Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 13ª Vara Federal de Curitiba

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Valentina Marroquim
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Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 13ª Vara Federal de Curitiba Av. Anita Garibaldi, 888, 2º andar Bairro: Cabral CEP: 80540 400 Fone: (41)3210 1681 www.jfpr.jus.

1 Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 13ª Vara Federal de Curitiba Av. Anita Garibaldi, 888, 2º andar Bairro: Cabral CEP: Fone: (41) AÇÃO PENAL Nº /PR AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL AUTOR: PETRÓLEO BRASILEIRO S/A PETROBRÁS RÉU: RODRIGO MORALES RÉU: JOSE ADELMARIO PINHEIRO FILHO RÉU: PAULO ADALBERTO ALVES FERREIRA RÉU: AGENOR FRANKLIN MAGALHAES MEDEIROS RÉU: RICARDO PERNAMBUCO BACKHEUSER RÉU: EDISON FREIRE COUTINHO RÉU: ROBERTO TROMBETA RÉU: GENESIO SCHIAVINATO JUNIOR RÉU: JOSE ANTONIO MARSILIO SCHWARZ RÉU: ADIR ASSAD RÉU: RENATO DE SOUZA DUQUE RÉU: ALEXANDRE CORREA DE OLIVEIRA ROMANO RÉU: ROBERTO RIBEIRO CAPOBIANCO RÉU: ERASTO MESSIAS DA SILVA JUNIOR DESPACHO/DECISÃO 1. Decido sobre os requerimentos de diligências complementares do art. 402 do CPP. 1.a. O MPF promoveu a juntada de documentos (evento 541) e requereu o traslado para estes autos de cópias das sentenças prolatadas nas ações penais e Defiro, promova a Secretaria o traslado. Ao ensejo, considerando a conexão e o disposto no art. 156 do CPP, promova a Secretaria igualmente o traslado para estes autos de cópia das sentenças prolatadas nas ações penais , , , , , , , , e /5

2 1.b. O Assistente de Acusação (evento 542), a Defesa de Edison Freire Coutinho (evento 546), a Defesa de Alexandre Romano (evento 547), a Defesa de Paulo Adalberto Alves Ferreira (evento 549) e a Defesa de Erasto Messias da Silva Júnior informaram que não tem requerimentos a serem formulados. As Defesas de Rodrigo Morales, Roberto Trombeta, José Antônio Marsílio Schwarz, Genésio Schiavinato Júnior e Ricardo Pernambuco nada requereram. 1.c. A Defesa de Agenor Medeiros e de José Adelmário requereu a oitiva de Marcos Berti, como testemunha referida (evento 543). Defiro, designo a data de 02/02/2016, às 14:00, para oitiva da referida testemunha Marcos Pereira Berti, presencialmente em Curitiba (dados no evento 494 da ação penal ). Tratando se de executivo da Setal Engenharia, em acordo de colaboração ou em acordo de leniência, intimem se por telefone diretamente ou na pessoa do advogado. Deverá o advogado peticionar informando ciência por seu cliente e o compromisso de comparecimento no referido ato, no prazo de cinco dias. Ciência ao MPF, Assistente de Acusação e Defesas. Ficam as Defesas encarregadas de comunicar aos seus clientes, conforme compromissos assumidos pela dispensa anterior nos atos do processo. Dispenso desde logo a presença pessoal dos acusados na audiência. Deverá a Defesa de José Adelmário informar até 25/01/2016 se deseja que seu cliente seja requisitado para assistir a referida audiência. 1.d. A Defesa de Renato de Souza Duque requereu a juntada de uma série de documentos complementares (evento 545) e um esclarecimento da Petrobrás, Assistente de Acusação. Defiro o requerido. Intime se a Petrobrás, na pessoa de seus advogados, para produzir esses documentos até 25/01/2016, se for o caso em meio digital e ainda para prestar o esclarecimento solicitado. 1.e. A Defesa de Adir Assad, no evento 548), reiterou requerimento de perícia que formulou na resposta preliminar (evento 131). Na resposta preliminar, a Defesa requereu "perícia técnica sobre eventuais laudos bancários e financeiros juntados pelo Ministério Público Federal". Requerimentos de perícia devem ser determinados e a imprecisão do requerido não comporta compreensão do que se pretende. Então deve a Defesa, como já devia ter ter feito no requerimento do evento 131 ou do evento 548, esclarecer que perícia perícia pretende, sobre o que, com qual propósito e adianter seus eventuais quesitos, a fim de possibilitar a avaliação de pertiência e relevância. 2/5

3 Prazo de três dias. 2. A pedido do MPF, foi decretada, em 07/06/2016, a prisão preventiva do acusado Paulo Adalberto Alves Ferreira (evento 3 do processo ). A medida foi implementada em 04/07/2016. Na data de ontem, foi concluída a instrução ordinária. Na audiência, requereu a Defesa de Paulo Adalberto a revogação da preventiva (evento 540). O MPF se manifestou contrariamente, ou subsidiariamente pela subsituição da prisão por fiança e outras medidas cautelares (evento 541). Decido. Não é momento aqui de avaliar as provas, mas reputo viável rever a prisão cautelar de Paulo Adalberto Alves Ferreira, em vista do término da instrução. O término da instrução diminui riscos às provas e no presente caso, como ocorre em alguns outros casos, não há uma indicação de que o acusado oferece um risco às próprias fontes de provas, como as testemunhas ou colaboradores. O próprio acusado confessou parte dos fatos narrados na denúncia, especificamente reconheceu o recebimento de valores significativos de Alexandre Correa de Oliveira Romano, embora tenha alegado, como álibi, que seriam contribuições de campanha, de origem por ele desconhecida, para a eleição de 2010, mesmo havendo, em princípio, pagamentos também em 2011, 2012 e Apesar da confissão parcial, cujo álibi será examinado no momento próprio, ela também representa um certo esvaziamento do risco às provas. Mais relevante, o critério deste Juízo, para evitar a prodigalização da prisão preventiva, sempre foi o de reservá la aos principais envolvidos no esquema criminoso que vitimou a Petrobrás, considerando a gravidade concreta dos crimes e a necessidade de interromper o ciclo criminoso. Sem pretender minorar eventual responsabilidade de Paulo Adalberto Alves Ferreira, as provas colhidas nestes autos e em outras ações penais já julgadas, como nas ações penais e , são no sentido de que as propinas acertadas em contratos da Petrobrás eram recolhidas principalmente por João Vaccari Neto, sendo depois destinadas a agentes do Partido dos Trabalhadores. Por outro lado, Paulo Adalberto Alves Ferreira não figura, aparentemente, entre os principais benefíciários dessas mesmas propinas, ao contrário, por exemplo, do que argumenta o MPF em relação a Antônio Pallocci Filho e outros em outras ações penais. 3/5

4 Então e, mais uma vez, sem pretender minorar eventual responsabilidade de Paulo Adalberto Alves Ferreira, o papel aparentemente mais subsidiário dele no esquema criminoso autoriza, nesse momento, a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares alternativas. Entre elas a fiança. A fiança, nos casos que a admitem, deve ser sempre imposta, de modo a garantir a presença do acusado no processo e na execução da pena no caso de condenação. Presta se ainda a viabilizar a futura reparação dos danos decorrentes do crime. Isso é especialmente relevante considerando que, pela imputação, o produto do crime envolve lesão à Administração Pública, o que afeta os cofres públicos, os contribuintes e toda a sociedade. Assim e considerando a imputação cumulativa de crime de lavagem de dinheiro e os critérios do art. 325, II c/c 1º, III, do CPP, bem como o montante supostamente repassado ilicitamente ao acusado Paulo Adalberto Alves Ferreira, que, como ele mesmo admitido, seria pelo menos próximo a um milhão de reais, fixo fiança em R$ ,0 (um milhão de reais), cerca de mil, cento e trinta e seis salários mínimos. Apesar da declaração dele de que atualmente não disporia de renda ou de que não teria enriquecido pessoalmente com o crime, o fato é que, envolvendo a imputação o crime de lavagem de dinheiro, não é possível, por ora, dar fé a esse tipo de alegação, já que a lavagem pressupõe atuação subreptícia e ocultação de patrimônio. O fato é que, como ele mesmo admite, valores significativos lhe foram repassados por Alexandre Romando, mesmo fora do período eleitoral. A fiança deve ser prestada por depósito em dinheiro, assegurando a liquidez necessária à garantia do Juízo. Imponho ainda como medidas cautelares alternativas: a) proibição de deixar o país e a obrigação de entregar os seus passaportes, brasileiros e estrangeiros; b) comparecimento a todos os atos do processo, salvo se dispensado expressamente; c) proibição de deixar sua residência por mais de 20 dias sem autorização do Juízo; d) proibição de mudar de residência sem autorização do Juízo; e e) proibição de se aproximar ou de contatar, direta ou indiretamente, outros acusados ou testemunhas deste feito e seus familiares, inclusive e principalmente Alexandre Correa de Oliveira Romano. Defesa. Abra a Secretaria conta vinculada a este processo, intimando a 4/5

5 Realizado o depósito e entregues os passaportes, expeça se termo de compromisso e alvará de soltura, devendo ele ser colocado em liberdade se por outro motivo não tiver que permanecer preso. Oficie se ainda à Delegacia da Polícia Federal de Fronteiras solicitando que seja anotada a proibição da emissão de novos passaportes a Paulo Adalberto Alves Ferreira e anotada a proibição de que deixe o país. despacho. 3. Ciência ao MPF, Assistente de Acusação e Defesas deste Curitiba, 16 de dezembro de Documento eletrônico assinado por SÉRGIO FERNANDO MORO, Juiz Federal, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei , de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico mediante o preenchimento do código verificador v15 e do código CRC d3cb3cb9. Informações adicionais da assinatura: Signatário (a): SÉRGIO FERNANDO MORO Data e Hora: 16/12/ :14: V15 SFM SFM 5/5

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