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1 IX Colóquio Internacional Marx-Engels GT: Os marxismos Título: Classes, lutas emancipatórias e transição ao socialismo Autor: Professor Dr. Javier Amadeo Introdução O presente texto pretende explorar um conjunto de escritos que consideramos centrais para discutir a questão estratégia de transição ao socialismo construído sobre as lutas emancipatórios ou sobre a práxis social do proletariado e um conjunto de temas a ela associados. O texto tem mais caráter mais exploratório que conclusivo inclusive considerando a impossibilidade de resolução teórica da questão, sem dúvida essa questão só pode ter uma resolução de caráter prática ainda que informada pela teoria. Assim pretendemos apontas algumas questões chaves de textos centrais no interior do pensamento marxista e apontar alguns pontos que consideramos fundamentais para a discussão. Este textos são: Introdução de Engels ao conjunto de artigos de Marx publicado sob o nome de As lutas de classes na França (1895); o texto de Rosa Luxemburgo A Revolução Russa (1918); passagens do Caderno 13 dos Cadernos do Cárcere de Gramsci Breves Notas sobre a política Maquiavel ( ) O testamento político de Engels e o surgimento do socialismo democrático 1 Esta Introdução, escrita pouco antes da morte de Engels, é considerada por diversos autores como o testamento político de Engels e nela aparecem elementos de análise político de suma importância e particularmente valiosos para a discussão sobre a luta emancipatórias e o processo de transição ao socialismo. Esse texto, como afirma Texier, tem uma importância decisiva já que representa um juízo retrospectivo sobre as posição política de Marx e Engels no período político fundamental que se estende de 1848 a 1871 (Texier, 2005, p. 26). O texto de Engels analisa as posições políticas de Marx e do próprio Engels no período ressaltando uma visão errônea sobre o período, tanto no caso da revolução de 1848 como de Fazendo um balanço histórico do período, Engels afirma que a 1 Seguimos neste ponto a intepretação de Texier, 2005.

2 transformação da sociedade burguesa não estava na ordem do dia naquele período (Texier, 2005, p. 27). O que estava na ordem do dia, na análise proposta por Engels, era o desenvolvimento do capitalismo no sentido de uma capitalismo industrial mais pleno e como consequência uma transformação completa das condições da luta social como resultado desta mudança. Como afirma Texier, os parágrafos 12, 13 e 14 da Introdução são de enorme importância porque neles Engels realiza uma autocrítica da tática política revolucionária do período de Engels descreve, nesta parte do texto, o modelo das revoluções burguesas dos séculos XVII e XVIII, destacando que estas foram revoluções de minorias com o objetivo de favorecer minorias. Este modelo revolucionário construído sob o imaginário da revolução francesa, serviu de arquétipo para que Marx e Engels refletiram sobre o modelo da revolução socialista. Afirma Engels: Todas as revoluções desembocaram no afastamento de determinado domínio classista por outro; porém, todas as classes dominantes até aqui sempre constituíram pequenas minorias diante da massa dominada da população [...]se abstrairmos do conteúdo concreto de cada caso, a forma comum de todas as revoluções é a de que eram revoluções de minoritária (Engels, [1895] 2012, p. 14, ênfase próprio). A utilização deste modelo revolucionário partia do seguinte pressuposto: se durante as revoluções burguesas as minorias conscientes tinham conseguido dirigir as massas inconscientes no processo de transformação social, existiam fortes motivos para pensar que no caso de uma revolução de caráter socialista as massas deviam seguir uma minoria consciente que defendia, pela primeira vez na história, os interesses reais das maiorias (Texier, 2005, p ). No período de 1848, Marx e Engels avaliavam que o modelo das revoluções burguesas poderia apresentar os traços de toda e qualquer luta revolucionária. Como afirma Engels, este modelo parecia aplicar-se também às lutas do proletariado em prol da sua emancipação (Engels, [1895] 2012, p. 15). Existia a confiança que a partir da luta das minorias conscientes e do próprio processo revolucionário as massas passassem a ter consciência da necessidade da sua emancipação. O caminho a tomar não estava claro nem para as próprias massas proletárias, nem mesmo em Paris depois

3 da vitória. E, no entanto, o movimento estava aí, instintivo, espontâneo, irreprimível (Engels, [1895] 2012, p. 15). Engels crítica assim um dos pressupostos fundamentais da tática revolucionária do período de , a possibilidade da conversão da revolução da minoria em revolução da maioria nas condições sociais e política da época (Texier, 2005, p. 117). Esta crítica da tática revolucionária será realizada junto com uma análise dos pressupostos econômicos para a superação do modo produção capitalista. Para Engels esse processo de desenvolvimento do capitalismo teria eliminado os vestígios do período de desenvolvimento anterior e colocou no centro do conflito social a luta entre burguesia e proletariado. O que aparece na análise de Engels é que durante o período de 1848 o nível de desenvolvimento do capitalismo ainda era incipiente, e que a contradição entre capital e trabalho também não tinha alcançado o grau de polarização que posteriormente alcançará. No momento que Engels escreve a Introdução em 1895 o estado de organização e de politização do movimento operário europeu, era notadamente maior quando comparado com o período de Como sustenta o autor hoje temos um só grande exército de socialistas, avançando incessantemente, crescendo diariamente em número, organização, disciplina, noção das coisas e certeza da vitória (Engels, [1895] 2012, p. 17). Essa mudança nas condições sociais e políticas dos período, com o surgimento do movimento operário com um ator político central nos países do capitalismo avançado, coloca em discussão a estratégia socialista e os métodos de luta do proletariado. Neste sentido as observações de Engels se revelam como extremamente importantes para nossa discussão: Se nem mesmo esse poderoso exército do proletariado conseguiu até agora atingir o alvo, se ele, longe de conquistar a vitória de um só golpe, é obrigado a avançar lentamente de uma posição a outra mediante a luta dura e renhida, isso demonstra de uma vez por todas como era impossível conquistar em 1848 a reorganização social por meio de um ataque de surpresa (Engels, [1895] 2012, p. 17, ênfase no original). Para Texier, os métodos de luta defendidos por Marx e Engels no período de , sintetizado pela ideia da vitória revolucionária de um só golpe, estavam

4 impregnados de uma visão de ruptura radical e definitiva. Esta ideia profundamente jacobina 2 parte da ideia que a ruptura, com o recurso à violência regeneradora, implica um salto qualitativo no processo de transformação. A análise de Engels coloca a necessidade de problematizar esta questão e analisar o problema de transformação qualitativa da sociedade a partir da ideia de um trabalho de transformação de meio de longo prazo, ainda que sem renunciar a ideia de revolução, na afirmação de Engels único direitos histórico real (Engels [1895] 2012, p. 28 e Texier, 2005, p. 117). A análise desenvolvida por Engels neste ponto se aproxima de forma clara dos desenvolvimentos teóricos produzidos por Gramsci quando discute nos Cadernos do cárcere as diferenças nas estruturas sociais presentes em Oriente e em Ocidente e a necessidade de pensar estratégias de transformação social distintas, enfatizado a ideia da uma guerra de movimento, isto é de conquista da hegemonia civil. A ideia de vitória alcançada de um golpe só, e da reorganização social por meio de um ataque de surpresa tem claras influencias nos métodos de luta blanquistas, no período aliados políticos de Marx e Engels. A forma de ação dos grupos blanquistas consistia na ação audaciosa de minorias determinadas que pudesse tomar o poder e na sequencia organizar uma ditadura centralizada, no entanto com o objetivo de transformar essa revolução de minorias em uma revolução de maiorias (Texier, 2005, p. 121). Uma das proposições centrais da análise de Engels é, seguindo a interpretação de Texier, que nas condições políticas e sociais do final do século XIX o processo de transformação socialista vai pressupor uma longo guerra de posições (Texier, 2005, p. 124). Para Texier, a análise Engels problematiza a questão dos métodos de luta de 1848 ao criticar a ideia blanquista de golpe por surpresa. Nesta leitura a vitória do proletariado em 1871 foi resultado de circunstancias históricas excepcionais, no entanto o balanço desta experiência permite afirma que a Comuna de Paris constitui o fim dessa época, como afirma o próprio Engels esse período foi finalizado pela Comuna de Paris. Desta forma é possível afirmar que Engels propõe uma periodização histórica e a derrota da Comuna de Paris simboliza o fim de um período histórico. Como consequência a necessidade de questionamento dos métodos de luta da Revolução Francesa aplicado ao novo objeto que é a revolução social. A formula 2 Sobre a questão da relação de Marx com as ideias jacobinas ver Avinieri, 1983.

5 política que expressa este tipo de estratégia revolucionaria, continua Texier, é a formulada da revolução permanente, formulada teoricamente durante a primeira fase da Revolução Francesa e aplicada por Marx e Engels aos eventos de 1848 e também durante a experiência revolucionária da Comuna de Paris em 1871, como fórmula apropriada para a revolução socialista. No entanto a análise formulada por Engels na Introdução permite afirma que esta formula tem se tornado obsoleta para os objetivos da transformação social. Como afirma Texier A partir desse momento ou dessa transformação profunda, a fórmula da revolução permanente se torna obsoleta: e superada e substituída pela forma da conquista da hegemonia civil (Texier, 2005, p. 125). Rosa Luxemburgo e a crítica da Revolução Russa A experiência das revoluções de 1917 e 1918 teve uma importância chave no desenvolvimento teórico da Rosa Luxemburgo. Um dos elementos importantes deste processo de reelaboração teórica é a formulação de elementos importantes da estratégia de transformação ao socialismo (Brie, 2004, p. 17). Em 1918, Rosa escreve um artigo criticando a proposta de paz de Brest- Litovsk. O texto foi publicado, no entanto com observações dos editores defendendo a posição dos bolcheviques. Como resultado desta polêmica, em particular com Paul Levi, a Rosa vai redigir um panfleto sob a titulo de A Revolução Russa defendendo a revolução de outubro, mas também formulando críticas (Loureiro, 2004, p. 151). Rosa Luxemburgo crítica da posição de Kautsky que afirmavam que por a Rússia ser um país economicamente atrasado não estaria madura para uma revolução de caráter socialista. Para Rosa Luxemburgo essa visão buscava recursar a responsabilidade do proletariado internacional no destino de Revolução Russa, a falta de maturidade do proletariado alemão para cumprir sua missão histórica e a ausência de compromisso político da direção da socialdemocracia. Enfatizar isso, na visão da autora, devia ser a primeira tarefa de uma análise crítica da Revolução Russa (Luxemburgo, [1918] 2011, p ). Para Rosa só uma crítica aprofundada e refletida, não uma apologia acrítica, será capaz de recolher esses tesouros de experiências e ensinamentos (Luxemburgo, [1918] 2011, p. 177). A análise de Rosa parte de reconhecimento das difíceis condições nas quais foi realizada a primeiro experimento de transformação socialista; a experiência russa se da no meio de um conflito bélico mundial, da carnificina

6 gerado pelo imperialismo e da crise política da esquerda europeia. É necessário avaliar as conquistas da Revolução Russa neste difícil contexto internacional. Neste contexto nem o idealismo nem a enorme energia revolucionaria da experiência russa seriam capazes de garantir a realização do socialismo e da democracia. Para Rosa, o compromisso do movimento operário alemão de realizar ações históricas não pode nascer da fabricação de um entusiasmo revolucionário acrítico, ao contrário, só nascerá da compressão da terrível gravidade, de toda a complexidade das tarefas a cumprir, da maturidade política e da autonomia intelectual, da capacidade de julgamento crítico das massas (Luxemburgo, [1918] 2011, p ). Rosa, criticando a política dos mencheviques, e a posição de Kautsky na Alemanha, aprovava a posição dos bolcheviques que foram o único partido a entender os verdadeiros interesses da revolução (Luxemburgo, [1918] 2011, p ). Os bolcheviques estabeleceram com clareza o programa político mais avançado e completo do momento, um programa político que colocava como objetivo a ditadura do proletária e a realização do socialismo Como afirma Rosa os bolcheviques adquiriram assim o imperecível mérito histórico de terem proclamado, pela primeira vez, os objetivos finais do socialismo como programa imediato da prática política (Luxemburgo, [1918] 2011, 185). Com relação à política agrária, na visão de Rosa, um governo socialista deveria ter tomar medidas no sentido de estabelecer os requisitos fundamentais para uma reforma socialista da propriedade agrária. As medidas realizadas pelos bolcheviques, sintetizada na ideia de apropriação imediata e repartição das terras pelos camponeses, foram no sentido contrário, colocando dificuldades insuperáveis para uma reforma agrária de caráter socialista. Para Rosa os destinos trágicos da uma fraseologia vazia sobre o direito de autodeterminação das nações cumpriu um papel reacionário, causando confusão na fileiras do socialismo e enfraquecendo a posição do proletariado nos países limítrofes da Rússia. Essa fraseologia nacionalista forneceu as burguesia da Ucrânia, da Finlândia da Polônia e dos países bálticos a mais esplêndida bandeira para sua aspirações contrarrevolucionárias. O destino trágico desta política errônea sobre o direito das nações, isolou a Revolução Russa e reforçou as políticas do imperialismo. Para Rosa essa situação engendrou o terror e o esmagamento da democracia (Luxemburgo, [1918] 2011, p ).

7 Este ponto a análise da Rosa centra a discussão e a crítica na dissolução da Assembleia Constituinte por decisão da direção bolchevique e suas consequências políticas sobre a fortuna da Revolução Russa. Para a revolucionária polonesa, a decisão política dos bolcheviques de dissolver a Assembleia Constituinte em novembro de 1917 foi decisiva para vários dos acontecimentos posteriores e nesse sentido marca uma guinada tática de grande importância. Até a vitória de outubro a convocação de uma Assembleia Constituinte tinha sido um dos pontos centrais da políticas dos bolcheviques. No entanto, depois do triunfo de outubro os bolcheviques mudam radicalmente de posição alegando que a escolha dos representantes para a Assembleia representava um período anterior do ponto de vista político e não a correlação de forcas do momento (Luxemburgo, [1918] 2011, p ). Rosa concorda sobre os limites das instituições democráticas, no entanto para a autora o remédio encontrado pelo bolcheviques de suprimir a democracia em geral era pior que o problema que se buscava impedir. A supressão da formas políticas democráticas elimina os mecanismos a partir dos quais podem ser corrigidas as insuficiências congênitas das instituições sociais: a vida política ativa, sem entraves, enérgica da mais largas massas populares (Luxemburgo, [1918] 2011, p. 201). A crítica de Rosa Luxemburgo se dirige ao centro da estratégia revolucionária desenvolvidas pela direção do partido bolchevique: O pressuposta tácito da teoria da ditadura no sentido Lênin-Trotsky é que a transformação socialista seria uma coisa para a qual o partido revolucionário tem no bolso uma receita pronta, que só precisa de energia para ser realizada [...] O sistema socialista não deve nem poder ser senão um produto histórico, nascido da própria escola da experiência, na hora da sua realização, nascido da história viva fazendo-se, que, exatamente como a natureza orgânica, da qual faz parte em última análise, tem o belo hábito de produzir sempre, com uma necessidade social real, os meios de satisfazê-la, ao mesmo tempo, que a tarefa a realizar, a sua solução. [...] Só a experiência [é] capaz de corrigir e de abrir novos caminhos, só uma vida fervilhante e sem entraves chega a mil formas novas, improvisações, mantém a forca criadora, corrige ela mesma rodos os seus erros. Se a vida pública dos Estados de liberdade limitada é tão medíocre, tão miserável, tão esquemática, tão infecunda, é justamente porque, excluindo a democracia, ela obstrui a fonte vida de toda riqueza e de todo progresso intelectual (Luxemburgo, [1918] 2011, p , ênfase no original).

8 Como afirma Isabel Loureiro, Rosa Luxemburgo vai identificar a ditadura do proletariado com a verdadeira democracia, isto é com a dominação política das massas proletárias. A existência de liberdades democráticas como liberdade de imprensa, direito de associação e de reunião são essenciais para a dominação proletária; a educação e formação política dos trabalhadores só será possível no interior de uma vida política livre. A existência da democracia permite ao proletariado intervir na vida política, e modificando os direitos existentes e transformando as instituições econômicas da sociedade burguesa (Loureiro, 2004, p ). No entanto, como afirma Isabel Loureiro, Rosa não é uma defensora da democracia no sentido abstrato e burguês do termo. A revolucionária alemã considera que a vitória da revolução socialista está intrinsecamente vinculada ao apoio das massas populares, mas esse apoio é conquistado mediante a ação política e a tática revolucionária. A defesa da liberdade não implica uma aceitação desta no sentido dado pelo liberalismo, mas como elemento fundamental para a constituição de uma espaço público proletário. Este espaço seria fundamental para a existência de variadas experiências políticas do proletariado; estas experiências poderiam tomar forma nos partidos, nos sindicatos ou nos conselhos. Não existiria, portanto, uma forma política privilegiada, determinada apriori, na qual a consciência da classe operária estaria sempre representada, o próprio processo da luta de classes determinaria as diversas formas organizativas apropriado para o momento. É nesse sentido que a existência de forma política democrática passa a ser essencial para o processo de criação das formas organizativas da classe operária (Loureiro, 2004, p ). Gramsci: filosofia da práxis e hegemonia socialista Como afirma Coutinho, a renovação gramsciana do marxismo foi a tentativa mais sistemática de responder às questões cruciais da estratégia de transição ao socialismo nos países do capitalismo mais desenvolvido. Para isto Gramsci desenvolve um conjunto de novas determinações: a diferença estrutural entre as formações sociais de Ocidente e Oriente, uma teoria do Estado em sentido ampliada uma diferenciação entre guerra de movimento e guerra de posição como elemento central das estratégias políticas revolucionárias. A estratégia de construção do socialismo nos países do capitalismo avançado passará pela construção de uma nova hegemonia (Coutinho, 1999: 83-5).

9 A elaboração de uma teoria ampliada do Estado, permite a Gramsci analisar as dificuldades enfrentadas pela revolução socialista no Ocidente. Nesta análise as dificuldades da transformação revolucionária estão relacionadas com as estruturas sociais divergentes presentes no Oriente e no Ocidente. As formações sociais de Oriente incluída a Rússia do Czar se caracterizam pela existência de uma sociedade civil fraca em contraposição com o quase absoluto predomínio do Estado. Em contraste nas formações sociais de Ocidente existe uma relação mais equilibrada entre sociedade civil e sociedade política. Como afirma Coutinho, com base nestes pressupostos Gramsci analisará as diferentes estratégias revolucionárias em relação ao tipo de formações sociais existentes. No oriente a estratégia adequada seria de ataque frontal, uma estratégia de guerra de movimento ou guerra de manobra, considerando o papel central do Estado, esta estratégia devia buscar a conquista e conservação do Estado em sentido estrito. No ocidente a melhor alternativa seria uma estratégia de guerra de posições, ou de luta políticoideológico, isto é a construção de consenso entre os setores subalternos, a luta deveria ser travada inicialmente no âmbito da sociedade civil como condição para a conquista do Estado. O ano de 1870 seria, para Gramsci, o momento de inflexão do ponto de vista do período histórico, até esse momento a fórmula revolução permanente, utilizada por Marx e Engels como expressão das experiências jacobinas durante a revolução francesa, era a expressão correta como símbolo da estratégia política revolucionária (Coutinho, 1999, p. 147). Para Gramsci (2001a, p. 24), esta fórmula era própria de um período histórico em que os grandes partidos políticos e os sindicatos ainda não tinham surgido, onde em muitos aspectos a sociedade estava num estado de fluidez. Como afirma Gramsci: No período posterior a 1870 [...] a fórmula de revolução permanente própria de 1848, é elaborada e superada na ciência política com a fórmula de hegemonia civil. Ocorre na arte da política o que ocorre na arte militar: a guerra de movimento torna-se cada vez mais guerra de posição [...] A estrutura maciça das democracias modernas, seja como organizações estatais, seja como conjunto de associações na vida civil, constitui para a arte da política algo similar às trincheiras e às fortificações permanentes da frente de combate na guerra de

10 posição: faz com que seja apenas parcial o elemento do movimento que antes constituía toda a guerra, etc. (Gramsci, 2001a, p. 24, ênfase nosso). Na análise de Gramsci, esta relação equilibrada entre Estado e sociedade civil no ocidente coloca em questão o papel determinante das crises econômicas no processo de desagregação do sistema dominante e, como consequência, da ideia de assalto ao poder como estratégia política revolucionária (Coutinho, 1999, p. 152). Para Gramsci: A mesma transformação deve ocorrer na arte e na ciência política, pelo menos que se refere aos Estados mais avançados, onde a sociedade civil tornou-se uma estrutura muito complexa e resistente às irrupções catastróficas do elemento econômico imediato (crise, depressões, etc.); as superestruturas da sociedade civil são como o sistema de trincheiras na guerra moderna. Assim como nesta última ocorria que um implacável ataque de artilheira pareceria ter destruído todo o sistema defensivo do adversário (mas, na realidade, só o havia destruído na superfície externa, e, no momento do ataque e do avanço, os assaltantes defrontavam-se com um linha defensiva ainda eficiente), algo similar ocorre na política durante as grande crise econômicas [...] O último fato deste gênero na história da política foram os acontecimentos de Trata-se, portanto de estudar com profundidade quais são da sociedade civil que correspondem aos sistemas de defesa na guerra de posição (Gramsci, 2001a: 73). O sistema de mediações construído pela sociedade civil nos países ocidentais tornaram as rupturas revolucionárias fenômenos cada vez mais complexos. Para Gramsci as rupturas revolucionárias não são mais resultado imediato das crises econômicas, ainda que profundas, elas se articulam em vários níveis, e a estratégia de transformação revolucionária nesta situação deve ser estruturada com base no conceito de guerra de posições, ou seja, um processo de conquista da hegemonia civil. Para analisar a situação de uma crise revolucionária, Gramsci formulará o conceito de crise orgânica, diferenciando esta de uma crise da carácter conjuntural, este tipo de crise significaria a progressiva desagregação do antigo bloco histórico. A crise orgânica apresenta-se do ponto de vista econômico como manifestação das contradições estruturais do modo de produção e do ponto de vista político-ideológico como uma crise de hegemonia (Coutinho, 1999, p. 152).

11 Bibliografia: BRIE, Michael. Prefácio. In: Loureiro, Isabel Rosa Luxemburgo. Os dilemas da ação revolucionária. São Paulo: Editora Unesp, COUTINHO, Carlos Nelson. Gramsci. Um estudo sobre seu pensamento político. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, COUTINHO, Carlos Nelson Introdução. In: Gramsci, A. Cadernos do cárcere [Volume 1]. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, ENGELS, Friedrich. Prefácio. In Marx, Karl. As lutas de classes na França de 1848 a São Paulo: Boitempo, [1895] GRAMSCI, A. Cadernos do cárcere [Volume 1]. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, GRAMSCI, A. Cadernos do cárcere [Volume 3]. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, LOUREIRO, Isabel. Rosa Luxemburgo. Os dilemas da ação revolucionária. São Paulo: Editora Unesp, LUXEMBURGO, Rosa. Textos escolhidos, volume I ( ). São Paulo: Editora Unesp, TEXIER, Jacques. Revolução e democracia em Marx e Engels. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2005.

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