el mantenimiento de las costumbres relativas a la pesca tradicional en el semiárido nordestino ha contribuido a la conservación del Río San Francisco y de la fauna acuática de la región. 4 IMPACTOS AMBIENTALES EN AMBIENTES ACUÁTICOS Y SUS REPERCUSIONES SOBRE LA PESCA EN PEQUEÑA ESCALA Los impactos ambientales son causados por choques de intereses directos o indirectos, en los que envuelven el hombre y la naturaleza, y se clasifican como positivos o negativos directos o indirectos, ocasionales o permanentes, locales o globalizados (BERTÉ, 2013). La definición de impacto ambiental se encuentra en la Resolución nº 001, del 23 de enero de 1986, del Consejo Nacional de Medio Ambiente, que en su arte. 1º preconiza: Se considera impacto ambiental cualquier alteración en las propiedades físicas, químicas y biológicas del medio ambiente, causada por cualquier forma de materia o energía resultante de las actividades humanas que directamente o indirectamente afectan: I la salud, la seguridad y el bienestar de la población; II las actividades sociales y económicas; III la biota; IV las condiciones estéticas y sanitarias del medio ambiente; V la calidad de los recursos ambientales (CONAMA, 1986). Los impactos ambientales inducidos por la presión humana son extremadamente significativos, lo que trae graves problemas, ya que a menudo es superior a la capacidad de asimilación de los sistemas naturales por ejercer presiones en el ambiente o producir diversos impactos negativos (CAVALCANTI, 2011). Según Inatomi y Udaeta (2011), la explotación desenfrenada de los recursos naturales comenzó después de la Revolución Industrial, utilizándose de tecnologías de alta escala en la obtención de energía, con la preocupación principal de alcanzar el crecimiento económico y tecnológico, además de aumentar la oferta y demanda, sin medir las consecuencias advenidas de esa explotación. Los procesos modernizadores se relacionan históricamente con el modelo de desarrollo que parten de los países ricos hacia los países pobres, bajo la forma de paquetes tecnológicos, tales como la revolución ecológica, la inducción a la vida urbana, lo que genera estilos de vida distintos y resistentes a ese modelo más a menudo, vistos como retrasados y son considerados obstáculos al progreso económico (KNOX et al., 2014). A pesar de que la modernización ha traído algunos beneficios y mejoras tecnológicas, también ha generado importantes impactos en la organización social en las empresas pesqueras, de vez que la densa población demográfica en la franja litoral actúa de modo a desplazarlas de sus áreas de morada (KNOX et al., 2014). Estudio realizado por Maia y colaboradores (2012) ha demostrado que las comunidades pesqueras están entre las más afectadas por los procesos modernizadores, y tienen enfrentado a grandes dificultades, ya sea en el continente donde se suceden sus relaciones sociales de identidad, comerciales, recreativas o en el ambiente acuático, lo que sucede en consecuencia de relaciones complejas que afectan los que viven de su Estudio realizado por Macdonald y asociados (2012), muestra que las comunidades pesqueras se encuentran entre las más afectadas por el dispositivo más eficiente los procesos y se ha enfrentado a grandes dificultades, ya sea en el continente donde se suceden sus relaciones de identidad social, comercial, recreativa, o en el medio acuático que cambia debido a una serie de relaciones complejas que afecta la vida de su exploración. Se ha observado en diversas regiones de Brasil que la cultura pesquera sobrevive a pesar de la urbanización y el crecimiento del turismo. Sin embargo, en los lugares en que se ubican grandes conglomerados industriales la pesquería (Figura 02), sobrevive con mucha dificultad (MAIA et al., 2012), siendo de esa forma que procesan cambios desencadenados por aportes tecnológico y estructurales para el sector (CAPELESSO y GAZELLA, 2011).

50 Figura 02: Pescador artesanal indigena Truká, Río Sao Francisco, Cabrobó, Pernambuco Fotografía: Carlos Alberto Batista Santos (2015) Melo, en 1985, ha criticado la modernización y la innovación tecnológica de la pesca artesanal, atestiguando ser una articulación con la empresa capitalista que ha resultado, tanto en el saqueo desenfrenado de recursos naturales, lo que ha causado una gran mortandad de peces pequeños con redes de arrastre, como en la destrucción de la pesquería tradicional. El agotamiento de las especies y el impacto en la naturaleza socioambiental han ocurrido con efectos desastrosos a la vida de las poblaciones que dependen directamente de los recursos naturales para su reproducción social (DIEGUES, 2004). Eses cambios provienen y despiertan la atención de la sociedad civil, en especial de las personas involucradas en la pesca, promoviendo el debilitamiento del sector pesquero, ya que promueve una sobreexplotación de los recursos y conducen a un proceso de degradación de los sistemas hídricos (SANTANA et al., 2014). La actividad pesquera (Figura 03), es reconocidamente retrasada con respecto a tecnologías, y políticas mejor adaptadas a las preocupaciones de los usuarios que aún sufren por son poco consideradas en el proceso de toma de decisiones por parte de Ministerio de Pesca y Acuicultura (BRASIL 2014).

51 Figura 03: Actividad de la pesca artesanal, Río São Francisco, Orocó, Pernambuco Fotografía: Carlos Alberto Batista Santos (2015) En la visión de Diegues (2000), uno de los principales obstáculos a la pesquería artesanal es la construcción de compañías hidroeléctricas, las que producen varias externalidades negativas en el ecosistema, en la medida que promueven la deforestación, la contaminación de los recursos hídricos e el cambio en las comunidades ecológicas y humanas que viven directamente o indirectamente de eses recursos, y entre los aspectos sociales de la construcción de hidroeléctricas se subrayan los impactos sobre las poblaciones ribereñas afectadas por las obras, su expulsión de la tierra y la eliminación de su modo de vivir, basado en la subsistencia por medio de la pesca y de la agricultura (CANDIANI et al., 2013). En el noreste, se hallan cuantiosos ejemplos de problemas socio-ambientales a partir del bloqueo en el lago de Sobradinho, Itaparica y Paulo Afonso (Figura 04 A, B e C), que han causado el desplazamiento de numerosas poblaciones ribereñas del río Sao Fancisco (CARVALHO NETO; SILVA, 2015), lo que resulta un modelo de desarrollo socialmente injusto e irresponsable para con el medio ambiente (BERMANN, 2007; VAINER, 2007).

52 A B C Figura 04 A: Usina Hidroeléctrica de Sobradinho; 03 B: Usina Hidroeléctrica de Paulo Afonso 03 C: Usina Hidroeléctrica de Itaparica; Fonte: Google Earth Para Cavalcanti (2011), la formación de una conciencia ambiental con respecto a las necesidades de protección y la búsqueda del equilibrio ecológico no proviene simplemente de una disposición de leyes o requisitos legales, pero que sea dada énfasis a una investigación científica amplia y persistente, combinada con una efectiva acción educativa, a través de las cuales sean diseminados valores y actitudes en relación con los recursos naturales. 5 IMPACTOS AMBIENTALES ADVERSOS EN LAS ÁREAS DE PESCA EN PEQUEÑA ESCALA Como ya se ha dicho, los impactos ambientales son causados por choques de intereses a que involucran el hombre y la naturaleza, con graves impactos ambientales y sociales (CAVALCANTI, 2011; BERTÉ, 2013). Las tecnologías y el deseo de incrementar la oferta de productos son identificados

53 como responsables por la explotación desenfrenada de los recursos naturales (INATOMI; UDAETA, 2011). Estudio realizado por Santana y colaboradores (2014) alertan al hecho de que las prácticas perjudiciales a los ecosistemas se encuentran presentes en la vida cotidiana de las comunidades ribereñas, caracterizándose a menudo los conflictos por zonas de pesca donde hay una concentración de bancos de peces, en especial en el período fuera de temporada pesquera, cuando aflora la escasez de pescado para consumo de sus familias. Garcez y Botero (2005), investigando las comunidades de pescadores artesanales en el estado de Rio Grande do Sul, ha señalado que en todas las regiones los pescadores siguen ejerciendo la actividad pesquera mismo en los períodos de prohibición. En conflicto ambiental se ha observado la reacción de los actores sociales frente a una situación, reaccionando en defensa de sus intereses, lo que significa una actitud participativa y consciente por el uso o gestión de los recursos ambientales (BERTÉ, 2013). Ramalho (2012) apunta que en el final de los años 70 y durante toda la década de los 80, hubo una gran movilización de pescadores que han expresado sus reacciones frente a las amenazas de expropiación causadas por problemas ambientales. Para implementar programas de gestión socio-ambiental, es necesario concientizarse de los procedimientos técnicos y administrativos, mientras que es de fundamental importancia tener la comprensión de que los planes de manejo solamente pueden ser viables si de hecho es asimilado o entendido desde la pluralidad de los sistemas, de los ciclos y de las intercesiones del movimiento incorporado del universo de prácticas y conocimientos (BERTÉ, 2015). Los impactos ambientales y las dificultades relacionadas con la gestión de los recursos acuáticos afectan la producción pesquera, además de disminuir el ingreso obtenido por la actividad y agrandar la incertidumbre de la captura del pescado, haciendo con que las familias de los pescadores artesanales busquen otras estrategias de reproducción social, fenómeno también conocido como pluriactividad (CAPELLESSO; GAZELLA, 2011). Carvalho Neto e Silva (2015) han analizado la pluriactividad de los pescadores en la franja litoral sur del estado de Pernambuco, y observado que hay un inmenso número de pescadores que adquieren ingreso extra a través de trabajos realizados como diaristas en casas de veraneantes o que dejaron la pesquería para trabajar como trabajador asalariado en las industrias del polo portuario en Suape. La fluidez del agua también genera complicaciones directas sobre el manejo del medio acuático y acumula importancia principalmente en la gestión de los residuos, porque el agua se convierte en vehículo de transporte entre fuentes contaminantes y las zonas de deposición, ríos, lagos, mar, capas freáticas (CAPELLESSO; GAZELLA, 2011). Pocher (2010), haciendo estudio sobre la percepción de los residentes acerca de los impactos ambientales y cambios en la pesquería en una laguna costear en el litoral sur de Brasil, ha demostrado que las causas de los cambios en la actividad pesquera están asociadas con residuos agroquímicos libertados en la laguna, el estanque y el retiro del agua para irrigación, además de la sobrepesca. Oliveira y Silva (2010) aseguran que para el río Sao Francisco las agroindustrias, las hidroeléctricas a lo largo del curso del río, la contaminación ambiental y la deforestación han afectado extremadamente la población de peces, situación esta que ha conducido a una disminución en la captura de peces y la asignación de recursos, además de dificultades socioeconómicas en las comunidades de pescadores. 6 CONSIDERACIONES FINALES Se considera la pesca artesanal una actividad histórica, impactada en función de distintas acciones humanas, tales como la construcción de centrales hidroeléctricas, actividades agrícolas de gran escala de la revolución ambiental e inducción al estilo de vida urbana y a la industrialización. A efectos de las cuestiones socio-ambientales, los estudios han demostrado la existencia de conflictos en razón del desarrollo de actividades económicas perjudiciales a la actividad de pesca artesanal. La realidad socio-económica de los pescadores se constituye en variable analizada y varios estudios han demostrado los efectos de la ausencia de políticas efectivas con capacidad para revertir el cuadro de sobreexplotación de los recursos pesqueros. Por lo tanto, hemos considerados de extrema importancia la construcción participativa

54 de políticas públicas efectivas a las comunidades locales, llevándose en cuenta las particularidades de cada entorno y cada sociedad, políticas que sean aliadas a estudios y aplicaciones de técnicas de educación ambiental y fundamentales en el proceso de rescate de áreas degradadas, y en la toma de responsabilidades ambientales por comunidades, en la utilización de técnicas e instrumentos de pesca adecuados a la capacidad de apoyo al medio ambiente y las varias especies de peces que allí viven. 7 REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA ACSELRAD, H.; MELLO, C. C. A.; BEZERRA, G. N. O que é justiça ambiental. Rio de Janeiro: Garamond, ALENCAR, C. A. G.; MAIA, L. P. Perfil socioeconómico dos pescadores brasileiros. Arq. Ciên. Mar, Fortaleza, v. 44, n ALMEIDA, M. J. de. O drama do São Francisco. Gráfica do Senado Federal: Brasília, BARBOSA, J. M.; SOARES, E. M. Perfil da ictiofauna da bacia do São Francisco: estudo preliminar. Revista Brasileira de Engenharia de Pesca, v. 4, n. 1, BRASIL. 1º anuário brasileiro de pesca e aquicultura Ministério da Pesca e Aquicultura BRASIL. Resolução Conama nº 001, de 23 de janeiro de Disable em: Acceso en: 20 jul BERMANN, C. Impasses e controvérsias da hidreletricidade. Estudos Avançados, v. 21, n. 59, p , 2007 BERTÉ, R. Gestão socioambiental no Brasil: Uma análise ecocêntrica. Ed. Intersaberes, 1ª Rio de Janeiro: Curitiba, 2013 CAMPOS-DA-PAZ, R. Sistemática e taxonomia dos peixes elétricos das bacias dos rios Paraguai, Paraná e São Francisco, com notas sobre espécies presentes em rios costeiros do leste do Brasil (Teleostei: Ostariophysi: Gymnotiformes). (Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo CANDIANI. G.; PENTEADO, C.L.C.; CENDRETTI, E. C.; SANTOS, E. M.; BIONDI. A. E. C. Estudo de caso: Aspectos socioambientais da pequena central hidrelétrica (PCH) Queluz SP, na Bacia Paraíba do Sul. Revista do Departamento de Geografia, v. 25, p CAPELLESSO, A. J.; CAZELLA, A. A., Pesca artesanal entre crise econômica e problemas socioambientais: estudo de caso nos municípios de Garopaba e Imbituba (SC). Revista ambiente e sociedade. v. 14, n. 2, Jul/dez, CARVALHO NETO, M. F.; SILVA, L. C. M. Conflitos socioambientais da pesca artesanal no nordeste do Brasil. Cadernos de agroecologia, v.10, n.3, ISSN CAVALCANTI, A. P. B.; CAMARGO, J.C.G. Impactos e condições ambientais da zona costeira do estado do Piauí. In: GERARDI, L. H. O.; MENDES, I. A. (org), Do Natural, do Social e de suas Interações: visões geográficas, São paulo: UNESP, COSTA, W. J. E. M. Descrição de cinco novas espécies de Rivulus das bacias dos rios Paraná e São Francisco (Cyprinodontiformes, Rivulidae). Revista Brasileira de Zoologia v. 6, p , 1989.

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57 carcinicultura no estado da Bahia. Anais 1º Seminário de Espaços Costeiros. Set ROSA, R. S.; MENEZES, N. A.; BRITSKI, H. A.; COSTA W. J. E. M.; GROTH, F. Diversidade, padrões de distribuição e conservação dos peixes da caatinga. In LEAL, R. I.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (eds.). Ecologia e conservação da caatinga. Recife: UFPE, SALERA-JÚNIOR. G.; FRANKLIN, W. G.; MALVASIO, A.; GIRALDIM, O. Caça e pesca entre os índios Karajá do Norte, Terra Indígena Xambioá, Estado do Tocantins, Brasil. Publicações avulsas do Instituto Pau-Brasil, Disable: Acceso 21/08/17. SANTANA, A. C.; BENTES, E. S.; HOMMA, A. K. O.; OLIVEIRA, F. A.; OLIVEIRA, C. M. Influência da Barragem de Tucuruí no Desempenho da Pesca Artesanal, Estado do Pará. RESR, v. 52, n. 2, p , SANTOS, E. Peixes da água doce. Rio de Janeiro: F. Briguiet & Cia., SANTOS, C. A. B.; ALVES, R. R. N. Ethnoichthyology of the indigenous Truká people, Northeast Brazil. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, v. 2016, n. 12, p. 1-10, SILVA, L. C. M; NETO, N. F. C. Problemas socioambientais a pesca artesanal no Nordeste do Brasil. Revista de Extensão da Univasf. v. 3, n.2, jul.2015, p SOARES, D. B. Degradação Ambiental no Semiárido Pernambucano: contribuição ao estudo da desertificação. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de Pernambuco, 70f, STEINDACHNER, F. Ueber zwei neue Corydoras -Arten aus dem Parnahyba und Parahimflusse im Staate Piauhy. Anzeiger der Akademie der Wissenschaften Wien v. 43, p , TRAVASSOS, H. Catálogo dos peixes do vale do Rio São Francisco. Boletim da Sociedade Cearense de Agronomia v. 1, p. 1-66, VAINER, C. B. Recursos hidráulicos: questões sociais e ambientais. Estudos Avançados, v. 21, n. 59, p , WAGENER, Z. Zoobiblion: livro de animais do Brasil. São Paulo: Empresa Gráfica Revista dos Tribunais, 1964.

58 Artigo a ser submetido à Revista Brasileira de Ciências Ambientais

59 PANORAMA DA PESCA ARTESANAL DOS POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS NO SEMIÁRIDO DO NORDESTE BRASILEIRO PANORAMA OF ARTISANAL FISHING OF THE PEOPLES AND TRADITIONAL COMMUNITIES IN THE SEMINARID OF THE NORTHEAST BRAZIL RESUMO Kátia Silva de Souza Santos Universidade do Estado da Bahia ksantosbio@hotmail.com Daniel Ferreira Amaral Instituto Federal Sertão de Pernambuco daniel.amarall@outlook.com Tâmara Almeida e Silva Universidade do Estado da Bahia tamaraalmeidas@yahoo.com.br Carlos Alberto Batista Santos Universidade do Estado da Bahia cabsantos@uneb.br O presente artigo aborda as dificuldades encontradas na atividade da pesca artesanal no nordeste brasileiro e em especial no ambiente do Submédio São Francisco a partir de revisão de literatura sobre estudos etnoictiológicos no semiárido do Nordeste brasileiro. Este estudo discute a pesca artesanal desenvolvida por comunidades tradicionais de localidades ribeirinhas, tendo como objetivo conhecer e caracterizar a pesca artesanal nestas comunidades, os desafios e impactos sobre a mesma, propondo uma reflexão sobre a importância das relações homem/natureza, conhecendo o papel do pescador artesanal, do conhecimento tradicional e de sua relação com o meio natural. Constatando-se que os problemas ambientais ocorridos ao longo da história, sobretudo ações antrópicas, são responsáveis por mudanças na pesca, sua trajetória e perspectivas evolutivas estão intimamente relacionadas à vida do próprio rio. Portanto, os impactos ambientais não alteram somente a estrutura das comunidades aquáticas e da pesca, mas toda vida circundante, sobretudo, a humana. Palavras-chave: Conhecimento tradicional, Cultura e sociedade, História ambiental, Homem e natureza. ABSTRACT This article discusses the difficulties encountered in artisanal fishing activity in the Brazilian Northeast and especially in the environment of the Sub - São Francisco from a review of the literature on ethno - cytological studies in the semi - arid region of Northeast Brazil. This study discusses the artisanal fishing developed by traditional communities of riverside communities, aiming to know and characterize the artisanal fishing in these communities, the challenges and impacts on the same, proposing a reflection on the importance of man / nature relations, knowing the role of the fisherman, traditional knowledge and its relationship with the natural environment. The environmental problems that occurred throughout history, mainly anthropic actions, are responsible for changes in fishing, its trajectory and evolutionary perspectives are closely related to the life of the river itself. Therefore, environmental impacts do not change only the structure of aquatic communities and fisheries, but all life surrounding, especially, human life. Keywords: Traditional knowledge, Culture and society, Environmental history, Man and nature. 59

60 1 INTRODUÇÃO A pesca representa mais do que uma atividade econômica, se revelando como um modo de vida, acesso à alimentação e à renda em regiões como o Semiárido nordestino. (NOGUEIRA; SÁ, 2015). A pesca praticada na região Nordeste pelos povos e comunidades tradicionais, persiste atualmente nas diversas comunidades tradicionais que subsistem desta atividade, obtendo dela suas principais fontes de renda e de proteína animal (DIEGUES, 1999). É de suma importância para inúmeras famílias, sendo a principal fonte de renda de muitas comunidades. Para Costa-Neto (2002), é uma atividade de extrema importância na vida dos seres humanos, estando marcada na história como um dos primeiros feitos de trabalho realizados pelo homem para sua sobrevivência. Mesmo com o passar dos tempos, a ação de pescar continua exercendo seu papel de influência, estando presente na vida de milhares de homens e mulheres em vários ambientes aquáticos do Brasil, dentre eles o do rio São Francisco. O Nordeste do Brasil apresenta uma extensão de cerca de km², onde vivem mais de 53 milhões de habitantes. Nesta região, destaca-se o espaço semiárido, designado como o Polígono das Secas 1, que ocupa 60% do território nordestino, região caracterizada por apresentar temperaturas elevadas durante o ano todo (IBGE, 2010). Devido a sua proximidade com Linha do Equador o clima do semiárido nordestino é considerado um dos mais complexos do mundo, com índices pluviométricos que variam entre 200 e 800 mm de precipitação anual, períodos de seca que variam em média de 1 a 11 meses e amplitude térmica anual mínima entre 25ºC e 30ºC (BRANCO, 1994). Neste contexto, destacase o São Francisco, maior rio totalmente brasileiro, apresentando uma ampla riqueza de ambientes, o que lhe confere uma rica e diversificada ictiofauna, possuindo inúmeras espécies endêmicas (BARBOSA, et.al., 2017). O São Francisco é de grande importância para o semiárido brasileiro nordestino, possuindo a terceira maior bacia em extensão do país, abrangendo os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, sendo dividida em quatro segmentos: Alto, Médio, Submédio e Baixo. O Médio São Francisco, com km, estende-se Pirapora (MG) até Remanso (BA) e o Submédio tem 686 km, indo de Remanso até a cachoeira de Paulo Afonso (BA), englobando as barragens de Sobradinho, Itaparica Moxotó e Paulo Afonso (PAIVA, 1982; GODINHO e GODINHO, 2003; BARBOSA et. al.,2017). Dentro do domínio morfoclimático da caatinga, uma crescente quantidade de estudos etnobiológicos em reservatórios e rios, tem sido realizada sobre a exploração de recursos pesqueiros por comunidades de pescadores artesanais (FEITOSA, 2011) no entanto, ainda são escassos os estudos etnoictiológicos nesta região, sobretudo em ambiente dulcícola, como exemplo, nos aponta Costa-Neto (2002), quando relata que são poucos estudos etnocientíficos relacionados com a interação homem/peixes de águas continentais no Estado da Bahia. Neste sentido, destaca-se a importância do presente estudo que tem como objetivo identificar e analisar a pesca artesanal ou tradicional em povos e comunidades tradicionais residentes no semiárido do Nordeste brasileiro. 2 PRINCIPAIS RIOS DO SEMIÁRIDO A abrangência do clima semiárido característico do bioma caatinga está ligada a modesta rede hidrológica da região Nordeste, se comparada a outras regiões brasileiras (ROSA et al., 2004). De acordo com Souza (2010), as bacias hidrográficas que estão situadas no domínio da caatinga estão divididas em quatro regiões, Nordeste Médio-Ocidental, São Francisco, Maranhão-Piauí e bacias do Leste. ¹ Polígono das secas 60

61 Os rios do Semiárido brasileiro apresentam duas fases de perturbação hidrológica (a cheia e a seca). Nessa região, os rios que se destacam por sua importância socioeconômica, cultural e ecológica são o São Francisco e Parnaíba (MALTCHIK, 1996a). 2.1 Bacia do rio São Francisco O rio São Francisco batizado com o nome do santo católico por Américo Vespúcio (MARQUES, 2006), é originalmente chamado de Opará que significa rio-mar pelos povos indígenas (CAPPIO; MARTINS; KIRCHNER, 2000; TOMAZ et. al., 2010), é também chamado carinhosamente pelos povos ribeirinhos que vivem ao longo de suas margens de Velho Chico. A posição geográfica do rio São Francisco sempre foi considerada estratégica pelos seus estudiosos, chamado de Rio da Integração Nacional, porque proporciona a ligação direta entre o Nordeste e Sudeste do país, canal de comunicação entre as regiões litorâneas e o sertão, entre o Norte e o Sul do país, facilitando a realização do comércio e a colonização (CAMELO FILHO, 2011) sua nascente está localizada na Serra da Canastra, em São Roque de Minas (MG), com mais de 2700 quilômetros de extensão; percorre parte do semiárido, desembocando entre os estados de Sergipe e Alagoas (BRANCO, 1994; CAPPIO; MARTINS; KIRCHNER, 2000; SAID, 2009). O rio é dividido em quatro trechos: o Alto São Francisco, que vai das cabeceiras até Pirapora (MG), o Médio, de Pirapora até Remanso (BA), o Submédio, de Remanso até Paulo Afonso (BA) e o Baixo, de Paulo Afonso até a foz (Figura 01). Figura 1: Foz do Rio Francisco, entre os estados de Sergipe e Alagoas. Fonte: Acervo dos autores, PESCA ARTESANAL E OS SABERES TRADICIONAIS NO SEMIÁRIDO NORDESTINO A pesca é uma das mais antigas atividades de subsistência humana sendo ao longo do tempo a principal fonte de proteína a suprir as necessidades do ser humano. No entanto, esta atividade tornou-se expressiva sob o ponto de vista comercial com a expansão da navegação com o incremento das embarcações. Neste sentido, Haimovici e colaboradores (2014), nos relata que a partir da segunda metade do século XX, com o aumento do alcance das frotas, a atividade pesqueira, principalmente a pesca industrial, expandiu-se fortemente pelo mundo, com notável aumento da pesca. Embora tenha representado sempre mais da metade da produção pesqueira marinha total, nesse período a pesca artesanal permaneceu negligenciada. Para melhor entendimento sobre pesca, Pereira (2012) aponta: 61

62 A pesca, definida pela Lei nº , de 2009, como toda operação, ação ou ato tendente a extrair, colher, apanhar, apreender ou capturar recursos pesqueiros, classifica-se em: comercial, compreendendo as modalidades artesanal e industrial e não-comercial, compreendendo a pesca científica, a amadora e a de subsistência, a pesca comercial é dita artesanal quando praticada diretamente por pescador profissional, de forma autônoma ou em regime de economia familiar, com meios de produção próprios ou mediante contrato de parceria, podendo utilizar embarcações de pequeno porte (PEREIRA, 2012). Ainda segundo nos relata Pereira (2012), no Brasil, antes da década de 60, período de surgimento da aquicultura e da pesca industrial, incentivada pelo governo brasileiro, a pesca no país era apenas desenvolvida de forma artesanal para a subsistência, com equipamentos relativamente simples. Figura 02. Contudo, observa-se que na última década, as políticas públicas para o setor pesqueiro no Brasil têm ganhado força, em especial a preocupação com as condições de vida dos pescadores e sua integração plena à sociedade (HAIMOVICI et.al., 2014) Figura 02: Embarcações da pesca artesanal em Piaçabuçu-AL Fonte: Acervo dos autores, 2016 No contexto da pesca artesanal destaca-se o importante papel do pescador e do conhecimento tradicional que lhe é peculiar. A profunda e intrínseca relação do pescador com o meio ambiente natural, torna-o principal alvo de ações de desenvolvimento da pesca artesanal. Os estudos que se referem aos saberes tradicionais ou ao conhecimento ecológico tradicional, como a Etnobiologia e mais especificamente a Etnoictiologia, preocupam-se, de um modo geral, com a maneira como os povos tradicionais usam e se apropriam dos recursos naturais, seja através do manejo, das crenças, conhecimentos, percepções, comportamentos, e também, das várias formas de classificar, nomear e identificar as plantas e animais do seu ambiente (MARQUES, 1995; BEGOSSI, 1996a, b; PAZ; BEGOSSI, 1996; BERKES, 1999; NAZAREA, 1999). Segundo BERKES (1999), o conjunto de saberes, práticas e crenças responsáveis pela interpretação do ambiente pelo homem, constitui o conhecimento ecológico tradicional e este se fundamenta nas tradições culturais e na relação íntima do homem com o meio. Para Vianna (2008), a principal diferença entre as populações tradicionais e os outros grupos sociais é o modo harmônico ou e baixo impacto, com 62

63 que estes grupos se relacionam com a natureza. Para Reis et.al. (2010), os pescadores tradicionais são portadores de profundos conhecimentos sobre a natureza, sua dinâmica e os utilizam como suportes para estratégias que adotam de uso e manejo dos recursos naturais. Dentro dessa perspectiva, Diegues (2004), afirma que, o conhecimento tradicional na pesca é o conjunto de práticas cognitivas e culturais, habilidades práticas e saber-fazer, transmitidas oralmente nas comunidades de pescadores artesanais em sua relação com o ambiente aquático e com a própria sociedade. 3.1 Utensílios e técnicas de pesca A prática da pesca nas comunidades ribeirinhas emprega apetrechos, em sua maioria artesanais, a exemplo da comunidade quilombola Águas do Velho Chico, localizada na cidade de Orocó, caracterizada pela utilização da tarrafa e do anzol nas artes de pesca e até da própria mão, na captura de alguns peixes, como o Cari (SILVA e NETO, 2015). Para Oliveira (2012), anzóis, tarrafas e espinhéis são apetrechos de pesca monoespecificos que indicam condições ambientais favoráveis à reprodução de peixes de grande porte e de grande importância econômica. Nas comunidades indígenas Truká, divididas em três grupos étnicos: Povo Truká da Ilha da Assunção, em Cabrobó-PE; Povo Truká da Tapera, em Orocó-PE e Povo Truká em Sobradinho-BA e algumas famílias na região de Paulo Afonso-BA, todas localizadas no semiárido nordestino e recentemente estudadas por Santos e Alves (2016), foram identificadas cinco diferentes técnicas e utensílios de pesca, o arco e flecha, linha e anzol, tarrafa (Figura 03), rede de pesca e linha de mão. Sendo a primeira, uma das mais antigas técnicas de pesca praticadas por comunidades indígenas no Brasil. Ainda segundo Santos e Alves (2016), a atividade de pesca não requer muito tempo, característica comum das áreas de pesca da região semiárida do Brasil, onde as viagens de pesca geralmente duram algumas horas. Esta situação difere de áreas de estuarino marinho de pesca, que em alguns casos podem levar várias horas ou dias. Algumas comunidades se tornaram tradicionais na bacia hidrográfica do rio São Francisco. Essas comunidades basicamente vivem do artesanato, da agricultura de subsistência ou da pesca. Os ¹Vazanteiros, os ²Quilombolas, as comunidades dos ³Fundos e Fechos de Pasto, os povos indígenas e os pescadores são alguns desses povos (CBHSF, 2014). Os pescadores já foram tradicionais por excelência na bacia. A pesca, somada à agricultura e ao criatório de animais, formavam a base de vida da população ribeirinha. Mas hoje, a escassez de peixes no rio ameaça essa comunidade pesqueira, basicamente em função das barragens, que alteraram os ciclos naturais do rio afetando a reprodução de peixes e a vida desses pescadores, que mesmo assim, resistem firmemente a sua presença no Médio e Submédio São Francisco (CBHSF, 2014). A pesca artesanal se mostra também inexpressiva em algumas localidades do semiárido, a exemplo das cidades de Cabrobó e Orocó, ambas no estado de Pernambuco, em virtude da substituição da pesca pela prática da agricultura, devido à grande seca que atinge a região do sertão do São Francisco e pelo desmatamento que contribui para tornar intermitentes os riachos circunvizinhos (SILVA; CARVALHO NETO, 2015). 63

64 Figura 03: Pesca de tarrafa no lago de Sobradinho-BA Fonte: Acervo dos autores, Aspectos culturais e ambientais da pesca artesanal nas populações indígenas do semiárido A pesca é uma das mais antigas atividades humanas, sendo para muitas comunidades, sobretudo, tradicionais, a exemplo das indígenas, uma atividade, tradicional, histórica, cultural além de subsistência, como relatam Santos e Alves (2016), em estudo com o povo Truká,... para os grupos indígenas instalados ao longo do Rio São Francisco, a pescaria além de ter uma grande importância histórica, representa uma das principais fontes de proteínas para estas comunidades. Esta atividade em comunidades indígenas no semiárido nordestino, tem despertado interesse de estudos e pesquisas científicas. Apesar de despertar interesse da comunidade científica, os estudos etnoictiológicos nestas comunidades tradicionais são escassos, segundo Santos e Alves (2016), embora muitos grupos étnicos indígenas, como os Tuxá, Pankararu, Pankararé, Kantaruré, Xqucuru Kariri, Atikum e Truká, praticarem a pesca há muitos anos. Para Costa-Neto (2002), os pescadores mostraram ter um conhecimento etnobiológico consistente sobre a ecologia, o comportamento e a taxonomia das espécies de peixes da região do médio São Francisco. Esse conjunto de informações teórico-práticas necessita ser melhor explorado para que pesquisas sobre manejo, conservação e uso sustentável dos recursos pesqueiros do rio São Francisco e seus afluentes possam ser efetiva e eficazmente implementada ¹ Vazanteiros se caracterizam por um modo de vida específico, construído a partir do manejo de áreas inundáveis das margens e ilhas sanfranciscanas combinando atividades, nos diversos ambientes que constituem o seu território. (LUZ DE OLIVEIRA, 2005) ²Quilombolas. São comunidades formadas predominantemente por negros e ocupam terras na área rural. São os laços de consanguinidade e de familiaridade que permitem a utilização de áreas de forma individual e coletiva. Trata-se de estratégias desenvolvidas no processo histórico de adaptação ao ambiente, concomitante com práticas de proteção aos recursos naturais disponíveis. (AMORIM; GERMANI, 2005) ³ O Fundo de Pasto é uma experiência de apropriação de território típico do semiárido, caracterizada pelo criatório de bode em terras de uso comum, onde os grupos que compõe esta modalidade de uso da terra, além de criarem bodes, ovelhas ou gado, possuem uma lavoura de subsistência e são pastores/lavradores ligados por laços de sangue ou de compadrios formando pequenas comunidades espalhadas pela caatinga que vivem tradicionalmente nestas terras. ³Feche de Pasto ocorre em áreas de maior disponibilidade de água, a área de uso comunal geralmente localiza-se na frente das posses individuais e tem como limite natural um rio, sendo esta fechada ao fundo, com cerca feita pelos produtores, onde cada um é proprietário de uma quantidade da cerca do local onde se pratica a criação extensiva de gado nos períodos de seca, os produtores de gados se reúnem em grupo e levam o gado para os gerais (cerrado) onde se alimentam das pastagens nativas. (ALCÂNTARA; GERMANI,2005) 64

65 Ainda nesta discussão, Santos e Alves (2016), afirmam que os pescadores artesanais das comunidades indígenas do semiárido brasileiro, são reconhecidos por desenvolverem um conhecimento elaborado sobre os recursos biológicos explorados que inclui vários aspectos de ecologia, taxonomia e etologia e este conhecimento pode apoiar pesquisas acadêmicas sobre a biologia das espécies exploradas ou subsidiar planos de sustentabilidade e de gestão dos recursos naturais explorados. Estudos recentes mostram que há uma diminuição crescente da atividade pesqueira, promovidos pelas alterações no rio São Francisco, provocadas pela instalação de usinas hidroelétricas, que vai levar à escassez de espécies de peixes e consequentes mudanças na dieta alimentar das populações, onde os peixes não representam mais a principal fonte proteica para estas comunidades. Além disso a introdução de espécies exóticas impacta as populações das espécies nativas, que juntamente com a poluição e desmatamento das margens dos rios, promovem a redução dos estoques peixes na região do Submédio São Francisco, assim, observa-se nas comunidades indígenas, o declínio gradativo da atividade pesqueira, em função de problemas socioambientais complexos que afetam as populações ribeirinhas, sobretudo, as tradicionais como os povos indígenas (SANTOS e ALVES, 2016). As espécies mais importantes da pescaria comercial do rio São Francisco realizavam piracema (exemplo: surubim, tubarana, curimatã, dourado). As barragens são impedimentos para o deslocamento dos reprodutores que subiam as cachoeiras para desovar em trechos acima. A piracema era uma necessidade fisiológica para ocorrer a desova. Atualmente, o maior volume de produção nas pescarias do Submédio e do Baixo São Francisco é representado por espécies de águas paradas e não nativas da bacia do rio, como o tucunaré (da bacia amazônica) e espécies exóticas, como as tilápias (originárias da África). (NOGUEIRA; SÁ, 2015) 3.3 Utilização de peixes pelas comunidades O rio São Francisco tem uma tradição de pesca artesanal de pequeno porte, no entanto, agroindústrias e várias hidrelétricas ao longo do seu curso, somadas à poluição, e aos desmatamentos, tem afetado profundamente as populações de peixes, levando a um declínio na captura, conflitos na regulamentação da pesca e alocação de recursos, além de afetar a cultura e sociedade das comunidades de pescadores (OLIVEIRA; SOUZA, 2010). A pesca artesanal praticada nas comunidades ribeirinhas, existentes no Submédio São Francisco, é uma importante atividade humana que sofre impactos socioambientais, que promovem variações nas suas características, formas e finalidades ao longo do tempo. Para Oliveira e Souza (2010), existe uma fragilidade da pesca artesanal entre os ribeirinhos dos municípios do Submédio São Francisco, dada a baixa expectativa dos mais idosos em relação a sua continuidade e a desmotivação dos mais jovens em aderirem a uma profissão cuja remuneração financeira e reconhecimento social não se apresentam como atrativos. O consumo da carne de peixes não representa mais a principal fonte de proteínas para estas populações, fato preocupante, pois a pesca artesanal nesta região se consolidou como importante componente nutricional, principalmente nas populações mais carentes. Estudos conduzidos por Melo e colaboradores (2011), realizadas nas duas cidades mais importantes do Submédio São Francisco em Juazeiro Bahia e Petrolina Pernambuco, sobre o comércio e consumo de peixes nestas cidades, mostram que, embora o desenvolvimento da cadeia produtiva da piscicultura ainda seja incipiente nesta região do semiárido, esta apresenta boas perspectivas de mercado e comercialização da carne de peixe. O consumo per capita apresenta variação entre classes sociais e é considerado baixo comparado a outras regiões do Brasil, porém é necessário considerar que este consumo pode estar relacionado a fatores que reduzem o consumo da carne, como a disponibilidade de peixe no mercado (MELO et al., 2011). 65

66 3.4 Comercialização de peixes no Vale do Submédio São Francisco Estudos realizados por Oliveira e Souza (2010) com pescadores artesanais das cidades de Juazeiro, Remanso, Sento Sé, Santana do Sobrado, Sobradinho e Casa Nova, todas localizadas na Bahia, na região do Submédio São Francisco, revelam que apenas 14% dos pescadores conseguem comercializar o pescado diretamente com o consumidor em feiras livres e que devido a ausência de estruturas que garantam a conservação do peixe nas embarcações, a maioria deles acaba sendo obrigado a entregar diariamente o produto da pesca a atravessadores sem nenhuma possibilidade de barganha. Em Piaçabuçu, cidade com maior contingente de pescadores do estado de Alagoas, região do Baixo São Francisco, a diversidade de espécies é maior, devido a existência de nichos ecológicos diferenciados (rio, estuário e mangue), algumas atividades se apresentam como Semi-industriais (Figura 04), nesta região a pesca é intensa, com muitos locais de desembarque sendo praticada em sua maioria por pescadores artesanais (SAMPAIO et. al., 2015). Figura 04: Embarcações Semi-industriais no Terminal Pesqueiro de Piaçabuçu-AL Fonte: Acervo dos autores, DIVERSIDADE DE ESPÉCIES CAPTURADAS NA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO No São Francisco, rio dos peixes e pescadores, já forma identificadas mais de 152 espécies de peixes, que sustentam a atividade pesqueira há séculos. (MARQUES; TOMÁZ, 2015). De acordo com Barbosa et.al., (2017), foram listadas nos últimos estudos sobre a composição da ictiofauna do Rio São Francisco, a mesma é composta por 32 famílias, 110 gêneros e 241 espécies, pertencem a sete ordens: Clupeiformes, Characiformes, Siluriformes, Gymnotiformes, Cypriniformes, Sinbranchiformes e Perciformes. Na distribuição das famílias, gêneros e espécies, por ordem, destacam-se as ordens Characiformes com 13 famílias, 44 gêneros e 77 espécies e a ordem Siluriformes, com 10 famílias, 47 gêneros e 85 espécies, pela maior diversidade nestes taxa, demonstrando grande capacidade de dispersão e especiação desses grupos. 241 espécies foram consideradas nativas, inclusas na divisão primária - dulciaquícolas, com baixa tolerância a salinidade e na secundária - dulciaquícolas, com afinidade a águas salinas. Na divisão periférica foram incluídas 35 espécies invasoras e 28 espécies alóctones, introduzidas na bacia, via piscicultura ou aquarismo, totalizando 304 espécies. Para estes 66

67 mesmos autores, apesar do forte impacto provocado por ações antrópicas na bacia do São Francisco, ainda existem áreas pouco degradadas, especialmente no Alto São Francisco e Sertão da Bahia e outras com importantes estoques e atividade pesqueira intensa. De forma que o rio continuará possibilitando novos aportes de espécies para a ciência e estoques de peixes para suprir as necessidades dos pescadores ribeirinhos (BARBOSA et.al., 2017). Apesar das mudanças ocorridas em algumas áreas da bacia, ainda existem estoques significativos para a atividade pesqueira e alimentação humana que por essas razões tem sido alvo da sobrepesca (BARBOSAet.al., 2017), listadas na tabela abaixo Muitas espécies exóticas ou mesmo de outras bacias já foram introduzidas no Rio São Francisco, a exemplo do tucunaré (Cichla spp) e da pescada (Plagioscion sp.), utilizadas pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS para o repovoamento do lago de Sobradinho na década de 70, além de outras espécies provenientes de experimentos de sistemas de cultivo como a carpa comum Cyprinus carpio (Linnaeus, 1758), tilápias Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758) e Tilapia rendalli (Boulenger, 1896), tambaqui Colossoma macropomum (Cuvier, 1818), pacu-caranha Piaractus mesopotamicus (Holmberg, 1887), apaiari Astronotus ocellatus (Agassiz, 1831) e o bagre-africano Clarias gariepinnus (Burchell, 1822) (GODINHO, 2003). Mas recentemente foi introduzido por piscicultores em vários pontos da bacia o peixe-jaguar Parachromis managuensis (Günther, 1867), cujos alevinos foram comercializados com os nomes de tucunaré-preto e tilápia-carnívora. Espécies que geraram significativos impactos nas populações de espécies nativas de peixes (ALMEIDA, 1971). 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Muitas são as pesquisas sobre a pesca no Brasil e no Nordeste, no entanto, há um predomínio de estudos sobre a pesca comercial, sobretudo, em áreas de estuário marinho, sendo escassos os estudos sobre pesca artesanal em ambientes dulcícolas, principalmente no semiárido nordestino, razão pela qual, o presente estudo encontra limites para efeito de estudos comparativos com dados estatísticos de modo mais amplo. A carência de dados sobre a pesca na região do Submédio São Francisco, se apresenta, não como um desafio, mas como um vasto campo de pesquisa para estudos no campo da Etnoictiologia, Etnoecologia, Antropologia, da Ecologia Humana, entre outros. Apesar de poucos estudos sobre a pesca artesanal no semiárido, verificamos neste estudo de revisão, a intensidade da atividade pesqueira na região, sua importância cultural e como meio de subsistência para muitas comunidades tradicionais privilegiadas pela presença de rios permanentes que banham e levam a esperança para cidades do semiárido. 6. REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. J. O drama do São Francisco. Gráfica do Senado Federal: Brasília,1971. AMORIM, Itamar Gomes; GERMANI, Guiomar Inez. Quilombos da Bahia: presença incontestável. Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina. São Paulo: Universidade de São Paulo, p , BARBOSA, J. M.; SOARES, E. C. Perfil da ictiofauna da Bacia do São Francisco. Estudo preliminar. Revista Brasileira de Engenharia de Pesca. n.4, v. 1, p , BARBOSA, José Milton et al. Perfil da ictiofauna da bacia do rio São Francisco/Profile of the fish fauna of the São Francisco river basin. Acta of Fisheries and Aquatic Resources, v. 5, n. 1, p , BEGOSSI, A. Fishing Activities and Strategies at Búzios Island. Fisheries Resource Utilization and Policy, v. 2, p BERKES, F. Sacred Ecology: Traditional Ecological Knowledge and Resource Management. 67

68 Taylor & Francis. Philadelphia, PA, EEUU BRANCO, S. M. Caatinga: paisagens e homens sertanejos. Moderna BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Diagnóstico do macrozoneamento ecológicoeconômico da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco/SEDR/DZT/MMA. Brasília: MMA, p.: Il. color; 32cm + 6 mapas 60x84 cm. ISBN CAMELO FILHO, José Vieira. A dinâmica política, econômica e social do rio São Francisco e do seu vale. Revista do Departamento de Geografia, v. 17, p , 2011 CAPPIO, L. F.; MARTINS, A.; KIRCHNER, R. (Orgs). Rio São Francisco: uma caminhada entre a vida e a morte. Petrópolis: Vozes CBHSF-COMITÊ, DA BACIA HIDROGRÁFICA DO. RIO SÃO FRANCISCO. Comunidade de Pescadores na Bacia do São Francisco. (2014). Acessado em 13 de Março de COSTA-NETO, Eraldo Medeiros; DIAS, Cristiano Villela; MELO, M. N. O conhecimento ictiológico tradicional dos pescadores da cidade de Barra, região do médio São Francisco, Estado da Bahia, Brasil. Acta Scientiarum, v. 24, n. 2, p , DE ALCÂNTARA, Denilson Moreira; GERMANI, Guiomar Inez. Fundos de pasto: espaços comunais em terras baianas DIEGUES, Antonio Carlos et al. Biodiversidade e comunidades tradicionais no Brasil. São Paulo: NUPAUB, 1999 DIEGUES, A. C. A pesca construindo sociedades. São Paulo: NUPAUB USP, 315p., FEITOSA, M. A. Pesca artesanal no semiárido paraibano: Um enfoque etcnoictiológico. Dissertação de Mestrado. PRODEMA. UFPB GODINHO, Alexandre Lima; GODINHO, Hugo Pereira. Breve visão do São francisco. Águas, peixes e pescadores do São Francisco das Minas Gerais. Belo Horizonte: PUC Minas, v. 468, p , HAIMOVICI, Manuel; ANDRIGUETTO FILHO, José Milton; SUNYE, Patricia Sfair (Org.). A pesca marinha e estuarina no Brasil : estudos de caso multidisciplinares. ed. Rio Grande do Sul: Editora da FURG, p. v. unico. HOLMS, P. Crossing the border: on the relationship between science and fishermen s knowledge in a resource management context. Maritime Studies, v.2, n. 1, p. 5-33, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA IBGE html acessado em 06/08/2018 LEAL, Inara R. et al. Mudando o curso da conservação da biodiversidade na Caatinga do Nordeste do Brasil. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p , LORENÇO, L. (2016). Impasse adia decisão sobre redução da vazão do Rio São Francisco. EBC - Agência Brasil. Disponível em: Acesso em 13 de outubro de MALTCHIK, L. Nossos rios temporários, desconhecidos mais essenciais. Ciência Hoje, n. 21, p , MARQUES, J. G. W. Pescando pescadores: ciência e etnociência em uma perspectiva 68

69 ecológica. 2. ed. São Paulo, Brasil: NUPAUB/ USP, MARQUES, J. Ecologias do São Francisco. Paulo Afonso: Fonte Viva MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA. Boletim estatístico da pesca e aquicultura NAZAREA, V. Ethnoecology: situated knowledge/located lives. University of Arizona Press: Tucson MARIA DE SOUZA NOGUEIRA, Eliane; PEREIRA DE SÁ (Org.). A PESCA ARTESANAL NO BAIXO SÃO FRANCISCO: Atores, Recursos, Conflitos. 1ª. ed. Petrolina PE: SABEH, p. v. único. OLIVEIRA, L. M. S. R.; SOUZA, J. M. (Des) caminhos da pesca artesanal no Submedio São Francisco. Rev. de Desenvolvimento Econômico, n. 12, Edição Especial, dez SOUZA, Regina Celeste de Almeida; NEVES RAMOS, Alba Regina. Rio São Francisco: cultura, identidade e desenvolvimento. RDE-Revista de Desenvolvimento Econômico, (NO LUGAR DE REIS ET AL) OLIVEIRA, T. R. A. Meu lugar é o rio: Aspectos identitários e territoriais da comunidade de pescadores artesanais do Povoado Resina, Brejo Grande/SE. Dissertação de mestrado. PPGEcoh. UNEB PAIVA, Melquíades Pinto. Grandes represas do Brasil. In: Grandes represas do Brasil. Editerra, PAZ, V. A.; BEGOSSI, A. Ethnoichthyology of gamboa fishermen of Sepetiba Bay, Braziliam Journal Ethnobiology, v. 16, n. 2, p PEREIRA, Luciano Gomes de Carvalho. Pesca e aquicultura no Brasil. Consultor Legislativo- Área X. Consultoria Legislativa, Anexo III Térreo, Brasília DF ESTUDO NOVEMBRO, RAMIREZ, M.; MOLINA, S. M. G. E HANAZAKI, N. Etnoecologia caiçara: o conhecimento dos pescadores artesanais sobre aspectos ecológicos da pesca. Biotemas, v. 20, n. 1, p , ROSA, R. S.; MENEZES, N. A.; BRITSKI, H. A.; COSTA, W. J. E. M.; GROTH, F. Diversidade, padrões de distribuição e conservação dos peixes da Caatinga. Pp In: LEAL, I.R.; TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C. (eds). Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife, UFPE, SAID, M. Transposição do rio São Francisco; a outra margem da história. Fortaleza: Expressão Gráfica SANTOS, C. A. B.; ALVES, R.R.N. (). Ethnoichthyology of the indigenous Truká people, Northeast Brazil. Journl of Ethnobiology and Ethnomedicine, v. 2016, n. 12, p. 1-10, SAMPAIO, C. L. S.; PAIVA, A. C.; SILVA, E. C. S. Peixes, pesca e pescadores do Baixo São Francisco, Nordeste do Brasil. Cap. 3, p In: NOGUEIRA, E. C. S.; SÁ, M. F. P. A pesca artesanal no Baixo São Francisco: Atores, recursos e conflitos. 1ª ed. SABEH SILVA, L. C. M; CARVALHO NETO, N. F. Problemas socioambientais a pesca artesanal no Nordeste do Brasil. Rev. de Extensão da Univasf. v. 3, n. 2, p ,

70 SOUZA, Regina Celeste de Almeida; NEVES RAMOS, Alba Regina. Rio São Francisco: Cultura, Identidade e Desenvolvimento. RDE-Revista de Desenvolvimento Econômico, VIANNA, L. P. De invisíveis a protagonistas: populações tradicionais e unidades de conservação. São Paulo: Annablume - Fapesp TOMAZ, A. et al. Relatório de denúncia: povos indígenas do Nordeste impactados com a transposição do rio São Francisco. Projeto Cartografia dos Povos e Comunidades Tradicionais do São Francisco

71 Anexos 71

72 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SERTÃO PERNAMBUCANO CAMPUS PETROLINA ZONA RURAL QUESTIONÁRIO (ETNOICTIOLOGIA DOS PESCADORES ARTESANAIS DE SOBRADINHO-BA) *Número do Entrevistado * Local da Entrevista I. IDENTIFICAÇÃO PESSOAL 1. Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino 3. Qual sua idade? 4. Grau de escolaridade ( ) Ens. Fundamental ( ) Ens. Médio ( ) Ensino superior ( ) Não possui 5. Qual sua renda mensal proveniente da pesca? ( ) Menos de 1 salário ( ) Entre 1 e 2 salários ( ) Acima de 2 salários 6. A quanto tempo é pescador? 7. Realiza outras atividades além da pesca? Quais? 8. Em algum momento da vida deixou de ser pescador para realizar outra atividade? ( ) Sim ( ) Não 9. Qual ocupação exerceu quando esteve afastado da pesca? II CARACTERIZAÇÃO DA PESCA 10. Como que frequência realiza a pesca na semana? ( ) 1 dia ( ) 2 dias ( ) 3 dias ( ) 4 dias ( ) 5 dias ( ) 6 dias ( ) Todos os dias 11. Quais são os apetrechos utilizados na pesca? ( ) Anzol ( ) Tarrafa ( ) Rede de espera ( ) Arpão ( ) Armadilhas ( ) Outros 12. Utiliza embarcação? De que tipo? 72

73 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SERTÃO PERNAMBUCANO CAMPUS PETROLINA ZONA RURAL 13. Quais são as principais espécies de peixes capturadas 1ª 4ª 7ª 10ª 3ª 6ª 9ª 12ª 14. Qual é o destino dos peixes capturados ( ) comercializado - próprio pescador ( ) repassado para atravessador ( ) Consumo ( ) outros III. IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIOCULTURAIS 15. Quais espécies se tornaram mais raras nos últimos anos? 1ª 4ª 7ª 10ª 2ª 5ª 8ª 11ª 3ª 6ª 9ª 12ª 16. Você atribui o sumiço das espécies a quais motivos? ( ) poluição ( ) assoreamento ( ) sobrepesca ( ) outros Quais? 17. Aconteceram mudanças na arte da pesca nos últimos anos? Quais? 18. Quais impactos ambientais ao rio você tem observado? ( ) Lançamento de esgoto ( ) Descarte por resíduos sólidos ( ) assoreamento ( ) devastação da mata ciliar ( ) carreamento de agrotóxicos ( ) Outros 19. Qual a previsão para a pesca nos próximos anos? 73

74 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SERTÃO PERNAMBUCANO CAMPUS PETROLINA ZONA RURAL 20. O que o rio representa para você? 21. Em sua opinião, qual é o principal dificuldade para a atividade pesqueira? ( ) Poluição das águas ( ) Falta de organização dos pescadores ( ) Concorrência da pesca industrial ( ) Falta de fiscalização ambiental ( ) Excesso de fiscalização ambiental ( ) Aumento do número de pescadores ( ) Inadequação do período do defeso ( ) Falta de capacitação ( ) Desrespeito a legislação ambiental ( ) Dificuldade financeira ( ) Outros 74

75 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SERTÃO PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP DADOS DO PROJETO DE PESQUISA Título da Pesquisa: PERCEPÇÕES E MEMÓRIAS DOS PESCADORES ARTESANAIS DE SOBRADINHO- Pesquisador: DANIEL FERREIRA AMARAL Área Temática: Versão: 2 CAAE: Instituição Proponente: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCACAO, CIENCIA E TECNOLOGIA DO SERTAO Patrocinador Principal: Financiamento Próprio DADOS DO PARECER Número do Parecer: Apresentação do Projeto: A equipe do projeto é composta pelos membros Daniel Ferreira Amaral (Pesquisador Responsável) e Tâmara de Almeida e Silva (Coordenadora/Orientadora) que foram cadastrados devidamente. 1.2 O projeto trata das PERCEPÇÕES E MEMÓRIAS DOS PESCADORES ARTESANAIS DE SOBRADINHO-BA. 1.3 O projeto submetido é de natureza de Mestrado. 1.4 O projeto apresenta todos os itens necessários à análise ética (Hipótese, Objetivos, Metodologia, Critérios de Inclusão e Exclusão, Riscos e Benefícios, Resultados Esperados e TCLE). Objetivo da Pesquisa: Objetivo Primário: Conhecer as percepções dos pescadores de Sobradinho, acerca das mudanças cronológicas, socioculturais e ambientais geradas pela degradação ambiental do Rio São Francisco e a relação topofílica das comunidades Objetivos Secundários: - Traçar o perfil socioeconômico dos pescadores artesanais Endereço: Rua Valério Pereira, 72 - Anexo da Reitoria Bairro: CENTRO CEP: UF: PE Município: PETROLINA Telefone: (87) ednaldo.gomes@ifsertao-pe.edu.br Página 01 de 04

76 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SERTÃO Continuação do Parecer: Caracterizar as modalidades de pesca exercidas, apetrechos e embarcações - Identificar os principais impactos ambientais e sociais existentes nas localidades - Levantar as espécies de peixes de valor comercial que se tornaram escassas na linha temporal - Conhecer as estratégias de manejo e conservação dos recursos naturais Os objetivos de pesquisa estão claros e delineados, em acordo com a metodologia proposta, são exequíveis e são possíveis de serem atingidos de acordo com o cronograma apresentado. Avaliação dos Riscos e Benefícios: Riscos De acordo com a Resolução CNS nº 466 de 2012, item V, toda pesquisa com seres humanos envolve riscos em tipos e gradações variadas. Na mesma Resolução o item II.22 que define como "Risco da pesquisa - possibilidade de danos à dimensão física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano, em qualquer pesquisa e dela decorrente. Não haverá o envolvimento do pesquisador em situações que possam acarretar em riscos de qualquer natureza à comunidade. O presente estudo não visa a introdução de agentes ambientais de nenhuma natureza e todas as informações coletadas ficaram a todo momento a disposição dos informantes. Os entrevistados poderão se sentir desconfortáveis com a presença do pesquisador, por não estarem habituados a abordagens com questionários e entrevistas. Para minimizar este risco, o pesquisador conviverá com a comunidade. O estudo será encerrado, caso aconteçam situação adversas imprevistas, tais como a falta de interesse da comunidade, ou quando os objetivos forem alcançados Benefícios O estudo não implicará no desenvolvimento de pesquisa com potencial econômico, portanto não haverá repartição de benefícios econômicos. Os benefícios gerados serão decorrentes da produção acadêmica e de informações que poderão ser compartilhadas com os ribeirinhos no intuito de garantir a manutenção dos ecossistemas e da cultura local. A avaliação dos riscos e benefícios está em conformidade. Comentários e Considerações sobre a Pesquisa: O projeto apresenta adequadamente os seguintes itens necessários para a análise ética: tema, Endereço: Rua Valério Pereira, 72 - Anexo da Reitoria Bairro: CENTRO CEP: UF: PE Município: PETROLINA Telefone: (87) ednaldo.gomes@ifsertao-pe.edu.br Página 02 de 04

77 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SERTÃO Continuação do Parecer: objeto da pesquisa, relevância social, local de realização da pesquisa, população a ser estudada, garantias éticas aos participantes da pesquisa, método a ser utilizado, cronograma, orçamento, critérios de inclusão dos participantes na pesquisa, critérios de encerramento ou suspensão da pesquisa(quando couber) e divulgação dos resultados do estudo. Todos os itens estão em conformidade. Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: 5. O projeto apresenta adequadamente todos os termos obrigatórios, a saber: TCLE, Termo de Sigilo e de Compromisso, Folha de rosto, Carta de Anuência, Currículo do Pesquisador responsável e Declaração de Uso de Dados. Todos os termos estão em conformidade. Recomendações: 6. Recomenda-se que o pesquisador esteja atento aos prazos para entrega dos relatórios parcial e final (6 meses e um ano a partir da data de aprovação por este CEP, respectivamente). Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: 7. O projeto está adequado, estando apto para aprovação pelo CEP. Conforme acordado e registrado na ata da reunião ordinária de , o projeto teve sua aprovação condicionada ao envio das correções solicitadas, sem necessidade de espera para análise na reunião ordinária de março. Considerações Finais a critério do CEP: Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados: Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação Brochura Pesquisa projeto_corrigido.pdf 07/03/ :56:29 Outros Carta_resposta.pdf 07/03/ :55:44 marcos antonio batista dos santos marcos antonio batista dos santos Aceito Aceito Endereço: Rua Valério Pereira, 72 - Anexo da Reitoria Bairro: CENTRO CEP: UF: PE Município: PETROLINA Telefone: (87) ednaldo.gomes@ifsertao-pe.edu.br Página 03 de 04

78 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SERTÃO Continuação do Parecer: Informações Básicas PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_P 05/03/2018 do Projeto ROJETO_ pdf 09:22:55 Outros CARTA_DE_ANUENCIA.pdf 15/12/ :40:06 TCLE / Termos de TERMO_DE_CONSENTIMENTO_LIVR 15/12/2017 Assentimento / E_E_ESCLARECIDO.pdf 15:36:55 Justificativa de Ausência Projeto Detalhado / Brochura Investigador PROJETO_ECOLOGIA.pdf 20/06/ :32:32 Folha de Rosto FOLHA_DE_ROSTO.pdf 20/06/ :30:15 Outros LATTES_DANIEL.pdf 20/06/ :32:03 Outros Termo_de_Compromisso_do_Pesquisad 20/06/2017 or.pdf 22:27:50 Outros Termo_de_Sigilo_Tamara.pdf 20/06/ :22:04 Outros Termo_de_Sigilo_Daniel.pdf 20/06/ :17:45 Outros QUESTIONARIO.pdf 23/02/ :57:08 Outros Declaracao_de_concordancia_com_o_d 23/02/2017 esenvolvimento_do_projeto.pdf 09:54:42 Outros Autorizacao_de_cessao_de_uso_de_im 23/02/2017 agem.pdf 09:40:46 Outros Autorizacao_institucional.pdf 23/02/ :39:28 Outros Termo_de_Confidencialidade.pdf 23/02/ :37:46 DANIEL FERREIRA AMARAL DANIEL FERREIRA AMARAL DANIEL FERREIRA AMARAL DANIEL FERREIRA AMARAL DANIEL FERREIRA AMARAL DANIEL FERREIRA AMARAL DANIEL FERREIRA AMARAL DANIEL FERREIRA AMARAL DANIEL FERREIRA AMARAL DANIEL FERREIRA AMARAL DANIEL FERREIRA AMARAL DANIEL FERREIRA AMARAL DANIEL FERREIRA AMARAL Aceito Aceito Aceito Aceito Aceito Aceito Aceito Aceito Aceito Aceito Aceito Aceito Aceito Aceito Situação do Parecer: Aprovado Necessita Apreciação da CONEP: Não PETROLINA, 07 de Março de 2018 Assinado por: Ednaldo Gomes da Silva (Coordenador) Endereço: Rua Valério Pereira, 72 - Anexo da Reitoria Bairro: CENTRO CEP: UF: PE Município: PETROLINA Telefone: (87) ednaldo.gomes@ifsertao-pe.edu.br Página 04 de 04

79 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SERTÃO PERNAMBUCANO CAMPUS PETROLINA ZONA RURAL TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (PARA MAIORES DE 18 ANOS OU EMANCIPADOS - Resolução Nº 466/12 CNS Convidamos o (a) Sr. (a) para participar como voluntário (a) da pesquisa Percepções e Memórias dos Pescadores Artesanais de Sobradinho-BA, que está sob a responsabilidade do pesquisador: PESQUISADOR: Daniel Ferreira Amaral NOME DA PESQUISA: Percepções e Memórias dos Pescadores Artesanais de Sobradinho-BA ENTIDADE PROMOTORA: Instituto Federal do Sertão Pernambucano ENDEREÇO: Av. Marechal Hermes da Fonseca, nº 800 TELEFONE: Ao ler este documento, caso haja alguma dúvida, pergunte à pessoa que está lhe entrevistando, para que o/a senhor/a esteja bem esclarecido (a) sobre tudo que está respondendo. Após ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, caso aceite em fazer parte do estudo, rubrique as folhas e assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa o (a) Sr. (a) não será penalizado (a) de forma alguma. Também garantimos que o (a) Senhor (a) tem o direito de retirar o consentimento da sua participação em qualquer fase da pesquisa, sem qualquer penalidade. INFORMAÇÕES DA PESQUISA OBJETIVOS: Conhecer as representações das percepções dos pescadores de Sobradinho, acerca das mudanças cronológicas, socioculturais e ambientais sofridas pelo Rio São Francisco e a relação topofílica das comunidades. Será também traçado o perfil socioeconômico dos pescadores, caracterizadas as modalidades de pesca, apetrechos e embarcações e levantadas as principais espécies de peixe de valor comercial capturadas. PROCEDIMENTOS DO ESTUDO: Se concordar em participar da pesquisa, você terá que responder a um questionário sobre a organização social e saberes tradicionais da comunidade, podendo também ser uma entrevista que poderá ser gravada, ou escrita, 79

80 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SERTÃO PERNAMBUCANO CAMPUS PETROLINA ZONA RURAL conforme sua necessidade. Os questionários apresentarão perguntas sobre a caracterização da pesca, sobre os impactos ambientais e socioculturais e ainda perguntas envolvendo aspectos socioeconômicos como idade, escolaridade, número de pessoas na família, faixa de salário, fonte de renda (criação animal, agricultura, outra), tradições culturais da qual participa. As questões socioeconômicas além de permitirem analisar seu perfil socioeconômico fornecerão dados para verificarmos se o conhecimento e uso dos recursos estão associados ao poder aquisitivo e/ou à projeção social dos indivíduos ou grupos familiares. Durante a entrevista só serão tiradas fotos com permissão expressa do sr(a), através da assinatura do Termo de autorização para Uso de Imagem. Esta pesquisa será vinculada ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano. A pesquisa consiste na tomada de dados da cultura, do saber e fazer tradicional da comunidade e sua organização social. Os dados, informações e demais materiais coletados do participante da pesquisa serão utilizados como base para desenvolver atividades que visem o despertar do compromisso de cada indivíduo da comunidade com a comunidade e sua cultura. RISCOS E DESCONFORTOS: Poderão ocorrer desconfortos relacionados às perguntas, e para que isso não ocorra, a abordagem somente será realizada após o estabelecimento de uma conversa parcial, para que o entrevistado se sinta mais confiante. Para reduzir efeitos e condições que possam vir a causar algum dano aos participantes da pesquisa, a identidade de cada um será preservada, nenhum outro pesquisador terá acesso aos questionários com as informações fornecidas pelos informantes, e estes terão acesso a toda e qualquer produção acadêmica proveniente desse estudo, antes da publicação para revisão e concordância com as informações. BENEFÍCIOS: Os benefícios dessa pesquisa estão associados ao desenvolvimento de estratégias de manejo que garantam a preservação dos recursos naturais e culturais locais e à divulgação dos resultados obtidos, no intuito do desenvolvimento de políticas públicas. CUSTO/REEMBOLSO PARA O PARTICIPANTE: Os participantes da pesquisa não arcarão com nenhum gasto decorrente da sua participação (entrevista, sessão de 80

81 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SERTÃO PERNAMBUCANO CAMPUS PETROLINA ZONA RURAL estudos, etc.). Faz-se necessário esclarecer que os participantes da pesquisa não receberão qualquer espécie de reembolso ou gratificação devido à participação na pesquisa. Conforme Resolução CNS nº 466 de 2012, item IV.3.h, todo participante da pesquisa têm o direito a buscar indenização frente a qualquer dano que julgue como decorrente da pesquisa. CONFIDENCIALIDADE DA PESQUISA: Fica garantido o sigilo da privacidade dos sujeitos quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa, só serão divulgados dados diretamente relacionados aos objetivos da pesquisa. Esta pesquisa foi apresentada ao Conselho de Ética em Pesquisa (CEP), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano, End. Rodovia R 235, KM 22 Projeto Senador Nilo Coelho N4. Petrolina. CEP: Tel (87) , conforme Resolução CNS nº 466 de 2012, IV.5.d), o CEP acompanhará a pesquisa através de relatórios institucionais anuais apresentados pelo pesquisador responsável Os dados coletados nesta pesquisa (na forma de gravações, entrevistas, fotos, filmagens, bem como outros instrumentos similares ou equivalentes) ficarão armazenados em (pastas de arquivo ou computador pessoal), sob a responsabilidade do (pesquisador e/ou Orientador), no endereço acima informado, pelo período de no mínimo 5 anos. O (a) senhor (a) não pagará nada para participar desta pesquisa. Se houver necessidade, as despesas para a sua participação serão assumidas pelos pesquisadores (ressarcimento de transporte e alimentação). Em caso de dúvidas relacionadas aos aspectos éticos deste estudo, você poderá consultar o Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos do IF SERTÃO- PE no endereço: Reitoria Anexo, Rua Valério Pereira, 72, sala 201, Centro, Petrolina- PE, CEP , Telefone: (87) / Ramal 104, cep@ifsertao-pe.edu.br; ou poderá consultar a Comissão nacional de Ética em Pesquisa, Telefone (61) , conep.cep@saude.gov.br. O Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) é um colegiado interdisciplinar e independente, que deve existir nas instituições que realizam pesquisas envolvendo seres 81

82 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SERTÃO PERNAMBUCANO CAMPUS PETROLINA ZONA RURAL humanos no Brasil, criado para defender os interesses dos sujeitos da pesquisa em sua integridade e dignidade para contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos. O CEP é responsável pela avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos de todas as pesquisas envolvendo seres humanos. (assinatura do pesquisador) CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO VOLUNTÁRIO (A) Eu,, CPF, abaixo assinado, após a leitura deste documento e de ter tido a oportunidade de conversar e ter esclarecido as minhas dúvidas com o pesquisador responsável, concordo em participar do estudo Percepções e Memórias dos Pescadores Artesanais de Sobradinho-BA, como voluntário (a). Fui devidamente informado (a) e esclarecido (a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar o meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade (ou interrupção de meu acompanhamento/ assistência/tratamento). Local e data Assinatura do participante: Impressão digital (opcional) Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e o aceite do voluntário em participar. NOME: ASSINATURA: NOME: ASSINATURA: 82

83 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SERTÃO PERNAMBUCANO CAMPUS PETROLINA ZONA RURAL AUTORIZAÇÃO DE CESSÃO USO DE IMAGEM. Declaro que participei como voluntário (a), da pesquisa Percepções e memórias dos pescadores artesanais de Sobradinho-BA, e que permito a utilização de minhas imagens (fotos), realizadas durante as entrevistas pelo pesquisador Daniel Ferreira Amaral do Instituto Federal do Sertão Pernambucano usá-la integralmente ou em partes, sem restrições de prazos e limites de citações, desde a presente data. Para esclarecimento: as imagens (fotos) exibirão peixes, embarcações, apetrechos de pesca (redes de pesca, tarrafas, linhas e anzóis, laços, arapucas, fojo) e demais instrumentos utilizados pelos pescadores. As imagens utilizadas em quaisquer publicações oriundas desta pesquisa, poderão ter sobre o rosto do entrevistado, uma tarja de cor preta, impedindo a identificação dos indivíduos, não será citados nas legendas, em hipótese alguma o nome do entrevistados, e as fotos a serem vinculadas às publicações deverão ser vistas previamente pelos entrevistados e permitido seu uso mediante a assinatura desta autorização. Fica vinculado o controle da guarda das imagens ao pesquisador e à instituição a que o mesmo está vinculado, de de 20 (nome e assinatura do entrevistado) 83

84 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SERTÃO PERNAMBUCANO CAMPUS PETROLINA ZONA RURAL TERMO DE AUTORIZAÇÃO INSTITUCIONAL Vossa Senhoria: Diretora Geral Jane Oliveira Perez Instituto Federal do Sertão Pernambucano Solicitamos sua autorização para realização do projeto de pesquisa intitulado Percepções e memórias dos pescadores artesanais de Sobradinho-BA, de autoria do discente do Mestrado de Ecologia Humana e Gestão Socioambiental PPGEcoH, Daniel Ferreira Amaral, sob a orientação do Professor Drª Tâmara de Almeida e Silva, da Universidade do Estado da Bahia Campus III A pesquisa tem como objetivo analisar a percepção dos pescadores da Cidade de Sobradinho-BA, acerca das mudanças cronológicas, socioculturais e ambientais geradas pela degradação ambiental do Rio São Francisco e a relação topofílica das comunidades. As modificações causadas nos últimos anos pelas alterações no curso do Rio São Francisco pela construção de barragens e a poluição e degradação ambiental gerada pela ação antrópica, têm modificado a paisagem, os ambientes lacustres, passando de lóticos para lênticos e a vida dos ribeirinhos que possuem a pesca como atividade de subsistência. Entender a dinâmica das mudanças e a percepção da comunidade a cerca das alterações ocorridas no ambiente é de extrema importância na articulação de medidas que garantam a permanência e sobrevivência das comunidades locais. Esta atividade NÃO APRESENTA riscos de nenhuma natureza para os participantes e qualquer informação adicional poderá ser obtida através dos telefones (87) , ou (74) (pesquisador responsável). A qualquer momento, poderão ser solicitados esclarecimentos sobre o trabalho que está sendo realizado e, sem qualquer tipo de cobrança, poderá ser retirada esta a autorização. O pesquisador está apto a esclarecer estes pontos e, em caso de necessidade, dar indicações para contornar qualquer mal-estar que possa surgir em decorrência da pesquisa. 84

85 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SERTÃO PERNAMBUCANO CAMPUS PETROLINA ZONA RURAL AUTORIZAÇÃO INSTITUCIONAL Eu, Jane Oliveira Perez, Diretora Geral do IF Sertão/ Campus-Petrolina/Zona Rural declaro que fui informado dos objetivos da pesquisa acima, e concordo em autorizar a execução da mesma nesta Instituição. Sei que a qualquer momento posso revogar esta autorização, sem a necessidade de prestar qualquer informação adicional. Declaro, também, que não recebi ou receberei qualquer tipo de pagamento por esta autorização bem como os participantes também não receberão qualquer tipo de pagamento. Petrolina PE, 16 de fevereiro de 2017 assinatura 85

86 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SERTÃO PERNAMBUCANO CAMPUS PETROLINA ZONA RURAL DECLARAÇÃO CONCORDANCIA COM O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO Eu, Tâmara de Almeida e Silva, solteira, Professora de Ensino Superior, inscrito no CPF/MF sob o nº , Orientador(a) responsável pelo projeto de titulo: PERCEPÇÃO E MEMÓRIAS DOS PESCADORES ARTESANAIS DO LAGO DE SOBRADINHO-BA, do qual sou o Orientadora Responsável, declaro estar ciente do compromisso firmado com a orientação de Daniel Ferreira Amaral, discente do curso de Mestrado em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental, modalidade stricto sensu, vinculado ao Departamento de Tecnologias e Ciências Sociais - DTCS, Campus III, da Universidade do Estado da Bahia. Juazeiro, 23 de fevereiro de 2017 Daniel Ferreira Amaral Pesquisador Responsável Tâmara de Almeida e Silva Pesquisadora Associada 85

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