Estado de Santa Catarina Câmara de Vereadores de Erval Velho

Transcrição

1 PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR LEGISLATIVO Nº 002/2016 REVOGA NA INTEGRA O PROJETO DE LEI N.001/2016 E FIXA SUBSÍDIOS MENSAIS DOS AGENTES POLÍTICOS DO PODER EXECUTIVO DO MUNICÍPIO DE ERVAL VELHO SC E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. A MESA DIRETORA DA CÂMARA MUNICIPAL DE ERVAL VELHO, ESTADO DE SANTA CATARINA, composta pela Presidente ELIANE PICCOLI F. LOPES, pelo Vice- Presidente EDER NERES DA SILVA e pela Secretária MARCIA BULLA DE SORDI em conjunto com os Vereadores EDGAR BRUNO DE SORDI; RONALDO PIOVESAN, MIGUEL TESSARI, JONAS AMALCABURIO, VANOALDO GALIOTTO e SEVERINO JAIME SCHMIDT, no uso de suas prerrogativas legais bem como nas disposições do art. 29, V da Constituição Federal do Brasil, fazem saber que esta Casa de Leis aprovou e o Senhor Prefeito Municipal sancionará a seguinte Lei: A CÂMARA MUNICIPAL DE ERVAL VELHO-SC APROVA: Art. 1 - Os subsídios mensais dos agentes políticos do Poder Executivo, para o mandato de 2017/2020 ficam fixados em parcela única de acordo com a tabela a seguir: CARGO VALOR MENSAL EM REAIS PREFEITO R$ ,31 VICE-PREFEITO R$ 4.667,22 SECRETÁRIO MUNICIPAL R$ 4.667,22 Parágrafo Único - Os subsídios poderão ser reajustados anualmente nos mesmos índices da revisão geral anual do Funcionalismo Público Municipal em lei específica. Art.2º - Os agentes políticos descritos nesta Lei farão jus ao 13º Salário (exceto o vice-prefeito que fará jus somente se estiver como prefeito interino proporcional a interinidade), que deverá ser pago na mesma data dos servidores públicos do Município. Parágrafo único. Os agentes políticos descritos no artigo 1 dês Lei, farão jus ao 1/3 de férias (exceto o vice-prefeito que somente fará jus se assumir como prefeito interino e proporcional a interinidade), vedado qualquer outro acréscimo que não esteja previsto nesta lei.

2 Art. 3 - O Poder Executivo deverá proceder a redação final e numerar a lei de acordo com seu controle próprio anotando no rodapé da Lei que a mesma tem origem no Projeto de Lei do Legislativo n.002/2016. Art.4 - Após a sanção do Prefeito esta Lei entra em vigor na data de sua publicação com seus efeitos a partir de 1 de janeiro de Sala das Sessões, em 20 de junho de ELIANE PICCOLI F. LOPES Presidente EDER NERES DA SILVA Vice-Presidente MARCIA BULLA DE SORDI Primeira Secretária De Acordo com a Proposta Conjunta os Vereadores signatários. EDGAR BRUNO DE SORDI RONALDO PIOVESAN MIGUEL TESSARI JONAS AMALCABURIO, VANOALDO GALIOTTO SEVERINO JAIME SCHMIDT

3 MENSAGEM AO PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.002 DE 20 DE JUNHO DE Senhores e Senhoras Vereadores, Temos a honra de submeter à apreciação dos nobres Pares desta Casa de Leis, o incluso Projeto de Lei, que por erro de forma visa anular o Projeto de Lei n.001/2016, e ainda fixar os subsídios dos Agentes Políticos do Poder Executivo Município de Erval Velho-SC, para o período que compreende os exercícios de 2017/2020. Para justificar a anulação do Projeto de Lei n.001/2016, e colocar em ordem e de acordo com a legalidade consigna-se neste ato Parecer Jurídico do Advogado desta Casa nos seguintes termos: PARECER JURÍDICO REFERENTE A FIXAÇÃO DA REMUNERAÇÃO DOS AGENTES POLÍTICOS DO PODER LEGISLATIVO E DO PODER EXECUTIVO Erval Velho-SC, 16 de junho de Competência e procedimento para fixação dos subsídios/remuneração dos agentes políticos municipais Digna Presidente. Dignos Vereadores. Ilustres Membros Componentes das Comissões Permanentes do Poder Legislativo. Douto Plenário. A nossa Constituição Federal estabelece em seu art. 29, incisos V e VI a competência para fixação dos subsídios do Prefeito, Vice-Prefeito, Secretários Municipais e Vereadores, nos seguintes termos: Art. 29 O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: (...)

4 V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os artigos 37, XI, 39, 4º, 150, II, 153, III, e 153, 2º, I; (Redação dada ao inciso pela Emenda Constitucional nº. 19, de , DOU ). VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subseqüente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: (NR) (grifos nossos). Verifica-se assim, que a Constituição Federal demarcou competência e instrumentos diversos para fixação dos subsídios dos agentes políticos municipais. Isto é, para os agentes políticos do poder executivo, prefeito, vice-prefeito e secretários, o instrumento legislativo é a LEI de iniciativa da Câmara (art. 29, V); já para os agentes políticos do poder legislativo a Constituição Federal não fixou o instrumento legislativo, mas fixou a competência privativa da câmara, o que nos faz inferir que o instrumento adequado será o DECRETO LEGISLATIVO (art. 59, VI da CF) ou a RESOLUÇÃO (art. 59, VII da CF), dependendo das disposições da Lei Orgânica Municipal ou Regimento Interno da cada Câmara (art. 29, VI). Portanto somente LEI de iniciativa da Câmara Municipal pode fixar os subsídios dos agentes políticos do Poder Executivo, e não outra espécie legislativa, como a RESOLUÇÃO ou DECRETO LEGISLATIVO, haja vista que a previsão de LEI é dicção firme do art. 29, V da Constituição Federal. Neste sentido, como não poderia ser diferente, é também a jurisprudência, senão vejamos: "JCF.29 JCF.29.V PROCESSUAL E ADMINISTRATIVO VICE- PREFEITO FIXAÇÃO DO SUBSÍDIO ART. 29, V, CF INOBSERVÂNCIA INEXISTÊNCIA DE LEI ESPECÍFICA E DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO SENTENÇA REFORMADA NO REEXAME, PARA DENEGAR A ORDEM 1. A Constituição Federal estabelece parâmetros, que devem ser observados pelos agentes políticos locais, na fixação de seus subsídios (art. 29, V). 2. Dentre eles, destaca-se o da necessária fixação, por lei, do subsídio do vice-prefeito, em seu sentido formal, esta de iniciativa da Câmara. 3. Por isso que, nem a Lei Orgânica, nem, muito menos, Resolução da Câmara, são instrumentos hábeis à fixação de subsídio do prefeito e de seu vice. (TJMG AC /003(1) 5ª C.Cív. Rel. Des. Nepomuceno Silva DJMG )RJ (Jurís Síntese IOB nº 73 Set-Out/2008). (grifos nossos). Admitir que a Câmara Municipal possa fixar os subsídios dos agentes políticos do executivo via RESOLUÇÃO ou DECRETO

5 LEGISLATIVO é ofender de morte não só o art. 29, V, mas sobretudo o art. 2º da Constituição Federal, que estatui como princípio fundamental a independência dos poderes, "Art. 2º. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário." Insista-se: só a LEI de iniciativa da Câmara Municipal poderá fixar os subsídios dos agentes políticos do Poder Executivo, art. 29, V da Constituição Federal. LEI esta que pressupõe o iter de todas as fases que envolvem o processo legislativo: FASE DE INICIATIVA, CONSTITUTIVA e COMPLEMENTAR. Na fase de iniciativa o processo legislativo é deflagrado na câmara municipal (art. 29, V da CF); na fase constitutiva implementa-se primeiramente a deliberação parlamentar (discussão e votação arts. 63 a 65 da CF) e após a deliberação executiva (sanção e veto do prefeito municipal art. 66 e parágrafos da CF); e por fim a fase complementar do processo legislativo onde deverá ocorrer a promulgação e publicação da LEI como produto final do processo legislativo. [01] Sobre a justificativa da participação do Poder Executivo, na fase de deliberação executiva do processo legislativo, assim ensina Alexandre de Moraes, "A existência da participação do Poder Executivo, além dos casos de iniciativa, nesta fase de feitura das leis, justifica-se pela idéia de inter-relacionamento entre os Poderes do Estado, com a finalidade de controle recíprocos. Como salientado por Kildare Gonçalves Carvalho, o poder de veto equilibra na sistemática presidencial a falta de prerrogativa do Presidente par dissolver a Câmara, existente no sistema parlamentarista". [02] Suprimidas qualquer destas fases do processo legislativo, a LEI que vier a fixar os subsídios dos agentes políticos do poder executivo será INCONSTITUCIONAL por malferimento ao processo legislativo constitucional, e por corolário não será LEI no sentido técnico-constitucional. Já na fixação dos subsídios dos seus próprios membros, ou seja, dos agentes políticos do poder legislativo, a Constituição Federal permitiu em seu art. 29, VI que a Câmara Municipal utilizasse de seus instrumentos legislativos próprios, quais sejam, RESOLUÇÃO ou DECRETO LEGISLATIVO, veículos jurídicos que produzem tão-somente em regra, efeitos internos segundo sólida doutrina. [03]

6 Ambas as espécies normativas, DECRETO LEGISLATIVO e RESOLUÇÃO, são destinadas a veicular matérias de competência exclusiva da Câmara Municipal, por isso podem e devem fixar os subsídios dos vereadores à luz do art. 29, VI da Constituição Federal. O que não se pode admitir do ponto de vista constitucional é que os vereadores se valham destes instrumentos para fixarem vencimentos dos agentes políticos do Poder Executivo. Na edição destes instrumentos, DECRETO LEGISLATIVO ou RESOLUÇÃO, típicos do Poder Legislativo, o prefeito municipal não tem participação executiva, é isso que nos esclarece pela aplicação do princípio da simetria constitucional, Pedro Lenza, "Não existe manifestação do Presidente da República, sancionando ou vetando, pela própria natureza do ato (pois versa sobre matérias de competência do Congresso, conferindo subjetividade ao regulamentar o art. 49), bem como em virtude de expressa previsão constitucional (art. 48, caput)". [04] A Constituição Federal exige a observância destes preceitos acima brevemente tracejados sob pena de INCONSTICIONALIDADE na fixação dos subsídios dos agentes políticos municipais por VÍCIO no processo legislativo competente. Ante as disposições constitucionais carreadas na Magna Carta de 1988, ante as posições Jurisprudenciais Pátrias e ensinamentos doutrinários, e ainda ante a possibilidade de a administração revogar seus atos quando eivados de ilegalidades, também conhecido como poder de auto-tutela, sugiro, seja o projeto de lei 001 de 06 de junho de 2016, revogado, apresentado novo projeto de lei para fixar a remuneração dos agentes políticos do poder executivo sendo eles Prefeito, Vice-Prefeito e Secretários, e para os agentes políticos do Poder Legislativo no caso Vereadores seja fixado a remuneração para a próxima legislatura via Decreto Legislativo consoante dispõe o Regimento Interno e a Lei Orgânica Municipal. Podendo inclusive servir o presente Parecer para encaminhar os dois atos a ser deliberado pela Câmara e pelas Comissões de Finanças e de Constituição e Justiça. Senhora Presidente tenho em vista o prazo estabelecido para apreciação do tema que expira agora no final de junho, se for do entendimento dos nobres Edis o Projeto de Lei e o Decreto Legislativo devem ser apreciado em REGIME DE URGÊNCIA. Sendo o que cabia a este assessor jurídico subscrevo-me. Atenciosamente.

7 JOÃO ROGÉRIO DE ANDRADE ADVOGADO OAB-SC Por Agentes Políticos do Poder Executivo entenda-se o Prefeito, Vice-Prefeito e Secretário, e como dito no Parecer Jurídico de acordo com o artigo 29, inciso V da CF a fixação dos subsídios obrigatoriamente deve ser feita por lei de iniciativa da câmara e sancionada pelo Prefeito. Enquanto que o o subsidio dos vereadores deve ser fixado por decreto legislativo. E no projeto anterior de n.001, misturou-se os assuntos em visível afronta a Constituição Federal, a Lei Orgânica Municipal e ao Regimento Interno desta casa. Podendo assim qualquer órgão de controle anular os atos eivados de ilegalidades mesmo que formais. Ressaltando também que estamos corrigindo outra impropriedade pois no projeto anulado equivocadamente foi consignado que o vice-prefeito teria direito a 13 e 1/3 de férias, o que não procede. Salvo se ele o vice-prefeito vier a ocupar o cargo de prefeito interinamente. Se assim o for terá direito a tais verbas proporcionais ao tempo da interinidade. Assim a nova proposta é fixada de acordo com as possibilidades financeiras do Município, bem como com base na média aos demais municípios da nossa região e principalmente de acordo com a constituição da República Federativa do Brasil. Ressaltamos que tal proposta de Lei foi elaborada em conjunto com os todos os vereadores desta edilidade. Contando com o apoio dos nobres Pares, pedimos a apreciação da matéria em regime de URGÊNCIA e a aprovação de todos. Atenciosamente. ELIANE PICCOLI F. LOPES Presidente EDER NERES DA SILVA Vice-Presidente MARCIA BULLA DE SORDI Primeira Secretária DE ACORDO EDGAR BRUNO DE SORDI RONALDO PIOVESAN MIGUEL TESSARI JONAS AMALCABURIO,

8 VANOALDO GALIOTTO SEVERINO JAIME SCHMIDT