INFORMATIVO. Setor Florestal. nº 184 ABRIL. Exportações brasileiras de produtos florestais caem 2,88% em abril de 2017 em relação ao mês anterior

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1 INFORMATIVO Setor Florestal nº 184 ABRIL 2017 Exportações brasileiras de produtos florestais caem 2,88% em abril de 2017 em relação ao mês anterior

2 INTRODUÇÃO D entre as poucas variações nos preços dos produtos madeireiros in natura e semi- -processados no estado de São Paulo há destaque para o preço médio do estéreo da lenha cortada e empilhada na fazenda de eucalipto em Bauru que apresentou variação negativa de 2,5% no mês de abril de 2017 em relação a março do mesmo ano. Nenhum dos produtos semi-processados feitos com madeira de reflorestamento apresentou variação de preço em qualquer das cinco regiões estudadas no período analisado. Entre os preços das pranchas de madeiras provenientes de florestas nativas e negociadas em São Paulo, ocorreu aumento apenas no preço médio do metro cúbico de prancha de peroba em Marília, sendo essa elevação de 4,47% em abril de 2017 em relação a março do mesmo ano. O mercado interno de pranchas e toras de essências florestais nativas do estado do Pará, quando comparado abril de 2017 com março do mesmo ano, apresentou variações EXPEDIENTE ELABORAÇÃO Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA-ESALQ/USP) Economia Florestal SUPERVISÃO Prof. Dr. Carlos José Caetano Bacha PESQUISADORES COLABORADORES Pedro Henrique de Abreu Paiva APOIO TÉCNICO Caroline Ganéo Paulino dos Santos Gabriel Valério Rodrigues Salles nos preços médios das pranchas de Jatobá e Maçaranduba. Em relação aos preços médios do metro cúbico de pranchas Jatobá aconteceu aumento de 0,51%, enquanto para o preço médio da prancha de Maçaranduba houve acréscimo de 0,53% no período analisado. Com relação ao mercado doméstico de celulose, ocorreu aumento no preço médio em dólar da tonelada de celulose de fibra curta tipo seca de 3,42% no mês de março de 2017 em relação ao mês predecessor. Por outro lado, o preço médio da tonelada do papel offset em bobina apresentou uma queda de 3,98% no período analisado. O valor total das exportações brasileiras de produtos florestais apresentou queda de 2,88% no mês de março de 2017 em comparação ao mês antecessor. Essa redução foi devida às quedas de 2,46% e 3,03%, respectivamente, nos valores exportados de madeira e painéis de madeira e de papel e celulose nesse período. CEPEA. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida ou transmitida sob nenhuma forma ou qualquer meio, sem permissão expressa por escrito. Retransmissão por fax, ou outros meios, os quais resultem na criação de uma cópia adicional é ilegal. CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA Avenida Pádua Dias, Piracicaba-SP Fones: (19) / Fax: (19) floresta@usp.br 2

3 ESPÉCIE Copaifera langsdorffii Acopaíba é uma espécie secundária tardia a clímax, caracterizando-se como espécie heliófita tolerante à sombra. Pode ser encontrada em vários estágios de sucessão, desde áreas totalmente degradadas até aquelas com dossel em fechamento. Essa espécie pode ser utilizada em arborização urbana, bem como em reflorestamento para recuperação ambiental. A madeira de Copaifera langsdorffii é moderadamente densa (0,7 g cm-3), grã direita ou irregular, com superfície lustrosa ou lisa ao tato, medianamente resistente, com média a alta resistência natural, apresentando defeitos de empenamento durante a secagem, com alburno diferenciado. A madeira serrada dessa espécie pode ser utilizada na construção civil, na construção naval e para fazer peças torneadas, coronhas de armas, cabos de ferramentas, cabos de vassoura, implementos agrícolas, carroçarias, miolo de portas, marcenaria em geral, móveis inferiores, tabuados em geral, revestimentos, laminação, torneados, folhas para compensados. Fonte: Gerson L. Lopes 3

4 MERCADO INTERNO - ESTADO DE SÃO PAULO Produtos Florestais O mês de abril de 2017, comparado a março do mesmo ano, apresentou poucas variações dos preços médios em reais dos produtos florestais para as cinco regiões estudadas no estado de São Paulo (a saber: Bauru, Campinas, Itapeva, Marília e Sorocaba). Observa-se nas Tabelas 1 e 2 que esses produtos são divididos em três categorias: madeiras in natura e semi processadas procedentes de florestas plantadas e pranchas de essências florestais nativas. Entre os produtos florestais in natura oriundos de florestas plantadas, a variação se restringiu apenas ao preço médio do estéreo da lenha cortada e empilhada na fazenda de eucalipto em Bauru, variando negativamente em 2,5% do mês de abril de 2017 em relação ao mês anterior (Tabela 1). Por outro lado, os preços dos produtos florestais semi-processados oriundos de madeira de reflorestamento não apresentaram variação de preço em nenhuma das cinco regiões estudadas no período supracitado (Tabela 1). No caso dos preços das pranchas de madeiras provenientes de florestas nativas negociadas no Estado de São Paulo, apenas o preço médio do metro cúbico de prancha de peroba em Marília apresentou variação positiva de 4,47% em abril de 2017 frente a seu preço no mês antecessor. Os demais preços das demais regiões permaneceram estáveis (Tabela 2). Em suma, as regiões de Itapeva, Campinas e Sorocaba não apresentaram variações nos preços médios de nenhum dos produtos de origem florestal analisados no mês de abril de

5 Gráfico 1 - Preço médio do st da árvore de eucalipto em pé em SOROCABA Fonte: CEPEA Fonte: CEPEA Gráfico 2 - Preço médio do st da tora de pinus em pé para processamento em serraria de SOROCABA 5

6 MERCADO INTERNO - ESTADO DO PARÁ Produtos Florestais O mercado paraense de pranchas e toras de essências florestais nativas da Amazônia apresentou poucas alterações de preços médios de seus produtos no mês de abril de 2017 em relação ao mês de março do mesmo ano. Os preços médios do metro cúbico de pranchas de Jatobá e de Maçaranduba apresentaram variações positivas no mês de abril em relação ao mês anterior de 0,51% e 0,53%, respectivamente. Os preços médios do metro cúbico das demais pranchas analisadas não apresentaram variação no período supracitado (Tabela 3). Já o mercado de toras de essências nativas florestais no estado do Pará permaneceu com preços médios de seus produtos estáveis entre março de 2017 e o mês subsequente (Tabela 4). Fonte: CEPEA Fonte: CEPEA Gráfico 3 - Preço médio do m³ da pranha da prancha de Jatobá região de PARAGOMINAS Gráfico 4 - Preço médio do m³ da tora de maçaranduba na região de PARAGOMINAS 6

7 MERCADO DOMÉSTICO Celulose e Papel Opreço médio em dólar sem desconto (chamado de preço lista) da tonelada de celulose de fibra curta tipo seca apresentou variação positiva no mês de maio de 2017 em relação ao mês de abril de 2017 para as vendas feitas no estado de São Paulo. A alta desse preço foi de 3,42%, passando de US$ 677,47 por tonelada em abril de 2017 para US$ 700,65 por tonelada em maio de 2017 (Tabela 5). O preço médio em reais da tonelada do papel cut size se manteve estável em maio de 2017, sendo esse valor de R$ 3.666,03 por tonelada. Já o preço médio da tonelada do papel offset em bobina apresentou uma queda de 3,98%, passando de R$ 2.943,44, em abril de 2017, para R$ 2.826,15, em maio de 2017 (ver Tabela 5). TABELA 5 - PREÇOS MÉDIOS NO ATACADO DA TONELADA DE CELULOSE E PAPEL EM SÃO PAULO MARÇO DE 2017 E ABRIL DE 2017 Fonte: CEPEA ABR/17 MAI/17 MÊS CELULOSE DE FIBRA CURTA - SECA (PREÇO LISTA EM US$ POR TONELADA PAPEL OFFSET EM BOBINA (PREÇO COM DESCONTO EM A R$ POR TONELADA PAPEL CUT SIZE (PREÇO COM DESCONTO B EM R$ POR TONELADA) mínimo 652, , ,60 médio 677, , ,03 máximo 722, , ,66 mínimo 657, , ,60 médio 700, , ,03 máximo 722, , ,66 Fonte: CEPEA. Nota: os preços acima incluem frete e impostos e são para pagamento a vista. Preço lista para a celulose e preço com desconto para os papéis. A = papel com gramatura igual ou superior a 70 g/m² - B = papel tipo A4. 7

8 MERCADO EXTERNO Produtos Florestais No mês de abril de 2017, as exportações totais de produtos florestais (madeiras, papel e celulose) totalizaram US$ 817,68 milhões. Em relação ao mês de março do mesmo ano (quando foram exportados US$ 841,91 milhões) ocorreu queda de 2,88% nessas exportações. Essa queda foi devida tanto à diminuição nas exportações de papel e celulose, bem como no decréscimo no valor exportado de madeiras e painéis de madeira. Essas últimas apresentam uma queda de 2,46% no valor exportado no mês de abril de 2017 em relação ao mês anterior. Foram exportados US$ 221,05 milhões em abril de 2017, enquanto que essa quantia foi de US$ 226,62 milhões no mês anterior. O valor das exportações de papel e celulose apresentou diminuição de 3,03% no mês de abril de 2017 em relação ao mês antecessor. Foram exportados US$ 596,63 milhões em papel e celulose no mês de abril de No mês de março do mesmo ano, esse valor foi de US$ 615,29 milhões. Tabela 6 Exportações brasileiras de produtos florestais manufaturados de janeiro de 2017 a março de 2017 ÍTEM PRODUTOS JAN/17 FEV/17 MAR/17 VALOR DAS EXPORTAÇÕES (EM MILHÕES DE DÓLARES) PREÇO MÉDIO DO PRODUTO EMBARCADO (US$/T) QUANTIDADE EXPORTADA (EM MIL TONELADAS) Celulose e outras pastas 595,37 374,83 435,88 Papel 149,99 137,85 179,37 Madeiras compensadas ou contraplacadas 38,91 40,94 49,41 Madeiras laminadas 1,63 1,72 2,77 Madeiras serradas 47,29 44,41 54,55 Obras de marcenaria ou de carpintaria 19,82 22,63 28,49 Painéis de fibras de madeiras 21,44 22,86 27,61 Outras madeiras e manufaturas de madeiras 54,65 59,78 63,74 Celulose e outras pastas 401,62 398,27 409,77 Papel 859,55 830,47 818,90 Madeiras compensadas ou contraplacadas 492,67 501,47 513,59 Madeiras laminadas 630,63 672,65 672,40 Madeiras serradas 459,63 470,74 469,95 Obras de marcenaria ou de carpintaria 1521, , ,41 Painéis de fibras de madeiras 314,11 311,25 315,73 Outras madeiras e manufaturas de madeiras 313,09 339,68 344,63 Celulose e outras pastas 1482,42 941, ,72 Papel 174,50 166,00 219,04 Madeiras compensadas ou contraplacadas 78,97 81,64 96,21 Madeiras laminadas 2,59 2,55 4,12 Madeiras serradas 102,89 94,34 116,07 Obras de marcenaria ou de carpintaria 13,03 13,43 16,92 Painéis de fibras de madeiras 68,26 73,46 87,45 Outras madeiras e manufaturas de madeiras 174,55 175,99 184,96 Fonte: SECEX/MDIC - Balança Comercial Brasileira 8

9 NOTÍCIAS - DESEMPENHO DO Celulose, papéis e painéis de madeira têm alta Aprodução de celulose registrou crescimento de 3% no primeiro trimestre de 2017, totalizando 4,69 milhões de toneladas contra os 4,55 milhões de toneladas anotados no mesmo período do ano passado. No setor de papel, o saldo positivo continua com as exportações que atingiram um volume de 544 mil toneladas comercializadas entre janeiro e março, alta de 5,6% em relação ao mesmo período de 2016, quando foram negociadas 515 mil toneladas. E no segmento de painéis de madeira as vendas domésticas subiram 2,9% alcançando a marca de 1,6 milhão de metros cúbicos. No primeiro trimestre de 2017, o volume de exportações de celulose alcançou 3,3 milhões de toneladas, crescimento de 6,5% em relação ao mesmo período de 2016, quando foram exportadas 3,1 milhões de toneladas. O segmento de painéis de madeira registrou exportações de 174 mil metros cúbicos (-10,8% em relação ao primeiro trimestre de 2016). De janeiro a março de 2017, o setor registrou exportações no valor de US$ 1,9 bilhão, nas exportações dos quais a celulose alcançou US$ 1,4 bilhão; os papéis, US$ 464 milhões; e os painéis de madeira, US$ 64 milhões. Como resultado, a balança comercial do setor registrou um saldo positivo de US$ 1,7 bilhão nos três primeiros meses do ano. A China continua sendo o principal destino da celulose exportada pelo Brasil, com 44% de participação no valor dessas exportações. Já os países latino-americanos mantiveram a posição de maiores mercados compradores de papel e painéis de madeira exportados pelo Brasil no período, cujas receitas de exportações aumentaram 17,5% (US$ 295 milhões) e 25% (US$ 35 milhões), respectivamente, no primeiro trimestre de 2017 em relação a idêntico período de A produção brasileira de celulose superou as 4,6 milhões de toneladas entre janeiro e março de 2017; e a de papel registrou 2,5 milhões de toneladas. Em relação às vendas domésticas, no primeiro trimestre de 2017, as vendas de papel no mercado interno alcançaram 1,3 milhão de toneladas; enquanto o segmento de painéis de madeira registrou 1,6 milhão de m³ negociados. Fonte: Texto retirado do Portal do Painel Florestal (02/05/2017) 9

10 NOTÍCIAS - POLÍTICA Câmara de Comércio Internacional lança Comissão de Meio Ambiente e Energia no Brasil Na última quinta-feira de abril de 2017, dia 27, a ICC (International Chamber of Commerce) lançou - em evento para convidados no escritório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo - o capítulo brasileiro da Comissão Global de Meio Ambiente e Energia. Na ocasião, Elizabeth Carvalhaes, presidente executiva da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), foi empossada por Daniel Feffer, presidente do Conselho da ICC Brasil e Vice-presidente do Conselho da Suzano Papel e Celulose, para liderar a iniciativa. Estiveram presentes, Kersten Barth (Chair Global da Comissão), José Carlos Carvalho (ex-ministro do Meio Ambiente, 2002) e lideranças de empresas como Natura, Banco do Brasil, Duratex e Grupo Abril. Com o objetivo de iniciar a implementação do plano estratégico internacional da ICC no País, pretende-se alavancar a participação brasileira nas task-forces globais da Câmara voltadas para temas como economia verde, precificação de carbono e mecanismos de mercado, clima e comércio, energia, sustentabilidade corporativa e água. Desta forma, a presença de empresas brasileiras em fóruns multilaterais de negociações sobre clima e biodiversidade será ampliada, reforçando a representação internacional do setor empresarial na questão ambiental. Essa é a quarta comissão da ICC Brasil, que já conta com as comissões de Arbitragem, de Direito e Prática Comercial e de Propriedade Intelectual. A perspectiva é que o Brasil lidere as discussões sobre biodiversidade, pela vocação natural do país e pelo potencial de negócios nessa área. Entre as empresas que devem integrar a comissão estão Natura, o Boticário, Granbio, Klabin e Gerdau. Com mais de um século de atividade, a ICC (Organização Mundial das Empresas) conquistou o status de membro observador da Assembleia Geral das Nações Unidas. A Câmara vem atuando como a voz do setor empresarial no mundo, perante organizações internacionais e governos nacionais, permitindo o ngajamento das empresas nas conferências internacionais, defendendo o comércio global como alavanca para o crescimento econômico e a promoção da autorregulação do setor. Nos últimos anos, a organização foi escolhida pela ONU como porta-voz do setor empresarial na Conferência do Clima em Paris (COP-21). Fonte: Texto retirado do Portal do Painel Florestal (03/05/2017). 10