INFORMATIVO. Setor Florestal. nº 198 JUNHO

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1 INFORMATIVO Setor Florestal nº 198 JUNHO 2018 Exportações de madeiras, papéis e celulose voltam a crescer em junho após término da greve dos caminhoneiros

2 INTRODUÇÃO EXPEDIENTE ELABORAÇÃO Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA-ESALQ/USP) Economia Florestal SUPERVISÃO Prof. Dr. Carlos José Caetano Bacha No mês de junho de 2018, comparado com o mês anterior, ocorreram poucas alterações nos preços de madeiras, exóticas e nativas, no Estado de São Paulo. As variações se restringiram às regiões de Sorocaba e Campinas, que sofreram algumas alterações nos preços de produtos florestais semi-processados de essências exóticas, enquanto os preços de madeiras in natura de pinus e eucalipto e das madeiras serradas de espécies nativas não apresentaram qualquer variação nesse Estado. Na região de Campinas, em junho, dentre os produtos florestais semi-processados de essências exóticas, houve aumento do preço médio do metro cúbico do sarrafo de pinus (aumento de 13,69%), variação positiva de 2,95% no preço do metro cúbico do eucalipto tipo viga e variação positiva de 0,36% no preço do metro cúbico da prancha de eucalipto. Já para a região de Sorocaba, houve diminuição de 1,22% no preço do metro cúbico do sarrafo de pinus. No Pará, apenas o preço do metro cúbico da prancha de Cumaru variou em junho, com um aumento de 0,93%. Já no mercado de toras, nesta mesma região, o preço médio do metro cúbico das de Jatobá e Angelim Vermelho sofreram variação de 9,68% (similar a ambas). O preço médio do metro cúbico da tora de Angelim Pedra sofreu um aumento de 8,75%, o preço médio do metro cúbico da tora de Cumaru variou positivamente em 7,59% e o preço do metro cúbico da tora de Maçaranduba aumentou 1,15%, O preço médio lista em dólar da tonelada de celulose de fibra curta tipo seca no mercado doméstico em julho foi, praticamente, o mesmo do mês anterior, junho. No mesmo período, os preços em reais do papel offset em bobina apresentaram pequeno aumento de 0,08% e o preço em reais do papel cut size não sofreu alteração. O valor total em dólar das exportações brasileiras de produtos florestais apresentou aumento de 18,3% no mês de junho de 2018 em comparação a maio do mesmo ano. Esse aumento foi devido ao aumento de 24,83% nas exportações de madeiras e painéis de madeira, e ao aumento de 16,71% no valor das exportações de papéis e celulose no período acima mencionado. CEPEA. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida ou transmitida sob nenhuma forma ou qualquer meio, sem permissão expressa por escrito. Retransmissão por fax, ou outros meios, os quais resultem na criação de uma cópia adicional é ilegal. APOIO TÉCNICO Caroline Ganéo Paulino dos Santos Felipe Matias Bailez Viana Lina Gabriela Souza de Almeida Gabriel Perez Bressan CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA Avenida Pádua Dias, Piracicaba-SP Fones: (19) / Fax: (19) floresta@usp.br 2

3 ESPÉCIE Balfourodendron riedelianum (Pau-marfim) A espécie Balfourodendron riedelianum, popularmente conhecida como pau- -marfim, é uma árvore de porte grande, muito apreciada e valorizada no mercado devido a sua madeira de boa qualidade. No Brasil, há registros de sua ocorrência em regiões com altitudes que variam de 70 a metros e temperaturas médias anuais de 16,2 a 22,3º C. Quando adulta, a árvore do pau-marfim atinge entre 6 e 20 metros de altura e diâmetro a altura do peito (DAP) entre 30 e 50 cm. A espécie possui um crescimento lento, mas tem uma madeira muito flexível, podendo ser serrada e trabalhada sem dificuldades. Por este motivo, a sua madeira pode ser usada para obras de carpintaria e marcenaria em geral, bem como no reflorestamento para recuperação ambiental e em projetos paisagísticos Fonte: IPEF 3

4 MERCADO INTERNO - ESTADO DE SÃO PAULO Produtos Florestais As coletas de preços para o Estado de São Paulo abrangem as regiões de Bauru, Campinas, Itapeva, Marília e Sorocaba. Para o mês de junho de 2018, nota-se que ocorreram mudanças nos preços médios de alguns tipos de madeiras semi-processadas de essências exóticas e restritas às regiões de Campinas e Sorocaba. Já em relação aos preços de madeiras serradas de essências nativas, não se observa variações, ou seja, esses produtos mantiveram seus preços médios constantes em junho em relação aos praticados no mês de maio. Quanto aos preços de produtos florestais in natura e semi-processados de madeiras de eucalipto e pinus, observa-se que na região de Campinas o preço médio do metro cúbico do sarrafo de pinus aumentou em 13,69% (passando de R$ 787,29, em maio, para R$ 895,05 em junho). Ainda na região de Campinas, ocorreu variação de 2,95% no preço do metro cúbico do eucalipto tipo viga, que foi de R$ 1.178,40 em maio para R$ 1.213,13 em junho. Na mesma região, ocorreu variação de 0,36% no preço do metro cúbico da prancha de eucalipto, variando de R$ 1.031,81 para R$ 1.035,55. Já para a região de Sorocaba, houve diminuição de 1,22% no preço do metro cúbico do sarrafo de pinus, passando de R$ 560,84, em maio, para R$ 554,00 em junho. Quanto aos preços das madeiras nativas serradas de espécies nativas, não houve variação dos preços dos produtos analisados entre maio e junho. Os resultados suprarelatados mostram a relativa calmaria dos mercados de madeiras em São Paulo, refletindo o pouco dinamismo da economia brasileira. 4

5 Gráfico 1 - Preço médio do m³ de sarrafo de pinus na região de CAMPINAS Fonte: CEPEA Fonte: CEPEA Gráfico 2 - Preço médio do m³ do eucalipto tipo viga na região de CAMPINAS 5

6 MERCADO INTERNO - ESTADO DO PARÁ Produtos Florestais No Estado do Pará, para o mês de junho de 2018, ocorreram variações nos preços médios em relação ao mês anterior do mesmo ano, principalmente para o metro cúbico das toras de essências nativas do Estado, enquanto, para o mercado de pranchas, apenas um produto apresentou variação de preço no período analisado. Quanto ao mercado de pranchas, observa-se que apenas o preço médio da prancha de Cumaru variou. No período em questão, o preço médio do metro cúbico dessa prancha subiu de R$ 1.337,50, em maio, para R$ 1.350,00, em junho, equivalente a um aumento de 0,93%. Quanto aos preços médios do metro cúbico das toras de essências nativas no Estado do Pará, é possível observar que, dentre os seis tipos analisados, o preço médio do Fonte: CEPEA metro cúbico das toras de Jatobá e Angelim Vermelho sofreram maior variação, equivalente a 9,68% para ambas. Os seus preços subiram de R$ 310,00, em maio de 2018, para R$ 340,00 o metro cúbico, em junho do mesmo ano. Já o preço médio da tora de Angelim Pedra, que sofreu a segunda maior variação do mês, subiu de R$ 400,00 para R$ 435,00, representando um aumento de 8,75%. O preço médio da tora de Cumaru variou positivamente em 7,59%, e passou de R$ 395,00, em maio, para R$ 425,00 por metro cúbico, em junho. Para o mesmo período, o preço do metro cúbico da tora de Maçaranduba aumentou 1,15%, e passou de R$ 435,00 para R$ 440,00. Por fim, apenas o preço do metro cúbico da tora de Ipê permaneceu constante de maio para junho de Gráfico 3 - Preço médio da tora de Cumaru na região de PARAGOMINAS 6

7 Gráfico 4 - Preço médio do m³ da tora de Jatobá na região de PARAGOMINAS Fonte: CEPEA MERCADO DOMÉSTICO Celulose e Papel No mês de julho de 2018, o preço em dólar, no mercado doméstico, da celulose de fibra curta tipo seca praticamente não apresentou variação. Observa-se na Tabela 5 que o preço lista médio (que não inclui desconto) da tonelada de celulose de fibra curta permaneceu praticamente constante em julho frente a sua cotação de junho (a diferença foi de apenas US$ 0,01 por tonelada desse produto). Já o preço médio em reais da tonelada do papel offset em bobina, aumentou de R$ 3.030,76 em junho para R$ 3.033,11 em julho, um crescimento de 0,08%. Já o preço médio em reais da tonelada do papel cut size se manteve estável, em R$ 3.666,03, entre os meses de junho e julho de 2018 (Tabela 5). 7

8 TABELA 1 - PREÇOS MÉDIOS NO ATACADO DA TONELADA DE CELULOSE E PAPEL EM SÃO PAULO JUNHO/18 E JULHO/18 Fonte: CEPEA MÊS CELULOSE DE FIBRA CURTA - SECA (PREÇO LISTA EM US$ POR TONELADA PAPEL OFFSET EM BOBINA (PREÇO COM DESCONTO EM A R$ POR TONELADA PAPEL CUT SIZE (PREÇO COM DESCONTO B EM R$ POR TONELADA) JUN/18 JUL/18 mínimo 1049, , ,60 médio 1049, , ,03 máximo 1050, , ,66 mínimo 1050, , ,60 médio 1050, , ,03 máximo 1050, , ,66 Fonte: CEPEA. Nota: os preços acima incluem frete e impostos e são para pagamento a vista. Preço lista para a celulose e preço com desconto para os papéis. A = papel com gramatura igual ou superior a 70 g/m² - B = papel tipo A4. Produtos Florestais MERCADO EXTERNO No mês de junho de 2018, as exportações brasileiras de produtos florestais (madeiras, papéis e celulose) totalizaram US$ 1.273,96 milhões. Em relação ao mês de maio de 2018 (quando foram exportados US$ 1.076,90 milhões) ocorreu aumento de 18,3% nessas exportações. Essa aumento foi, principalmente, devido ao aumento no valor exportado de madeira e painéis de madeira. No mês de junho de 2018 em relação ao mês anterior, esse valor apresentou aumento de 24,83%. Foram exportados US$ 211,17 milhões de madeiras e painéis de madeira no mês de maio de No mês de junho de 2018, esse valor foi de US$ 263,60 milhões. Da mesma forma, as exportações de papéis e celulose apresentaram aumento de 16,71% no valor exportado no mês de junho de 2018 em relação ao mês anterior. Foram exportados US$ 865,73 milhões desses produtos em maio de 2018, enquanto essa quantia foi de US$ 1.010,36 milhões no mês subsequente. Essas altas de exportações refletem, em parte, o que deixou de ser exportado em maio com a greve de caminhoneiros no país. 8

9 Tabela 2 Exportações brasileiras de produtos florestais manufaturados de março de 2018 a maio de 2018 ÍTEM PRODUTOS MAR/17 ABR/18 MAI/18 VALOR DAS EXPORTAÇÕES (EM MILHÕES DE DÓLARES) PREÇO MÉDIO DO PRODUTO EMBARCADO (US$/T) QUANTIDADE EXPORTADA (EM MIL TONELADAS) Celulose e outras pastas 764,53 643,56 727,41 Papel 179,56 176,76 138,32 Madeiras compensadas ou contraplacadas 72,34 75,47 49,94 Madeiras laminadas 3,89 3,62 2,31 Madeiras serradas 61,83 70,02 52,17 Obras de marcenaria ou de carpintaria 26,87 30,56 19,40 Painéis de fibras de madeiras 30,53 30,39 27,69 Outras madeiras e manufaturas de madeiras 74,94 77,63 59,65 Celulose e outras pastas 532,90 548,36 568,62 Papel 942,70 979,02 973,13 Madeiras compensadas ou contraplacadas 617,20 640,92 638,62 Madeiras laminadas 517,09 520,12 449,56 Madeiras serradas 487,88 484,88 482,32 Obras de marcenaria ou de carpintaria 1663, , ,46 Painéis de fibras de madeiras 327,51 336,50 339,14 Outras madeiras e manufaturas de madeiras 355,29 303,74 292,62 Celulose e outras pastas 1434, , ,24 Papel 190,47 180,54 142,14 Madeiras compensadas ou contraplacadas 117,21 117,76 78,20 Madeiras laminadas 7,53 6,97 5,14 Madeiras serradas 126,73 144,41 108,17 Obras de marcenaria ou de carpintaria 16,15 18,02 11,76 Painéis de fibras de madeiras 93,23 90,30 81,64 Outras madeiras e manufaturas de madeiras 210,93 255,58 203,86 Fonte: SECEX/MDIC - Balança Comercial Brasileira 9

10 NOTÍCIAS - DESEMPENHO DO A recuperação do setor florestal após a paralização dos caminhoneiros deve ocorrer no prazo de um mês, diz IBÁ A greve dos caminhoneiros ocorrida do mês de maio deste ano impactou de forma considerável os diversos setores econômicos brasileiros. As barreiras e bloqueios nas rodovias de todo o país impossibilitaram o transporte de muitos tipos de mercadorias. Nas indústrias de base florestal, as greves interromperam o transporte de madeira das plantações até as fábricas, paralisando unidades do setor em mais de 600 municípios distribuídos por 21 estados. Além disso, a paralização dos caminhoneiros impossibilitou o recebimento de insumos (como produtos químicos que auxiliam no processo produtivo, por exemplo) por parte das indústrias do setor e esgotou os estoques de alimentos dessas empresas, afetando a alimentação de seus funcionários. A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), associação a qual representa o setor florestal no Brasil, e é constituída pelas indústrias de celulose, papéis, painéis de madeira além de outros produtos madeireiros, informou que a maioria das empresas do setor de celulose foi obrigada a cessar as operações por alguns dias em decorrência desta greve. Segundo dados da Hawkins Wright (consultoria especializada em celulose e papel), os 10 dias em que aconteceram essas paralizações podem ter gerado um déficit produtivo para o mercado de celulose da ordem de 280 mil toneladas. De acordo com Elizabeth de Carvalhaes, presidente da Ibá, com o fim da greve, as empresas do setor voltam à normalidade produtiva gradativamente. O setor conseguirá retomar o nível de produção normal em quatro semanas. Na cadeia produtiva que depende da celulose, esse retorno à normalidade pode levar ainda mais tempo do que um mês, disse. Além de afetar a produção, as paralizações também afetaram os envios de produtos para o mercado externo. Mesmo levando em consideração que o setor brasileiro de celulose trabalhar em média com um estoque de celulose para 30 dias, a paralização de 10 dias nas rodovias do país afetou o envio da celulose aos portos, que apresentou grande retração. O setor possui forte presença na balança comercial brasileira, e incluindo pisos, painéis, celulose e papéis. Como mostrado na página anterior, as exportações desses produtos tiveram expressiva alta em junho frente a maio, refletindo o fim da greve dos caminhoneiros. Fonte: PAINEL. -de-base-florestal-so-deve-ser-normalizada-em-um-m. Acesso em: 03 de Julho de

11 NOTÍCIAS - POLÍTICA Serviço Florestal e UnB firmam parceria para realização do Inventário Florestal Nacional (IFN) O diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Raimundo Deusdará, e a reitora da Universidade de Brasília (UnB) assinaram um acordo de cooperação técnica entre as instituições com validade de 5 anos. O objetivo é identificar plantas com auxílio do Herbário da Unb, melhorando o conhecimento sobre a distribuição de espécies no bioma Cerrado, incluindo as raras e as ameaçadas de extinção e o conhecimento de novas espécies. Deusdará afirma que essa aliança possibilitará a ampliação de produções acadêmicas que ficam em segundo plano e não tem condições de serem executadas. Em virtude disso, foi estabelecido, mediante o acordo, que haverá a contratação de profissionais especializados e também o investimento na infraestrutura física do Herbário UB, possibilitando a inserção de profissionais mais graduados, experimentalmente falando, no mercado. Essas atividades contarão com recursos do Programa de Investimento Florestal (FIP), que serão administradas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento. Ampliação do conhecimento. O IFN possui parceria com outros 20 herbários. Dessa forma, é possível apresentar a identificação botânica científica que dá mais credibilidade e também destacar a biodiversidade do Cerrado, expandindo as áreas pesquisadas. As amostras coletadas serão digitalizadas e incorporadas à coleção do herbário, promovendo a realização de estudos com relação à variabilidade genética. Sobre o IFN. O IFN é uma iniciativa coordenada pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Tem como suas principais atividades a análise de árvores de todo o país, observando suas condições e coletando amostras, e a realização de entrevistas com os moradores que habitam em torno das áreas amostrais com o objetivo de conhecer a percepção da comunidade quanto aos recursos florestais e seus respectivos usos. O IFN tem como propósito identificar o estado de conservação e a biodiversidade das florestas, contribuindo para a formulação de políticas púbicas de desenvolvimento, uso e conservação florestal. Fonte: SERVIIÇO BRASILEIRO. Serviço Florestal e UnB firmam parceria para realização do Inventário Florestal Nacional. Disponível em:< Acesso em: 04 de julho de