e-gov 09 / 08 / 2004 ÍNDICE ANALÍTICO

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1 e-gov Clipping DNIT Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes Diretoria de Infra-Estrutura Aquaviária 09 / 08 / 2004 ÍNDICE ANALÍTICO POSICIONE O CURSOR NO NÚMERO DA MANCHETE, CLIQUE E TENHA ACESSO À NOTÍCIA Ex-conferente faz 100 anos e recorda a história do porto 2 Portuário entrou em lista negra durante a guerra 3 Indústria naval reaquecida busca novos portos 5 Portos ganham regime tributário especial 6

2 Ex-conferente faz 100 anos e recorda a história do porto Domingo, 8 de Agosto de 2004, 06:49 Da Reportagem Mais antigo ex-conferente de carga e descarga vivo, o aposentado Antonio Naccarati recebeu ontem uma homenagem por conta de seus recém-completados 100 anos. Oferecida pelo sindicato da categoria, a cerimônia revelou as histórias vividas por este filho de italianos nascido na Capital, que dedicou 30 anos de sua vida à profissão de 1937 a 1968, quando se aposentou. À narrativa do ex-portuário funde-se a história do Porto de Santos e a do próprio Brasil, num período que abrangeu da Segunda Guerra Mundial até o Golpe Militar de 1964 (ver quadro abaixo). Passando ao largo das questões políticas deste último período, Naccarati não era dos que embalavam as greves deflagradas no começo da década de 60. Sua marca estava mais no rigor com que encarava a carreira. Ele nunca chegou atrasado ou saiu mais cedo do trabalho. Foi sempre um exemplo para mim, conta o amigo e também ex-portuário, Casimiro Ribela Gomes, um dos presentes à solenidade, onde misturavam-se filhos, netos, e bisnetos do palmerense que às vezes torce para o Santos, como diz a neta Luciene, com quem Naccarati mora. Naquela época, a gente trabalhava de terno, gravata e chapeú, lembra-se orgulhoso. Naquele período ainda não existia caneta esferográfica e os conferentes anotavam tudo a lápis. Esses portuários sempre foram considerados a categoria de elite no cais. Eram os tempos do mil réis. Nós ganhávamos 25 mil réis por dia; os estivadores ganhavam 18 mil réis e os doqueiros, 14 mil réis. Tanto que, em apenas dois anos, Naccarati conseguiu comprar sua primeira casa. Paguei em dois anos o que tinha sido acordado em quatro anos. O porto tinha então menos de seis quilômetros de cais hoje, são 13 quilômetros. E virava navio dia e noite, direto, não tinha descanso. Percurso Ex-marcineiro e cobrador de títulos, Naccarati veio para Cidade aos 19 anos. Mas iniciou no porto depois de casado, aos 32 anos. Eu vivia de cobrança, ganhando por comissão. Entrei no porto por intermédio da minha sogra. Ela aplicava injeção e conheceu um funcionário da Marinha Real Inglesa. Depois de ser orientado a procurar o Sindicato dos Conferentes de Carga e Descarga, onde lhe pediram uma série de documentos que não tinha, como

3 carteira de identidade, por exemplo, ele se apresentou para fazer um exame de descarga no cais naquela época não tinha concurso, a gente tinha que fazer um exame de descarga no cais. Dali para frente, foram 31 anos. A paixão de Naccarati pelo porto foi passada para o único filho homem, Antonio Naccarati Junior, já falecido. A neta, Valéria, filha de Junior, também entrou para o porto, trabalhando numa fornecedora de navios. Portuário entrou em lista negra durante a guerra Domingo, 8 de Agosto de 2004, 06:50 Da Reportagem Durante a Segunda Guerra Mundial, Antonio Naccarati, filho de italianos, foi sabotado por um colega de profissão. Colocoram-no numa lista negra, juntamente com um amigo descendente de alemães, e entregaram ao chefe direto, dono de uma agência marítima inglesa. O Governo do Brasil tinha então declarado apoio aos Aliados, grupo liderado pelos Estados Unidos, que entraram na guerra contra os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Nós passamos uma fase ruim em Tinha dia que não entrava nenhum navio no porto porque podiam ser torpedeados pelos submarinos alemães. Foi a época mais parada. Naccarati lembra, indignado, da lista negra que os colegas fizeram. Como ele e um amigo eram descententes de italianos e alemães, a lista foi dirigida ao seu chefe, que os dispensou. Aí vieram com uma ordem para não dar mais trabalho para nós. E nós sobramos. Foi nesse período que, ironicamente, Naccarati, como diz, ganhou dinheiro, e pude comprar a minha casa, na Rua Manoel Tourinho. Durante o tempo em que ficou afastado da agência marítima, Naccarati foi trabalhar no embarque de bananas. O Brasil exportava muita banana, pricipalmente para o Uruguai e a Argentina. Um mês depois, o chamaram para trabalhar novamente na agência inglesa. Eu falei para quem tivesse nos colocado na lista negra sair de trás das cortinas. Apesar da má recordação deste episódio, até hoje Naccarati não abre mão de comer pelo menos três unidades da fruta por dia. Alguns fatos importantes em 100 anos de porto 1904 Trapicheiros vão à Justiça contra a Companhia Docas de Santos, inconformados com a extinção de seus pontos de comércio, devido a ampliação do Porto Atracação do navio Kasato Maru, trazendo 789 japoneses, fato que marcou o início da Imigração Japonesa no País Completou-se o trecho do cais Valongo-Paquetá e Paquetá-Outeirinhos, época em que o presidente da República Afonso Pena esteve no porto.

4 1910 Inaugurada a Usina de Itatinga, que forneceria energia tanto para o porto como para os municípios da região A extensão do cais foi novamente ampliada para m, com a incorporação da Ilha Barnabé O porto foi minado para impedir a entrada das esquadras de Getúlio Vargas pelo cais, durante a Revolução Constitucionalista As exportações de café atingem o nível mais baixo desde 1897, devido a 2ª Guerra Mundial Os estivadores recusam-se a operar em navios espanhóis em protesto ao regime fascista de Franco, na Espanha Movimento grevista dos trabalhadores portuários por aumento de salários fracassa. A polícia atribuiu à greve um caráter comunista Inauguração do monumento à imagem de Nª Srª de Fátima, na Praça dos Outeirinhos. A santa é considerada padroeira oficial do porto A extensão do cais foi aumentada para m, com a conclusão do último trecho do Saboó Instalação das refinarias da Petrobrás, em Cubatão e Capuava, cujo funcionamento exigiu grande demanda no transporte de petróleo e derivados Surgem novas linhas de navegação, como a Frota Oceânica Brasileira S.A. e a Empresa de Navegação Aliança S.A O navio alemão Raul Soares, comprado pela Cia. Lloyd Brasileiro, chega em Santos e abriga presos políticos, acusados de subverção ao Governo Militar Era reconhecido o Sindicato das Agências de Navegação Marítimas de Santos (Sindamar), pioneira no Brasil Incêndio e naufrágio do navio grego Ais Georgis A administração do porto passou a ser exercida pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) Inaugurado o Terminal de Contêineres (Tecon) na margem esquerda do Estuário, com a presença do presidente da República João Baptista Figueiredo Vigoração da jornada de seis horas no período noturno para os trabalhadores do porto (reivindicação iniciada em 1979) Trabalhadores avulsos paralisam atividades no País e o Porto de Santos adere à greve contra o achatamento salarial O porto sofreu duas greves. A primeira durou 23 dias do mês de fevereiro. A outra, em outubro, resultou na saída do presidente da Codesp Aprovação da Lei de Modernização dos Portos, assinada pelo então presidente da República Itamar Franco Início do processo de privatização do porto com o arrendamento do Terminal 37 para o Grupo Libra A Codesp deixou a operação portuária e transferiu seus trabalhadores de capatazia para o Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) A área do cais entre os armazéns 1 e 4 foi arrendada pela Codesp Início da retirada dos fragmentos da Pedra de Tefée, no Estuário, ao norte do cais do Armazém Estivadores paralisam o porto devido à transferência da escala dos serviços para o Órgão Gestão de Mão-de-Obra (Ogmo).

5 2001 O presidente da República Fernando Henrique Cardoso foi recebido por autoridades no porto. Ele veio a bordo do porta-aviões São Paulo, 2002 O armazém 39 Externo, o maior do porto, foi construído para movimentar soja em grãos ou farelo de soja Implantação, a partir de 1º de julho, do ISPS Code, um plano de segurança em portos, terminais e embarcações para prevenir ações terroristas. Indústria naval reaquecida busca novos portos 9/8/2004 A recuperação da indústria naval, que começou no Rio de Janeiro em 1999, se expande agora para outras regiões do país. Dois grupos estudam construir novos estaleiros de grande porte em outros Estados do país. Segundo o presidente do Sindicato Nacional da Indústria Naval, Ariovaldo Rocha, o Estado do Rio já não dispõe mais de áreas para a construção de novos estaleiros de grande porte e os investidores buscam outros Estados para projetos. - Não há mais áreas para grandes estaleiros no Rio de Janeiro. Todas elas já foram tomadas - disse Rocha. O secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Wagner Victer, discorda do executivo e diz que, nesta semana, vai anunciar a instalação de mais um estaleiro de grande porte no Estado. Victer não quis adiantar detalhes, mas informou que o investidor é um grupo nacional. - Tenho três áreas novas. Uma em Itaguaí, uma em Niterói e outra no Rio de Janeiro, que estamos negociando com cinco investidores - afirmou. Rocha, que também é presidente do estaleiro do grupo norueguês Aker no Brasil, o Aker-Promar, conta que os noruegueses têm projetos de construir dois estaleiros, sendo um de grande porte, no Sul do país até o fim do ano. - Os projetos estão adiantados. É possível que as obras comecem ainda este ano - afirmou. O executivo conta que a decisão final sobre a construção dos dois projetos sairá em outubro. Rocha conta que os investimentos no maior projeto, que deve ser construído na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, prevê investimentos de US$ 150 milhões em uma área de 340 mil metros quadrados. O outro projeto é na cidade de Navegantes, em Santa Catarina, e prevê a instalação de um estaleiro de médio porte. Os investimentos previstos são de US$ 60 milhões em uma área de 280 mil metros quadrados. Segundo Rocha, o grupo

6 já tem disponíveis as duas áreas parta a instalação do projeto. Segundo ele, ainda não foram definidos as fontes de financiamento, mas parte deve vir de recursos próprios e parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Portos ganham regime tributário especial 09/08/2004 O Reporto, regime tributário especial anunciado nesta sexta-feira (06) pelo governo, dentro do pacote de redução de impostos para estimular a produção, tem como objetivo estimular a realização de investimentos na recuperação, modernização e ampliação da estrutura portuária. Ao mesmo tempo, o regime vai reduzir o risco de surgimento de gargalos nos portos que possam dificultar a ampliação sustentada do comércio exterior do país. Com vigência até o final de 2005, podendo ser prorrogado por mais um ano, a característica principal do Reporto é reduzir impostos na aquisição de máquinas e equipamentos destinados a investimentos nos portos. Os equipamentos adquiridos através do Reporto serão isentos de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), PIS/Pasep e Imposto de Importação (no caso de equipamentos sem similar nacional). (ABr)