Memórias da terra: análises cerâmicas e geoquímicas nos sítios Terra Preta 1 e Terra Preta 2

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1 Memórias da terra: análises cerâmicas e geoquímicas nos sítios Terra Preta 1 e Terra Preta 2 Estudos de arqueologia na área de intervenção da Mineração em Juruti-Pará Programa de Educação Patrimonial Lilian Panachuk ORGANIZADORA

2 Memórias da terra: análises cerâmicas e geoquímicas nos sítios Terra Preta 1 e Terra Preta 2 Estudos de Arqueologia na área de influência da Mineração em Juruti-Pará ORGANIZADORA Lílian Panachuk

3 Organização Lílian Panachuk Daniel Cruz Colaboração Consultoria Greyce Guerra Eneida Malerbi Solange Caldarelli Revisão Ortográfica Ilustração Fotos Tatiane Lima Scientia Consultoria Científica Eliziane Duarte Acervo Scientia Consultoria Capa Patrícia Cassimiro Wallace Felix Projeto Gráfico/Diagramação Apoio Wallace Felix Alcoa World Alumina Brasil Ltda M533 Memórias da Terra: análises cerâmicas e geoquímicas nos sítios Terra Preta 1 e Terra Preta 2: estudos de arqueologia na área de intervenção da mineração Juruti-Para / Lílian Panachuk (org.); revisão, Tatiane Lima; projeto gráfico, Wallace Felix. São Paulo: [s. n.], p.: il.; 26 cm. ISBN Patrimônio Cultural. 2. Educação Patrimonial. 3. Memória local. I. Título. II. Panachuk, Lílian. CDD É permitida a reprodução total ou parcial desta publicação, desde que citada a fonte. Esta publicação não pode ser vendida. Tiragem: 150 exemplares. Impresso no Brasil

4 Dedicatória Este livro é dedicado à arqueóloga Ana Lúcia Machado (em memória), que muito contribuiu para o estudo dos vestígios cerâmicos encontrados em Juruti. Obrigada pelo aprendizado, esta obra também é sua! 4

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6 Agradecimento Este trabalho somente foi possível com a colaboração de uma rede de pessoas, igualmente importantes para a sua boa conclusão. A coordenação dos trabalhos foi executada por Dra. Solange Caldarelli e por Ma. Fernanda Araújo Costa, que traçaram as diretrizes da pesquisa arqueológica; Dra. Dirse Clara Kern foi responsável pelo estudo geoquímico. Importante apontar que as escavações dos sítios Terra Preta 1 e Terra Preta 2, no município paraense de Juruti, foram coordenadas pelas pesquisadoras Dra. Denise Gomes e Dra. Dirse Clara Kern, mais uma grande equipe de pesquisadores e técnicos de diferentes áreas. A Ma. Ana Lúcia Machado (a quem dedicamos esta obra) coordenou uma equipe de pesquisadores e técnicos para o entendimento da indústria cerâmica (Graduados Isabel Pinheiro, Sabrina Sousa e André Heron Carvalho dos Reis; Dra. Jucilene Amorim Costa; Técnico Fábio Correa dos Santos; Especialistas Greyce Oliveira e Thiago Guerra), enquanto o Me. Wesley Charles analisou o material lítico. 6

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8 Abreviaturas C - Carbono P - Fósforo Ca - Cálcio Mg - Magnésio TM - Terra Mulata TPA - Terra Preta Arqueológica ph - Potencial Hidrogeniônico Valor T - Estatística que compara o valor de duas amostras Zn - Zinco Mn - Manganês K - Potássio g - Grama ha - Hectare Cu - Cobre cm - Centímetro L - Litro/Litros ml - Mililitro mm - Milímetro Fe - Ferro kg - Quilograma nm - Nanômetro (um milionésimo de milímetro) KCI - Cloreto de Potássio N - Nitrogênio Na - Sódio

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10 Sumário Apresentação Introdução Capítulo 1 - A área de estudo: contexto arqueológico Capítulo 2 - A matriz do solo: estudo de terras pretas Procedimentos em campo Procedimentos de laboratório Resultados alcançados nessa pesquisa Capítulo 3 Composição do solo: estudo da flotação Procedimentos de campo Procedimentos de laboratório Resultados alcançados no estudo da flotação Capítulo 4 - Análise cerâmica Dados tecnológicos da cerâmica Tipo de artefato e porção do pote Técnica de produção dos artefatos Elementos presentes na pasta cerâmica Tipo de queima

11 Tratamento de superfície: alisamento, polimento, barbotina e engobo Técnicas decorativas Morfologia dos fragmentos e seus diâmetros Marcas de produção, conservação e sinas de uso Projeção dos vasilhames: forma, altura e volume Cruzamento de dados: análise horizontal Cruzamento de dados: análise vertical Análise química da cerâmica Resultados alcançados Capítulo 5 - Considerações finais Referências

12 Apresentação Palavra da Scientia Consultoria Científica Os vestígios arqueológicos localizados na região dos rios Tapajós e Trombetas sobretudo a exuberante decoração cerâmica e algumas interessantes estatuetas de pedra chamaram a atenção de estudiosos e deram origem a pesquisas assistemáticas entre o último quartel do século XIX e meados do século XX. Em meio a esses autores estiveram Barbosa Rodrigues, Barbosa de Faria, Curt Nimuendajú, Erland Nordenskiöld, Protásio Frikel, Frederico Barata, Peter Hilbert, Helen Palmatary. A partir da década de 1980, na região empreenderam-se estudos arqueológicos sistemáticos - como indicado adiante neste estudo. No presente, a cultura material remanescente de ocupações humanas pretéritas na região continua a despertar interesse, ao mesmo tempo em que cada estudo estimula a proposta de mais pesquisas. É o caso do conteúdo deste livro, que apresenta os resultados da pesquisa arqueológica desenvolvida pela Scientia Consultoria Científica em dois sítios arqueológicos, localizados no município paraense de Juruti, no contexto do licenciamento ambiental da área de inserção de empreendimento da Alcoa: contribui com algumas peças a mais para o complexo quadro do povoamento antigo da Amazônia, e também levanta mais questões a serem respondidas por estudos futuros. Importa informar, também, que essa pesquisa arqueológica realizada em Juruti, desde 2007, assim como um importante programa de atividades educativas voltadas para o patrimônio cultural em geral e os bens arqueológicos em específico integram ação dos Planos de Controle Ambiental do processo de licenciamento do empreendimento de mineração de bauxita da Alcoa no Município de Juruti. Múltiplas ações têm sido realizadas em parceria com a comunidade e com outros programas sociais atuantes no município que buscam formar cidadãos mais envolvidos com a preservação tanto do patrimônio quanto da identidade cultural local. 12

13 Palavra do empreendedor Sobre a Alcoa Corp. A Alcoa (NYSE: AA) é líder mundial no setor em produtos de bauxita, alumina e alumínio, com um forte portfólio de produtos de fundição e laminação de valor agregado e ativos de energia significativos. A Alcoa está construída sobre uma base de valores fortes e excelência operacional há quase 130 anos, desde a revolucionária descoberta que fez do alumínio uma parte vital e acessível da vida moderna. Desde a invenção da indústria de alumínio e no decorrer da nossa história, nossos talentosos Alcoanos têm apresentado incríveis inovações e melhores práticas que nos levaram à eficiência, segurança, sustentabilidade e comunidades mais fortes em todos os momentos em que operamos. Visite nosso site no Twitter e, no Facebook, em Sobre a Alcoa no Brasil A Alcoa opera no Brasil em cinco das seis unidades de negócios da Alcoa Corporation: Bauxita, Alumina, Alumínio, Fundição e Energia. A estratégia de transformação da companhia busca ampliar seus negócios na cadeia de valor do alumínio e criar operações na área de commodities globalmente competitivas. A Alcoa emprega localmente cerca de pessoas e possui três unidades produtivas, em Minas Gerais, Maranhão e Pará, além de escritórios em São Paulo e no Distrito Federal. A companhia também é acionista da Mineração Rio do Norte (MRN) e de quatro usinas hidrelétricas: Machadinho, Barra Grande, Serra do Facão e Estreito. Foi escolhida pela oitava vez como uma das empresas-modelo pelo Guia Exame de Sustentabilidade. Também foi reconhecida pela 13ª vez como uma das Melhores Empresas para Trabalhar, de acordo com o Great Place to Work Institute; e uma das Melhores Empresas Para Começar a Carreira, segundo o Guia Você S/A. Para mais informações, visite e no Twitter em twitter.com/alcoabrasil e no Facebook em facebook.com/ AlcoaBrasil. 13

14 Sobre a Alcoa Juruti A Alcoa opera mina de bauxita no município de Juruti, oeste do Estado do Pará, desde 2009, como uma das principais unidades do negócio global de mineração da Alcoa. Composta por estruturas de lavra, beneficiamento, transporte através de ferrovia de cerca de 55 km e terminal portuário, a Alcoa Juruti emprega cerca de funcionários direta e indiretamente, mantendo uma média de 80% do efetivo com origem paraense, e já gerou o montante de mais de R$ 260 milhões em pagamentos de impostos e royalties da mineração de bauxita. Com uma proposta de operações integradas com a comunidade, a Companhia promove iniciativas voluntárias de responsabilidade social pelo fortalecimento das infraestruturas, mão de obra e negócios locais, além de impulsionar a criação do Tripé Juruti Sustentável como modelo de desenvolvimento local, abrangendo fórum de discussão entre poder público, organizações sociais e iniciativa privada; fundo de financiamento de projetos de sustentabilidade; e ferramenta de indicadores socioeconômicos para adequada orientação das prioridades do município. Segundo pesquisa de opinião pública conduzida pelo Ibope, 91% da população de Juruti é favorável e apoia as operações da Alcoa na cidade. 14

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16 Introdução O objetivo deste livro é apresentar, de maneira monográfica, os resultados da pesquisa arqueológica desenvolvida pela Scientia Consultoria em decorrência do processo de licenciamento do empreendimento de mineração de bauxita da Alcoa no Município de Juruti, Estado do Pará. Não se trata de um estudo exaustivo sobre a região, mas sim de uma obra focalizando os dois sítios escavados pela Scientia no ano de 2006, em Juruti, no oeste do estado do Pará. Localização do município de Juruti (PA). O interesse aqui é, em certa medida, amplificar os resultados descritos em relatórios técnicos encaminhados ao Iphan; prestar conta à comunidade científica sobre os estudos empreendidos, e também contribuir com análise tecnológica realizada, tendo como foco a indústria cerâmica. 16

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18 Capítulo 1 A área de estudo: contexto arqueológico* As primeiras incursões arqueológicas e descrições dos artefatos encontrados na região de Santarém e Oriximiná datam do século XIX. O geólogo Frederick Hartt, entre os anos de 1870 e 1871 escavou o sambaqui Taperinha, na região de Santarém, na foz do rio Tapajós (HARTT, 1885). No mesmo período, o botânico Barbosa Rodrigues foi encarregado pelo governo imperial de explorar diversos rios da região amazônica, e entre 1871 e 1874 viajou pelos rios Tapajós, Nhamundá e Trombetas, tendo publicado suas anotações em Além das observações sobre a flora, o seu relato conta com diversas informações sobre o material arqueológico por ele encontrado, com destaque para o primeiro ídolo de pedra (BARBOSA RODRIGUES, 1875 a, b). A descoberta dos ídolos de pedra e dos Muiraquitãs ganhou grande repercussão no meio acadêmico, com os trabalhos de Ladislau Netto (1885), Barbosa Rodrigues (1899) e José Veríssimo (1883). O primeiro artefato arqueológico identificado na região de Juruti corresponde a um ídolo de pedra, coletado na região do Lago Salé por Manoel Francisco Machado, o Barão de Cocais, senador por Óbidos e entusiasta da arqueologia. Seu achado foi publicado em 1902, no Jornal do Commercio, e posteriormente divulgado por Emílio Goeldi no 14º Congresso de Americanistas, realizado em Stuttgart, Alemanha, em *Texto produzido por Daniel Cruz e Lílian Panachuk

19 Ídolo de pedra encontrado na região do Lago Salé, em Juruti (Goeldi, 1904). A exuberância artefatual das culturas do Baixo Amazonas atraiu o etnólogo alemão Curt Nimuendajú, que percorreu diversas áreas entre os anos de 1923 e 1926, a serviço do Museu Etnográfico de Gotemburgo. Partiu de Santarém, viajou pelas comunidades, lagos e rios do entorno, subiu o rio Tapajós até Itaituba, o rio Xingu até Altamira, pelo rio Amazonas chegou a Monte Alegre, Óbidos, Oriximiná, Parintins e Juruti, além de percorrer diversos lagos e paranás. O resultado destas pesquisas foi sintetizado em duas obras: Die Tapajós (Os Tapajós), escrito em Belém do Pará, em 1923, com suas primeiras impressões, e Indianhische Siedelngsspuren am unteren Amazonas (Vestígios da Habitação Indígena no Baixo Amazonas), escrito em 1924 (NIMUENDAJÚ, 2004). Nesses trabalhos o autor diferencia o estilo cerâmico Tapajós, da margem direita do Amazonas, no entorno da região de Santarém, e o estilo Konduri, da região do Nhamundá- Trombetas, mas também encontrado na Serra dos Parintins e Lagos do Salé e Jará. A cerâmica Konduri recebe esta denominação por estar localizada em áreas descritas por viajantes como domínio de uma etnia chamada Conduri, recorrente na bibliografia regional (CARVAJAL, 1941; HERIARTE, 1874; BARBOSA RODRIGUES, 1845, entre outros). No atual território do município de Juruti, Nimuendajú identificou pelo menos oito sítios arqueológicos. Os primeiros a serem registrados estão localizados a oeste do Lago Grande, no topo de uma cadeia de montanhas nas margens do Lago do Salé, conhecida como Serra do 19

20 Bananal e Serra do Curupira. O sítio Serra do Bananal é composto por uma espessa camada de terra preta, com 1 m de profundidade e 600 m de extensão, além de artefatos cerâmicos que ele associa com a cultura Konduri (NIMUENDAJÚ, 2004, b). Na região dos Lagos do Curumucuri e Jará foram encontrados mais três sítios: São Lourenço, Jaraquyquara e Lago Jará, todos na margem dos lagos, com terra preta e cerâmica Konduri. Na margem do Amazonas, pouco abaixo da desembocadura do Lago Grande, na localidade chamada Maraca- Uaçu, também foi encontrado um sítio, o único sem terra preta e com cerâmica tapajônica em Juruti. Subindo o rio Amazonas, e adentrando o paraná do Balaio, próximo à sua desembocadura, foi encontrado o sítio São Paulo, e logo acima, em uma localidade homônima, o sítio Serra do Balaio, também com terra preta e cerâmica Konduri. No topo Serra dos Parintins, limite entre os municípios de Juruti (PA) e Parintins (AM), há uma extensa área de terra preta, com a cerâmica Konduri mais elaborada da margem direita do Amazonas (NIMUENDAJÚ, 2004, b). A região do Trombetas voltou a ser alvo de investigações arqueológicas com o advento da expedição da Inspetoria de Fronteiras chefiada pelo general Cândido Rondon, entre os anos de 1928 e A curiosidade gerada pela doação de um vaso de cerâmica semelhante aos ídolos de pedra conhecidos na região fez com que Rondon enviasse o etnólogo João Barbosa de Faria para uma exploração completa no vale do rio Trombetas (BARBOSA DE FARIA, 1946). Nesta expedição foi registrado um total de 17 sítios arqueológicos, com a identificação de terra preta e cerâmica. Data da mesma época da viagem de Barbosa de Faria a publicação de Erland Nordenskiöld (1930), arqueólogo, etnólogo e explorador sueco-finlandês, e diretor do Museu de Gotemburgo. A partir das informações de Nimuendajú, e de suas próprias pesquisas na Amazônia, o autor apresentou ao público as principais descobertas arqueológicas da região. Constam informações sobre sítios arqueológicos no rio Trombetas e Lago do Sapucuá, além do relato sobre dois ídolos de pedra. Na década de 1950, o arqueólogo alemão, radicado no Brasil, Peter Hilbert, iniciou sua pesquisa na região de Oriximiná a serviço do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), com a colaboração de Protásio Frikel, que foi durante um longo período sacerdote em Oriximiná, e tinha grande conhecimento sobre a arqueologia da região. Apesar de ter conhecimento sobre a pesquisa de Nimuendajú, Hilbert não dispunha das informações, mas acabou por utilizar a mesma terminologia de Curt na classificação da cerâmica, denominada Konduri (HILBERT, 1955). 20

21 Neste trabalho, Hilbert sistematiza os dados de levantamento de 41 sítios arqueológicos na região do Baixo Cuminá-Erepecurú, Lago Salgado, Lago Sapucuá, Lago Piraruacá, na área de Terra Santa e no Lago de Faro. Além de classificar a cerâmica em três estilos, estabelece parâmetros comparativos entre a cerâmica Konduri e a Tapajós, também chamada por ele de Santarém. Quadro comparativo entre as cerâmicas Konduri e Santarém. O estilo Santarém foi observado na região do Trombetas, em quatro sítios, e no lago do Sapucuá, em outros dois sítios, nos quais o autor identificou uma cerâmica cujo principal marcador é o tempero com areia. Em termos de características tecnológicas, esta cerâmica é descrita como sendo dura, áspera e com superfície alisada sem grandes cuidados. A areia, presente na composição da pasta, foi adicionada em quantidade moderada. As formas são pouco variadas, sendo a mais comum uma panela globular, com um colo que produz um ângulo pronunciado, base plana e cerca de 30 cm de diâmetro. Este conjunto tecnológico não recebeu uma denominação específica como os demais. A decoração mais comum é composta por incisões angulares, denominadas por Hilbert (1955:32) de espinhas de peixe, localizadas na borda externa e no colo superior, além de botões de forma cônica achatada aplicados sobre a borda. Apêndices antropomorfos também foram associados a estas vasilhas 21

22 Cerâmica temperada com areia (Fonte: HILBERT, 1955). O segundo grupo classificado por Hilbert refere-se à cerâmica Konduri. Tem como característica principal o antiplástico de cauixi (tipo de biosílica, encontrada em espongiário de água doce), em quantidade abundante. As formas sem decoração resultaram em morfologias de contorno globular, com borda extrovertida e base convexa, apresentando diâmetro entre 40 e 60 cm; vasilhas em formato de calota esférica, com borda levemente extrovertida; e vasilhas de formato semiesférico, cuja abertura de boca é menor do que o diâmetro máximo (entre 20 e 40 cm). Assinala-se ainda, a presença de pratos e assadores. Outra característica fundamental da descrição do estilo Konduri são os pés cônicos, em formato de bulbo, medindo entre 3 e 15 cm de comprimento. Segundo Hilbert (1955), eles estariam associados a formas trípodes. Podem ser encontrados lisos ou com decoração antropomorfa. Sua presença no Baixo Amazonas é indicadora de relações culturais com o norte da América do Sul (Equador, Colômbia e Venezuela). Vasilha estilo Konduri (Hilbert, 1955). O último conjunto descrito pelo autor refere-se ao estilo Globular. Este estilo tem a mesma composição de antiplástico biomineral encontrada na cerâmica Konduri, e foi identificada em sítio do Lago 22

23 Sapucuá, em Terra Santa e Faro. Como características fundamentais, foi descrita a presença de apêndices antropomorfos e zoomorfos compostos pela sobreposição de esferas e a presença de elementos decorativos também esféricos, encontrados no interior das bordas. Quanto às formas desta cerâmica, estas são desconhecidas. Alguns apêndices apresentam pintura vermelha sobre branco. Fragmentos de cerâmica estilo Globular (Hilbert, 1955). Alça ponte com decoração zoomorfa, com incisões, ponteamentos e modelagem para traçar a decoração Procedência: Sítio Terra Preta 2, Juruti/ PA. Acervo: Scientia 23 Borda com aplique modelado e combinação de técnicas decorativas plásticas: ponteado, entalhado e inciso. A decoração cria retângulos encaixados na parede do pote e uma representação em forma de animal (zoomorfo). Procedência: Sítio Terra Preta 2, Juruti/PA. Acervo: Scientia.

24 Apêndice zoomorfo modelado, com apliques modulados globulares e decoração incisa, ponteada e engobo branco. Procedência: Sítio Terra Preta 1, Juruti/PA. Acervo: Scientia. Apêndice zoomorfo (asa), com decoração incisa, ponteada e modelada. Procedência: Sítio Terra Preta 2, Juruti/PA. Acervo: Scientia. Ainda neste trabalho, o autor menciona sítios arqueológicos formados por terra preta nos lagos Juruti Velho e Juruti Mirim, identificados em uma viagem à região em 1953, na companhia de Harald Schultz, pesquisador do Museu Nacional. A cerâmica oriunda destes sítios é classificada como Konduri, dado utilizado pelo autor para situar o limite entre as cerâmicas Tapajós e Konduri mais a leste do estipulado por Nimuendajú (1949), no entorno do Lago do Salé. Essas observações já haviam sido feitas por Nimuendajú (2004), mas não estavam disponíveis para Hilbert (1955). 24

25 No mesmo período do trabalho de Hilbert, Frederico Barata, jornalista paraense, publicou uma série de estudos estilísticos sobre a cerâmica de Santarém, com referência nas coleções coletadas e observadas por ele nas décadas de 1930 e 1940 (Barata, 1950, 1951, 1953a, 1953b, 1954), trabalho até hoje utilizado como referência para a arqueologia do Baixo Amazonas, no entanto, o autor não analisa o estilo Konduri, ou sítios mais a oeste de Santarém. Na década seguinte, outro importante trabalho sobre a arqueologia do Baixo Amazonas foi produzido por Helen Palmatary, The Archaeology of the Lower Tapajós Valley, Brazil (PALMATARY, 1960). Nessa obra, a autora retoma as pesquisas anteriores, principalmente as realizadas por Nimuendajú e Hilbert, e visita diversos acervos arqueológicos espalhados pela Europa, Estados Unidos e Brasil. Além de publicar uma riquíssima iconografia de material lítico e cerâmico, a autora faz uma análise estilística da cerâmica, envolvendo também alguns exemplares Konduri. Após os trabalhos de Palmatary, Ulpiano Bezerra elaborou o primeiro projeto sistemático para a região de Santarém (Meneses, 1971), cujos resultados não foram significativos. Na década de 1980, com a implantação do empreendimento Mineração Rio do Norte em Oriximiná, houve uma retomada das pesquisas arqueológicas na região (LOPES, 1981; ARAÚJO COSTA ET ALII, 1985; KALKMANN ET ALII, 1985; HILBERT, 1980). Neste período, Hilbert divulgou os dados recolhidos na década anterior em um artigo (HILBERT E HILBERT, 1980). Na pesquisa de Hilbert e Hilbert, além dos estilos identificados anteriormente (Hilbert, 1955), foi caracterizado o estilo Pocó, mais antigo, em posição estratigráfica inferior ao estilo Konduri, em sítios nos rios Trombetas e Pocó, afluente da margem esquerda do Nhamundá. É a partir deste trabalho, no qual são discutidas características como estratigrafia, estilo cerâmico e cronologias absolutas através de C14, que o contexto cronológico é inserido na discussão. Esta cerâmica Pocó, originária dos sítios Pocó e Boa Vista, é mais antiga do que a Konduri e foi dividida pelos autores em três tipos simples baseados no tempero: 1) cauixi; 2) cariapé; 3) cauixi e cariapé. As formas mais comuns são vasilhas carenadas, rasas e fundas, além das tigelas semiesféricas com bordas diretas ou extrovertidas, vasos com gargalos e assadores. Foram descritos vários tipos de decoração incluindo engobo vermelho, pintura branca, pintura vermelha sobre branco, incisões geométricas, escovado, acanalado, raspado-zonado, apêndices zoomorfos inciso-modelados, motivos compostos por ponteado, marcado com corda, serrungulado, ungulado e impresso em zigue-zague. 25

26 Pote semi-inteiro com decoração pintada, atribuído ao Estilo Pocó. Procedência: sítio Terra Preta 1, Juruti/PA. Acervo: Scientia Cerâmica do estilo Pocó (Hilberte e Hibert, 1980) 26

27 A pintura bicrômica, bem como os padrões incisos, alguns deles com motivos curvilíneos complexos são vistos pelos autores como característicos da tradição Barrancoide do rio Orinoco, cujas influências são atribuídas pelos autores à cerâmica Pocó (HILBERT E HILBERT, 1980). Neste sentido, as datações apresentadas neste artigo, entre 65 a.c. e 205 A.D., foram consideradas pelos autores consistentes com esta associação. Entretanto, datas não reportadas naquela ocasião, provenientes da base do sítio Boa Vista, revelaram uma antiguidade bem maior da fase Pocó, entre A.P. e A.P., tendo sido a princípio rejeitadas. Outras datas obtidas por Klaus Hilbert em nova campanha na década de 1990, em seu retorno ao sítio Boa Vista, a ocupação Pocó em A.P. e do sítio São José em A.P e A.P (GOMES, 2002:45). Na década de 1990 tem início o projeto de pesquisa sistemático na região de Santarém, coordenado pela arqueóloga norte americana Anna Roosevelt (1987, 1988, 1989, 1990, 1991, 1992). Também na década de 1990, o trabalho de Guapindaia reuniu informações históricas e arqueológicas sobre a região de Santarém (Guapindaia, 1993), e a mesma pesquisadora também foi responsável pelas pesquisas na área da Mineração Rio do Norte, que originaram sua tese de doutorado (GUAPINDAIA, 2008). Outro trabalho expressivo, que retoma o caráter exuberante das coleções artefatuais da região é o livro de Denise Gomes Cerâmica arqueológica da Amazônia: vasilhas da Coleção Tapajônica MAE-USP (GOMES, 2002). Atualmente, diversos projetos de engenharia de grande porte foram ou estão sendo implantados na região, como linhas de transmissão, portos, estradas e mineração, e trazem consigo um aumento no número de pesquisas arqueológicas. Além dos projetos de caráter preventivo, a implantação de um curso de bacharelado em arqueologia na Universidade Federal do Oeste do Pará no ano de 2013 tem promovido o desenvolvimento de novos projetos de pesquisa (GOES, ROCHA E MORAES, 2014; LIMA E MORAES, 2014; MORAES, LIMA E SANTOS, 2014a; MORAIS LIMA E SANTOS 2014b). Os diversos sítios localizados e escavados proporcionaram um conjunto de 21 datações, refinando a cronologia local, mas ratificando as proposições de Hilbert na sequência estratigráfica dos estilos Pocó (mais antigo) e Konduri (mais recente). Este último está localizado entre os séculos X e XV d.c., o que possibilita associar essas populações aos relatos dos primeiros viajantes europeus que estiveram na região, no século XVI. Quanto às datas obtidas para a fase Pocó, estas ocupam uma posição entre 160 a.c. e 300 d.c., e estão associadas a solos de cor bruno, sendo, portanto, anteriores ao fenômeno de formação das terras pretas na Amazônia. 27

28 Em síntese, as ocupações identificadas na região do Trombetas, associadas à fase Pocó, parecem possuir maior proximidade histórica com indústrias presentes na Amazônia Central (Manacapuru e Açutuba), do que com o complexo do período Formativo recentemente identificado na região de Santarém (cerâmica de Parauá). Tais indústrias Pocó, que de acordo com a literatura arqueológica apresentam relações com a cerâmica Barrancoide, presente na região do Orinoco e Caribe, marcariam uma fronteira cultural entre a Amazônia Central e o Baixo Amazonas, precisamente na área correspondente ao atual limite dos estados do Amazonas e Pará (LIMA, 2008). A ocorrência da cerâmica de Parauá, do período Formativo, associada à tradição Borda Incisa, com conexões com o Alto Xingu e Brasil Central, mas sem apresentar características estilísticas e formais que permitam vinculála a estas outras manifestações da tradição Barrancoide, apontaria para a especificidade desta região de Santarém, além de uma maior diversidade cultural no período Formativo. 28

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30 Capítulo 2 A matriz do solo: estudo de terras pretas* Nos últimos anos tem se observado considerável avanço nos estudos relacionados aos solos amazônicos modificados pelas ações humanas em período pré-colombiano, a Terra Preta Antropogênica (Kern & Kämpf, 1989) ou ainda Arqueo-antrossolos (Kämpf & Kern, 2005), conhecidos popularmente como Terra Preta (TP) e Terra Preta de Índio (TPI). Esses solos se formaram em decorrência da ocupação humana, resultado do descarte de resíduos orgânicos de natureza diversa e sua posterior mineralização, que implicaram na modificação das propriedades do solo. A cor escura desses solos, bem como os teores relativamente elevados de cálcio, magnésio, fósforo, manganês, zinco, cobre e carbono orgânico, combinados a fragmentos cerâmicos e artefatos líticos normalmente encontrados no horizonte antrópico, faz da terra preta uma variante fundamental no estudo evolutivo das práticas de manejo e sustentabilidade dos solos amazônicos. Além disso, as terras pretas são acompanhadas frequentemente por faixas circunvizinhas de solos de cor bruno-escuro, com pouco ou nenhum vestígio arqueológico, mas que ainda apresentam teores elevados de matéria orgânica quando comparados aos solos tipicamente tropicais. De acordo com Sombroek et al. (2002), esses solos, denominados de terra mulata, parecem ser o resultado do intenso uso agrícola por comunidades indígenas pré-coloniais. O processo de formação das terras pretas deu origem a distintas interpretações. Hartt (1885) denomina as terras pretas de solos vegetais, para os quais os índios eram atraídos devido à elevada *Texto de autoria de Dirse Kern e Jucilene Costa

31 fertilidade natural. Para Cunha Franco (1962), as terras pretas teriam sua origem em lagos antigos, cujas margens os índios habitavam. Entretanto, Gourou (1950), Sombroek (1966), Simões & Corrêa (1987) e ainda Kern & Kämpf (1989) afirmam que os solos com terra preta correspondem a locais de antigos assentamentos indígenas, formados a partir da ocupação humana pré-colombiana. Ranzani et al. (1962), Andrade (1986) e Glaser et al. (2001), enfatizam ainda que a elevada fertilidade das terras pretas deve-se à adição intencional de nutrientes ao solo através de práticas de manejo. O fato é que os solos de terra preta apresentam fertilidade elevada e grande diversidade microbiológica. São mais estáveis e melhor estruturados em relação aos solos adjacentes e, embora possam ocorrer sobrepostos a diversas classes de solos, há predominância sobre latossolos, que se estendem por cerca de 45% da Amazônia. As pesquisas acerca da importância, bem como da distribuição das terras pretas são pontuais, considerando as dimensões continentais da região amazônica. A realização de estudos sistemáticos com o propósito de avançar na compreensão dos processos que originaram esses solos, significará também avanço quanto ao entendimento das diversidades culturais do espaço amazônico. Procedimentos em campo Para o estudo das terras pretas das áreas dos sítios Terra Preta 1 e Terra Preta 2 foram realizados três tipos de coleta, com o objetivo de obter uma cobertura sistemática e o mais completa possível do conjunto, especialmente por se tratar de área que proximamente sofreria completa descaracterização. 1. Foram coletadas amostras de solo (300 g) em todas as unidades de escavação executadas nas áreas dos sítios, tanto nas sondagens da malha sistemática como nas escavações amplas (unidades e trincheira). Em cada uma destas unidades foram amostrados todos os níveis arqueológicos e o nível estéril imediatamente abaixo da camada de ocupação. 2. Ao longo da transversal que liga o sítio Terra Preta 1 ao sítio Terra Preta 2, foram realizadas coletas com trado holandês, que extraiu uma amostra de 20 cm de espessura, a partir da superfície, a cada 10 m, por um percurso de m. 3. Foram abertos seis perfis de solo em diferentes locais no Porto e imediações (quadro seguinte). Esses perfis foram descritos e cada um dos horizontes pedológicos foi amostrado. A descrição morfológica dos perfis de solo obedeceu aos procedimentos propostos por Lemos & Santos (2002). Para as cores, foi utilizada a carta de Munsell (2000). 31

32 Perfil de solo Coordenada UTM Local: Juruti/PA Terra Preta 1 21M E/ N Terra Preta 1 - Porto Terra Preta 2 21M E/ N Terra Preta 2 - Porto Terra Mulata 1 21M E/ N Terra Mulata - Porto Terra Mulata 2 21M E/ N Comunidade Lago Preto Viveiro 21M E/ N Viveiro Café Torrado 21M E/ N Ramal do Café Torrado Localização dos perfis amostrados. O solo coletado totalizou amostras, que foram analisadas de forma detalhada, direcionados para resolução de problemas específicos, na tese de Jucilene Costa (2012), e serão aqui retomados, de forma mais geral. Procedimentos de laboratório Foram selecionadas 173 amostras para análise. Procediam principalmente da transversal A-B de m, que ligava o sítio Terra Preta 1 ao Terra Preta 2 e que atravessava áreas de terra preta, terra mulata e solos adjacentes, contendo, portanto, amostras de todas essas variações. Foram ainda analisadas amostras procedentes das transversais C-D (linha 360L) e E-F (linha 960L). Localização das transversais selecionadas para análise de solo. 32

33 As amostras de solo foram secas ao ar, destorroadas, pulverizadas em grau de ágata e peneiradas (malha < 125 mesh). Em seguida, foram encaminhadas à Geosol Laboratórios, para análise química clássica, por via úmida, dos teores totais dos elementos fósforo (P), magnésio (Mg), cálcio (Ca), cobre (Cu), zinco (Zn) e manganês (Mn). Para a extração dos elementos foi aplicado o método de digestão total multiácida, com solução extratora de ácido fluorídrico (HF) e ácido clorídrico (HClO4), determinado por ICP (Induced Coupled Plasma). Foram realizados estudos acadêmicos específicos com diferentes objetivos. Análises de fertilidade, que consistem na determinação de teores de cálcio e magnésio trocáveis por espectrofotometria de absorção atômica; de sódio e potássio trocáveis, por fotometria de chama; de fósforo disponível por colorimetria; de carbono orgânico, acidez potencial (Al3++H+) e de alumínio por volumetria. O ph em água será determinado pelo método potenciométrico numa suspensão solo/solução 1:2,5 e a composição mineralógica será determinada pela difração de raios-x e microscopia eletrônica de varredura (MEV), tanto nos solos antrópicos como nas áreas circunvizinhas. Resultados alcançados nessa pesquisa Morfologicamente, o solo da área do sítio Terra Preta 1 apresentou sequência de horizontes A1, A2, A3, AB, BA e B; cor variando do preto (2.5YR2.5/1) ao amarelo brunado (10YR6/8); textura francoarenoso a franco areno-argiloso; estrutura moderada a maciça e transição difusa entre os horizontes. Trata-se de um solo profundo com mais de 200 cm, bem drenado, onde a camada de terra preta varia entre 30 e 150 cm de espessura. O solo da área do sítio Terra Preta 2 registrou a sequência de horizontes A1, A2, AB, BA e B e a espessura da camada de terra preta variou de 15 a 40 cm. Nos demais atributos morfológicos as duas áreas são semelhantes. Essas características indicam que as duas áreas de ocupação estão sobrepostas à mesma classe de solo, o latossolo amarelo. Além disso, as discrepâncias entre as espessuras da camada de terra preta dos dois sítios podem ser resultantes de processos de melanização pelo escurecimento do horizonte superficial em função da irregular adição de matéria orgânica, podendo refletir a diversidade de formas de organização, uso e permanência dos grupos pré-colombianos nessa região. A variabilidade na espessura reforça a ideia de diversidade de atividades discutida por Kern (1988, 1996), relacionadas ao preparo de alimentos, ciclos agrícolas e descarte de resíduos orgânicos. 33

34 Perfil de solo e estratigráfico da unidade 3, sítio Terra Preta 1. No estudo do solo, a cor é uma propriedade que se destaca por ser facilmente identificável em campo. A camada superficial de terra escura identificada na área do Porto apresentou três matizes de cor, dos quais resultaram 13 variações utilizadas para o mapeamento de sua distribuição espacial na área dos sítios Terra Preta 1 e Terra Preta 2, com base na carta de cores de Munsell. Matiz Cor Variações Nome 2.5YR 2.5YR2.5/1 preto 2.5YR3/1 cinza muito escuro 7.5YR 2/1 preto 7.5YR 7.5YR 3/1 cinza muito escuro 7.5YR 3/2 bruno-escuro 7.5YR 3/3 bruno-escuro 10YR 2/1 preto 10YR2/2 bruno muito escuro 10YR 3/1 cinza muito escuro 10YR 10YR 3/2 bruno acinzentado muito escuro 10YR 3/3 bruno-escuro 10YR4/2 bruno acinzentado escuro 10YR4 /4 bruno amarelado escuro Variações da cor do solo na camada superficial das terras escuras. As áreas ocupadas pelas terras pretas além de apresentarem grande variação quanto à espessura e à composição química, apresentam também grande variabilidade quanto à extensão. Nas cartas de solos que abrangem a região amazônica, apesar da frequente ocorrência de solos com TP, estes são catalogados como inclusões e abrangem normalmente de 2 a 3 ha, excepcionalmente, em alguns locais, podem alcançar áreas superiores a 80 ha (HILBERT, 1955). 34

35 No mapa de distribuição de cores do solo da área do Porto (área Alcoa) é possível visualizar duas grandes manchas de terra preta com forma ligeiramente alongada, cercada por outras menores. A mancha correspondente ao sítio Terra Preta 1 está concentrada entre as linhas 60 e 540S / 720 e 1320L, ocupando uma área de aproximadamente 28,8 ha (480 x 600 m). A mancha correspondente ao sítio Terra Preta 2 encontra-se entre as linhas 1020 e 1620S / 120 e 480L, estendendose por cerca de 28,08 ha (780 x 360 m). Essas grandes áreas de solo escuro, modificado, correspondem às concentrações de material cerâmico arqueológico. As espessas camadas de terra preta observadas nos barrancos do Porto indicam ainda que, no passado, esses sítios arqueológicos eram mais extensos em direção à drenagem e provavelmente os processos dinâmicos naturais do rio Amazonas, somados ao desmatamento das encostas pela ação humana, certamente aceleraram os processos erosivos nas encostas provocando a destruição de parte dos vestígios dessas ocupações. As manchas menores de solo escuro deverão ser analisadas quimicamente para a melhor caracterização da anomalia, visto que nessas áreas não houve registro de vestígios de cultura material. 35 Distribuição de cores do solo nos sítios Terra Preta 1 e Terra Preta 2.

36 Embora a identificação das áreas de ocorrência das terras pretas seja simplificada por alguns aspectos de sua morfologia, como a cor escura e a presença de fragmentos cerâmicos e/ou líticos, fatores não aparentes como seus teores de cálcio, magnésio, fósforo, zinco, cobre, manganês e carbono orgânico em relação a estes mesmos teores nos solos adjacentes são fundamentais na taxonomia dos solos e na interpretação do contexto arqueológico. Os dados geoquímicos das terras escuras dos sítios Terra Preta 1 e Terra Preta 2 apontam duas áreas com elevadas concentrações de elementos químicos, separadas por uma área de terra mulata com menor concentração desses elementos diagnósticos. Os teores mais elevados de cálcio e fósforo foram registrados no Terra Preta 1 com mg/kg e mg/kg, respectivamente. Conforme Kämpf & Kern (2005), teores elevados de fósforo e cálcio estão associados à ocupação humana pré-histórica, haja vista que esses elementos podem ser encontrados em restos de vegetais (mandioca, açaí, bacaba etc.), de animais (ossos e excrementos) e em resíduos de alimentos. Os teores mais elevados de magnésio e manganês foram identificados no sítio Terra Preta 2, com mg/kg e 793 mg/kg, respectivamente. Quanto aos elementos cobre e zinco, não houve diferenças significativas entre as duas áreas de terra preta, mas são superiores aos encontrados na área intermediária correspondente à terra mulata, indicando também modificação do solo nestas duas manchas, pela adição de matéria orgânica. Conforme Kern et al. (1999), as folhas de palmeiras utilizadas na cobertura e paredes das habitações, renovadas periodicamente, podem ser uma fonte importante de magnésio, manganês e zinco para o solo. Nas figuras sequentes, os gráficos relativos aos teores de Ca, P, Mg e Mn, Cu e Zn, ao longo de linha que liga o sítio Terra Preta 1 ao sítio Terra Preta 2, paralela à margem do rio Ca B 5000 mg/kg Distribuição do teor de cálcio entre os sítios Terra Preta 1 e Terra Preta TP 2 TP 1 A m Transversal 36

37 P B 1750 mg/kg A TP 2 TP m Transversal Distribuição do teor de fósforo entre os sítios Terra Preta 1 e Terra Preta Mg mg/kg B A TP 2 TP m Transversal Distribuição do teor de magnésio entre os sítios Terra Preta 1 e Terra Preta Mn mg/kg B A TP m Transversal 37 TP 1 Distribuição do teor de manganês entre os sítios Terra Preta 1 e Terra Preta 2.

38 Distribuição do teor de cobre entre os sítios Terra Preta 1 e Terra Preta 2. mg/kg 30 Cu B A TP 2 TP m Transversal 140 Zn B mg/kg Distribuição do teor de zinco entre os sítios Terra Preta 1 e Terra Preta A TP 2 TP m Transversal A variabilidade de teores de elementos no interior dos sítios no sentido perpendicular ao rio, como mostra a figura sequente, também é significativa. Na linha 360L (transversal C-D) que atravessa o sítio Terra Preta 2, é possível visualizar descontinuidade de distribuição entre os teores de cálcio (CaO) e fósforo (P2O5), o que pode estar relacionado à perturbação do solo em função de atividades agrícolas, ou mesmo pela deposição de material como conchas ou carapaça de quelônios, ricos em cálcio. A figura evidencia, também, que todas as sondagens estão alocadas na terra preta. Já, na linha 960L do sítio Terra Preta 1, os teores de cálcio e fósforo apresentam correlação em todas as sondagens, o que indica uma distribuição mais homogênea do material orgânico depositado, provavelmente resíduos ricos nesses dois elementos, como ossos. É possível visualizar claramente o término da terra preta por volta da sondagem 480S-960L com a queda brusca dos elementos, corroborando assim, os dados de cor do solo observados em campo. 38

39 P2O5 CaO 3000 ppm D 1500 C S 360L (Terra Preta 2) Variabilidade de teores de fósforo (P2O5) e cálcio (CaO) ao longo da linha 360L (transversal C-D) no sítio Terra Preta P2O5 CaO E 6000 ppm F L (Terra Preta 1) S Variabilidade de teores de fósforo (P2O5) e cálcio (CaO) da linha 960L (transversal E-F) no sítio Terra Preta 1. Análises geoquímicas futuras, com o objetivo de detectar variações espaciais nas superfícies dos sítios arqueológicos Terra Preta 1 e Terra Preta 2, poderão trazer contribuições significativas para a compreensão de padrões de assentamento pré-histórico dos grupos que habitaram a área, indicando locais específicos e determinados onde era feito o descarte de material. Dados etnográficos enfatizam que vários grupos habitantes da região amazônica faziam o descarte de restos de alimentos na parte detrás de suas casas, onde se localizava a cozinha. As práticas funerárias também podem ter tido um papel relevante no aumento de determinados elementos químicos no solo (principalmente o cálcio e o fósforo, componentes principais dos ossos), pois registros etnográficos e arqueológicos mostram que vários grupos enterram seus mortos dentro da própria casa, ou ainda no centro da aldeia (MIGLIAZZA, 1964; RAMOS, 1971). A identificação de locais com teores relativamente baixos de elementos indicadores das terras pretas também são importantes, pois podem indicar uma praça ou área de maior circulação, acesso para a mata e para as principais fontes de água para abastecimento do grupo, por isso deixadas intencionalmente mais limpas. 39

40 Capítulo 3 Composição do solo: estudo da flotação* As terras pretas antropogênicas ou terras pretas de índio são solos formados ocasionalmente pela ocupação humana pré-colonial e a deposição de seus detritos orgânicos (KERN, 1996). Partindo deste pressuposto, classificamos a TPA como solo de natureza antrópica, resultante da presença humana no ambiente, modificando seu estado natural. Sendo as TPAs ricas em elementos antrópicos como artefatos arqueológicos, ossos e restos de vegetação utilizados pelo homem préhistórico (Hilbert, 1955; Hartt, 1870; Nimuendajú, 1926; Kern, 1996), a sua caracterização geoquímica e morfológica decorrerá da presença e interação destes materiais no solo, tornando-o rico em nutrientes como Ca, Mg, P, Mn, Zn, Cu e C orgânico e tornando-o de coloração escura. Atualmente, os estudos sobre as TPAs têm apontado tanto para a caracterização morfológica quanto para o comportamento químico destes solos, com o objetivo de possuir um entendimento mais apurado dos processos que levaram à sua formação. Tanto para a pedologia quanto para a arqueologia, as TPAs têm grande importância, tanto por sua fertilidade estável quanto para entender-se a interação dos índios pré-históricos com o meio ambiente de floresta tropical. Neste capítulo, pretende-se apresentar um breve estudo dos elementos que compõem a textura grossa do solo através de métodos de separação granulométricas (flotação), bem como da *Texto de autoria de Dirse Kern e Andre Heron

41 triagem e classificação destes elementos em grupos orgânicos e inorgânicos, seguidos da observação do comportamento estatístico destes compostos nas estratigrafias de duas unidades de escavação dos sítios arqueológicos Terra Preta 1 e Terra Preta 2, no município de Juruti, Pará. Esses sítios foram escavados em cooperação entre a empresa Scientia Consultoria Científica e a Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia CCTE do Museu Paraense Emílio Goeldi, para as análises de cultura material e pedológica. Dessa forma, observando o comportamento dos elementos que constituem a fração grossa do solo nas estratigrafias das unidades 1 e 2 do sítio Terra Preta 2, podemos conjecturar quanto aos processos formadores do solo, levando em consideração a procedência dos elementos de composição (antrópicos ou minerais), e o comportamento dos tais, recriando assim a formação da TPA na área de Juruti. Procedimentos de campo Foram flotadas todas as amostras de solo procedentes das sondagens e níveis em que ocorreu material arqueológico, em um total de 362 amostras. Para estudo inicial, foram selecionadas amostras de duas unidades de escavação, cada uma localizada em um dos sítios: a unidade de escavação 3, procedente do sítio Terra Preta 1 e unidade de escavação 2, procedente do sítio Terra Preta 2. No material flotado foram identificados os seguintes materiais: carvão, sementes, osso, microlascas líticas, cerâmica e laterita. A coleta das amostras de solo ocorreu concomitantemente às escavações arqueológicas, sendo que a prospecção da área ocorreu a partir da aplicação de uma malha sistemática composta por 14 linhas distando 120 m para leste. As sondagens foram abertas ao longo destas linhas em intervalos de 60 m; ao todo, foram escavadas 192 sondagens, destas, 176 nas proporções de 0,50 x 0,50 m, denominadas de sondagens A. Também foram abertas sondagens de proporção 1,0 x 1,0 m, com uma malha intercalada de 240 x 360 m, a cada 12 sondagens; estes quadrantes foram subdivididos em A, B, C e D. Entretanto, foram abertas cinco áreas de escavação e uma trincheira para maior reconhecimento da área. Sendo que as Unidades 3 e 4 e a Trincheira pertencentes ao sítio Terra Preta 1, foram abertas em proporções 2 x 2 m e 1 x 3 m respectivamente, e as unidades 1, 2 e 5 pertencentes ao sítio Terra Preta 1, em proporções 3 x 3 m (Unidade 1) e 2 x 2 m (Unidades 2 e 5) (SCIENTIA, 2008). Estratigraficamente, as sondagens foram abertas até a profundidade da camada arqueológica, em níveis artificiais, seguidas da coleta de solo e de vestígios materiais. A coleta de solo ocorreu nas sondagens 41

42 sistemáticas e nas unidades de escavação com profundidade mínima de 50 cm. Ao todo, foram coletadas 218 amostras destinadas à flotação, sendo 91 da Unidade 1 e 23 da Unidade 2, totalizando 114 amostras, na área do sítio Terra Preta 2; e 52 amostras tanto da Unidade 3 quanto da Unidade 4, situadas no sítio Terra Preta 1 (SCIENTIA, 2008). Procedimentos de laboratório As amostras coletadas foram devidamente organizadas e seriadas conforme a prioridade de análise. Essa organização ocorreu conforme os registros de campo e os dados informados nas etiquetas que identificavam cada amostra. O método de separação por flotação consistiu na lavagem de amostras de solo, utilizando um conjunto de peneiras granulométricas com malhas de 1 e 2 mm, na qual a peneira de malha maior é sobreposta a de malha menor, para selecionar materiais pelas dimensões. Após despejar o solo nas peneiras, elas foram mergulhadas em um recipiente com água para lavagem das amostras. Depois da saturação com água, foram coletados separadamente o material flutuante, o material maior que 2 mm e o material maior que 1mm. Em seguida, as amostras secaram em temperatura ambiente por três dias. Neste momento, foi feita a caracterização morfológica do solo, quando se definiu textura, plasticidade, pegajosidade e cor do solo - segundo o proposto por Lemos e Santos (1996) e carta de Munsell (2000). Os dados foram assinalados nas planilhas correspondentes finalizando esta fase de análise. Com o uso de lupa binocular, o material flotado de cada uma das duas frações (maior que 2 mm e maior que 1mm) foi classificado por tipo de matéria-prima e quantificado. Seus resultados foram registrados em planilhas para obtenção dos gráficos. Assim, o material resultante da flotação das amostras de solo está separado por sondagem, por nível, por fração e por matéria-prima. Para apresentar os resultados destes estudos, serão apresentados os dados gerais, pois através deles foi possível perceber tendências. O método da flotação se torna eficaz na análise do solo por revelar os microssedimentos formadores do solo, naturalmente não perceptíveis em macrovisão na etapa de campo. Este método também revela os sedimentos e compostos orgânicos como carvões, ossos e restos de vegetação e microfauna, que são fundamentais para entender o ambiente formador do solo das terras pretas antropogências. Esse procedimento é comumente usado para a identificação e análise 42

43 de carvão na antracologia e identificação de antigas estruturas de fogueiras e restos de animais, dispersos pela ação intempérica do tempo (SCHEEL-YBERT, 1998). Em sequência, a partir dos dados obtidos da planilha de análise, processou-se a quantificação e análise estatística do material resultante. Este método consiste em observar o comportamento matemático destes materiais nas estratigrafias, através de gráficos e tabelas. Assim se indicia tanto sua presença, quanto ausência e estabilidade, segundo os contextos arqueológicos e pedológicos postos em estudo. Cerâmica Carvão Semente Material Malacológico Osso Microfauna Exemplos de microvestígios identificados. Resultados alcançados no estudo da flotação Para traçar uma grande tendência geral, foi reunida toda a amostra (material menor que 2 mm e sobrenadante) em busca de caracterizações gerais. Chama a atenção, a tendência geral entre a porção ao norte (Terra Preta 1) e a porção sul (Terra Preta 2) no que toca à frequência de materiais orgânicos e inorgânicos. Dentre os elementos orgânicos descritos (osso, carvão e semente) há uma tendência geral de ocorrência de carvão em ambas as áreas (na porção sul e norte). No entanto, pode-se notar uma expressiva presença de material ósseo na porção norte (Terra Preta 1) e na presença de sementes na porção sul (Terra Preta 2). 43

44 Terra Preta Terra Preta % 20% 40% 60% 80% 100% osso carvão Material orgânico. O material inorgânico também chama a atenção no que toca à forte incidência de microlascas na porção norte do sítio. O quartzo e a laterita são componentes naturais nestas áreas, não sendo, portanto, irrelevantes neste caso. A presença de cerâmica obedece à distribuição das áreas. Terra Preta Terra Preta % 20% 40% 60% 80% 100% cerâmica lasca quartzo laterita Material inorgânico. 44

45 Pode ser que esta diferença geral marque zonas de atividades diferentes, pois os microvestígios identificados em uma área e outra do sítio seja a porção norte (Terra Preta 1) seja a porção sul (Terra Preta 2) são diferentes. Pode ser, hipoteticamente, que este dado esteja mostrando zonas complementares de vestígios: ao norte zona com mais concentração de TPA aparecem mais vestígios de microlascas e ossos. É válido lembrar de que nesta porção aparecem em alta concentração tanto o cálcio como o fósforo (como debatido no item anterior). ao sul vale chamar a atenção para a maior ocorrência de sementes. Para análise das diferenças e semelhanças serão avaliadas tendências gerais a partir das amostras de duas unidades de escavação, cada uma localizada em um dos sítios: a unidade de escavação 3, situada na porção norte (Terra Preta 1) e unidade de escavação 2, localizada ao sul (Terra Preta 2). Inicialmente, os dados foram organizados de forma geral em relação aos níveis artificiais de escavação (feitos de 10 em 10 cm). Assim, foram quantificados juntos, independentemente do tamanho dos microvestígios, cada tipo de evidência por tipo e nível. As amostras foram agrupadas separadamente, por tipo geral de vestígio: orgânicos e inorgânicos. Primeiro, será avaliado o material orgânico. Chama a atenção a espessura do pacote de aparecimento de microevidências, que combina com a espessura de ocorrência de TPA (discutido anteriormente). Com o procedimento da flotação foram identificados microvestígios até a profundidade de 130 cm para a porção norte do sítio (Terra Preta 1) e de até 60 cm de profundidade ao sul (Terra Preta 2). Na porção ao norte (Unidade 3/Terra Preta 1) há uma forte presença de material ósseo em todos os níveis de ocorrência de material arqueológico e TPA. Pode-se notar também dois picos de frequência: tanto nas camadas entre 20 e 40 cm quanto na camada entre 80 e 90 cm. Na porção ao sul (Unidade 2/Terra Preta 2) a presença de sementes está associada aos níveis superiores, podendo, portanto, ser resultado das ocupações mais recentes. 45

46 0-10cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm % 20% 40% 60% 80% 100% Carvão Osso Semente Frequência de material orgânico por nível. Unidade 3. Terra Preta cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm % 20% 40% 60% 80% 100% Carvão Osso Semente Frequência de material orgânico por nível. Unidade 2. Terra Preta 2. Ainda para o material orgânico, a incidência de material por nível permite lançar mão de outro dado mais didático para tal tarefa, que representa o mesmo dado apresentado sobre tipo de material e nível artificial, mas por número absoluto. Pode-se notar que a constância de aparecimento de microevidência, para ambos os locais, é de até 60 cm de profundidade. Ainda sobre as semelhanças, vale dizer que 46

47 a tendência geral segue o que foi apresentado anteriormente para a totalidade da área. Quando se observa o comportamento da distribuição do carvão dentre os níveis artificiais pode-se notar que, embora seja frequente em ambas as porções, apresenta menor quantidade de material na porção norte (Terra Preta 1), onde alcança até 120 cm de profundidade; é mais abundante na porção sul (Terra Preta 2). Pode-se ainda notar no gráfico sequente que os picos de carvão apresentam leve dessemelhança. Na porção norte (Terra Preta 1) o pacote de maior incidência com este material varia entre 20 a 40 cm de profundidade, enquanto que na porção sul (Terra Preta 2) existem dois picos que marcam um contínuo entre 10 e 60 cm de profundidade. Quando se repara o comportamento do material ósseo, é clara a maior incidência na porção norte (Terra Preta 1), justamente na área de maior incidência, na unidade escavada, de carvão (entre 20 e 30 cm). Por fim, o comportamento vertical das sementes é claramente relacionado à porção sul (Terra Preta 2), no entanto, todo o material encontra-se na porção mais superficial, nos primeiros 10 cm. Pode ser que esses vestígios estejam associados às ocupações mais recentes cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm Carvão Osso Semente Frequência de material orgânico por nível. Unidade 3. Terra Preta 1. 47

48 cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm Carvão Osso Semente Frequência de material orgânico por nível. Unidade 2. Terra Preta cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm 0% 20% 40% 60% 80% 100% Cerâmica Lasca Frequência de material inorgânico por nível. Unidade 3. Terra Preta 1. 48

49 0-10 cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm 0% 20% 40% 60% 80% 100% Cerâmica Lasca Frequência de material inorgânico por nível. Unidade 2. Terra Preta 2. Para avaliar o comportamento por nível da porcentagem de material inorgânico, foi retirado da comparação o material mineral não antrópico, composto por quartzo e laterita. Foram considerados somente o material cerâmico e microlascas, independentemente do tamanho (menor que 2 mm ou sobrenadante). Chama a atenção a presença de microlascas em todos os níveis da porção norte do sítio (Terra Preta 1) cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm Cerâmica Lasca Frequência de material inorgânico por nível. Unidade 3. Terra Preta 1. 49

50 cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm Cerâmica Frequência de material inorgânico por nível. Unidade 2. Terra Preta 2. Quando este comportamento é avaliado por número absoluto revela um comportamento similar no que toca à concentração de materiais verticalmente. Embora a quantidade de material seja maior na porção norte (Terra Preta 1) e menor na porção sul (Terra Preta 2), pode-se notar que o aparecimento majoritário ocorre nas imediações entre 20 e 30 cm de profundidade. Este comportamento complementar, por vezes obedecendo a um mesmo padrão, por vezes com diferenças que se completam, apontam para a interdigitação dos dados. Assim, resumidamente, pode-se dizer, através dos dados obtidos pela flotação do solo: a porção norte do sítio (Terra Preta 1) apresenta carvão ao longo de toda a espessura de TPA em especial entre 20 e 40 cm, além de reunir quase toda a amostra de material ósseo. Além disso, comporta a quase totalidade do material lítico, microlascas. a porção sul (Terra Preta 2) apresenta maior quantidade de carvão em relação à porção norte. A presença de sementes está associada aos primeiros centímetros, podendo o material ser fruto de ocupações mais recentes. O material cerâmico é frequente enquanto o material lítico é pouco expressivo, em relação à porção norte. 50 Lasca

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52 Capítulo 4 Análise Cerâmica* Em laboratório, cada um dos vestígios foi lavado e separado por tipo de artefato, entre cerâmico e lítico. Sendo o primeiro mais abundante e rico em informações, foi utilizado para análise e diagnóstico do sítio arqueológico, guiando o estudo. Durante o processo de limpeza do material, investiu-se na identificação de cacos cerâmicos remontáveis em um mesmo nível arbitrário. Posteriormente, foram triados e separados os cacos que seriam analisados daqueles não analisados. Nesta categoria, incluíramse os cacos sem uma das faces ou cujo tamanho fosse inferior a 2 cm. Os cacos a serem analisados foram numerados individualmente, e somaram fragmentos. Foram criadas duas sequências diferentes, uma para a malha escavada e outra para o material coletado em superfícies ampliadas, de uma área de m². Durante todo este processo de numeração, insistiu-se ainda na remontagem dos fragmentos, agora entre os níveis arbitrários. A remontagem dos cacos entre os níveis arbitrários poderia denunciar uma única ocupação em profundidade em cada sondagem escavada. O material cerâmico obtido nas diversas unidades de coleta totalizou fragmentos de cerâmica, dos quais menores que 2 cm, considerados não diagnóstico e foram analisados um a um, compondo o material diagnóstico. Todos os cacos coletados foram *Texto de autoria de Lílian Panachuk.

53 contados e pesados, sendo que somente os vestígios considerados diagnósticos foram submetidos à análise tecnológica detalhada. Amostra cerâmica - triagem geral 26% 26% Menores que 2 cm Não diagnóstico Diagnóstico 48% Os fragmentos menores que 2 cm foram retirados da amostra depois de ter sido submetidos à curadoria; correspondem entre 47% a 15% dos fragmentos exumados nas diferentes áreas amostradas, e somam Os fragmentos maiores que 2 cm, sem decoração, não foram analisados e foram classificados como não diagnósticos; correspondem entre 63% a 22% de cada área amostrada, e contabilizam fragmentos. Os fragmentos considerados diagnósticos, com elementos decorativos, morfologias distintivas, foram analisados individualmente e correspondem entre 34% a 14% nas áreas amostradas, somando cacos. O gráfico abaixo sumariza a quantidade e percentual de cada amostra. Triagem do material cerâmico 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Menores que 2 cm Não-diagnóstico Diagnóstico Malha Superfícies amplas 53

54 A arqueologia, como várias outras ciências humanas, utiliza métodos estatísticos para auxiliar na percepção do padrão e da diferença, possibilitando reunir grupos e tipos que possam ser descritos e classificar os vestígios materiais (BINFORD, 1976). Esse ponto é essencial, já que a arqueologia lida o tempo todo com uma quantidade grandiosa de fragmentos da cultura material, tornando impossível a compreensão mental de miríades de dados, recorre-se às ciências duras para assim inferir comportamentos humanos, sociais. Se as quantificações parecem apreensões de um real existente, deve-se lembrar de que os atributos e as variáveis são escolhidos por pesquisadores e podem alterar a percepção e o entendimento do conjunto material. Assim, é de extrema necessidade explicitar cada um dos atributos elencados (DUNNEL, 2007). Para a análise do material, foram enumeradas distintas variáveis, tentando delimitar os traços característicos no material. As estatísticas funcionam, para a arqueologia, como a quantificação do concreto. Assim, auxiliam a entender a estabilidade e a variabilidade do material. Com este concreto quantitativo, é possível não somente estabelecer as frequências, mas também cruzar variáveis, o que auxilia na criação de tipos e classes de artefatos. As quantidades se prestam, portanto, ao entendimento da variabilidade quantitativa, podendo ter relações com a variabilidade espacial, o que permite testar as variabilidades relacionais de dado conjunto artefatual (SHIFFER & SKIBO, 1997). Dados tecnológicos da cerâmica A caracterização tecnológica da cerâmica será apresentada com base nos dados fornecidos pela malha sistemática e pela escavação das diferentes superfícies ampliadas. Tipo de artefato e porção do pote A categoria será dada através do reconhecimento do fragmento no artefato cerâmico (ou seja, a porção do pote) ou mesmo sua definição como outro instrumento da indústria cerâmica (identificando os tipos de artefatos). Quando se referem aos potes, os fragmentos podem ser definidos como lábio, borda, gargalo, bojo superior, bojo mesial, bojo inferior, carena, inflexão, base, entre outros. Quando se referem aos demais artefatos cerâmicos podem ser cachimbos, tortual de fuso, adorno, bola de argila, e outros mais. Essa separação permite vislumbrar tipos de potes e de outros instrumentos existentes na coleção. Em Juruti, os cacos cerâmicos escavados são vestígios de recipientes, em 95% dos casos, e comportam diferentes morfologias 54

55 e distintos tamanhos e decorações, somam fragmentos. Poucos exemplares, 267 amostras (5% do total analisado), apresentam aspecto que permite classificá-los como objetos independentes (adorno, cachimbo e roletes), e objetos que particularizam os potes (alça, asa, flange, apliques). Sítio Terra Preta 1, Trincheira, quadra 359S-960L (C); fragmento cerâmico, pintura laranja sobre engobo branco. Sítio Terra Preta 1, Trincheira, quadra 359S-960L (C); fragmento cerâmico, pintura vermelha sobre engobo branco. Observando os dados para os fragmentos de asa, alça e flange, eles são mais expressivos na porção norte (Terra Preta 1), representam o dobro da porção sul (Terra Preta 2). Os apliques, que também foram usados em recipientes cerâmicos são expressivos em toda a área escavada, no entanto, a média é maior na porção sul, com 85%, que na porção norte, 71%. Os dois cachimbos foram localizados na área do sítio Terra Preta 1, ambos com decoração pintada, bem como os dois adornos. Objetos como roletes foram identificados em toda a extensão escavada, e nos parecem testes iniciais para avaliar a qualidade da pasta argilosa. Destacam-se em toda área do sítio Terra Preta % 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 16% Alguns instrumentos identificados 88% 83% 78% 63% 21% 11% 9% 6% 6% 7% 8% 2% 2% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Asa, alça, flange Adorno Cachimbo Rolete Aplique Malha sistemática Superfície ampliada 55

56 Nos sítios Terra Preta 1 e Terra Preta 2 os fragmentos são provenientes de recipientes cerâmicos, em sua quase totalidade, como salientado anteriormente. Morfologicamente, a categoria de fragmento predominante no sítio Terra Preta 1 foi a parede, com 54,2% do total, destes, 383 fragmentos ocorreram na malha sistemática e nas escavações amplas, sendo a trincheira a área de maior concentração. A categoria borda representou pouco mais de 34% do total deste sítio, sendo 159 peças na malha sistemática e nas escavações amplas, seguida pelas bases, sendo 46 peças na malha regular e 190 peças nas sondagens amplas. No sítio Terra Preta 2, a categoria borda foi a mais popular com ocorrência de 133 fragmentos na malha sistemática e 834 fragmentos nas escavações amplas, representando 42,6% do total. A categoria parede foi a segunda mais abundante, com pouco mais de 33% do total desta área, sequenciada pelas bases com representatividade de 13,3%, sendo 49 peças distribuídas na malha sistemática e 250 nas sondagens amplas. A categoria aplique apresenta-se pouco variável tanto na malha sistemática como nas escavações amplas, com total de 102 e 138 peças no Terra Preta1 e Terra Preta2, respectivamente. O sítio Terra Preta 2 apresenta maior quantidade de fragmentos de borda, o que talvez implique uma maior quantidade de potes, mesmo que não tenha maior variabilidade de morfologia entre os sítios, Terra Preta 1 e Terra Preta 2. Essa tendência pode ser vista tanto no material coletado através da malha sistemática quanto nas escavações amplas. Porção do pote 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies amplas Bordas Paredes Carena Bases Aplique Outros 56

57 Técnica de produção dos artefatos Entender a técnica de produção é útil para entender as escolhas, as possibilidades de produção utilizadas e para qual tipo de artefato. A técnica de manufatura pode ser observada a partir das trincas e fragilidades da peça (RYE, 1987). No Brasil, entre os Waurá e Karajá cerca de ¾ ou até metade dos vasos são confeccionados pela técnica de modelado e o restante por acordelamento. Os Tapirapé levantam toda a parede do vasilhame sem o emprego da técnica de acordelamento (Lima, 1987), enquanto a produção por acordelamento pode ser vista entre os Waiwai (Yde, 1965), Guarani (La Salvia e Brochado, 1989), dentre outros, de maneira quase exclusiva. A técnica de manufatura de maior ocorrência foi a acordelada, presente, em média, em 27% dos fragmentos do sítio Terra Preta 1, com 126 peças na malha sistemática e 990 fragmentos nas escavações amplas. No sítio Terra Preta 2 essa mesma técnica ocorreu com menor frequência: apenas 74 fragmentos nas sondagens sistemáticas e 447 nas escavações amplas, representando 23%, em média. A segunda técnica mais identificada foi a modelada, concentrada principalmente no sítioterra Preta 2, a qual ocorreu em média em 20% dos fragmentos, contrastando com 5% do sítio Terra Preta 1. A associação de técnicas de confecção acordelada e modelada ocorreu em uma pequena parcela dos cacos observados, 1% e 2%, em média. Além disso, não foi possível identificar o processo de elaboração em fragmentos cerâmicos no sítioterra Preta 1 e fragmentos no sítioterra Preta 2. Nota-se, portanto, uma mesma tendência independente da forma de intervenção, do uso da técnica do acordelado em geral, com maior ocorrência de modelados na porção sul, onde se localiza o sítio Terra Preta 2. Técnicas de manufatura cerâmica 80% 73% 70% Não identificada 60% 55% 60% 57% 50% Acordelada 40% 35% 30% 20% 21% 24% 21% 23% 18% Modelada 10% 0% 5% 5% 2% 1% 2% 0% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies amplas Acordelada + modelada 57

58 Elementos presentes na pasta cerâmica A análise dos elementos da pasta é um critério importante para auxiliar no entendimento das escolhas durante a produção, pois a oleira define a fonte de argila de acordo com suas exigências e intenções, que são reais e também simbólicas. A argila colhida será tratada e transformada em pasta e os elementos intervenientes são tantos e a interdependência entre eles são tais, que não podemos aceitar a sua presença como elemento decisório de um contexto cultural (LA SALVIA & BROCHADO, 1989:12). É sempre difícil julgar de forma criteriosa quais elementos estavam presentes na fonte de argila, e quais foram inseridos na pasta. Elementos manufaturados para a inclusão, como caco moído e cinza de cariapé, permitem afirmar que o material foi inserido durante o tratamento da pasta. No entanto, biosílica como o cauixi, pode estar presente na fonte de argila. Nesta análise, interessou-se pelo tipo do elemento presente no fragmento cerâmico, pela composição do elemento mineral e pela granulometria do tempero utilizados na pasta. Para tanto, foi criada uma lista de possibilidades, para ser marcada na ficha de respostas. O tipo e o tamanho dos elementos podem auxiliar na compreensão de características de desempenho e escolhas sociais adotadas em sociedades pretéritas, pois cada escolha cria possibilidades físicoquímicas que são determinantes e fixas (SHIFFER & SKIBO, 1997). O elemento predominante na pasta é o cauixi, presente em 63,2% do material cerâmico do sítio Terra Preta 1 e em 67,8% do total de fragmentos do sítio Terra Preta 2. Segue-se a associação de cauixi e cerâmica triturada identificada em pouco mais de 31% dos fragmentos do sítio Terra Preta 1, com a maior concentração na trincheira e em 28,7% do total de fragmentos do sítio Terra Preta 2, com maior ocorrência na unidade de escavação 1. O cariapé está presente em 12 fragmentos, apenas nas sondagens amplas do sítio Terra Preta 1, não sendo identificado na malha sistemática. Já no sítio Terra Preta 2, o cariapé ocorreu em 17 fragmentos distribuídos na malha e nas unidades de escavação. Houve ainda eventuais ocorrências de antiplástico mineral e concha na forma individual ou associada, bem como três fragmentos sem nenhum elemento identificável. Mesmo o material Pocó não apresenta grande quantidade de cariapé em ambos os sítios, ao contrário do que apontam Hilbert e Hilbert (1980). Chama a atenção o comportamento similar em ambas as áreas com material arqueológico, seja na intervenção do tipo malha ou sondagens amplas. A similitude entre a escolha de antiplástico a ser utilizado pode deflagrar uma semelhança maior, que aproxima a amostra. A maior incidência de tempero é o cauixi (gira em torno de 62% a 68%), seguido da combinação entre cauixi e caco moído (entre 24% e 31%). 58

59 Elementos presentes na cerâmica 80,0% Cauixi 70,0% 60,0% Cauxi + cerâmic 50,0% Cariapé 40,0% 30,0% 20,0% Cauxi + cariapé Cerâmica 10,0% 0,0% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies amplas Cauixi + cariapé cerâmica Outros Deve-se lembrar de que o cauixi, dada sua grande incidência no Baixo Amazonas, pode estar na fonte de argila. No entanto, o uso do chamote ou caco moído além de ser comum para as populações pretéritas regionais (Guapindaia, 2004 ), marca uma intencionalidade de uso e um planejamento para utilizar os fragmentos de outros potes produzidos. Hilbert (1955:35), em entrevista com ceramistas de Oriximiná, relatou que o uso do cauixi tem como correlato material queima mais uniforme, maior resistência ao choque térmico e mecânico. Extrapolando as observações de Schiffer e Skibo (1992) e de Reid (1984) sobre tempero de fibra e tempero orgânico, talvez o cauixi também auxilie na redução do excesso de água, e também melhore a plasticidade da argila, bem como a resistência das paredes, com estrutura fibrosa e leve, além de dar maior força da argila molhada, facilitando a construção do objeto. A cerâmica Santarém, segundo Hilbert (1950), distingue-se da Konduri principalmente pela quantidade de cauixi empregado como antiplástico (muito mais abundante na cerâmica Konduri). Em Juruti, nota-se também essa variação de quantidade da presença de cauixi, mesmo em peças Konduri. 59

60 Pasta cerâmica de Juruti, mostrando grande concentração de espículas de cauixi (à esquerda) e baixa concentração das espículas (à direita). Fonte: Dirse Kern. A composição mineral da pasta inclui somente o quartzo, para poucos fragmentos (25 cacos). Aparece tanto na porção norte (Terra Preta 1) quanto na porção sul (Terra Preta 2). Por ser pouco expressiva, não foi realizada a expressão gráfica. Quanto à granulometria dos elementos incluídos na pasta, pode-se dizer que há uma tendência para a escolha de grãos finos de todos os elementos na pasta. Isso pode denotar um tratamento da argila, durante a preparação da massa, com peneiramento da argila seca. Pode-se notar uma mesma tendência geral para ambas as áreas. A maioria dos fragmentos apresenta, na pasta, elementos de até 1 mm associados (cerca de 2/3 da amostra analisada), enquanto o restante apresenta elementos entre 2 e 3 mm (outros 1/3 da amostra). 80,0% 70,0% 60,0% 58,7% Granulometria dos elementos da pasta 68,9% 67,2% 68,0% 50,0% 40,0% 30,0% 41,1% 30,4% 32,4% 31,8% 20,0% 10,0% 0,0% 0,2% 0,6% 0,4% 0,2% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies amplas Até 1 mm Até 2 mm Até 3 mm 60

61 Essa homogeneização da pasta no que tange ao diâmetro dos grãos tem impacto na compreensão sobre a plasticidade da argila (Schiffer e Skibo, 1997), e também indica se é compatível com o acabamento de superfície e a decoração (BALFET, FAUVET & MONZON, 1983; ORTON, TYERS & VINCE, 1993). A regularidade dos grãos permite maior harmonia da superfície do pote e facilita a decoração. Tipo de queima Para que a argila se tranforme em cerâmica, é feito o process de queima. As temperaturas mínimas para cada tipo de argila variam, encontrando-se geralmente entre 300 e 700º C (RICE, 1987). Acima da temperatura de fusão de cada tipo de argila esta adquire as características próprias da cerâmica: dureza, porosidade e estabilidade em frente a uma larga escala de circunstâncias físico-químicas (RYE, 1981). No Brasil, os exemplos etnográficos apontam para a queima em fogueira, com muitas variações no formato e tipo de madeira com relação à quantidade e tamanho das vasilhas (LIMA, 1987). Os estágios operatórios pelos quais a cerâmica passa durante o processo de queima (RICE, 1987) incluem a retirada da água intermolecular, vista no vapor emitido pelos vasilhames a 100 C; a decomposição orgânica de baixa temperatura, que se completa próxima aos 350 C; a decomposição e agregação do argilo-mineral em uma temperatura que varia conforme tempo e intensidade, mas está entre 400 C e 850 C; a combustão orgânica, que ocorre sob temperaturas entre 200 C até 950 C; e, por fim, o resfriamento. O objetivo nesse atributo foi de registrar o resultado de queima, levando em consideração a história de vida do objeto (depois da queima o objeto é levado ao fogo, o que altera o resultado inicial) e as marcas de eventos pós-deposicionais que podem alterar também o aspecto final da queima (ORTON, TYERS & VINCE, 1993). Quando se observa o resultado do processo de queima nos fragmentos de Juruti, pode-se notar igualmente uma mesma tendência em todo o material, independente da área de escavação e da forma de intervenção. A preferência é por peças com queima reduzida ou totalmente oxidada, sendo popular também a redução central. 61

62 50% 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Tipo de queima Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies amplas Totalmente reduzido Redução tabatinga Totalmente oxidado Redução central Oxidação central Reduzida FE Reduzida FI Tratamento de superfície: alisamento, polimento, barbotina e engobo Quando se observa cada fragmento em relação ao tratamento de superfície, pode-se notar um grande investimento no polimento e na barbotina, para além da predominância do alisamento. Esse atributo é importante para se entender características de performance secundárias, devem ser coletadas sempre que possível, pois auxiliam na compreensão das escolhas sociais (SCHIFFER & SKIBO, 1997). Na porção norte da área escavada, no sítio Terra Preta 1, pode-se notar uma maior concentração de fragmentos com a presença de superfície polida, a quantidade de barbotina aparece em ambas as áreas, de forma mais homogênea, entre 24% e 16%. Os resultados são semelhantes entre os sítios, independente da forma de intervenção, se malha sistemática ou sondagens ampliadas. Tratamento de superfície 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 24% 16% 20% 21% 3% 19% 24% 81% 75% 58% 55% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies amplas 5% Alisamento Polimento Barbotina 62

63 Quando se focaliza o alisamento, pode-se ver que a maior frequência é a presença deste tipo de tratamento de superfície em ambas as faces do objeto cerâmico. Isto ocorre independentemente da localização do fragmento (porção norte ou sul) e independente do tipo de intervenção. Em todo caso, pode-se notar que na porção sul da área escavada (sítio Terra Preta 2) parece haver um aumento percentual de fragmentos com somente uma das faces alisadas, especialmente a externa. Alisamento e as faces de aplicação 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies amplas Alisamento face externa Alisamento face interna Alisamento ambas as faces Face não identificada Se a tendência geral é semelhante, pode-se notar que na porção norte da área escavada (sítio Terra Preta 1) aparecem mais fragmentos com polimento na face interna; enquanto na porção sul (sítio Terra Preta 2) concentram-se os fragmentos com polimento na face externa. Polimento e as faces de aplicação 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies amplas Polimento face externa Polimento face interna Polimento ambas as faces Face não identificada No que toca ao uso de barbotina, há uma mesma tendência de leve aumento em relação ao uso de barbotina na face interna, quando se observa a porção norte (Terra Preta 1), ao mesmo tempo que a tendência de aumento proporcional para os fragmentos com barbotina na face externa, na porção sul da área de escavação (sítio Terra Preta 2). 63

64 60,0% Barbotina e as faces de aplicação 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies amplas Barbotina face externa Barbotina face interna Barbotina ambas as faces Face não identificada Em relação à presença de engobo nas faces, pode-se verificar uma dessemelhança entre as áreas escavadas: na porção ao norte (sítio Terra Preta 1) nota-se o predomínio de engobo na face externa enquanto na porção sul (sítio Terra Preta 2) vê-se uma tendência proporcional ao engobo na face interna. 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Localização do engobo nas faces 85% 79% 63% 51% 36% 27% 15% 10% 10% 12% 6% 5% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies amplas Engobo face externa Engobo face interna Engobo em ambas as faces O engobo e suas cores Uma parte considerável da amostra cerâmica analisada apresenta engobo. Na porção norte da área escavada (sítio Terra Preta 1) a presença de engobo corresponde a 27,7% (são 960 fragmentos) enquanto na porção sul (sítio Terra Preta 2) essa frequência é mais baixa e representa 12,2% (276 cacos). Quanto à tonalidade do engobo, há predominância das cores branca e vermelha. No sítio Terra Preta 1 prevalece o engobo branco, enquanto que no sítio Terra Preta 2 há maior ocorrência do engobo vermelho. Essa tendência geral pode ser vista tanto para o material exumado na malha sistemática, quanto no material oriundo de escavação ampla. 64

65 90,0% 80,0% Coloração do engobo 82,7% 70,0% 60,0% 66,2% 54,8% 62,9% Vermelho 50,0% Branco 40,0% 30,0% 30,8% 35,5% 35,1% Laranja 20,0% 10,0% 0,0% 2,5% 9,7% Na porção escavada ao norte sítio Terra Preta 1 foram identificados 761 fragmentos com presença de engobo branco: 131 cacos pertencem à malha sistemática (66,2%) e 630 fragmentos oriundos das sondagens amplas (82,7%). O engobo vermelho foi identificado em apenas 177 fragmentos: sendo 61 característicos da malha sistemática (30,8%) e 116 das sondagens amplas (15,2%). 15,2% 1,6% 1,6% 0,5% 0,5% 0,4% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies amplas Bicromia Na porção sul sítio Terra Preta 2 apenas 97 fragmentos apresentaram engobo branco, sendo 11 na malha sistemática e 86 nas sondagens amplas (que representam cerca de 35% em cada amostra). O engobo vermelho foi identificado em 171 fragmentos: sendo 17 da malha sistemática e 154 característicos das sondagens amplas (corresponde respectivamente a 54,8% e 62,9%). Vale a pena chamar a atenção para a relativa presença de engobo laranja situado na porção sul da área escavada (sítio Terra Preta 2) principalmente na malha sistemática. Outras ocorrências também foram identificadas, porém em pouca quantidade. O engobo laranja, presente em 17 fragmentos do sítio Terra Preta 1 e em sete do Terra Preta 2 e as associações de engobo vermelho e branco e engobo branco e laranja, que quantificados, totalizam cinco fragmentos no sítio Terra Preta 1 e apenas um fragmento no sítio Terra Preta 2. O engobo pode ser usado em várias porções do pote, seja na borda, na parede, em apliques e mesmo na base. Dentre o material analisado, foi possível verificar ainda que essa tendência do uso de engobo branco na porção norte (sítio Terra Preta 1) e no uso do vermelho na porção sul (sítio Terra Preta 2) é flagrante quando se cruza a cor do engobo e a porção do pote, sendo que na porção sul há, proporcionalmente, menos paredes decoradas. 65

66 90% Localização do engobo branco 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% Borda Parede Aplique Base Outro 0% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies amplas No sítio Terra Preta 1 pode-se ver que não há nenhum aplique, na amostra, que tenha utilizado engobo vermelho. Isso ocorre tanto para o material oriundo da malha sistemática quanto para o material das sondagens ampliadas. Não ocorre esta pequena tendência na porção sul do sítio (Terra Preta 2), onde a maior incidência de engobo é na coloração vermelha. Localização do engobo vermelho 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies ampliadas Borda Parede Aplique Base Outro Técnicas decorativas Os dados decorativos são essenciais, pois foram alvo de observações de pesquisas anteriores (como na metodologia definida pelo Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas), contando, portanto, com ampla bibliografia brasileira para discussão. Além dos dados decorativos serem eminentemente estéticos e estilísticos, como é apresentado pelo PRONAPA (Meggers & Evans, 1971), podem ter relação com estruturas eminentemente simbólicas, dizer de escolhas sociais sobre o belo, sobre organização política, ou mesmo uma instituição de oleiras. 66

67 Há também outras implicações físico-químicas que uma decoração pode causar, que têm relação com as características de performance secundária (SCHIFFER & SKIBO, 1997). Por exemplo, uma panela inteiramente decorada com elementos corrugados terá maior capacidade em acumular calor, pois sua superfície de contato é maior do que um pote de mesma morfologia e tamanho, mas sem tal atributo decorativo. Neste mesmo sentido, uma vasilha com pintura poderá não ser indicada como pote para cozinhar, pois toda a tinta tende a sumir com a utilização. Por tais motivos definiu-se, no banco de dados, o tipo de decoração para cada uma das possibilidades registradas, seja plástico ou pintado. Ainda se investiu em um campo para melhor avaliar o local da decoração. Cabe dizer que a quantidade de material decorado é expressiva em ambos os sítios, Terra Preta 1 e Terra Preta 2. Se forem computados os fragmentos diagnósticos (que vêm sendo tratados neste item) e o material não diagnóstico (que não foi analisado por não ter marcas características e apresentam mais de 2 cm) teremos um total de cacos. Deste total, cacos (22%) com algum tipo de padrão decorativo e fragmentos (78%) sem nenhuma decoração. Deve-se lembrar de que não foram computados os fragmentos menores que 2 cm (que podem ou não ter decoração). Podendo, assim, ainda ser mais expressiva a quantidade de fragmentos decorados nesta amostra. 100% 80% 60% 40% 20% 0% Presença e ausência decorativa 27,9% 8,7% 13,5% 31,1% 36,2% 33,6% 48,6% 42,9% 60,2% 52,9% 23,5% 20,9% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Decoração pintada Decoração plástica Ausente Malha sistemática Superfícies amplas Para detalhar a técnica decorativa serão apresentados somente os cacos que as contêm, para tanto, foram produzidos gráficos nos quais 67

68 é possível identificar tanto o número absoluto quanto a percentagem do total de fragmentos diagnósticos. Pode-se notar uma mesma tendência geral: na porção ao norte (sítio Terra Preta 1) a quantidade de material sem nenhum tipo de decoração é pequena (23,5% e 20,9%, respectivamente, na malha sistemática e nas sondagens amplas). A decoração plástica é bastante marcada (48,6% e 42,9%, para a malha sistemática e as sondagens amplas). Enquanto a decoração pintada é também expressiva (de 27,9% para a malha sistemática e 36,2% nas sondagens amplas). Na porção ao sul (sítio Terra Preta 2) há uma grande maioria de fragmentos sem decoração (60,2% para a malha sistemática e 52,9% para as sondagens amplas). A decoração plástica é mais expressiva como ocorre no sítio Terra Preta 1, mas em menores proporções (31,1% a 33,6%, respectivamente, para a malha sistemática e para as sondagens amplas). A decoração pintada alcança índices de frequências muito baixos (8,7% e 13,5% respectivamente, para a malha sistemática e para as sondagens amplas). 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Presença e ausência de decoração Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Presente pintada Presente plástica Ausente Malha sistemática Superfícies amplas A decoração plástica A análise do material cerâmico revelou grande variabilidade de padrões decorativos, especialmente nas formas associadas. De modo que os grupos que mais se destacaram foram os modelados, incisos, excisos e escovados. Foram identificados fragmentos na porção norte (sítio Terra Preta 1) e outros 759 cacos na porção sul (sítio Terra Preta 2). 68

69 Para facilitar a visualização das tendências gerais para os padrões decorativos do tipo plástico, foram criadas grandes categorias, mas que apresentam certa variabilidade interna. Portanto, é necessário delimitar os tipos gerais eleitos: Modelado: modelado aplicado, modelado aplicado ponteado, modelado aplicado ponteado entalhado inciso, modelado aplicado inciso, modelado aplicado ponteado inciso, modelado aplicado escovado, modelado entalhado, modelado aplicado ponteado entalhado, modelado aplicado entalhado, modelado aplicado entalhado inciso. Inciso: inciso ponteado, inciso fino, inciso largo, inciso largo e inciso fino, inciso escovado, inciso zigue-zague, inciso ponteado entalhado. Exciso: exciso simples, exciso inciso, exciso inciso ponteado, exciso inciso modelado escovado, exciso inciso escovado. Outros: entalhado, entalhado inciso, ponteado, ponteado modelado, ponteado arrastado, ponteado entalhado, aplique zoomorfo, aplique antropomorfo, aplique antropozoomorfo, aplicado, aplicado ponteado, canelado, acanalado, raspado, serrungulado, digitungulado. A decoração predominante no sítio Terra Preta 1 é do tipo inciso, ocorrendo em 61% do total de fragmentos, quantificados por 176 peças na malha e 763 nas superfícies amplas. Chama a atenção também a quantidade de decoração escovada. No sítio Terra Preta 2, o tipo decorativo mais difundido é o modelado, representando 60% do total de fragmentos, constituídos pelos 61 fragmentos na malha sistemática e 386 nas superfícies amplas. Vale ressaltar que nessa área o padrão modelado se apresenta associado principalmente ao ponteado, ao mesmo tempo cabe dizer que a categoria outros é bastante difundida nesta porção da área de ocorrência de material, indicando alta variabilidade. Decoração plástica 70% 60% 59% 61% 62% 59% 50% Modelados 40% Incisos 30% 28% Excisos 20% 10% 0% 19% 19% 15% 11% 13% 12% 9% 5% 5% 3% 4% 5% 5% 4% 0,2% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies amplas 69 Escovado Outros

70 A decoração pintada A decoração pintada foi identificada em fragmentos no sítio Terra Preta 1 e 292 fragmentos no sítio Terra Preta 2. Em relação às cores utilizadas, foram feitas avaliações com um primeiro agrupamento para avaliar a quantidade de cores utilizadas por fragmento. Assim, em uma primeira classificação pode-se ordenar os fragmentos da seguinte forma: Pintura monocrômica (envolvendo as cores vermelho, amarelo, branco, preto ou laranja); Pintura bicrômica (vermelho/engobo branco, laranja/engobo branco, amarelo/vermelho, vermelho/amarelo, vermelho/laranja, preto/vermelho); Pintura t ricrômica (vermelho/branco/amarelo, vermelho/preto/ branco, laranja/branco/vermelho, laranja/vermelho/branco). Dentre o material com decoração pintada pode-se notar através dos gráficos, tanto para a malha sistemática quanto para as superfícies amplas, que ambas as porções do sítio apresentam mais da metade da amostra em monocromia. A porção norte da área escavada (sítio Terra Preta 1) comporta 97 fragmentos (57%) na malha sistemática e mais 652 cacos nas sondagens amplas (63%). A porção sul (sítio Terra Preta 2) reúne 26 fragmentos (96%) com aplicação monocrômica e outros 232 fragmentos (79%) referente às sondagens amplas. Há diferenças, no entanto. A porção norte da área de escavação (sítio Terra Preta 1) apresenta uma quantidade expressiva do material decorado em bicromia, tanto na malha sistemática quanto nas sondagens amplas. O mesmo ocorre no caso da tricromia, mais expressiva na porção norte. 120% 100% 80% 60% 40% 20% 0% Uso das tintas e combinações 96% 79% 63% 57% 39% 30% 11% 4% 4% 7% 0% 1% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies amplas 70 Monocromia Bicromia Tricromia

71 Quando se observam somente as decorações monocrômicas pode-se notar que a pintura vermelha se apresenta com grande incidência em ambas as áreas de escavação e em ambas as formas de intervenção. Chama a atenção da maior diversidade de cores presentes na porção sul da área escavada (sítio Terra Preta 2), mesmo sendo uma pequena amostra (nas cores: branco, preto e laranja). Ao norte da área de escavação (sítio Terra Preta 1) aparece também uma pequena parcela de fragmentos com pintura laranja, além de pinturas em branco e preto. 105,0% Pintura monocrômica 100,0% 95,0% 90,0% 85,0% 80,0% 75,0% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies amplas Pintura laranja Pintura preta Pintura branca Pintura amarela Pintura vermelha Aparecem, no total, 408 fragmentos com presença de bicromia: vermelho/engobo branco, laranja/engobo branco, amarelo/vermelho, vermelho/amarelo, vermelho/laranja, preto/vermelho. A bicromia é mais popular na porção norte (sítio Terra Preta 1) onde se sobressai o laranja sobre branco, bem como o preto sobre vermelho. Na porção sul (sítio Terra Preta 2) o uso do vermelho e branco é mais expressivo, seguido pelo laranja e branco. 120,0% Uso da bicromia 100,0% 80,0% 60,0% 40,0% 20,0% Vermelho/branco Vermelho/amarelo Vermelho/Laranja Laranja/branco Amarelo/vermelho Preto/vermelho 0,0% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfície ampla 71

72 Foram identificados 81 cacos com ocorrência de tricromia, em várias combinações: vermelho, branco e amarelo; vermelho, preto e branco; laranja, branco e vermelho; laranja, vermelho e branco. Nesta amostra há dessemelhanças entre as áreas de escavação: a porção norte (sítio Terra Preta 1) apresenta a maior incidência de fragmentos com tricromia, combinando três tonalidades: laranja, vermelho e branco. Enquanto que a porção sul (sítio Terra Preta 2) apresenta maior quantidade percentual nas cores vermelho, preto e branco. 120,0% Uso da tricromia 100,0% 80,0% 60,0% 40,0% 20,0% 0,0% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfície ampla Vermelha/branca/amarela Laranja/vermelha/branco Laranja/branca/vermelha Vermelha/preta/branco Morfologia dos fragmentos e seus diâmetros Em relação à morfologia das diferentes partes do corpo do pote, os fragmentos foram classificados entre bordas, lábios e bases, sendo que o primeiro e o último itens foram também observados segundo o diâmetro estimado. Em relação à forma da borda, podem-se delimitar quatro tipos mais frequentes: direta, reforçada, extrovertida e expandida, sendo reunidos sob a alcunha outras os cacos que apresentam borda introvertida, cambada, vazada, contraída e dobrada (cada uma com somente um exemplar na amostra). Pode-se notar uma tendência geral à presença de borda direta tanto para a porção norte quanto sul, independentemente do tipo de intervenção. As bordas extrovertidas mantêm quantidade estável no gráfico, em ambas as áreas e intervenções. Ao mesmo tempo, há uma leve tendência de maior percentual de bordas expandidas na porção norte da área escavada (sítio Terra Preta 1) e de reforçada na porção sul (sítio Terra Preta 2). 72

73 100% 80% 60% 40% 20% 0% Tipo de borda Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Direta Reforçada Extrovertida Expandida Outra Malha sistemática Superfícies amplas Em relação à inclinação dos fragmentos de borda, pode-se notar uma grande estabilidade. A maior proporção é de fragmentos de borda vertical, seguida de bordas inclinadas externamente e, por fim, com inclinação interna. 100% 80% Inclinação da borda % 40% 20% 0% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Inclinada interna Vertical Inclinada externa Malha sistemática Superfícies amplas Em relação ao diâmetro da borda, pode-se notar uma mesma tendência no aparecimento de potes entre 11 e 20 cm de diâmetro, seguido de potes ainda maiores, entre 20 e 30 cm. Os fragmentos com diâmetro menor que 10 cm ainda é mais expressivo que aqueles maiores que 30 cm. 73

74 70,0% Diâmetro de borda 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% < 10 cm 11 e 20 cm 20 a 30 cm mais de 30 cm 0,0% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies amplas Quanto ao lábio, pode-se dizer que há dois tipos principais. A tendência geral é de lábios arredondados, seguido por lábios planos, e por fim algum exemplar apontado. 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Morfologia do lábio Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies amplas Apontado Plano Arredondado Em relação à morfologia da base, pode-se notar uma preferência majoritária pela base plana, tanto para a malha sistemática quanto para as sondagens amplas, seja na porção norte da escavação (sítio Terra Preta 1) seja na porção sul (sítio Terra Preta 2). No entanto, percebe-se ainda uma leve tendência no aumento da frequência para bases em pedestal na porção norte, e no uso de base anelar na porção sul. A porção sul apresenta a maioria absoluta de bulbos de base trípode. 74

75 Morfologia da base 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies amplas Convexa Plana Côncava Anelar Em pedestal Trípode Em relação ao diâmetro da base, há uma tendência percentual em um aumento de bases menores que 10 cm na porção norte da área (sítio Terra Preta 1), ao mesmo tempo em que se pode ver uma maior quantidade proporcional de fragmentos cujo diâmetro é maior que 20 cm na porção sul (sítio Terra Preta 2). Diâmetro da base 70% 67% 67% 60% 50% 40% 42% 42% 44% 30% 30% 29% 27% 29% 20% 17% 10% 4% 4% 0% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Superfícies amplas < 10 cm 10 e 20 cm mais de 20 cm Marcas de produção, conservação e sinais de uso Quando se observam as marcas de produção, pode-se notar a presença massiva de marcas de rolete, o que deflagra o uso da técnica do acordelado apresentado anteriormente. A frequência que chama a atenção é a maior quantidade proporcional de marcas de apliques na porção sul da escavação (sítio Terra Preta 2). 75

76 Marcas de produção 100,0% 90,0% 80,0% 70,0% Marcas de rolete Fuligem de queima 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Marca de aplique Marcas de alisamento Rolete e fuligem queima Furo Marcas de rolete e estrias Outros Malha sistemática Superfície ampla A amostra está majoritariamente erodida, ultrapassando 50% em alguns casos. Estado de conservação dos cacos 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Erodido Conservado Malha sistemática Superfície ampla No entanto, quando se avalia o estado de conservação pela superfície pode-se ver uma tendência de erosão na face interna destes vasilhames. Este comportamento é bastante interessante, pois pode evidenciar uma marca de uso (Schiffer & Skibo, 1997) que flagraria o uso como continente de bebida fermentada. 76

77 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Local da erosão em relação às faces Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Face externa Face interna Ambas as faces Malha sistemática Superfície ampla Projeção dos vasilhames: forma, altura e volume As vasilhas cerâmicas pré-coloniais projetadas graficamente totalizaram 228 formas e foram agrupadas de acordo com os seus atributos morfológicos: compostos por 131 vasilhas no sítio Terra Preta 1 (porção norte) e por 97 vasilhas no sítio Terra Preta 2 (porção sul). Os critérios estabelecidos para criar as classes foram a forma geral do corpo do pote, a base e a borda, bem como a inclinação da parede. Outros atributos, no entanto, também foram observados, mas não são definidores de nenhuma classe, como a dimensão do pote e o tipo de decoração. Tipo 1 Refere-se aos 20 potes abertos projetados com contorno simples em forma de segmento de esfera ou mesmo plano. Apresenta pouca altura, ou mesmo nenhuma, sendo vasilhas bastante rasas. Apresenta base plana ou arredondada, cada tipo com dez exemplares. Para as bases planas, notou-se que há um ângulo que marca o limite entre a base e a borda, pois não há uma porção do bojo expressiva. Os demais exemplares apresentam ângulo mais suave, com continuidade entre o corpo e a borda. A borda é majoritariamente expandida e reforçada, quase formando um flange. O lábio, arredondado na sua maioria. 77

78 A decoração aparece na maioria dos potes, sendo que a decoração mista é a mais significativa, com pouco menos que a metade da amostra. Essa decoração apresenta tratamento inciso ou modelado e pintura vermelha. Ocorre que cada tipo de decoração pode aparecer sozinho: somente decoração plástica (incisão) ou decoração pintada (vermelha, em geral). Existem alguns potes sem decoração, o que pode ser fruto de processos pós-deposicionais, representam 20% neste tipo. Cabe ainda dizer sobre a decoração que a incisão ocorre na face interna do pote, na borda. Isto ressalta ainda mais essa porção do pote. Os traços largos sugerem a existência de um padrão associado à Tradição Borda Incisa. Tipo 1 - Decoração 20% 20% Sem decoração Decoração pintada 15% Decoração mista Decoração plástica 45% Estes potes apresentam abertura da boca média entre 40 e 24 cm, altura ultrapassa pouco os 5 cm, e o volume não chega aos 2,50 L. Com o auxílio do gráfico, pode-se notar que o diâmetro da boca pode atingir grandes dimensões, no entanto, a altura é baixa. São potes mais largos que altos, de pequena litragem. Tipo 1 - Dimensões Terra Preta 1 Terra Preta 2 Diâmetro Altura (cm) Volume (L) 78

79 Podem-se notar peças menores (nº 1.978, 277, 2.667), mas com as mesmas feições, que foram incluídas nesta categoria, as dimensões estão entre 10 e 18 cm de diâmetro, não chegando a 5 cm de altura e volume de até 130 ml. E ainda uma miniatura (nº 3.292) cujas dimensões são: 3 cm de diâmetro máximo e 0,4 cm de altura, sendo o volume inexpressivo. A forma geral deste tipo de pote sugere uso como assador utilizado ao fogo para a cocção da farinha ou mesmo como prato utilizado para servir alimentos sólidos para certa quantidade de pessoas. A presença da pintura pode indicar o uso como prato, já que uso ao fogo desgastaria rapidamente a decoração. As peças pequenas poderiam ser usadas como pratos individuais. Tipo 1. Acima: Terra Preta 1; abaixo, Terra Preta 2. 79

80 Sítio Terra Preta 1, nº 3.292, Unidade 3, pequena peça do tipo 1, com decoração incisa fina, pintura vermelha no lábio. Tipo 2 Neste tipo foram incluídos 79 potes abertos projetados que aparentam corpo com contorno simples em forma de meia-calota, ovoide horizontal ou vertical. A borda é inclinada externa, base arredondada. A ausência de decoração é majoritária, sendo em seguida mais frequente a decoração plástica e a decoração mista (envolvendo pintura e alteração na superfície), por fim pode-se notar a decoração pintada. Tipo 2 - Decoração 26% 42% Sem decoração Decoração pintada Decoração mista Decoração plástica 21% 12% O diâmetro da borda vai desde 7 a 46 cm, no entanto, a altura está entre 4 e 20 cm, e o volume máximo é de 15 L. A forma geral deste tipo de pote sugere uso como prato utilizado 80

81 Tipo 2 - Dimensões Terra Preta 1 Terra Preta 2 Diâmetro Altura (cm) Volume (L) para servir certa quantidade de pessoas com alimentos sólidos ou tigela utilizada para consumo individual, tanto para sólidos quanto para caldos e mingaus. 81

82 Tipo 3 Potes abertos, de contorno simples e forma elíptica vertical ou horizontal, ou levemente globular. A borda é levemente inclinada externamente e acompanha, em geral, extroversão da borda. A base é arredondada, em todos os casos. A maior parte dos potes não apresenta decoração nenhuma, seguido da decoração mista, com estabilidade entre os tipos aparecem tanto a decoração pintada quanto a plástica. Tipo 3 - Decoração 17% Sem decoração 45% Decoração pintada 24% Decoração mista Decoração plástica 14% As dimensões dos objetos variam. O diâmetro máximo, localizado na borda destes vasilhames, estão entre 12 e 46 cm, a altura varia entre 10 e 25 cm, e o volume pode chegar a 20 L Tipo 3 - Dimensão Terra Preta 1 Terra Preta 2 Diâmetro Altura (cm) Volume (L) 82

83 Os maiores exemplares devem ter sido utilizados ao fogo para a cocção de alimentos, isto porque a abertura da boca fornece acesso ao interior do pote. As formas menores, no entanto, devem ter sido utilizadas para consumo individual. Em todos, aparece uma pequena extroversão da borda, que se inclina externamente formando um pequeno gargalo. Este gargalo pode, potencialmente, criar uma área de preensão para maior segurança no manuseio do pote com as mãos, se a panela não estiver quente. E ainda cria possibilidade de preensão através de uma corda amarrada no gargalo, útil para manuseio do vasilhame ainda quente. 83

84 Tipo 4 Potes com contorno composto formado por carena na porção do bojo médio ou superior, que pode ter um ângulo menor que 90 a 135. Assim, podem ser levemente abertas ou fechadas. Em todo caso, o diâmetro da borda é pouco menor ou igual ao diâmetro máximo, localizado na proximidade da boca do vasilhame. Essa forma de produção, mais sofisticada é difícil pela criação do ângulo abrupto no vasilhame, fez com que fosse agrupada em um tipo específico. Somam 16 exemplares e apresentam, além de contorno composto, corpo inferior convexo invertido e o corpo superior à carena é reto ou côncavo. A base é em sua totalidade arredondada. A borda apresenta reforço externo ou direto. O lábio é majoritariamente arredondado. A decoração mista predomina: majoritariamente aparece a incisão, seguida do escovado e ponteado, com algum resíduo de pintura. A decoração pintada ou aquela com decoração plástica são expressivas, sendo que a ausência de decoração é marginal. Tipo 4 - Decoração 19% 6% 19% Sem decoração Decoração pintada Decoração mista Decoração plástica 56% As dimensões incluem o diâmetro entre 10 e 38 cm, altura entre 5 e 15 cm e volume não atinge 5 L. Cabe dizer que esta forma é exclusiva da porção norte da área escavada (sítio Terra Preta 1), em geral associada às estruturas 84

85 Tipo 4 - Dimensões Terra Preta 1 Diâmetro Altura (cm) Volume (L) escavadas. Tal particularidade pode estar relacionada à atividade específica, talvez ritualística. Sítio Terra Preta 1, Peça 4.052, Unidade 3, decoração ponteada com pintura vermelha vestigial. 85 Sítio Terra Preta 1, peça 413, 360S-960L (B), nível entre 130 e 140 cm, borda com decoração modelada, aplicada, incisa e ponteada, além de pintura vermelha vestigial.

86 Tipo 5 Potes de contorno simples e forma do corpo ovoide horizontal ou vertical, com inclinação da borda tendendo à vertical. A base é arredondada e a borda é, em geral, direta. A decoração é majoritariamente pintada, seguida pela ausência de decoração e pela decoração mista, por fim aparecem fragmentos com decoração plástica. Tipo 5 - Decoração 15% 24% Sem decoração Decoração pintada 24% Decoração mista Decoração plástica 36% Os potes projetados apresentam diâmetro da borda entre 4 e 24 cm e altura entre 2, 6 e 12 cm. O volume pode chegar a 2,5 L. 30 Tipo 5 -Dimensões Terra Preta 1 Terra Preta 2 Diâmetro Altura (cm) Volume (L) O uso destes vasilhames pode ser para servir individualmente, tanto bebidas quanto alimentos sólidos. 86

87 Tipo 6 Trata-se de potes projetados que apresentam o contorno do corpo simples, com formato esférico horizontal ou globular. A inclinação da borda é levemente fechada ou fechada. Na quase totalidade, a borda é direta e a base arredondada. 87

88 A ausência de decoração é majoritária, com mais de 50% da amostra, a outra metade divide-se quase igualmente entre decoração mista, pintada e plástica. Tipo 6 - Decoração 16% Sem decoração Decoração pintada 19% 51% Decoração mista Decoração plástica 14% As vasilhas podem apresentar grandes dimensões, entre 5 e 46 cm de borda, altura entre 5 e 25 cm, sendo que o volume pode alcançar 24 L. Tipo 6 - Dimensões Terra Preta 1 Terra Preta 2 Diâmetro Altura (cm) Volume (L) Tais vasilhames podem ser úteis para a cocção de alimentos, principalmente os maiores vasilhames. Os menores devem ter sido utilizados para o consumo individual. A morfologia sugere que os maiores exemplares devem ter sido utilizados ao fogo para a cocção de alimentos, isto porque a abertura da boca fornece maior facilidade de acesso ao interior do pote. As formas menores, no entanto, devem ter sido utilizadas para consumo individual de substâncias específicas. 88

89 TIPO 6: Porção Sul (Terra Preta 2). Tipo 7 Foram reunidos neste tipo, grupos distintos formados por fragmentos do sítio Terra Preta 1 e sítio Terra Preta 2. 89

90 Tipo 7 - Decoração 9% 36% Sem decoração Decoração pintada Decoração mista 55% 30 Tipo 7 - Dimensões Terra Preta 1 Terra Preta 2 Diâmetro Altura (cm) Volume (L) Cruzamento de dados: análise horizontal Para avançar nesta análise descritiva, é necessário que se retomem os aspectos fundamentais apresentados até agora. Em geral, pode-se notar que há uma estabilidade entre os dados descritivos deste conjunto de material analisado, seja na porção norte da escavação (sítio Terra Preta 1) seja na porção sul (sítio Terra Preta 2), independente da forma de intervenção (malha sistemática ou sondagens amplas). Pode-se dizer que a categoria mais frequente é a parede, como é esperado, na medida em que esta é a maior porção de um pote. A técnica de produção mais utilizada é o acordelado para ambas 90

91 as áreas, sendo que chama a atenção a quantidade de fragmentos modelados na porção sul (sítio Terra Preta 2). Sobre os elementos inseridos na pasta, há também uma constância entre as porções do sítio e a forma de escavação. Em relação aos tipos de elementos a maior frequência é de cauixi, seguido pela combinação entre cauixi e caco moído. A granulometria também é compartilhada. A tendência está no uso de grãos em torno de 1 mm (quase 2/3 da amostra), seguido dos grãos em torno de 2 mm. A inclusão de grãos maiores que 3 mm é quase nula. A queima é também bastante semelhante. Em geral, os fragmentos apresentam-se totalmente reduzidos ou totalmente oxidados. Em relação ao tratamento de superfície, pode-se notar uma predominância de fragmentos com alisamento. Chama a atenção a maior concentração de cacos polidos e com presença de engobo branco dominante na porção norte (sítio Terra Preta 1). Sobre as técnicas decorativas, é importante dizer que há uma pequena distinção. Na porção norte da área de escavação (sítio Terra Preta 1) é mais frequente a ocorrência de cacos com presença de decoração plástica, principalmente a incisão. Em relação à decoração pintada, a maior concentração de fragmentos com bicromia e tricromia também aparece na porção norte. Na porção sul da área escavada (sítio Terra Preta 2) há maior ocorrência de fragmentos sem decoração. Dentre os tipos com decoração plástica são mais comuns os modelados, enquanto é mais comum a monocromia dentre os tipos pintados e engobo vermelho. O tipo geral de borda é compartilhado borda direta, no entanto, há uma leve tendência de concentração de bordas expandidas na porção norte da escavação (sítio Terra Preta 1) enquanto na porção sul (sítio Terra Preta 2) aparecem proporcionalmente mais as bordas reforçadas. Quanto à inclinação das bordas, há uma tendência compartilhada em haver maior frequência de bordas verticais, seguida daquelas com inclinação externa. O diâmetro da borda também é constante, estando entre 11 e 20 cm em sua maioria; e entre 21 e 30 cm. O lábio mais frequente é o arredondado seguido do lábio plano. A morfologia da base, como tendência geral, é plana. No entanto, pode-se ver uma leve tendência em um aumento proporcional de base em pedestal para a porção norte da escavação (sítio Terra Preta 1) e de maior frequência de base anelar para a porção sul (sítio Terra Preta 2). O diâmetro da base apresenta dessemelhanças. Na porção norte é mais frequente a presença de fragmentos com diâmetro menor 91

92 que 10 cm, enquanto que na porção sul é mais usual a presença de fragmentos maiores que 20 cm. As marcas de produção mais comuns, para ambas as séries de dados, são os roletes; e o uso mais frequente parece estar associado à fermentação de bebidas. De posse destas frequências gerais foram realizados alguns cruzamentos de dados que pareceram revelar algumas tendências ou padrões. Os elementos associados à pasta (antiplásticos ou temperos) bem como os elementos decorativos são importantes, pois foram atributos utilizados em todas as análises cerâmicas realizadas anteriormente, principalmente pelo Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas (PRONAPA). Para avaliar tendências, foram escolhidos os dois tipos de tempero mais populares no sítio (cauixi e a combinação cauixi e caco moído), relacionados com os tipos de cacos segundo a decoração (ausência de decoração, decoração plástica e pintada). Com este cruzamento, pode-se notar uma leve preferência da decoração plástica associada ao tempero de cauixi; enquanto a decoração pintada aparece mais expressiva na associação entre o cauixi e o caco moído. Tipo de carga e presença e ausência decorativa Malha sistemática Sondagens amplas Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Cauixi Cauixi + caco moído Cauixi Cauixi + caco moído Cauixi Cauixi + caco moído Cauixi Cauixi + caco moído 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Sem decoração Decoração plástica Decoração pintada A leve diferença encontrada em relação à decoração estimulou a busca por novas diferenças através de cruzamentos estatísticos. Para tanto, iniciou-se com a interdigitação dos dados sobre tipo de 92

93 tempero (ainda levando em consideração os dois mais populares) e o tipo de tratamento dado à superfície (alisamento, polimento, barbotina e engobo). Pode-se notar nos gráficos produzidos, uma leve tendência para a amostra exumada na porção norte da escavação (sítio Terra Preta 1). Há uma preferência, mesmo que leve, na combinação entre tempero de cauixi e o tratamento de superfície alisado ou com engobo. Enquanto que o tempero composto por associação entre o cauixi e o caco moído parece ter mais tendência a aparecer combinado ao tratamento polido e a barbotina. Na porção sul da área escavada (sítio Terra Preta 2) essa tendência se perde. Cargas x tratamento de superfície Malha sistemática Sondagens amplas Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Cauixi Cauixi + caco moído Cauixi Cauixi + caco moído Cauixi Cauixi + caco moído Cauixi Cauixi + caco moído 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Alisado Polido Barbotina Engobo Para comparar a morfologia das bordas, já que há uma tendência de semelhanças, buscou-se dois cruzamentos: tipo de borda x inclinação da borda e tipo de borda x diâmetro. Para tanto, esses critérios foram inicialmente cruzados respeitando a diferença entre o tipo de intervenção (malha sistemática e sondagens ampla) e a área da escavação (sítios Terra Preta 1 e Terra Preta 2). No entanto, estas informações foram reunidas em cada sítio, independente da forma de escavação (malha sistemática e superfícies ampla). O interesse aqui é verificar tendências (seja aproximada ou divergente) para o material cerâmico em questão. A porção norte da área escavada (sítio Terra Preta 1) reúne 109 bordas nas quais foi possível tomar a forma e a inclinação. Pode- 93

94 se notar a maior presença de borda direta; as demais são estáveis (reforçada, extrovertida e expandida). A tendência mais nítida é a ausência da borda extrovertida associada à inclinação interna. A porção sul da escavação (sítio Terra Preta 2) apresenta 128 cacos nos quais foram medidas a forma e a inclinação. Os tipos de borda direta e extrovertida são os mais populares e apresentam todos os tipos de inclinação. Inclinação x Morfologia de borda 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Inclinada interna Vertical Inclinada externa Inclinada interna Vertical Inclinada externa Inclinada interna Vertical Inclinada externa Inclinada interna Vertical Inclinada externa Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Sondagens amplas Direta Reforçada Extrovertida Expandida Quando se cruza o tipo de borda e o diâmetro da borda pode-se notar inicialmente uma tendência semelhante na maior concentração de cacos entre 11 e 20 cm de abertura, seguido pelas vasilhas que apresentam diâmetro entre 21 e 30 cm. Deve-se notar ainda que é na porção norte (sítio Terra Preta 1) onde ocorre grande quantidade de vasilhas com os maiores e menores diâmetros. Na porção norte da escavação (sítio Terra Preta 1) pode-se notar a constância da borda direta para todas as faixas de diâmetro escolhidas, o que ocorre em menor proporção para a borda expandida. As bordas com reforço tendem a aparecer associadas aos menores diâmetros, enquanto a borda extrovertida aparece com os maiores diâmetros. Na porção sul da escavação (sítio Terra Preta 2) as bordas reforçadas e extrovertidas aparecem associadas a todos os diâmetros propostos. À borda reforçada estão relacionados os maiores diâmetros, bem como a borda extrovertida. 94

95 Tipo de borda e diâmetro 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Direta Reforçada Extrovertida Expandida Direta Reforçada Extrovertida Expandida Direta Reforçada Extrovertida Expandida Direta Reforçada Extrovertida Expandida Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Malha sistemática Sondagens amplas Mais de 41 cm Entre 31 e 40 cm Entre 21 e 30 cm entre 11 e 20 cm Menor 10 cm Sobre os tipos de pote no espaço percebem-se algumas semelhanças e diferenças. Pode-se notar, inicialmente a ausência do tipo 4 no sítio Terra Preta 2, na porção sul da área escavada; ao mesmo tempo vale ressaltar que o tipo 7 também difere entre si. Os demais tipos são bastante estáveis nas duas séries, tanto a norte quanto a sul da escavação (respectivamente, sítio Terra Preta 1 e sítio Terra Preta 2). A não ser pelo leve aumento do tipo 6 na porção sul. 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% Tipo de pote x sítio 0% Terra Preta 1 Terra Preta 2 Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5 Tipo 6 Tipo 7 95

96 Quando se observa a capacidade dos vasilhames percebe-se que a totalidade dos potes maiores que 10 L se localiza exclusivamente no sítio Terra Preta 1. 70% 60% 63% Capacidade volumétrica dos recipientes 56% 50% 40% 35% 30% 20% 23% 10% 0% 8% 9% 7% Terra Preta 1 Terra Preta 2 0% até 1,9 litro entre 2 e 5,9 litros entre 6 e 9,9 litros entre 10 até 24 litros Quando os potes são colocados no espaço horizontal do sítio, percebe-se a grande quantidade de vasilhas produzidas e seus tipos. 96

97 Em comum percebe-se uma grande quantidade de potes projetados nas porções marginais. Essa situação ocorre tanto ao norte da porção norte da área escavada (sítio Terra Preta 1), quanto ao sul da porção sul (sítio Terra Preta 2). Cruzamento de dados: análise vertical Quando se observa o material cerâmico em sua distribuição pelos níveis artificiais escavados, pode-se notar que acompanha o pacote de terra preta antropogênica. A diferença de deposição pode ter diversos fatores. Pode se tratar de uma ocupação contemporânea que tenha utilizado o espaço de forma diferente, com distintas áreas de atividades. Pode também ser resultado de ocupações diferentes, que tenham comportamento social distinto ou que tenham habitado o local por tempo e duração diferentes, gerando como correlato pacote com espessura também diferente. Pode-se notar uma mesma tendência na porção norte da área escavada (sítio Terra Preta 1) independente da forma de intervenção. O material está distribuído até 180 cm de profundidade, sendo que não chega a 15% de concentração em um mesmo nível. Quando se observa a porção sul da área escavada (sítio Terra Preta 2) nota-se uma maior concentração nos níveis superiores, chegando a 97

98 90 cm de profundidade, independente da forma de escavação. Nesta região, a concentração de material cerâmico por nível chega a quase 30%, entre os níveis 0 a 30 cm. Nível artificial - Terra Preta 1 Superfície 0 a 10 cm 10 a 20 cm 20 a 30 cm 30 a 40 cm 40 a 50 cm 50 a 60 cm 60 a 70 cm 70 a 80 cm 80 a 90 cm 90 a 100 cm 100 a 110 cm 110 a 120 cm 120 a 130 cm 130 a 140 cm 140 a 150 cm 150 a 160 cm 160 a 170 cm 170 a 180 cm Malha sistemática Terra Preta 1 Sondagens amplas Terra Preta 1 Nível artificial - Terra Preta 2 Superfície 0 a 10 cm 10 a 20 cm 20 a 30 cm 30 a 40 cm 40 a 50 cm 50 a 60 cm 60 a 70 cm 70 a 80 cm 80 a 90 cm Malha sistemática Terra Preta 2 Sondagens amplas Terra Preta 2 98

99 Para que se possa observar o comportamento dos tipos decorados (plástico ou pintado) em relação aos níveis artificiais, utilizaram-se somente os dados oriundos das sondagens ampliadas, tanto do sítio Terra Preta 1 quanto do sítio Terra Preta 2. Pode-se notar uma interdigitação dos dados no que toca a esta distribuição em profundidade. O gráfico resultante da análise do material na porção norte da área de escavação (sítio Terra Preta 1) demonstra que a decoração pintada cria uma leve parábola: inicia, nos níveis mais profundos, com bastante expressão chegando a alcançar 50% dentre o material decorado. Alcança picos de mais de 50% de ocorrência entre 110 e 60 cm de profundidade, quando começa a declinar não alcançando 35% do material. Nos níveis superiores, entre 60 cm de profundidade e a superfície atual, os gráficos apresentam a mesma tendência de maior concentração de fragmentos com decoração plástica. De fato, a porção sul da área escavada (sítio Terra Preta 2) apresenta de forma mais clara esta preferência pela decoração plástica. Nesta área, em média 30% do material de cada nível é composto por vestígios com decoração plástica, talvez pela maior popularidade de material com atributos Konduri. Este comportamento assemelhado, interdigitado, leva a sugerir que as diferentes áreas onde foi realizado o resgate pertençam a uma mesma ocupação pretérita, e talvez representem momentos diferentes na história de vida destas sociedades. Pode ser ainda que tais caracteres demonstrem áreas de atividades diferentes em momentos diferentes da vida comunitária lá estabelecida, restrito a uma única ocupação. Terra Preta 1: Nível x decoração 0 a 10 cm 10 a 20 cm 20 a 30 cm 30 a 40 cm 40 a 50 cm 50 a 60cm 60 a 70 cm 70 a 80cm 80 a 90 cm 90 a 100cm 100 a 110 cm 110 a 120cm 120 a 130 cm 130 a 140cm 140 a 150 cm 150 a 160cm 160 a 170 cm 170 a 180cm Sem decoração Decoração plástica Decoração pintada 99

100 Terra Preta 2: Nível x decoração 0 a 10 cm 10 a 20cm 20 a 30 cm 30 a 40cm 40 a 50 cm 50 a 60cm 60 a 70 cm Sem decoração Decoração plástica Decoração pintada Na porção norte da área escavada (sítio Terra Preta 1) pode-se ver uma parábola clara com o uso inicial de tempero composto por cauixi associado ao caco moído, nos níveis mais profundos; há o aumento gradual até chegar ao auge de sua porcentagem entre 60 e 30 cm de profundidade, decaindo nos níveis mais superficiais. Na porção sul da escavação (sítio Terra Preta 2) nota-se uma constância estável para o uso de tempero em profundidade. Pode-se ver que, em geral, o material com caco moído associado ao cauixi é mais popular. Terra Preta 1 - Nível x Carga 0 a 10 cm 10 a 20cm 20 a 30 cm 30 a 40cm 40 a 50 cm 50 a 60cm 60 a 70 cm 70 a 80cm 80 a 90 cm 90 a 100cm 100 a 110 cm 110 a 120cm 120 a 130 cm 130 a 140cm 140 a 150 cm 150 a 160cm 0,0% 2,0% 4,0% 6,0% 8,0% 10,0% 12,0% 14,0% 16,0% 18,0% 20,0% Cauixi Cauixi + caco moído 100

101 Terra Preta 2 - Nível x carga 0 a 10 cm 10 a 20cm 20 a 30 cm 30 a 40cm 40 a 50 cm 50 a 60cm 60 a 70 cm 70 a 80cm 80 a 90 cm 90 a 100cm 100 a 110 cm 110 a 120cm 120 a 130 cm 130 a 140cm 140 a 150 cm 150 a 160 cm 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% Cauixi Cauixi + caco moído Análise química da cerâmica 1 Foram selecionadas oito amostras de cerâmica em dois pontos de amostragem nas linhas 1200S/360L (sítio Terra Preta 2) e 300S/960L (sítio Terra Preta 1). As amostras selecionadas compunham diferentes categorias da cerâmica: borda, base, parede e fragmento com pintura. As amostras foram pulverizadas em grau de ágata. Após a pulverização das amostras foram misturados 5 g de massa da cerâmica a 100 ml de solução extratora Mellich (HCl 0,05N+H2SO4 0,025N), colocada em agitador horizontal circular durante trinta minutos, e colocada em repouso por uma noite. Houve a determinação de teores de macroelementos (P, Ca, Mg, K) e de teores de microelementos (Fe, Mn, Cu, Zn). Os extratos das amostras foram filtrados e colocados em recipiente devidamente esterilizado. A sequência foi transferir 5 ml da solução para um Becker de 50 ml (se diluída, em Becker de 100 ml); adicionar 10 ml de solução de molibidato de amônio e uma pitada de ácido ascórbico (vitamina C) em pó; agitar e desenvolver coloração azul por aproximadamente quarenta e cinco minutos; ligar o espectrofotômetro com trinta minutos de antecedência; aferir entre 0 e 100 de transmitância usando respectivamente a cubeta preta e o material obtido na prova em branco (que leva todos os elementos da solução a ser lida, exceto a solução extraída da cerâmica) na frequência de 660 nm ou usando filtro vermelho (efetuar a leitura com os padrões 1, 2, 3 e 4 de P em mg/kg). Efetuou-se a leitura das amostras tendo-se o cuidado de lavar com a própria solução a estrutura antes de colocála no aparelho. 1 Texto produzido por Dirse Kern e Sabrina Souza. 101

102 Extração de sódio (Na) e potássio (K) Fotometria de chama. A solução é colocada em combustão pelo aparelho onde sofre um processo de fluxo turbulento ou consumo total (a solução é colocada em combustão e será medida de acordo com os padrões estabelecidos posteriormente). Sendo zerada e purificada com água deionizada a cada nova medida (mudança de solução a ser medida). Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg) Colocar 2,5 g de massa da cerâmica, em erlenmeyer de 250 ml e adicionar 100 ml de KCl N ph7; agitar durante trinta minutos em agitador, retirar o erlenmeyer do agitador e deixar em repouso por uma noite; e depois coar a solução. Resultados alcançados Macroelementos (P, Ca, Mg, Na, K) Os resultados de fósforo disponíveis nas amostras de cerâmica pertencentes ao sítio Terra Preta 2, revelou teores de 7428 mg/kg na parede, 2778 mg/kg na base e apenas 1153 mg/kg na borda. Enquanto que nas amostras do sítio Terra Preta 1, a categoria parede apresentou teores de 3525 mg/kg de P disponível, na borda os teores chegaram a 1752 mg/kg e na base observou-se a concentração mais elevada com 5594 mg/kg Teor de Fósforo disponível mg/kg Borda Bojo Base Borda Bojo Base Terra Preta 1 Terra Preta 2 Os gráficos dos teores de cálcio e magnésio apresentam curvas semelhantes, indicando uma relação diretamente proporcional entre 102

103 eles. No sítio Terra Preta 2, a base apresentou teores muito elevados com 624 mg/kg para cálcio e 71 mg/kg para magnésio. Para o sítio Terra Preta 1 foram obtidos resultados apenas no fragmento de borda com 332 mg/kg de cálcio e 36 mg/kg de magnésio. As categorias parede e base não foram analisadas, pois a massa foi insuficiente para realizar estas análises. Teor de cálcio trocável Teor de magnésio trocável Borda Borda Bojo Base Borda Borda Bojo Base Terra Preta 1 Terra Preta 2 Terra Preta 1 Terra Preta 2 Os teores de sódio para o sítio TP2, foram de 17 mg/kg na parede, 23 mg/kg na base e 22 mg/kg na borda, esses resultados mostram que para o elemento sódio as diferenças não foram significativas entre as categorias analisadas. Já no sítio Terra Preta1, a maior concentração deste elemento com teores de 47 mg/kg foi obtida no fragmento de base, na borda foi de 37 mg/kg e 30 mg/kg no fragmento de parede Teor de sódio trocável Borda Bojo Base Borda Bojo Base Terra Preta 1 Terra Preta 2 103

104 Quanto às concentrações do elemento potássio, o sítio Terra Preta 2 apresentou 14 mg/kg na parede, 22 mg/kg na base e 20 mg/kg na borda. Enquanto que no sítio Terra Preta 1 os teores mais elevados desse elemento foram obtidos na base (46 mg/kg), decrescendo no fragmento de parede com 33 mg/kg e 24 mg/kg na borda Teor de potássio trocável Borda Bojo Base Borda Bojo Base Terra Preta 1 Terra Preta 2 Microelementos (Zn, Cu, Fe e Mn) Na cerâmica do sítio Terra Preta 2, os teores de zinco apresentaram as seguintes concentrações: 48 mg/kg na parede, 44 mg/kg na base e 35 mg/kg na borda. Enquanto na cerâmica do sítio Terra Preta 1, o teor mais elevado ocorreu na base, com 60 mg/kg, decrescendo para 43 mg/kg na parede e 40 mg/kg na base. 70 Teor de zinco disponível Borda Bojo Base Borda Bojo Base Terra Preta 1 Terra Preta 2 104

105 O elemento cobre, dentre os elementos analisados, foi o que apresentou os menores teores na cerâmica dos sítios estudados, exceto no fragmento de base do sítio Terra Preta 1, onde apresentou 23 mg/kg. 25 Teor de cobre disponível Borda Bojo Base Borda Bojo Base Terra Preta 1 Terra Preta 2 O elemento ferro apresentou concentrações mais elevadas no sítio Terra Preta 1, estando na base os maiores teores (45 mg/kg). Enquanto que no sítio Terra Preta 2 o teor mais elevado foi de 24 mg/kg na parede Teor de ferro disponível Borda Bojo Base Borda Bojo Base Terra Preta 1 Terra Preta 2 O manganês na cerâmica do sítio Terra Preta 2, foi mais elevado na parede com 23 mg/kg e menos elevado na base (10 mg/kg). Enquanto que no sítio Terra Preta 1 a base foi o tipo de fragmento com maior 105

106 concentração de manganês (24 mg/kg) e a parede apresentou a menor concentração, de apenas 12 mg/kg. 30 Teor de manganês disponível Borda Bojo Base Borda Bojo Base Terra Preta 1 Terra Preta 2 A categoria base foi a que apresentou as concentrações mais elevadas em macroelementos (cálcio, magnésio, sódio e potássio), nos dois sítios estudados. Enquanto que os teores de fósforo foram mais elevados nos fragmentos de parede do sítio Terra Preta 2, e nos fragmentos base do sítio Terra Preta 1. Os microelementos (zinco, cobre, ferro e manganês) estavam mais concentrados nos fragmentos de parede, no sítio Terra Preta 2 e nos fragmentos de base do sítio Terra Preta

107

108 Capítulo 5 Considerações* Os resultados da pesquisa arqueológica desenvolvida pela Scientia Consultoria para o empreendimento da Alcoa incluem a identificação e cadastro de 79 sítios arqueológicos junto ao Iphan, escavação dos sítios Terra Preta 1 e Terra Preta 2, mais análise laboratorial dos vestígios resgatados (SCIENTIA, 2008). A problemática de campo que mobilizou as escavações dos sítios Terra Preta 1 e Terra Preta 2 foi a de entender os limites das áreas de concentração de material arqueológico e de terra preta. Por esse motivo, toda a extensão de terra entre eles também foi alvo de intervenções arqueológicas, do tipo malha sistemática, em uma área de quase m². As análises geoquímicas do solo, somadas às análises da cultura material, especialmente da cerâmica, geraram frutos interessantes, que retomaremos brevemente. A maior concentração de cerâmica está associada à maior concentração de terra preta, nas áreas da barranca do rio Amazonas, que foram nomeadas de sítio Terra Preta 1 e sítio Terra Preta 2; a terra mulata não aparece combinada a nenhum material arqueológico. O que chamou a atenção foi uma área de terra preta mais a leste que não apresenta nenhum vestígio material associado; e poderia funcionar como área de refugo de material orgânico (COSTA et al, 2013: figura 4). Os diferentes teores dos elementos analisados pela geoquímica do solo podem ser observados através de microvestígios evidenciados pela técnica da flotação. * Texto de autoria de Lílian Panachuk.

109 A porção norte da área escavada (sítio Terra Preta 1) reúne maior quantidade de vestígios materias que a porção sul (sítio Terra Preta 2), sendo o pacote arqueológico também mais espesso ao norte que ao sul, em ambos os casos com presença de terra preta. A distribuição do material arqueológico em profundidade é semelhante entre as áreas de escavação no que tange à ausência de lapso de material, como ocorre também no sítio Boa Vista (GUAPINDAIA, 2008; NEVES et al, 2014). Essa continuidade de material implicaria em continuidade de ocupação? Em ambos os sítios se nota que o primeiro momento de ocupação, cerca de 170 cm de profundidade, no sítio Terra Preta 1, apresenta material com características da fase Pocó, ou Tradição Pocó-Açutuba (Neves et al, 2014), com presença de policromia associada aos estratos mais profundos e de terra preta. Esse material mantém-se presente até os níveis mais superficiais, como também ocorre no sítio Cipoal do Araticum (GUAPINDAIA, 2008; NEVES et al, 2014). Esses dois aspectos contribuem para incrementar as questões associadas ao material Pocó, na medida em que se diferenciam dos dados apontados por Hilbert (1955) e Hilbert e Hilbert (1980), nos quais o material Pocó estava localizado somente nos estratos mais profundos, separados do material Konduri. Para explicitar a problemática esboçada, o material cerâmico e o solo serviram de alicerce para os estudos e foram avaliados segundo correlatos materiais que definem cada uma das tradições e estilos existentes na região do Baixo Amazonas. O material cerâmico, analisado pela arqueóloga Ana Lúcia Machado, foi entendido como fruto de uma mistura entre diferentes tradições arqueológicas cerâmicas, sendo o material Konduri mais popular ao sul da área escavada (sítio Terra Preta 2) e o material Pocó mais numeroso na porção norte (sítio Terra Preta 1). Diferentes "fases" Konduri 16% 60% Pocó 12% 60% Pocó e Konduri 14% 16% Globular 8% 7% Santarém 2% 5% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% Terra Preta 1 Terra Preta 2 109

110 Diferentes "fases" por nível, Terra Preta cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm % 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Konduri Pocó Pocó e Konduri Globular Santarém Essa mistura pode ser vista entre os níveis, em cada sítio. A análise dos gráficos parece apontar no sentido da predominância Pocó nos níveis inferiores (sítio Terra Preta 1), chegando a 170 cm com a presença de terra preta antropogênica. Nos níveis intermediários (90 a 40 cm) parece haver uma confluência entre o material Barrancoide e o Inciso Ponteado. Tratar-se-ia de uma intrusão como foi notado para os cursos dos rios Trombetas e Tapajós (HILBERT & HILBERT, 1980)? Ou seria uma área para se avaliar mudanças e continuidades? O que significaria a presença de material Pocó até os níveis mais superficiais, conforme também foi registrado no rio Trombetas, no sítio Cipoal do Araticum (NEVES et al, 2014)? 110

111 Diferentes "fases" por nível - Terra Preta cm cm cm cm cm cm cm 70-80cm cm cm 1 1 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Konduri Pocó Pocó e Konduri Globular Santarém Observando-se os dados, pode-se notar que as datações mais recentes, obtidas no mesmo nível (entre 20 e 30 cm), embora em áreas distintas, são contemporâneas entre si ( AP e AP). Assim, as diferentes áreas do sítio têm uma mesma janela temporal. No entanto, outras duas datações contemporâneas entre si ( AP; AP) estão em níveis artificiais bastante diferentes (30 a 60 cm; 120 a 130 cm), o que talvez indique perturbação. Três datações absolutas se encaixam em semelhante lapso temporal ( AP; AP; AP) e semelhante lapso estratigráfico (70 e 100 cm). Pode-se notar que as camadas superiores apresentam as datas mais recentes, dando continuidade temporal para este pacote. Cabe notar que foi obtida uma datação bastante recuada ( AP), sem nenhuma continuidade temporal com as demais, está isolada. Essa amostra foi identificada na profundidade do pacote ceramista entre 90 e 100 cm de profundidade; semelhante data foi obtida no sítio Boa Vista (Guapindaia, 2008:171), entre 8170 e 7960 BP, para o nível 130 cm. A análise de solo mostra semelhança entre as áreas com concentração de terra preta em ambos os locais. No entanto, no sítio Terra Preta 1 aparece maior concentração de cálcio e fósforo (que estaria relacionada aos microvestígios identificados: conchas e quelônios) e no sítio Terra Preta 2 nota-se presença de manganês e magnésio (associados aos vestígios vegetais identificados). A terra no entorno, entendida como terra mulata, apresenta acréscimo de carbono, que pode estar associado à melhoria do solo para o plantio. A terra preta a leste, sem presença de cultura material, pode ter sido usada como lixeira. 111

112 Uma área tão extensa levanta questionamentos sobre a contemporaneidade ou não das duas áreas inicialmente identificadas como sítios Terra Preta 1 e Terra Preta 2, considerando-se que esses locais foram ocupados no mesmo lapso temporal, entre os séculos XIII e XIV, como indicam duas datações obtidas entre os níveis 20 a 30 cm. 112

113 A identificação de quase oito dezenas de sítios arqueológicos na área prospectada é em si uma importante contribuição para a arqueologia da região, e se estudados, poderão ajudar a responder as questões ainda inconclusas. Os sítios escavados permitiram entrever novas formas de relação entre o material Pocó e o Konduri, que ocorrem sem hiato do material. As datas obtidas encontram-se no lapso temporal apontado para as tradições arqueológicas, corroborando as datações próximas ao ano 100 d.c., a não ser pela data mais antiga. O estudo e apresentação dos resultados tiveram como objetivo ampliar e alicerçar os conhecimentos sobre as tradições, conectando-os aos resultados geoquímicos. Trata-se do primeiro estudo mais exaustivo no município de Juruti, aproximando a região, em termos arqueológicos, do que se encontrou no rio Trombetas (Guapindaia, 2008), onde a Tradição Pocó-Açutuba (Neves et al, 2014) antecede à Tradição Inciso Ponteada, e ocupa o mesmo local. Além da pesquisa arqueológica, outros frutos da parceria entre a Scientia e a Alcoa estão relacionados à educação para o patrimônio voltada à população local, focalizando especialmente educadores e artesãos como multiplicadores; e crianças e adolescentes como foco de atendimento. Trata-se de programa educativo de, até o momento, sete anos de duração, objeto de estudo específico para dissertação de mestrado (PANACHUK, 2011). 113

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