Análise da Eqüidade e dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo no Plano Internacional: em Busca de uma Justiça Ambiental

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Análise da Eqüidade e dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo no Plano Internacional: em Busca de uma Justiça Ambiental"

Transcrição

1 Análise da Eqüidade e dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo no Plano Internacional: em Busca de uma Justiça Ambiental Ibrahim Camilo Ede CAMPOS ¹ Thiago Alberto dos Santos NOCE ² Introdução O Direito do Meio Ambiente se desenvolveu significativamente nos últimos anos, firmando-se como ramo especializado do Direito. Apresenta reconhecidamente um caráter interdisciplinar, com contribuições da Biologia, Geografia e Economia. Além disso, dentro da ordem jurídica, sofre influências de outros ramos e perspectivas, constituindo-se um ramo multifacetado e que desafia a clássica divisão Direito Público/Direito Privado. Suas interfaces estão relacionadas com o Direito Empresarial, com o Direito Constitucional, com o Direito Administrativo e, mais recentemente, com o Direito Internacional (em especial o Direito Internacional dos Direitos Humanos). Este artigo pretende explorar um aspecto pouco discutido pela doutrina: a análise da legislação ambiental sob a ótica da eqüidade, no âmbito internacional. Para cumprir este desafio, serão examinados diversos Tratados e Convenções internacionais, em especial o Protocolo de Kyoto, que se destaca por trazer inovações na abordagem da questão ambiental. Além disso, busca-se discutir como a proteção ambiental, por meio de mecanismo de flexibilização internacional (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) viabiliza o desenvolvimento econômico nacional amparado nas bases da sustentabilidade ambiental e tecnológica. Por fim, se analisa como o tema Meio Ambiente tem sido abordado nos tratados e convenções internacionais e como este tratamento tem sido modificado ao longo dos últimos vinte anos, bem como sua interface com o conceito de Desenvolvimento ¹ Graduando em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais e membro do Núcleo de Estudos em Direito Ambiental (NEDA). camiloede@yahoo.com.br ² Graduando em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, e Administração Pública pela Fundação João Pinheiro; membro do Grupo de Estudo em Direito Internacional dos Direitos Humanos (GEDI-DH). thiagonoce@yahoo.com.br

2 Responsabilidade comum, porém diferenciada 1 O princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada, baseia-se na noção de eqüidade. 2 Reflexo da necessidade de se atingir alternativas viáveis e factíveis do ponto de vista de determinado objetivo internacionalmente pretendido, bem como corolário de proposições econômicas, históricas e tecnologicamente justificadas, alicerçadas na concepção de justiça material, tal princípio resulta em tratamento diferenciado entre os países, no tocante ao estabelecimento de obrigações e meios para que essas possam ser exeqüíveis. Becker aponta que a noção de responsabilidade comum, porém diferenciada, não se restringe à temática das mudanças climáticas, mas se aplica a dimensões mais amplas, vale dizer, aos tópicos de Direito internacional ambiental de uma forma geral. 3 Com efeito, a positivação do conceito de responsabilidade comum, porém diferenciada, em vários documentos internacionais, respalda tal assertiva. Em 1992, a Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, um dos cinco documentos oficiais aprovados 4 durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento CNUMAD, conhecida como Rio-92, assim expressa, no art.7º: Os Estados irão cooperar, em espírito de parceria global, para a conservação, proteção e restauração da saúde e da integridade do ecossistema terrestre. Considerando as diversas contribuições para a degradação do meio ambiente global, os Estados têm responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Os países desenvolvidos reconhecem a responsabilidade que lhes cabe na busca internacional do desenvolvimento sustentável, tendo em vista as 1 O princípio também é usado no plural, ou seja, Princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. A utilização, neste artigo, do termo no singular não significa que haja a escolha de uma concepção específica; diz respeito apenas à uniformização do seu uso. 2 SANDS, Philippe. Principles of International Environmental Law. 2ª.ed. Cambridge: Cambridge University Press, p FONTANA, Bernardo Becker. Responsabilidades comuns, porém diferenciadas, na proteção do clima global. In: BENJAMIM et al. Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Uso Sustentável de Energia. Volume 2. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, p. 03 a 16 4 Os outros quatro documentos são: 1) Agenda 21, 2) Convenção sobre Mudanças Climáticas, 3) Declaração de Princípios sobre Florestas e 4) Convenção sobre Biodiversidade. BARBIERI, José Carlos. Desenvolvimento e Meio Ambiente: As Estratégias de Mudanças da Agenda 21. Petrópolis: Vozes, p.46-47

3 pressões exercidas por suas sociedades sobre o meio ambiente global e as tecnologias e recursos financeiros que controlam (grifo nosso). no art. 3º, I, que Já na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, tem-se, As Partes devem proteger o sistema climático em benefício das gerações presentes e futuras da humanidade com base na eqüidade e em conformidade com suas responsabilidades comuns, mas diferenciadas e respectivas capacidades. Em decorrência, as Partes países desenvolvidos devem tomar a iniciativa no combate à mudança do clima e a seus efeitos (grifos nossos). Oportuno, frisar, todavia, que o consenso em torno de se estabelecer padrões diferenciados entre os países, em decorrência de necessidades especiais de países em desenvolvimento, realiza-se a partir da Conferência de Estocolomo (Suécia), em 1972, ganhando força a partir do final da década de 80 e início da década de Estabelecendo-se um paralelo entre a evolução do Direito Internacional do Meio Ambiente e a inserção do princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, no campo das tratativas internacionais ambientais, percebe-se que há pontos de contato entre esses dois temas o primeiro aparentemente sendo continente do segundo. Conforme assevera Rei, com a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992, deu-se o segundo principal capítulo da evolução do Dima [Direito Internacional do Meio Ambiente], que vem alterando as relações entre os Estados e outros atores internacionais, desenhando novas formas de atuação entre eles de maneira que contribuam todos, ainda que de forma diferenciada, para a saúde do planeta e para a melhoria do meio humano. 6 5 FONTANA, ob. cit., p. 6 6 O primeiro e principal capítulo da evolução do Direito Internacional do Meio Ambiente seria a Conferência de Estocolmo (Suécia), realizada em Ver: REIS, Fernando. A peculiar dinâmica do Direito Internacional do Meio Ambiente. In: NASSER, Salem Hikmat, REIS, Fernando (orgs.). Direito Internacional do Meio Ambiente. São Paulo: Atlas, p.7

4 quais sejam: Chirs Wold, analisando o princípio em estudo 7, o decompõe em quatro aspectos, a) a contribuição histórica - pretérita e presente - dos países economicamente desenvolvidos no processo de utilização econômica dos recursos naturais, atingindo-se um grau de degradabilidade ambiental maior em relação aos países em desenvolvimento econômico, impondo-se, pois, maior ônus àqueles na solução dos problemas ambientais globais. b) o reconhecimento da diferenciação de potencial calcado nos aspectos financeiro e tecnológico entre os países economicamente desenvolvidos e os países em desenvolvimento, ao lidar com os problemas ambientais, de forma que, em havendo especificações obrigacionais ambientais a determinado país em desenvolvimento, tendo os primeiros dado causa ao problema, devem prover recursos financeiros necessários para a implementação dessas obrigações. 8 c) tal princípio permite a constituição de uma regra de modelagem das obrigações internacionais dos Estados, segundo as variações encontradas nos ecossistemas do planeta 9. Nesse sentido, a diferenciação das responsabilidades ambientais delineia-se não somente em torno da qualidade dos Estados - economicamente desenvolvidos ou não -, mas em relação aos ecossistemas e respectivas funções ambientais próprias que se localizam em um território geopoliticamente determinado (Estado), todavia importantes para a manutenção do equilíbrio ecológico global. d) pode ser visualizado como uma ferramenta jurídica e política, com vistas a promover a cooperação entre os Estados na resolução dos problemas ambientais globais. Deste modo, como princípio consolidado nos documentos e negociações internacionais, partese do pressuposto e reconhecimento da diferenciação das responsabilidades, porém comuns, entre os países economicamente desenvolvidos e os países em desenvolvimento. Facilita-se, 7 WOLD, Chris. A Emergência de um Conjunto de Princípios Destinados à Proteção Internacional do Meio Ambiente. In: SAMPAIO, José Adércio leite; WOLD, Chris; NARDY, Afrânio José Fonseca. Princípios de Direito Ambiental na Dimensão Internacional e Comparada. Belo Horizonte: Del Rey, p Idem, p Idem, p. 16.

5 pois o acesso ao cerne teórico e prático-político das discussões e negociações entre os Estados no que tange a assuntos específicos, tais como biodiversidade, desertificação e mudanças climáticas. Sands, partindo da consideração do princípio em análise como uma aplicação da eqüidade no plano do Direito Internacional, assim pontifica: The principle of common but differentiated responsibility has developed from the application of equity in general international law, and the recognition that the special needs of developing countries must be taken into account in the development application and interpretation of rules of international environmental law 10. O autor mencionado divide em dois elementos o princípio em análise, a saber: 1) o elemento da responsabilização comum dos Estados na proteção e melhoria da qualidade ambiental; e 2) o elemento da diferenciação circunstancial, notadamente no que se refere à contribuição de cada país para o surgimento de determinado problema ambiental, bem como os meios/capacidade para prevenir e controlar as ameaças. 11 Sobre o primeiro elemento, o professor afirma que se trata de obrigações partilhadas entre dois ou mais Estados, visando a proteger determinado recurso natural, com maiores possibilidades de ser aplicado onde o recurso não é propriedade ou não é de exclusivo domínio - de um único Estado. 12 Assim, com fundamento na solidariedade, todas as nações devem cooperar 13 na resolução dos problemas de alcance global, tendo em vista os efeitos desse mesmo alcance, natural e totalmente alheio às circunscrições político-territoriais. 14 Dessa forma, Yoshida 10 SANDS, Philippe. Principles of International Environmental Law. 2ª. ed. Cambridge: Cambridge University Press, p Idem, p Common responsibility describes the shared obligations of two or more states towards the protection of a particular environmental resource, taking into account its relevant characteristics and nature, physical location, and historic usage associated with it. Natural resources can be property of a single state, or a shared natural resource, or subject to a common legal interest, or the property of no state. Common responsibility is likely to apply where the resource is not the property of, or under the exclusive jurisdiction of, a single state. Idem. p DINH, Nguyen Quoc; DAILLER, Patrick; PELLET, Alain. Direito Internacional Público. Trad. Vitor Marques Coelho. 2ª.ed. Lisboa: Fundação Calouste Belkian, p RAJAMANI, p.121, apud BECKER, p.11.

6 pontua que sublinhar a questão das responsabilidades não implica em eximir-se delas em adotar uma postura negativa nas negociações. 15 Por fim, ainda Sands, em pertinente síntese: The special needs of developing countries, the capacities of all countries, and the principle of common but differentiated responsabilities has also resulted in the establishment of special institutional mechanisms to provide financial, technological and other technical assistance to developing countries to help them implement the obligations of particular treaties 16 Certo é, porém, que a afirmação e consolidação dessa face da eqüidade não deve pairar sobre um debate e argumentação somente teórico, muito menos retórico. A realização de tal princípio passa por um topos complexo, de variadas feições (políticas estratégicas, econômicas, tecnológicas e, ainda que indiretamente, bélicas). Ressalte-se que alguns mecanismos existem e que, ao menos no plano de sua idealização, contribuem para a realização da eqüidade no plano internacional. Eqüidade Ao mesmo tempo em que se desenvolve uma consciência crítica sobre a necessidade de preservação do Meio Ambiente, se debate sobre as conseqüências de um tratamento não-diferenciado para os países, os quais se encontram em diferentes estágios de desenvolvimento. Nesse sentido, um tratamento equitativo do sistema de proteção ao Meio Ambiente imporia um Direito de Poluir àqueles países que não contribuíram para os atuais níveis de poluição e que se encontram em níveis mais baixos de desenvolvimento. 15 YOSHIDA, Consulelo Yatsuda Moromizato. Mudanças climáticas, Protocolo de Quioto e o Princípio da Responsabilidade Comum, mas Diferenciada: A posição estratégica do Brasil. Alternativas energéticas, avaliação de impactos, teses desenvolvimentistas e o papel do Judiciário. In: BENJAMIM et al. Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Uso Sustentável de Energia. Volume 1. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, p SANDS, ob.cit, p. 289.

7 De fato, o caráter absoluto com que a proteção ao Meio Ambiente tem sido tratada ignora o fato de que os atuais níveis de poluição e degradação ambiental (sobretudo em relação ao clima) foram causados por países desenvolvidos, que se beneficiaram do tratamento mais flexível da questão ambiental e, com isso, puderam estabelecer sistemas de proteção social aos seus cidadãos (Welfare State). Nesse sentido, os países em desenvolvimento teriam um Direito de Poluir como meio legítimo para alcançarem o status de desenvolvido? Nesse caso, a proteção ao Meio Ambiente seria relativizada à sua contribuição para a promoção do desenvolvimento humano, bem relacionada com a degradação/poluição pregressa realizada em determinado Estado. A questão se coloca como um desafio para os teóricos do Direito Internacional Ambiental e para os agentes públicos envolvidos nas negociações multilaterais. Por um lado, a proteção ao Meio Ambiente é tida como cogente (ou jus cogens, para o DIP) e, portanto, como uma obrigação absoluta, pois se refere a um bem de uso comum (ou bem público, na linguagem econômica) da humanidade. Por outro, não há como negar que tornar mais rígidas certas normas de proteção ambiental afeta a competitividade entre os países. Noce, ao analisar a relação entre Direito (normas) e Economia (fatos econômicos), aponta que grande parte dos conflitos surgidos no âmbito internacional diz respeito aos impactos da legislação no desempenho econômico dos países. 17 O pesquisador salienta que a ausência dos Estados Unidos na assinatura do Protocolo de Kyoto é uma evidência de que há uma certa oposição entre crescimento nominal da economia e proteção ambiental, ou em outras palavras, que o grau de proteção ambiental interfere (favorável ou negativamente) no desempenho da economia de curto prazo. Em relação à faculdade aqui cunhada como Direito de Poluir, não há consenso internacional desse tipo de liberalidade. Muitos países em desenvolvimento, notoriamente África do Sul, China e Índia, têm defendido o tratamento mais flexível da proteção ambiental tendo em vista a possibilidade de melhorar o bem-estar de suas sociedades ainda que causando danos ao Meio Ambiente. Outros, de maneira diferente, afirmam que os erros pregressos não podem ser novamente cometidos. A analogia com o crime parece esclarecer a 17 NOCE, Thiago Alberto. Uma Análise Neoinstitucional da Legislação Ambiental: Custo, Valor e Poder. Belo Horizonte: COLADRI, p. 15

8 argumentação: o fato de algumas pessoas terem ficado ricas através do roubo, não licencia as demais para a prática do crime. Da mesma forma, o fato de alguns países terem causado danos ao Meio Ambiente, com impactos globais, não autoriza os demais a fazer o mesmo simplesmente porque não o fizeram ainda. A interpretação do Direito do Meio Ambiente como um Direito Humano também não resolve o problema. Aliás, é possível pensar na sua limitação frente a outros direitos igualmente humanos. É legítimo destruir uma floresta de um bioma específico para construir uma usina de energia, sabendo-se que esta obra poderá aumentar a qualidade de vida das pessoas, dar-lhes emprego, melhorar a alimentação? Ou não, a floresta constitui um bem jurídico indisponível? Quantas vidas podem ser salvas com a exploração de um certo minério? Quantas serão perdidas neste mesmo processo? Não há respostas claras para estes dilemas, assim como faltam estudos apontando este balanço. De fato, as respostas a estas questões têm sido aleatoriamente dadas e não há tendências claramente definidas. O momento atual constitui um momento crítico para a interpretação e estudo das conseqüências de uma maior ou menor proteção ambiental. Desenvolvimento sustentável No Brasil, o conceito jurídico de meio ambiente é dado pela Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente: Artigo 3 - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: I - meio ambiente: o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. O conceito legal do inc. I do art. 3º da Lei 6.938/81 sinaliza o meio ambiente como uma unidade formada por inter-relações entre o homem, a natureza original, a artificial e os bens culturais, de forma interdependente. Portanto, o ambiente é um bem unitário formado também pelo patrimônio cultural em sentido amplo (histórico, artístico, turístico, paisagístico e arquitetônico).

9 Nesse aspecto, tomemos a lição de José Afonso da Silva, para quem o conceito de meio ambiente há de ser, pois globalizante, abrangente de toda a natureza, o artificial e original, bem como os bens culturais correlatos, compreendendo, portanto, o solo, a água, o ar, a flora, as belezas naturais, o patrimônio histórico, artístico, turístico, paisagístico e arquitetônico. 18 A respeito dos elementos corpóreos e incorpóreos que integram o meio ambiente, diz-se que possuem conceitos e regimes jurídicos próprios, sendo constantemente alvo de legislação específica, como ocorre, por exemplo, com o patrimônio cultural, que tem tratamento constitucional. No âmbito internacional, a questão também é tratada de forma semelhante, sendo determinados aspectos do meio ambiente latu sensu são particularizados em tratados e normas internacionais (Comércio, Migração, Guerras). Na maioria das vezes, o que chamamos de meio ambiente é um resídio teórico que se refere a um conjunto de recursos naturais disponíveis para uso, exploração e extração das populações humanas, o que constitui, do ponto de vista econômico, o substrato material, a partir do qual são extraídos os recursos necessários para a produção de bens e prestação de serviços. O conceito [de sustentabilidade] foi introduzido no início da década de 1980 por Lester Brown, fundador do Worldwatch Institute, que definiu comunidade sustentável como a que é capaz de satisfazer às próprias necessidades sem reduzir as oportunidades das gerações futuras. 19 Nesse sentido, para Jean-Pierre Leroy, sustentabilidade não é algo facilmente construído, mas um complexo exercício de democracia. Sustentabilidade é um processo onde 18 SILVA, José Afonso da. In DERANI, Cristiane. Direito Ambiental Constitucional. São Paulo: Malheiros, CAPRA in TRIGUEIRO, André. Meio Ambiente no Século XXI. Rio de Janeiro: Editora Sextante, p.19

10 cada um diz o que quer para sua cidade, seu estado e seu país. E hoje, quem define as necessidades das pessoas são aquelas que vivem em altos padrões. 20 Desta forma, este processo de desenvolvimento sustentável deve ser capaz de manter um padrão positivo de qualidade, apresentar autonomia de manutenção, trabalhar em redes (também sustentáveis), promover a colaboração de tecnologias, tendo em vista a harmonia das relações entre a sociedade e o meio ambiente. Segundo José Luiz de França Penna, O desenvolvimento sustentável é aquele que é viável economicamente, justo socialmente e correto ambientalmente, levando em consideração não só as nossas necessidades atuais, mas também as das gerações futuras, tanto nas comunidades em que vivemos quanto no planeta como um todo. 21 Como bem definido por Penna, o processo envolve a participação política e integra sustentabilidades econômica, ambiental, cultural, em aspectos coletivos e individuais, para o alcance e a manutenção da qualidade de vida. Este objetivo deve ser assumido nos momentos de abundância de recursos ou quando há escassez, mas as perspectivas de cooperação e solidariedade, entre os povos e as gerações, devem não podem ser esquecidas. Assim, como aponta Maurice Strong, as necessidades do presente não podem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades. 22 Quando se trata de sustentabilidade, não se quer dizer que os recursos naturais deverão ficar intactos, mas que eles estejam em condições de gerar riquezas durante ciclos prolongados. No caso brasileiro, as concepções de que abrir estradas no centro da floresta 20 Ver BARBIERI, José Carlos. Desenvolvimento e Meio Ambiente: as Estratégias de Mudanças da Agenda 21. Petrópolis: Vozes, Idem. p STRONG, Maurice. Where on Earth Are We Going? New York: Editora International Thomson Learning Publishing, 2001.

11 amazônica levaria o progresso ao desabitado Norte se sustentam(aram) numa oposição errônea entre desenvolvimento econômico e manutenção de recursos naturais. Convenção do Clima: instrumentos e alternativas O Protocolo de Kyoto é um tratado internacional 23, aprovado em dezembro de 1997, na cidade de Kyoto (Japão), por ocasião da Terceira Conferência das Partes 24 (COP 3). Em vigor desde fevereiro de 2005, depois de ratificado por 55 dos Estados do Anexo B 25 do Protocolo com 55% do total de emissões de gás carbônico, estabelece obrigações concretas aos países economicamente desenvolvidos com o objetivo de redução de emissão de gases de efeito estufa (GEEs) 26 Por sua vez, a Convenção-Quadro nas Nações Unidas sobre Mudança do Clima - CQNUMC (Union Nations Framework Convention on Climate Change UNFCCC) 23 Adota-se aqui o conceito de tratado definido no art. 2, 1 a), da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, qual seja: acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica. Nguyen et al assim definem tratado: designa qualquer acordo concluído entre dois ou mais sujeitos de Direito Internacioanl, destinado a produzir efeitos de Direito e regulado pelo Direito Internacional. Ob. cit. p Na primeira Conferência das Partes (COP 1), foi adotado o Mandato de Berlim, uma decisão que permitiu o início de novas negociações sobre um compromisso mais detalhado sobre a redução de GEE. O Protocolo de Kyoto foi negociado durante dois anos e no dia 11 de dezembro de 1997, durante a terceira COP, as partes o aprovaram. As negociações do Protocolo chegaram no seu auge na COP 7 (realizada entre 29 de outubro a 09 de novembro de 2001, em Marraqueche), onde foi aprovado um livro de regras a fim de guiar a aplicação do Protocolo, detalhando os planos de ação que devem ser seguidos para que pudesse ser finalmente ratificado por um número suficiente de países. Ver: JASKULSKI, Anderson. O Protocolo de Kyoto e os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) enquanto instrumentos do Direito Ambiental Brasileiro. In: BENJAMIM et al. Mudanças Climáticas, biodiversidade e uso sustentável de energia. Volume 1. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, p Como ensina Lopes, o Anexo B integra o Protocolo de Kyoto, em que estão fixadas as metas de redução quantificadas de GEEs. Já o Anexo I é uma lista integrante da CNMUNC. Excetuando-se Turquia e Belarus, todas as Partes listadas no Anexo I estão listadas no Anexo B. Ver: LOPES, Ignez Vidigal (coord.). O mecanismo de desenvolvimento limpo: guia de orientação. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, p. 46. Disponível em GuiaMDL.pdf. Acesso em 13 de Julho de No Anexo A do Protocolo de Kyoto, especificam-se os gases de efeito estufa (GEEs), a saber: Dióxido de carbono (CO 2 ), Perfluorcarbonos (PFCs), Metano (CH 4 ), Óxido nitroso (N 2 O), Hidrofluorcarbonos (HFCs) e Hexafluoreto de enxofre (SF 6 ).

12 representa o primeiro ato normativo internacional a versar sobre alterações climáticas 27. Projetada em Nova York em Maio de 1992, entrou em vigor em Março de 1994, com o objetivo, conforme dispõe o art.2º, de estabilização das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera num nível que impeça uma interferência antrópica perigosa no sistema climático. Silva define Protocolo Acordo como um tratado que cria normas jurídicas complementares a um tratado principal 28. No objeto de estudo em questão, trata-se do Protocolo de Kyoto à Convenção - Quadro nas Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Tocante à definição de Convenção, o mesmo autor afirma que são acordos internacionais que criam normas gerais acerca de determinada matéria de Direito Internacional. 29 Sendo Convenção-Quadro, necessita-se de outros mecanismos para regulála. A respeito, afirma Jaskulski: Por isso, a implementação e a concretização da Convenção Quadro é feita mediante a realização periódica de Convenções subseqüentes (conferências partes - COP), onde, por intermédio de tratados específicos, se criam, desenvolvem e implementam técnicas para alcance do objetivo esculpido na Conferência Quadro 30. Nesse contexto, o Protocolo de Kyoto, como tratado acessório da CQMUNC, regulamenta-a e a especifica, dispondo, dentre outras obrigações aos Países do Anexo I, metas de redução de emissão de gases de efeito estufa. A sensível diferença, em termos de obrigação de redução de emissão de gases de efeito estufa, entre os países economicamente desenvolvidos (Anexo I da CQNUMC ou Anexo B do Protocolo) e os países em desenvolvimento, traduzida na meta de redução de pelo menos 5% em relação aos níveis de emissão de 1990 (no período de , primeira fase 27 MENEGOTTO, Marília Gouveia. Protocolo de Kyoto no Brasil: o processo de certificação de projetos brasileiros no mecanismo de desenvolvimento limpo. In: BENJAMIM et al. Mudanças Climáticas, biodiversidade e uso sustentável de energia. Volume 2. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, p SILVA, Roberto Luiz. Direito Internacional Público. 3ª.ed. Belo Horizonte: Del Rey, p Idem, p JASKULSKI, ob.cit. p. 604.

13 de implementação) 31 e, de outro lado, nenhuma obrigação aos países em desenvolvimento apenas obrigações procedimentais - figura como expressão direta do princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. O referido princípio está insculpido no Protocolo de Kyoto, mais precisamente no artigo 10, em que, eximindo as Partes não incluídas no Anexo I de metas de redução de GEEs, apenas estabelece obrigações procedimentais a serem cumpridas por essas mesmas Partes, tal como no definido no art. 4, I, da CQNUMC. (p.ex., elaborar inventários nacionais de emissões antrópicas por fontes e das remoções por sumidouros dos GEEs não controlados pelo Protocolo de Montreal). Os mecanismos de flexibilização do Protocolo de Kyoto. Prevê-se, no Protocolo de Kyoto, mecanismos flexíveis adicionais para contribuir para o alcance das metas dos Países do Anexo I. Saliente-se que a obtenção e desenvolvimento de tais mecanismos permitem o cumprimento das obrigações consistentes no Protocolo, sem necessariamente cingir-se ao âmbito territorial de cada Estado. 32 São três os mecanismos de flexibilização referidos no Protocolo de Kyoto: joint implementation (implementação conjunta), emission trading (comércio de emissões) e, o que mais interessa ao presente trabalho, o clean development mechanism (mecanismo de desenvolvimento limpo). Quanto aos dois primeiros mecanismos, trata-se de negociações comerciais realizadas somente entre os países do Anexo I, ao passo que, no tocante ao último mecanismo, 31 Artigo 3 Protocolo de Kyoto: 1. As Partes incluídas no Anexo I devem, individual ou conjuntamente, assegurar que suas emissões antrópicas agregadas, expressas em dióxido de carbono equivalente, dos gases de efeito estufa listados no Anexo A não excedam suas quantidades atribuídas, calculadas em conformidade com seus compromissos quantificados de limitação e redução de emissões descritos no Anexo B e de acordo com as disposições deste Artigo, com vistas a reduzir suas emissões totais desses gases em pelo menos 5 por cento abaixo dos níveis de 1990 no período de compromisso de 2008 a AOKI, William Ken. O Banco internacional para reconstrução e desenvolvimento como fomentador do desenvolvimento sustentável no Brasil através do mecanismo de desenvolvimento limpo do Protocolo de Quioto Dissertação. Faculdade de Direito, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, p. 148

14 a negociação dá-se entre as Partes países do Anexo I e das Partes países que não integram o Anexo I (países em desenvolvimento). A implementação conjunta, exposto no art. 3 do Protocolo de Kyoto 33, é um mecanismo que permite às partes do Anexo I cumprirem as metas de redução de forma conjunta, dividindo os ônus negocialmente 34. Já o comércio de emissões, disposto no art. 6º do referido Protocolo 35, prevê que as partes incluídas no Anexo I, através de unidades de redução de emissão decorrentes de investimentos em projetos de mecanismos de desenvolvimento limpo (MDL), podem adquirilas ou transferi-las para outra Parte. Nesse sentido, Aoki conclui que este mercado internacional de certificados de redução de emissão de GEE terá como demanda, ou clientes, os Países partes do Anexo I e, como fornecedores os Países do não Anexo I 36 Mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) O mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) contribui para o alcance da sustentabilidade global, nas dimensões ambiental e econômica. Intrinsecamente relacionado com a necessidade de se realizar concretamente o princípio do desenvolvimento sustentável 37, 33 Art. 3, 1: As partes incluídas no Anexo I devem, individual ou conjuntamente,, assegurar que suas emissões antrópicas assegurar que suas emissões antrópicas agregadas, expressas em dióxido de carbono equivalente, dos gases de efeito estufa listados no Anexo A não excedam suas quantidades atribuídas, calculadas em conformidade com seus compromissos quantificados de limitação e redução de emissões descritos no Anexo B e de acordo com as disposições deste Artigo, com vistas a reduzir suas emissões totais desses gases em pelo menos 5 por cento abaixo dos níveis de 1990 no período de compromisso de 2008 a AOKI, ob.cit, p Artigo 6, 1 A fim de cumprir os compromissos assumidos sob o Artigo 3, qualquer Parte incluída no Anexo I pode transferir para ou adquirir de qualquer outra dessas Partes unidades de redução de emissões resultantes de projetos visando a emissão das emissões antrópicas por fontes ou o aumento das remoções antrópicas por sumidouros de gases de efeito estufa em qualquer setor da economia (...). 36 Idem. p A temática do desenvolvimento sustentável é permeada por riquíssimas e conflituosas abordagens, seja do ponto de vista teórico seja sob o prisma da práxis política. Em que pese não haver espaço para o aprofundamento

15 o MDL visa a assistir as Partes que não integram o Anexo I (países em desenvolvimento) a se desenvolverem economicamente por meio de projetos ambientalmente sustentáveis. 38 De outro lado, referido mecanismo de flexibilização auxilia os países do Anexo I a cumprirem as metas individuais de redução estipuladas no Anexo B do Protocolo de Kyoto, por meio de reduções certificadas de emissões (RCE) (Certified Emission Reductions). Portanto, através do investimento em projetos de MDL, o ônus financeiro dos países investidores é menor, o que permite maior atração da atividade economicamente sustentável nos países que necessitam tanto de gerar riquezas como gerirem de forma adequada seus recursos naturais (preservação ambiental). Através da implementação dos projetos de MDL, após a aprovação pela Autoridade Nacional Designada (no caso do Brasil, a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima), serão emitidos certificados de emissões reduzidas (CER), aptos a serem adquiridos ou comercializados com a finalidade de se cumprir as metas de cada Parte do Anexo I. 39 Frise-se que, assim como os outros dois mecanismos de flexibilização, o MDL é susbsidiário às obrigações quantificadas e especificadas de redução de emissão de GEEs. Significa dizer que os Países do Anexo I não podem utilizar somente tais mecanismos para o cumprimento das respectivas metas previstas no Anexo B do Protocolo de Kyoto. 40 do tema em referência, apenas para fins de precisão provisória do conceito, pode-se caracterizá-lo, num sentido estrito, como a necessidade de, frente às limitações intrínsecas ao sistema técnico-econômico vigente (capitalismo) (finitude dos recursos naturais), adequar as necessidades humanas primárias e secundárias à capacidade de estoque e renovação dos recursos naturais. 38 Art. 12 do Protocolo de Kyoto: O objetivo do mecanismo de desenvolvimento limpo deve assistir às Partes não incluídas no Anexo I para que atinjam o desenvolvimento sustentável e contribuam para o objetivo final da Convenção, e assistir as Partes incluídas no Anexo I para que cumpra seus compromissos quantificados de limitação e redução de emissões, assumidos no artigo Para que um projeto resulte em reduções certificadas de emissões- RCEs -, as atividades de projeto do MDL devem, necessariamente, passar pelas etapas do ciclo do projeto, que são sete: elaboração de documento de concepção de projeto(dcp), usando metodologia de linha de base e plano de monitoramento aprovados; validação (verifica se o projeto está em conformidade com a regulamentação do Protocolo de Kyoto; aprovação pela Autoridade Nacional Designada -AND, que no caso do Brasil é a a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima CIMGC (verifica a contribuição do projeto para o desenvolvimento sustentável; submissão ao Conselho Executivo para registro; monitoramento; verificação/ certificação; e emissão de unidades segundo o acordo do projeto. Disponível em : 40 MENEGOTTO, ob.cit,.p.530.

16 Ensina Aoki, com base no artigo 9 e 12 do Protocolo de Kyoto, bem como na Decisão 17/ COP 7, F33, dos Acordos de Marrakesh, que tanto as pessoas jurídicas de direito público como as pessoas jurídicas de direito privado interno poderão participar dos projetos de MDL. 41 Observe-se que o MDL é, na expressão de Bekhechi, um mecanismo de redução suplementar de GEEs. 42. Assim, as reduções de emissão de GEEs realizadas devem ser adicionais, acrescentando-se àquelas que teriam lugar na ausência de atividade. Faz-se, pois, uma correspondência entre dois cenários: o nível de emissão que se teria sem o MDL, a partir do qual o volume efetivamente emitido pode ser mensurado 43. Vale dizer, cada tonelada de GEE deixada de ser emitida ou retirada da atmosfera pode ser negociada no mercado internacional 44 Sobre o requisito da adicionalidade, assevera Martini que por este [requisito da adicionalidade], as reduções ou capturas devem ser adicionais às reduções ou capturas que ocorreriam na ausência do projeto. Ou seja, estas reduções não seriam possíveis sem a implementação do projeto de MDL 45 Os requisitos legais do mecanismo de desenvolvimento limpo, para que haja a conversão em RCE (redução certificada de emissão) são, como ensina Lopes 46 : 41 AOKI, ob. cit. Fl BEKHECHI, Mohammed Abdelwahab. Les mécanismes internationaux du financement de la protection de l environnement. In: Réunion mondiale des juristes et associations de droit de l environnement. Vers un nouveau droit de l environnement?. Limoges, p Compte tenu de cette transformation et sur la base des travaux déjà réalisés dans le cadre de la phase pilote du Mécanisme d exécution conjointe (MEC), il faudra déterminer un profil de référence au-delà duquel les réductions réalisées deviennent additionnelles. Ce profil correspond au niveau d émission de GES [gaz à effet de serre] que prévaudrait dans le cas d un scénario sans AC ou MDP; et à partir duquel le volume effectivement émis peut être mesure. Idem, p MARTINI, Daniel. O mercado de carbono no âmbito dos instrumentos judiciais e extrajudiciais de tutela coletiva. In: BENJAMIM et al. Mudanças Climáticas, biodiversidade e uso sustentável de energia. Volume I. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, p Idem. p LOPES, Ignez Vidigal (coord.). O mecanismo de desenvolvimento limpo: guia de orientação. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, p. 23. Disponível em /GuiaMDL.pdf.

17 1) participação voluntária [do país Anfitrião] em atividade de projetos de MDL aprovação do País [pela entidade operacional designada] no qual as atividades forem implementadas por cada Parte envolvida; 2) atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável definidos pelo País no qual as atividades do Projeto forem implementadas; 3) redução de emissões de GEE de forma adicional ao que ocorreria na ausência da atividade de Projeto de MDL; 4) contabilizar o aumento de emissões de GEE que ocorrerem fora dos limites das atividades do Projeto que sejam mensuráveis e atribuíveis a estas atividades; 5) levar em consideração a opinião de todos os atores que sofrerão os impactos das atividades do Projeto e que deverão ser consultados a respeito; 6) não causem impactos colaterais negativos ao meio ambiente local; 7) proporcionem benefícios reais, mensuráveis e de longo prazo relacionados com a mitigação do clima; 8) estejam relacionados aos gases e setores definidos no Anexo A do Protocolo de Kyoto ou se refiram a atividades de reflorestamento e reflorestadas. Analisando-se o status atual das atividades de projeto do MDL no Brasil e no mundo, com base nos dados atualizados de 20 de junho de 2008, um total de projetos de MDL encontravam-se em alguma fase do clico dos mecanismos de desenvolvimento limpo. Conforme dados do Ministério de Ciência e Tecnologia do governo brasileiro, o Brasil ocupa o terceiro lugar como receptor de projetos de MDL (287 projetos - 8%), sendo que a China encontra-se em primeiro lugar ( %), na frente da Índia (987 projetos - 28%) Disponível em:

18 Em relação ao Brasil, as atividades de projeto no país, abrangendo um lapso temporal de Fevereiro de 2004 a Maio de 2008, cresceram consideravelmente em termos quantitativos, o que reflete uma tendência de aumento numérico dos projetos de MDL. Considerações finais O princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada, expressa-se fortemente no documento do Protocolo de Kyoto. A ausência de obrigações de cumprimento de metas de redução de gases de efeito estufa (GEE) para os Países que não estão no Anexo I (países em desenvolvimento) é consectário da eqüidade no plano internacional. Uma das características do Protocolo de Kyoto que traz à lume essa necessidade de aproximação benéfica, entre países economicamente desenvolvidos e países em desenvolvimento, reflete-se no mecanismo de desenvolvimento limpo, de forma que, contribuindo-se para o desenvolvimento sustentável dos países anfitriões dos projetos de MDL, pari passu, permitese aos Países obrigados a cumprirem, parcialmente, através de mecanismos de flexibilização, metas quantificadas de redução de emissões de GEEs. Referências bibliográficas AOKI, William Ken. O Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento como Fomentador do Desenvolvimento Sustentável no Brasil através do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Quioto. Dissertação. Faculdade de Direito, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, BARBIERI, José Carlos. Desenvolvimento e Meio Ambiente: as Estratégias de Mudanças da Agenda 21. Petrópolis: Vozes, BEKHECHI, Mohammed Abdelwahab. Les mécanismes internationaux du financement de la protection de l environnement. In: Réunion mondiale des juristes et associations de droit de l environnement. Vers um nouveau droit de l environnement?. Limoges, p

19 BRASIL. MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Status atual das atividades de projeto do MDL no Brasil e no mundo. Disponível em: DERANI, Cristiane. Direito Ambiental Econômico. São Paulo: Malheiros, DINH, Nguyen Quoc; DAILLER, Patrick; PELLET, Alain. Direito Internacional Público. Trad. Vitor Marques Coelho. 2ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Belkian, p FONTANA, Bernardo Becker. Responsabilidades comuns, porém diferenciadas, na proteção do clima global. In: BENJAMIM et al. Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Uso Sustentável de Energia. Volume 2. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, p FURTADO, Celso. O Mito do Desenvolvimento Econômico. 4ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, JASKULSKI, Anderson. O Protocolo de Kyoto e os mecanismos de desenvolvimento limpo (MDL) enquanto instrumentos do direito ambiental brasileiro. In: BENJAMIM et al. Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Uso Sustentável de Energia. Volume 1. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, p. 601 a 614, p LOPES, Ignez Vidigal (coord.). O mecanismo de desenvolvimento limpo: guia de orientação. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, Disponível em: MARTINI, Daniel, O mercado de carbono no âmbito dos instrumentos judiciais e extrajudiciais de tutela coletiva. In: BENJAMIM et al. Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Uso Sustentável de Energia. Volume 1. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, p. 113 a 126. MENEGOTTO, Marília Gouveia. Protocolo de Kyoto no Brasil: o processo de certificação de projetos brasileiros no mecanismo de desenvolvimento limpo. In: Mudanças

20 Climáticas, Biodiversidade e Uso Sustentável de Energia. Volume 2. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, p. 525 a 540. NASSER, Salem Hikmat, REIS, Fernando (orgs.). Direito Internacional do Meio Ambiente. São Paulo: Atlas, NOCE, Thiago Alberto. Uma Análise Neoinstitucional da Legislação Ambiental: Custo, Valor e Poder. Belo Horizonte: COLADRI, NORTH, Douglass C. Custos de transação, instituições e desempenho econômico. Rio de Janeiro: Instituto Liberal, SAMPAIO, José Adércio leite; WOLD, Chris; NARDY, Afrânio José Fonseca. Princípios de Direito Ambiental na dimensão internacional e comparada. Belo Horizonte: Del Rey, SANDS, Philippe. Principles of International Environmental Law. 2ª. ed. Cambridge: Cambridge University Press, SILVA, Roberto Luiz. Direito Internacional Público. 3ª. ed. Belo Horizonte: Del Rey, TRIGUEIRO, André. Meio Ambiente no Século XXI. Rio de Janeiro: Editora Sextante, YOSHIDA, Consulelo Yatsuda Moromizato. Mudanças climáticas, Protocolo de Quioto e o Princípio da Responsabilidade Comum, mas Diferenciada: A Posição Estratégica do Brasil. Alternativas energéticas, avaliação de impactos, teses desenvolvimentistas e o papel do Judiciário. In: BENJAMIM et al. Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Uso Sustentável de Energia. Volume 1. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, p

Política de Sustentabilidade das empresas Eletrobras

Política de Sustentabilidade das empresas Eletrobras Política de Sustentabilidade das empresas Eletrobras 1. DECLARAÇÃO Nós, das empresas Eletrobras, comprometemo-nos a contribuir efetivamente para o desenvolvimento sustentável, das áreas onde atuamos e

Leia mais

M ERCADO DE C A R. de captação de investimentos para os países em desenvolvimento.

M ERCADO DE C A R. de captação de investimentos para os países em desenvolvimento. MERCADO DE CARBONO M ERCADO DE C A R O mercado de carbono representa uma alternativa para os países que têm a obrigação de reduzir suas emissões de gases causadores do efeito estufa e uma oportunidade

Leia mais

Recuperação energética de gás de aterro & Créditos de carbono. Fórum Permanente "Meio Ambiente e Sociedade"

Recuperação energética de gás de aterro & Créditos de carbono. Fórum Permanente Meio Ambiente e Sociedade Recuperação energética de gás de aterro & Créditos de carbono Fórum Permanente "Meio Ambiente e Sociedade" São Paulo, Brasil 15 de Outubro de 2013 Sumário MDL & Créditos de Carbono Panorama do Mercado

Leia mais

Desenvolvimento e Meio Ambiente: As Estratégias de Mudanças da Agenda 21

Desenvolvimento e Meio Ambiente: As Estratégias de Mudanças da Agenda 21 Desenvolvimento e Meio Ambiente: As Estratégias de Mudanças da Agenda 21 Resenha Desenvolvimento Raíssa Daher 02 de Junho de 2010 Desenvolvimento e Meio Ambiente: As Estratégias de Mudanças da Agenda 21

Leia mais

Posição da indústria química brasileira em relação ao tema de mudança climática

Posição da indústria química brasileira em relação ao tema de mudança climática Posição da indústria química brasileira em relação ao tema de mudança climática A Abiquim e suas ações de mitigação das mudanças climáticas As empresas químicas associadas à Abiquim, que representam cerca

Leia mais

Contextos da Educação Ambiental frente aos desafios impostos. Núcleo de Educação Ambiental Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Contextos da Educação Ambiental frente aos desafios impostos. Núcleo de Educação Ambiental Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Contextos da Educação Ambiental frente aos desafios impostos pelas mudanças climáticas Maria Teresa de Jesus Gouveia Núcleo de Educação Ambiental Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Leia mais

Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras

Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras Setembro de 2010 Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras DECLARAÇÃO Nós, das empresas Eletrobras, comprometemo-nos a contribuir efetivamente

Leia mais

POLÍTICAS DE GESTÃO PROCESSO DE SUSTENTABILIDADE

POLÍTICAS DE GESTÃO PROCESSO DE SUSTENTABILIDADE POLÍTICAS DE GESTÃO PROCESSO DE SUSTENTABILIDADE 1) OBJETIVOS - Apresentar de forma transparente as diretrizes de sustentabilidade que permeiam a estratégia e a gestão; - Fomentar e apoiar internamente

Leia mais

Promover um ambiente de trabalho inclusivo que ofereça igualdade de oportunidades;

Promover um ambiente de trabalho inclusivo que ofereça igualdade de oportunidades; POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE OBJETIVO Esta Política tem como objetivos: - Apresentar as diretrizes de sustentabilidade que permeiam a estratégia e a gestão; - Fomentar e apoiar internamente as inovações

Leia mais

CAPÍTULO 3 PROTOCOLO DE KIOTO

CAPÍTULO 3 PROTOCOLO DE KIOTO CAPÍTULO 3 PROTOCOLO DE KIOTO Medidas estão sendo tomadas... Serão suficientes? Estaremos, nós, seres pensantes, usando nossa casa, com consciência? O Protocolo de Kioto é um acordo internacional, proposto

Leia mais

POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE

POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE 1. OBJETIVO E ABRANGÊNCIA Esta Política tem como objetivos: Apresentar de forma transparente os princípios e as diretrizes de sustentabilidade que permeiam a estratégia e direcionam

Leia mais

Gestão Ambiental. Disciplina Ciências do Ambiente Profa Elizete A Checon de Freitas Lima

Gestão Ambiental. Disciplina Ciências do Ambiente Profa Elizete A Checon de Freitas Lima Gestão Ambiental Disciplina Ciências do Ambiente Profa Elizete A Checon de Freitas Lima Gestão Ambiental Ato de administrar o ambiente natural ou antrópico (PHILIPPI Jr e BRUNA, 2004). Gestão Ambiental

Leia mais

Conjunto de pessoas que formam a força de trabalho das empresas.

Conjunto de pessoas que formam a força de trabalho das empresas. 1. OBJETIVOS Estabelecer diretrizes que norteiem as ações das Empresas Eletrobras quanto à promoção do desenvolvimento sustentável, buscando equilibrar oportunidades de negócio com responsabilidade social,

Leia mais

Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. MDL Conselho Executivo Relatório da 32 a reunião do Conselho Executivo Anexo 38 página 1

Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. MDL Conselho Executivo Relatório da 32 a reunião do Conselho Executivo Anexo 38 página 1 página 1 Orientação sobre o registro de atividades de projetos no âmbito de um programa de atividades como uma única atividade de projeto do MDL (Versão 2.1) A Conferência das Partes na qualidade de reunião

Leia mais

Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, tendo se reunido no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de junho de 1992, reafirmando

Leia mais

Tratados internacionais sobre o meio ambiente

Tratados internacionais sobre o meio ambiente Tratados internacionais sobre o meio ambiente Conferência de Estocolmo 1972 Preservação ambiental X Crescimento econômico Desencadeou outras conferências e tratados Criou o Programa das Nações Unidas para

Leia mais

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Setembro/2013 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 1. O que são unidades de conservação (UC)?

Leia mais

Resumo. O caminho da sustentabilidade

Resumo. O caminho da sustentabilidade Resumo O caminho da sustentabilidade Termos recorrentes em debates e pesquisas, na mídia e no mundo dos negócios da atualidade, como sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, responsabilidade empresarial

Leia mais

Geografia. Professor: Jonas Rocha

Geografia. Professor: Jonas Rocha Geografia Professor: Jonas Rocha Questões Ambientais Consciência Ambiental Conferências Internacionais Problemas Ambientais Consciência Ambiental Até a década de 1970 o homem acreditava que os recursos

Leia mais

Empresas e as mudanças climáticas

Empresas e as mudanças climáticas Empresas e as mudanças climáticas O setor empresarial brasileiro, por meio de empresas inovadoras, vem se movimentando rumo à economia de baixo carbono, avaliando seus riscos e oportunidades e discutindo

Leia mais

CARTA EMPRESARIAL PELA CONSERVAÇÃO E USO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE

CARTA EMPRESARIAL PELA CONSERVAÇÃO E USO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE CARTA EMPRESARIAL PELA CONSERVAÇÃO E USO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE A Organização das Nações Unidas declarou 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade, com o objetivo de trazer ao debate público

Leia mais

Status dos projetos no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) no Brasil e no mundo

Status dos projetos no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) no Brasil e no mundo Status dos projetos no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) no Brasil e no mundo 1º Período de compromisso do Protocolo de Quioto (2008-2012) (Data final de coleta de dados: 12/02/2014) O

Leia mais

MANIFESTO SOBRE PRINCÍPIOS E SALVAGUARDAS PARA O REDD

MANIFESTO SOBRE PRINCÍPIOS E SALVAGUARDAS PARA O REDD MANIFESTO SOBRE PRINCÍPIOS E SALVAGUARDAS PARA O REDD INTRODUÇÃO O REDD (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação) é o mecanismo que possibilitará países detentores de florestas tropicais poderem

Leia mais

Trabalho, Mudanças Climáticas e as Conferências do Clima: subsídios para as negociações da UGT na COP-21 Resumo Executivo

Trabalho, Mudanças Climáticas e as Conferências do Clima: subsídios para as negociações da UGT na COP-21 Resumo Executivo Trabalho, Mudanças Climáticas e as Conferências do Clima: subsídios para as negociações da UGT na COP-21 Resumo Executivo I Informações Gerais Impactos das Mudanças Climáticas As mudanças climáticas impõem

Leia mais

ACORDO-QUADRO SOBRE MEIO AMBIENTE DO MERCOSUL

ACORDO-QUADRO SOBRE MEIO AMBIENTE DO MERCOSUL MERCOSUL/CMC/DEC. N o 02/01 ACORDO-QUADRO SOBRE MEIO AMBIENTE DO MERCOSUL TENDO EM VISTA: O Tratado de Assunção, o Protocolo de Ouro Preto, a Resolução N o 38/95 do Grupo Mercado Comum e a Recomendação

Leia mais

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SECRETARIA EXECUTIVA DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS PARA O COMBATE AO DESMATAMENTO

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SECRETARIA EXECUTIVA DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS PARA O COMBATE AO DESMATAMENTO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SECRETARIA EXECUTIVA DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS PARA O COMBATE AO DESMATAMENTO Resposta ao Observatório do Clima sobre suas considerações ao Sumário de informações sobre como

Leia mais

Declaração sobre meio ambiente e desenvolvimento (Rio de Janeiro, 1992)

Declaração sobre meio ambiente e desenvolvimento (Rio de Janeiro, 1992) Declaração sobre meio ambiente e desenvolvimento (Rio de Janeiro, 1992) A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e desenvolvimento, Tendo-se reunido no Rio de Janeiro, de 3 a 21 de junho de

Leia mais

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr. A Chave para o Sucesso Empresarial José Renato Sátiro Santiago Jr. Capítulo 1 O Novo Cenário Corporativo O cenário organizacional, sem dúvida alguma, sofreu muitas alterações nos últimos anos. Estas mudanças

Leia mais

BRICS Monitor. Especial RIO+20. Os BRICS rumo à Rio+20: África do Sul. Novembro de 2011

BRICS Monitor. Especial RIO+20. Os BRICS rumo à Rio+20: África do Sul. Novembro de 2011 BRICS Monitor Especial RIO+20 Os BRICS rumo à Rio+20: África do Sul Novembro de 2011 Núcleo de Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade BRICS Policy Center / Centro de Estudos e Pesquisas BRICS BRICS

Leia mais

DIMENSÃO MUDANÇAS CLIMÁTICAS

DIMENSÃO MUDANÇAS CLIMÁTICAS DIMENSÃO MUDANÇAS CLIMÁTICAS CONTEÚDO CRITÉRIO I - POLÍTICA... 2 INDICADOR 1: COMPROMISSO, ABRANGÊNCIA E DIVULGAÇÃO... 2 CRITÉRIO II GESTÃO... 3 INDICADOR 2: RESPONSABILIDADES... 3 INDICADOR 3: PLANEJAMENTO/GESTÃO

Leia mais

Marcio Halla marcio.halla@fgv.br

Marcio Halla marcio.halla@fgv.br Marcio Halla marcio.halla@fgv.br POLÍTICAS PARA O COMBATE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA AMAZÔNIA Programa de Sustentabilidade Global Centro de Estudos em Sustentabilidade Fundação Getúlio Vargas Programa de

Leia mais

PLANOS DE CONTINGÊNCIAS

PLANOS DE CONTINGÊNCIAS PLANOS DE CONTINGÊNCIAS ARAÚJO GOMES Capitão SC PMSC ARAÚJO GOMES defesacivilgomes@yahoo.com.br PLANO DE CONTINGÊNCIA O planejamento para emergências é complexo por suas características intrínsecas. Como

Leia mais

A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro publica a seguinte lei: Capítulo I Das Disposições Preliminares

A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro publica a seguinte lei: Capítulo I Das Disposições Preliminares Projeto de lei n. Institui a Política Estadual sobre Mudança do Clima e fixa seus princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos. A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro publica a seguinte

Leia mais

Brasil, Mudanças Climáticas e COP21

Brasil, Mudanças Climáticas e COP21 Brasil, Mudanças Climáticas e COP21 Carlos Rittl Secretário Executivo São Paulo, 10 de agosto de 2015 SBDIMA Sociedade Brasileira de Direito Internacional do Meio Ambiente Eventos climáticos extremos Desastres

Leia mais

Política Ambiental das Empresas Eletrobras

Política Ambiental das Empresas Eletrobras Política Ambiental das Empresas Eletrobras Versão 2.0 16/05/2013 Sumário 1 Objetivo... 3 2 Princípios... 3 3 Diretrizes... 3 3.1 Diretrizes Gerais... 3 3.1.1 Articulação Interna... 3 3.1.2 Articulação

Leia mais

Termo de Referência nº 2014.0918.00040-2. 1. Antecedentes

Termo de Referência nº 2014.0918.00040-2. 1. Antecedentes Termo de Referência nº 2014.0918.00040-2 Ref: Contratação de consultoria pessoa física para realização de um plano de sustentabilidade financeira para o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, no âmbito da

Leia mais

Termo de Referência nº 2014.0918.00043-7. 1. Antecedentes

Termo de Referência nº 2014.0918.00043-7. 1. Antecedentes Termo de Referência nº 2014.0918.00043-7 Ref: Contratação de consultoria pessoa física para desenvolver o Plano de Uso Público para a visitação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro concentrando na análise

Leia mais

Serviços de Saúde do Trabalho

Serviços de Saúde do Trabalho 1 CONVENÇÃO N. 161 Serviços de Saúde do Trabalho I Aprovada na 71ª reunião da Conferência Internacional do Trabalho (Genebra 1985), entrou em vigor no plano internacional em 17.2.88. II Dados referentes

Leia mais

Inventário Corporativo de Emissões Diretas e Indiretas de Gases de Efeito Estufa (GEE) Ano referência: Emissões de 2010

Inventário Corporativo de Emissões Diretas e Indiretas de Gases de Efeito Estufa (GEE) Ano referência: Emissões de 2010 Inventário Corporativo de Emissões Diretas e Indiretas de Gases de Efeito Estufa (GEE) Ano referência: Emissões de 2010 Resumo Este documento apresenta o Inventário corporativo de Emissões Diretas e Indiretas

Leia mais

Declaração de Pequim adotada pela Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres: Ação para Igualdade, Desenvolvimento e Paz (1995)

Declaração de Pequim adotada pela Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres: Ação para Igualdade, Desenvolvimento e Paz (1995) Declaração de Pequim adotada pela Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres: Ação para Igualdade, Desenvolvimento e Paz (1995) 1. Nós, os Governos, participante da Quarta Conferência Mundial sobre as

Leia mais

Curso Sustentabilidade e Saúde Humana:

Curso Sustentabilidade e Saúde Humana: Curso Sustentabilidade e Saúde Humana: Ações individuais para melhorias em todo o planeta Nosso maior desafio neste século é pegar uma idéia que parece abstrata desenvolvimento sustentável e torná-la uma

Leia mais

ABM BLUE CONVÊNIO E PUBLICIDADE - LTDA CNPJ: 22.153.768/0001-38 Endereço: Rua C-5, lote 09, sala 101, Taguatinga - Centro Brasília / Distrito Federal

ABM BLUE CONVÊNIO E PUBLICIDADE - LTDA CNPJ: 22.153.768/0001-38 Endereço: Rua C-5, lote 09, sala 101, Taguatinga - Centro Brasília / Distrito Federal Sumário A. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA... 3 1. Sobre Nós... 3 1.1. - Missão... 3 1.2. - Visão... 3 1.3. - Valores... 3 2. Serviços... 4 2.1. Das atividades da BLUE CONVÊNIO: seus objetivos e finalidade...

Leia mais

UNESCO Brasilia Office Representação no Brasil Declaração sobre as Responsabilidades das Gerações Presentes em Relação às Gerações Futuras

UNESCO Brasilia Office Representação no Brasil Declaração sobre as Responsabilidades das Gerações Presentes em Relação às Gerações Futuras UNESCO Brasilia Office Representação no Brasil Declaração sobre as Responsabilidades das Gerações Presentes em Relação às Gerações Futuras adotada em 12 de novembro de 1997 pela Conferência Geral da UNESCO

Leia mais

CARTA ABERTA AO BRASIL SOBRE MUDANÇA DO CLIMA 2015

CARTA ABERTA AO BRASIL SOBRE MUDANÇA DO CLIMA 2015 ATENÇÃO: ANTES DE ASSINAR ESTA CARTA, LEIA O CONTEÚDO ATÉ O FINAL E CLIQUE NO LINK. FÓRUM DE AÇÃO EMPRESARIAL PELO CLIMA CARTA ABERTA AO BRASIL SOBRE MUDANÇA DO CLIMA 2015 O desafio da mudança do clima

Leia mais

O Dever de Consulta Prévia do Estado Brasileiro aos Povos Indígenas.

O Dever de Consulta Prévia do Estado Brasileiro aos Povos Indígenas. O Dever de Consulta Prévia do Estado Brasileiro aos Povos Indígenas. O que é o dever de Consulta Prévia? O dever de consulta prévia é a obrigação do Estado (tanto do Poder Executivo, como do Poder Legislativo)

Leia mais

QUALIFICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DE PROFESSORES DAS UNIDADES DE ENSINO NA ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS FORMAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

QUALIFICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DE PROFESSORES DAS UNIDADES DE ENSINO NA ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS FORMAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL QUALIFICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DE PROFESSORES DAS UNIDADES DE ENSINO NA ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS FORMAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL MOHAMED HABIB* & GIOVANNA FAGUNDES** * Professor Titular, IB, UNICAMP ** Aluna

Leia mais

Capítulo 21 Meio Ambiente Global. Geografia - 1ª Série. O Tratado de Kyoto

Capítulo 21 Meio Ambiente Global. Geografia - 1ª Série. O Tratado de Kyoto Capítulo 21 Meio Ambiente Global Geografia - 1ª Série O Tratado de Kyoto Acordo na Cidade de Kyoto - Japão (Dezembro 1997): Redução global de emissões de 6 Gases do Efeito Estufa em 5,2% no período de

Leia mais

Sustentabilidade nas instituições financeiras Os novos horizontes da responsabilidade socioambiental

Sustentabilidade nas instituições financeiras Os novos horizontes da responsabilidade socioambiental Sustentabilidade nas instituições financeiras Os novos horizontes da responsabilidade socioambiental O momento certo para incorporar as mudanças A resolução 4.327 do Banco Central dispõe que as instituições

Leia mais

POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL DAS EMPRESAS ELETROBRAS

POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL DAS EMPRESAS ELETROBRAS POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL DAS EMPRESAS ELETROBRAS SUSTENTABILIDADE E M P R E S A R I A L Política de Sustentabilidade Empresarial das Empresas Eletrobras DECLARAÇÃO Nós, das empresas Eletrobras,

Leia mais

Mercados Mundiais de Carbono: Questões Estratégicas - Aspectos Jurídicos da Estruturação de Projetos de Redução de Emissões

Mercados Mundiais de Carbono: Questões Estratégicas - Aspectos Jurídicos da Estruturação de Projetos de Redução de Emissões Mercados Mundiais de Carbono: Questões Estratégicas - Aspectos Jurídicos da Estruturação de Projetos de Redução de Emissões Vladimir Miranda Abreu vabreu@tozzinifreire.com.br Mercado de Carbono no Brasil

Leia mais

MÓDULO I: Mudança do Clima e Acordos Internacionais. Efeito Estufa. Fontes de Emissões. Impactos. Acordos Internacionais

MÓDULO I: Mudança do Clima e Acordos Internacionais. Efeito Estufa. Fontes de Emissões. Impactos. Acordos Internacionais MÓDULO I: Mudança do Clima e Acordos Internacionais Efeito Estufa Fontes de Emissões Impactos Acordos Internacionais Fontes de Emissões Antropogênicas Fonte: Quarto Relatório de Avaliação do IPCC, 2007.

Leia mais

PLANIFICAÇÃO CIÊNCIAS NATURAIS (8.º ANO) 2015/2016 Docentes: João Mendes, Madalena Serra e Vanda Messenário

PLANIFICAÇÃO CIÊNCIAS NATURAIS (8.º ANO) 2015/2016 Docentes: João Mendes, Madalena Serra e Vanda Messenário PLANIFICAÇÃO CIÊNCIAS NATURAIS (8.º ANO) 2015/2016 Docentes: João Mendes, Madalena Serra e Vanda Messenário 1 Metras Curriculares Estratégias Tempo Avaliação TERRA UM PLANETA COM VIDA Sistema Terra: da

Leia mais

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS APRESENTAÇÃO ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS Breve histórico da instituição seguido de diagnóstico e indicadores sobre a temática abrangida pelo projeto, especialmente dados que permitam análise da

Leia mais

Mudança do Clima. Luiz Gylvan Meira Filho

Mudança do Clima. Luiz Gylvan Meira Filho SABESP São Paulo, 12 de novembro de 2008 Mudança do Clima Luiz Gylvan Meira Filho Pesquisador Visitante Instituto de Estudos Avançados Universidade de São Paulo A terra recebe energia do sol na forma de

Leia mais

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas...

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas... APRESENTAÇÃO O incremento da competitividade é um fator decisivo para a maior inserção das Micro e Pequenas Empresas (MPE), em mercados externos cada vez mais globalizados. Internamente, as MPE estão inseridas

Leia mais

Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras

Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras 2010 Declaração Nós, das Empresas Eletrobras, comprometemo-nos a contribuir efetivamente para o desenvolvimento sustentável das áreas onde atuamos e

Leia mais

A ESTRUTURA DE SUSTENTABILIDADE International Finance Corporation (IFC) Gladis Ribeiro

A ESTRUTURA DE SUSTENTABILIDADE International Finance Corporation (IFC) Gladis Ribeiro A ESTRUTURA DE SUSTENTABILIDADE International Finance Corporation (IFC) Gladis Ribeiro INTERNATIONAL FINANCE CORPORATION (IFC), QUEM SOMOS? A IFC, membro do Grupo Banco Mundial, é uma instituição de desenvolvimento

Leia mais

Relatos de Sustentabilidade

Relatos de Sustentabilidade Os trechos em destaque encontram-se no Glossário. Relatos de Sustentabilidade Descreva até 3 projetos/programas/iniciativas/práticas relacionadas a sustentabilidade Instruções 2015 Esse espaço é reservado

Leia mais

Ciências Humanas e Suas Tecnologias - Geografia Ensino Médio, 3º Ano Principais Conferências Internacionais sobre o Meio Ambiente

Ciências Humanas e Suas Tecnologias - Geografia Ensino Médio, 3º Ano Principais Conferências Internacionais sobre o Meio Ambiente Ciências Humanas e Suas Tecnologias - Geografia Ensino Médio, 3º Ano Principais Conferências Internacionais sobre o Meio Ambiente Prof. Claudimar Fontinele Em dois momentos a ONU reuniu nações para debater

Leia mais

Desenvolve Minas. Modelo de Excelência da Gestão

Desenvolve Minas. Modelo de Excelência da Gestão Desenvolve Minas Modelo de Excelência da Gestão O que é o MEG? O Modelo de Excelência da Gestão (MEG) possibilita a avaliação do grau de maturidade da gestão, pontuando processos gerenciais e resultados

Leia mais

Convenção sobre Diversidade Biológica: O Plano de Ação de São Paulo 2011/2020. São Paulo, 06 de março de 2.012 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Convenção sobre Diversidade Biológica: O Plano de Ação de São Paulo 2011/2020. São Paulo, 06 de março de 2.012 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Convenção sobre Diversidade Biológica: O Plano de Ação de São Paulo 2011/2020 SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE São Paulo, 06 de março de 2.012 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Contexto Convenção sobre Diversidade

Leia mais

População, Recursos e Ambiente Desenvolvimento Sustentável 5ª aula teórica PRINCÍPIO DA PROCURA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Conferência de Estocolmo: 1º Conferência ONU sobre Ambiente e Estabelecimentos

Leia mais

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO FIESP

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO FIESP FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO FIESP Departamento de Meio Ambiente - DMA - Divisão de Mudanças Climáticas - Seminário Gestão de Gases de Efeito Estufa Parceria ABNT - BID FIESP, São Paulo,

Leia mais

MINUTA PROJETO DE LEI. Súmula: Institui a Política Estadual sobre Mudança do Clima.

MINUTA PROJETO DE LEI. Súmula: Institui a Política Estadual sobre Mudança do Clima. MINUTA PROJETO DE LEI Súmula: Institui a Política Estadual sobre Mudança do Clima. A Assembléia Legislativa do Estado do Paraná decretou e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1º. Esta Lei institui a Política

Leia mais

Prefeitura Municipal de Jaboticabal

Prefeitura Municipal de Jaboticabal LEI Nº 4.715, DE 22 DE SETEMBRO DE 2015 Institui a Política Municipal de estímulo à produção e ao consumo sustentáveis. RAUL JOSÉ SILVA GIRIO, Prefeito Municipal de Jaboticabal, Estado de São Paulo, no

Leia mais

Mudanças Climáticas e Economia. Secretaria de Acompanhamento Econômico SEAE

Mudanças Climáticas e Economia. Secretaria de Acompanhamento Econômico SEAE Mudanças Climáticas e Economia Secretaria de Acompanhamento Econômico SEAE Junho de 2009 Aquecimento global como falha de mercado O clima tem forte relação com a atividade econômica: Interação mais conhecida

Leia mais

Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais.

Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais. RESOLUÇÃO Nº 306, DE 5 DE JULHO DE 2002 Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais. O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das competências

Leia mais

ISO 14000. Estrutura da norma ISO 14001

ISO 14000. Estrutura da norma ISO 14001 ISO 14000 ISO 14000 é uma serie de normas desenvolvidas pela International Organization for Standardization (ISO) e que estabelecem directrizes sobre a área de gestão ambiental dentro de empresas. Histórico

Leia mais

DECLARAÇÃO FINAL Quebec, 21 de setembro de 1997

DECLARAÇÃO FINAL Quebec, 21 de setembro de 1997 DECLARAÇÃO FINAL Quebec, 21 de setembro de 1997 Reunidos na cidade de Quebec de 18 a 22 de setembro de 1997, na Conferência Parlamentar das Américas, nós, parlamentares das Américas, Considerando que o

Leia mais

Contribuição da Atividade de Projeto para o Desenvolvimento Sustentável

Contribuição da Atividade de Projeto para o Desenvolvimento Sustentável Anexo III da Resolução n o 1 da CIMGC Contribuição da Atividade de Projeto para o Desenvolvimento Sustentável I Introdução A atividade de projeto do Projeto de MDL Santa Carolina (denominado Projeto Santa

Leia mais

O Protocolo de Kyoto e o Mandato de Bali:

O Protocolo de Kyoto e o Mandato de Bali: Briefing A Caminho de Bali Brasília, 21 de Novembro 2007 O Protocolo de Kyoto e o Mandato de Bali: O que o mundo precisa fazer para combater as mudanças climáticas As mudanças climáticas são, sem dúvida,

Leia mais

O projeto de Neutralização das Emissões de Carbono do Camarote Expresso 2222 envolve as seguintes etapas:

O projeto de Neutralização das Emissões de Carbono do Camarote Expresso 2222 envolve as seguintes etapas: Relatório de Emissões de Carbono Camarote Expresso 2222 Carnaval Salvador 2010 Introdução As atividades da humanidade têm aumentado como nunca visto a concentração de gases poluidores na atmosfera. Alguns

Leia mais

Não é tarde demais para combater as mudanças climáticas O sumário do IPCC diz:

Não é tarde demais para combater as mudanças climáticas O sumário do IPCC diz: Sumário dos resultados-chave do Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, Grupo de Trabalho III de Mitigação de Mudanças Climáticas Bangkok, Maio de 2007 Não é

Leia mais

Inventário de Gases de Efeito Estufa

Inventário de Gases de Efeito Estufa Inventário de Gases de Efeito Estufa Gerenciamento de Informações e Ações Dirigidas Nicole Celupi - Three Phase Gerenciamento de Informações e Ações Dirigidas Institucional A Three Phase foi criada em

Leia mais

O que é o mercado de carbono e como ele opera no Brasil?

O que é o mercado de carbono e como ele opera no Brasil? O que é o mercado de carbono e como ele opera no Brasil? Fernando B. Meneguin 1 O crédito de carbono é um certificado eletrônico que é emitido quando há diminuição de emissão de gases que provocam o efeito

Leia mais

PROGRAMAÇÃO DO EVENTO

PROGRAMAÇÃO DO EVENTO PROGRAMAÇÃO DO EVENTO Dia 08/08 // 09h00 12h00 PLENÁRIA Nova economia: includente, verde e responsável Nesta plenária faremos uma ampla abordagem dos temas que serão discutidos ao longo de toda a conferência.

Leia mais

Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digital Preservar para garantir o acesso

Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digital Preservar para garantir o acesso Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digital Preservar para garantir o acesso Considerando que a informação arquivística, produzida, recebida, utilizada e conservada em sistemas informatizados,

Leia mais

ECS -ASSESSORIA E CONSULTORIA TÉCNICA. ISO 14001:2015 Tendências da nova revisão

ECS -ASSESSORIA E CONSULTORIA TÉCNICA. ISO 14001:2015 Tendências da nova revisão ISO 14001:2015 Tendências da nova revisão A ISO 14001 EM SUA NOVA VERSÃO ESTÁ QUASE PRONTA Histórico ECS -ASSESSORIA E CONSULTORIA TÉCNICA As normas da série ISO 14000 foram emitidas pela primeira vez

Leia mais

ENCONTRO DE MINISTROS DA AGRICULTURA DAS AMÉRICAS 2011 Semeando inovação para colher prosperidade

ENCONTRO DE MINISTROS DA AGRICULTURA DAS AMÉRICAS 2011 Semeando inovação para colher prosperidade ENCONTRO DE MINISTROS DA AGRICULTURA DAS AMÉRICAS 2011 Semeando inovação para colher prosperidade DECLARAÇÃO DOS MINISTROS DA AGRICULTURA, SÃO JOSÉ 2011 1. Nós, os Ministros e os Secretários de Agricultura

Leia mais

Política de Responsabilidade Corporativa. Março 2013

Política de Responsabilidade Corporativa. Março 2013 Política de Responsabilidade Corporativa Março 2013 Ao serviço do cliente Dedicamos os nossos esforços a conhecer e satisfazer as necessidades dos nossos clientes. Queremos ter a capacidade de dar uma

Leia mais

PROTEÇÃO DOS BENS AMBIENTAIS: PELA CRIAÇÃO DE UMA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE (OME). Brasília, 20/04/2012 Sandra Cureau

PROTEÇÃO DOS BENS AMBIENTAIS: PELA CRIAÇÃO DE UMA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE (OME). Brasília, 20/04/2012 Sandra Cureau XII CONGRESSO BRASILEIRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MEIO AMBIENTE PROTEÇÃO DOS BENS AMBIENTAIS: PELA CRIAÇÃO DE UMA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE (OME). Brasília, 20/04/2012 Sandra Cureau FUNDAMENTOS

Leia mais

SUSTENTABILIDADE NO LORDÃO: UMA FERRAMENTA DE ENSINO- APRENDIZAGEM

SUSTENTABILIDADE NO LORDÃO: UMA FERRAMENTA DE ENSINO- APRENDIZAGEM SUSTENTABILIDADE NO LORDÃO: UMA FERRAMENTA DE ENSINO- APRENDIZAGEM Acácio Silveira de Melo (UFCG); Adriano dos Santos Oliveira (UFCG); Filipe da Costa Silva (UFCG), Francinildo Ramos de Macedo (UFCG),

Leia mais

MMX - Controladas e Coligadas

MMX - Controladas e Coligadas POLITICA CORPORATIVA PC. 1.16.01 Política de Meio Ambiente Emissão: 02/10/06 1 Objetivo: Estabelecer diretrizes visando proteger os recursos naturais e o meio ambiente em todas das unidades operacionais.

Leia mais

Pesca Sustentável e Responsável. Antônio Olinto Ávila da Silva Pesquisador Científico Centro APTA Pescado Marinho

Pesca Sustentável e Responsável. Antônio Olinto Ávila da Silva Pesquisador Científico Centro APTA Pescado Marinho Pesca Sustentável e Responsável Antônio Olinto Ávila da Silva Pesquisador Científico Centro APTA Pescado Marinho O que é Sustentabilidade? Capacidade de persistir no longo prazo. Característica, p.ex.,

Leia mais

Povos Indígenas e Serviços Ambientais Considerações Gerais e Recomendações da Funai

Povos Indígenas e Serviços Ambientais Considerações Gerais e Recomendações da Funai Fundação Nacional do Índio Diretoria de Proteção Territorial Coordenação Geral de Monitoramento Territorial Povos Indígenas e Serviços Ambientais Considerações Gerais e Recomendações da Funai Mudanças

Leia mais

Exemplos de políticas de compra responsável para produtos florestais. Exemplo 1

Exemplos de políticas de compra responsável para produtos florestais. Exemplo 1 Exemplos de políticas de compra responsável para produtos florestais Exemplo 1 Política de compra responsável produtos florestais Esta organização tem compromisso com a compra responsável de produtos florestais.

Leia mais

GESTÃO AMBIENTAL. Profª: Cristiane M. Zanini

GESTÃO AMBIENTAL. Profª: Cristiane M. Zanini GESTÃO AMBIENTAL Profª: Cristiane M. Zanini Afinal, O que é Gestão Ambiental? A novíssima área de conhecimento e trabalho intitulada "Gestão Ambiental" vem causando muita confusão entre os especialistas

Leia mais

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS POLÍTICA DE INVESTIMENTOS Segurança nos investimentos Gestão dos recursos financeiros Equilíbrio dos planos a escolha ÍNDICE INTRODUÇÃO...3 A POLÍTICA DE INVESTIMENTOS...4 SEGMENTOS DE APLICAÇÃO...7 CONTROLE

Leia mais

O Aquecimento Global se caracteriza pela modificação, intensificação do efeito estufa.

O Aquecimento Global se caracteriza pela modificação, intensificação do efeito estufa. O que é o Aquecimento Global? O Aquecimento Global se caracteriza pela modificação, intensificação do efeito estufa. O efeito estufa é um fenômeno natural e consiste na retenção de calor irradiado pela

Leia mais

UMA ANÁLISE DO ESTADO DA ARTE RESULTANTE DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL

UMA ANÁLISE DO ESTADO DA ARTE RESULTANTE DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL UMA ANÁLISE DO ESTADO DA ARTE RESULTANTE DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL INTRODUCÃO O início do Século XXI tem sido marcado por uma discussão crescente a respeito das mudanças

Leia mais

GUIA PARA O RECONHECIMENTO DOS PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE

GUIA PARA O RECONHECIMENTO DOS PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE MERCOSUL/GMC/RES. Nº 14/05 GUIA PARA O RECONHECIMENTO DOS PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE TENDO EM VISTA: O Tratado de Assunção, o Protocolo de Ouro Preto e as Resoluções Nº 38/95, 77/98, 56/02,

Leia mais

CURSO ENERGIAS RENOVÁVEIS BIOMASSA

CURSO ENERGIAS RENOVÁVEIS BIOMASSA CURSO ENERGIAS RENOVÁVEIS BIOMASSA JULIETA BARBOSA MONTEIRO, Dra julieta@lepten.ufsc.br 2011-1 DISPONIBILIDADE DE RECURSOS ANEEL Potencial Instalado (MW) PROCESSOS DE CONVERSÃO DA BIOMASSA PNE 2030

Leia mais

CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO CAPÍTULO 30 FORTALECIMENTO DO PAPEL DO COMÉRCIO E DA INDÚSTRIA INTRODUÇÃO

CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO CAPÍTULO 30 FORTALECIMENTO DO PAPEL DO COMÉRCIO E DA INDÚSTRIA INTRODUÇÃO CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO CAPÍTULO 30 FORTALECIMENTO DO PAPEL DO COMÉRCIO E DA INDÚSTRIA INTRODUÇÃO 30.1. O comércio e a indústria, inclusive as empresas transnacionais,

Leia mais

OS PRINCÍPIOS DO EQUADOR

OS PRINCÍPIOS DO EQUADOR OS PRINCÍPIOS DO EQUADOR UMA ABORDAGEM DO SETOR PARA INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS SOBRE DETERMINAÇÃO, AVALIAÇÃO E GERENCIAMENTO DE RISCO AMBIENTAL E SOCIAL EM FINANCIAMENTO DE PROJETOS Florianópolis Junho/2004

Leia mais

OS 14 PONTOS DA FILOSOFIA DE DEMING

OS 14 PONTOS DA FILOSOFIA DE DEMING OS 14 PONTOS DA FILOSOFIA DE DEMING 1. Estabelecer a constância de propósitos para a melhoria dos bens e serviços A alta administração deve demonstrar constantemente seu comprometimento com os objetivos

Leia mais

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988 TÍTULO VIII DA ORDEM SOCIAL CAPÍTULO II DA SEGURIDADE SOCIAL Seção II Da Saúde Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante

Leia mais

ACORDO DE PARIS: A RECEITA PARA UM BOM RESULTADO

ACORDO DE PARIS: A RECEITA PARA UM BOM RESULTADO ACORDO DE PARIS: A RECEITA PARA UM BOM RESULTADO Le Bourget, 30 de novembro de 2015 Daqui a 11 dias, representantes de 195 países deverão adotar aqui o documento internacional mais importante do século:

Leia mais

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014.

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014. UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014. Tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas têm patrimônio, que nada mais é do que o conjunto

Leia mais

CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SEÇÃO IV. MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO CAPÍTULO 33

CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SEÇÃO IV. MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO CAPÍTULO 33 CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SEÇÃO IV. MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO CAPÍTULO 33 RECURSOS E MECANISMOS DE FINANCIAMENTO INTRODUÇÃO 33.1. A Assembléia Geral, em sua resolução

Leia mais

LEGISLAÇÃO APLICADA A AQUICULTURA

LEGISLAÇÃO APLICADA A AQUICULTURA LEGISLAÇÃO APLICADA A AQUICULTURA C O N T E Ú D O : N O Ç Õ E S D E D I R E I T O : I N T R O D U Ç Ã O A O E S T U D O D O D I R E I T O A M B I E N T A L C A R A C T E R Í S T I C A S D A L E G I S L

Leia mais