TRABALHADORES PORTUÁRIOS DO BRASIL SEGUEM EM LUTA CONTRA AS PRIVATIZAÇÕES DAS CIAS. DOCAS

Transcrição

1 TRABALHADORES PORTUÁRIOS DO BRASIL SEGUEM EM LUTA CONTRA AS PRIVATIZAÇÕES DAS CIAS. DOCAS Andréa Margon A ideia do sistema corrupto é privatizar e precarizar. Essa é a visão de todos os trabalhadores portuários reunidos na Plenária Nacional, convocada pelas três federações (FNP, FNE e Fencoovib), que aconteceu nessa quinta-feira (21) e sexta-feira (22), na cidade de Vitória (ES). Cerca de 200 participantes, dentre dirigentes sindicais, trabalhadores de base de todo o país e representantes do empresariado (pequenos operadores portuários), acompanharam o evento cujo mote foi a privatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), como modelo para todo o Brasil. Mário Teixeira, presidente da Fencoovib, abriu o evento alertando quanto a intenção do Governo Federal em privatizar inúmeras empresas públicas e, dentre elas as Companhias Docas. 1

2 Recentemente, foi anunciado que a Codesa será a primeira a ser privatizada, para servir de modelo ao restante do país. O presidente da Intersindical da Orla Portuária ES e do Sindicato dos Estivadores ES, representando, ainda, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB Nacional), José Adilson Pereira, fez fortes críticas ao Governo ILEGÍTIMO de Michel Temer. Como uma empresa superavitária pode ser privatizada? José Adilson propôs que os trabalhadores pressionem o Governo e que resgatem o poder deliberativo do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) e que tenham ampla voz no Conselho de Administração da Codesa (Consad). 2

3 O presidente do Sindicato Unificado da Orla Portuária Espírito Santo (Suport-ES), Ernani Pereira Pinto, resgatou que o modelo privativista de agora é prosseguimento do aplicado durante o Governo tucano de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Nilo Cunha Martins, presidente da Associação dos Operadores Portuários do ES (Aopes), falou que embora haja quilômetros de costa, falta cultura portuária. As pessoas não conhecem nem sabem da atividade portuária e isso oportuniza o que vivenciamos hoje, onde a prática de politização gera o pensamento de que tudo que é público é ineficiente e gera custo. 3

4 Como representante dos pequenos operadores portuários, Nilo Martins disse que o porto é um indutor de desenvolvimento econômico e que o porto público é o espaço onde os pequenos operadores podem escoar suas mercadorias. Temos um grande desafio para frente. O porto não pode ser privatizado e já informamos à SEP (Secretaria de Portos) extinta pelo (des) Governo de Michel Temer - essa tese. Segundo Wilton Barreto, presidente da Federação Nacional dos Estivadores (FNE), esse processo não é novo. O número de funcionários das Cias. Docas vem, sorrateiramente, sendo reduzido em todo o Brasil. Deixaram de investir nos Portos Púbicos e os empresários e o Governo vêm com discurso de privatização. Recentemente, o empresariado pediu à Casa Civil (da República) para privatizar e entregar a iniciativa privada. 4

5 Wilton Barreto acrescentou que quem vive das Docas não as vê como simples instalação portuária. Vê como fonte social e econômica da sociedade. A economia da cidade é toda voltada para o porto. Ele finalizou afirmando que a Estiva do Brasil está pronta para o enfrentamento pela defesa do patrimônio brasileiro. Eduardo Guterra, presidente da Federação Nacional dos Portuários, disse aos presentes que não se deve focar, somente, na Codesa. Tem que atentar para todo o complexo portuário capixaba e brasileiro. Como exemplo da influência da Codesa na economia do município de Vitória, Gueterra disse que a Prefeitura da capital capixaba tem 35%, da sua arrecadação, oriundos do Porto Público. 5

6 Em todas as falas, os participantes se posicionaram desfavoráveis às privatizações e se colocaram ao dispor para a luta em defesa dos portos públicos. Diversas outras plenárias acontecerão, ainda, este ano. Além disso, movimentos serão realizados no Espírito Santo e em todo o Brasil e o próximo será no dia 03 de outubro. Moção A Plenária, em Vitória, ratificou a decisão do fórum similar que aconteceu, recentemente, em Recife (PE), quanto a rejeição à psudo Federação que alguns poucos pretendem criar a partir de Santos (SP). Dessa forma, esse encontro definiu a criação de uma moção, a ser entregue ao Governo Federal, onde os Sindicatos dos Trabalhadores nos portos do Brasil negam essa (sem) futuro entidade e solicitam que seu registro seja negado junto aos órgãos competentes. Caminhada 6

7 Nessa sexta-feira (22), os participantes da Plenária e trabalhadores de base (avulsos e vinculados) realizaram uma caminhada pelo Centro de Vitória, margeando o Porto Público (Codesa). Pelo caminho, dirigentes sindicais falaram sobre os problemas a serem enfrentados, caso a Codesa seja privatizada. No percurso receberam o apoio e o carinho de populares. Vale lembrar que no último dia 05 de setembro de Confira como foi o abraço ao Porto Público do Espírito Santo. Fotos Plenária dia 21. 7

8 8

9 9

10 10

11 Fotos Caminhada dia 22 11

12 12

13 13

14 14

15 15

16 16

17 17

18 18

19 19

20 20

21 21

22 22

23 23