INFORMATIVO. Setor Florestal. nº 207 MARÇO. Exportações de produtos florestais voltam a subir em março de 2019

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1 INFORMATIVO Setor Florestal Exportações de produtos florestais voltam a subir em março de 2019 nº 207 MARÇO 2019

2 INTRODUÇÃO Em março de 2019, quando comparado com o mês anterior, ocorreram pouquíssimas variações de preços de madeiras no Estado de São Paulo, e as que ocorreram foram pontuais, ou seja, para alguns produtos e em regiões distintas. Houve pequeno aumento no preço médio do estéreo em pé da árvore de eucalipto em Sorocaba, da tora em pé de pinus para processamento em serrarias em Itapeva e dos preços dos sarrafos e pranchas de pinus em Campinas. Os dois primeiros com altas de preços e os dois últimos com quedas de preços. Entre as pranchas de árvores nativas negociadas em São Paulo, apenas a de Cumaru elevou seus preços e apenas em Campinas. Nas demais regiões, houve constância nos preços das pranchas de essências nativas em março frente a suas cotações de fevereiro passado. No Pará, no mês de março de 2019, ocorreram algumas variações nos preços médios de pranchas e de toras de essências nativas, mas não necessariamente sincronizadas por espécies. A principal variação ocorreu no EXPEDIENTE ELABORAÇÃO Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA-ESALQ/USP) Economia Florestal SUPERVISÃO Prof. Dr. Carlos José Caetano Bacha PESQUISADOR COLABORADOR Arthur José Morales Escolano APOIO TÉCNICO Ana Louise Santos Barbosa Caio Henrique Amparo Rosateli Caroline Ganéo Paulino dos Santos Rafael Camarinha Franco de Menezes preço médio do metro cúbico da prancha de cumaru, que aumentou em 0,85%. No mercado de toras, a principal variação foi no preço médio do metro cúbico da tora de maçaranduba (apresentando queda de 10,31%). O preço médio lista em dólar da tonelada de celulose de fibra curta tipo seca no mercado doméstico em abril de 2019 apresentou queda de 2,79% em relação ao mês anterior, março do mesmo ano. No mesmo período, os preços em reais do papel offset em bobina apresentaram estabilidade. O valor total em dólar das exportações brasileiras de produtos florestais apresentou aumento de 5,76% no mês de março de 2019 em comparação a fevereiro do mesmo ano. Esse aumento foi, principalmente, devido ao crescimento de 11,03% no valor exportado de madeiras e painéis de madeira. O valor das exportações de papel e celulose apresentou crescimento de 3,97% no período acima mencionado. CEPEA. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida ou transmitida sob nenhuma forma ou qualquer meio, sem permissão expressa por escrito. Retransmissão por fax, ou outros meios, os quais resultem na criação de uma cópia adicional é ilegal. CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA Avenida Pádua Dias, Piracicaba-SP Fones: (19) / Fax: (19) floresta@usp.br 2

3 ESPÉCIE Guanandi Calophyllum brasiliense O Guanandi (Calophyllum brasiliense), também chamado de Jacareúba, possui madeira de lei resistente e de grande aceitação no mercado. Essa árvore é difícil de encontrar nos dias atuais, podendo atingir de 20 a 30 metros de altura e possui diâmetro à altura do peito de 40 a 60 cm. A árvore é encontrada desde a região amazônica até o norte de Santa Catarina, principalmente na mata atlântica. Ela tem se adaptado bem a terrenos onde outras espécies encontram dificuldade para crescer. O Guarandi floresce mesmo em terras pobres, pedregosas, rasas ou sujeitas à inundações. O Guanandi desenvolve-se bem em temperatura média anual de 18ºC (Minas Gerais) a 26ºC (Pará e Amazonas), suporta geadas, desde que em baixa frequência (máximo de duas por ano). Esta árvore possui madeira moderadamente pesada (0,62 g/cm³), fácil de trabalhar, de textura pouco compacta, a qual é usada na confecção de canoas, mastros de navios e vigas, na construção civil, em obras internas, assoalhos, marcenaria e carpintaria. Fonte: retirado de Instituto Brasileiro de Florestas. 3

4 MERCADO INTERNO - ESTADO DE SÃO PAULO Produtos Florestais As coletas de preços de madeiras in natura e semiprocessadas negociadas no Estado de São Paulo abrangem as regiões de Bauru, Campinas, Itapeva, Marília e Sorocaba. Em relação aos preços das madeiras in natura e semiprocessadas de eucalipto e pinus, no mês de março de 2019 (quando comparado com fevereiro do mesmo ano) houve pouquíssimas variações, que ocorreram em regiões distintas e para produtos diferentes. Elas se referem ao preço da árvore em pé de eucalipto em Sorocaba, da tora em pé de pinus na fazenda na Região de Itapeva e dos preços do sarrafo e da prancha de pinus em Campinas. Entre os preços das pranchas de essências nativas vendidas em São Paulo, apenas ocorreu o aumento do preço médio do metro cúbico da prancha de Camuru na região de Campinas. Observando o Gráfico 1, constata-se que em março de 2019 (quando comparado a fevereiro do mesmo ano) houve variação positiva no preço médio do stéreo da árvore de eucalipto em pé na fazenda de 4,17% na região de Sorocaba. Na região de Itapeva houve variação positiva no preço médio do stéreo da tora em pé de pinus para processamento em serraria, que aumentou em 6,08%. Entre os produtos florestais semiprocessados, como mostra o Gráfico 2, em março de 2019 houve variação do preço médio do metro cúbico do sarrafo de pinus, que diminuiu em 0,41%. Enquanto o preço médio do metro cúbico da prancha de pinus diminuiu em 0,68%, ambos na região de Campinas. Já para as madeiras nativas, em março de 2019, pode-se observar que ocorreu variação positiva no preço médio do metro cúbico da prancha de Cumaru na região de Campinas. Esse preço subiu em 6,85%, indo de R$ 3.650,00 em fevereiro para R$ 3.900,00 em março. Gráfico 1 - Preço médio do metro do stéreo da árvore em pé de eucalipto SOROCABA Reais por m³ 50, , , , ,5 jan/19 fev/19 mar/19 Gráfico 2 - Preço médio do metro cúbico do sarrafo de Pinus - CAMPINAS Reais por m³ jan/19 fev/19 mar/19 4

5 MERCADO INTERNO - ESTADO DO PARÁ Produtos Florestais No Estado do Pará, ao se comparar o mês de março de 2019 com fevereiro do mesmo ano, pode-se observar que houve algumas variações tanto nos preços do metro cúbico das toras quanto nos preços das pranchas, mas que não são sincronizadas entre os produtos, a não ser no caso das pranchas e toras de cumaru. Ocorreram variações nos preços médios das pranchas de angelim pedra e de cumaru, sendo que o primeiro aumentou em 0,57% (Gráfico 3), e a prancha de cumaru teve um aumento de 0,85% em seu preço médio. Como mostra o Gráfico 3, o preço médio do metro cúbico da prancha de angelim pedra passou de R$1.100,00 em fevereiro de 2019 para R$ 1.106,25 em março deste ano; o preço médio do metro cúbico da prancha de cumaru subiu de R$ 1.462,50 para R$ 1.475,00, respectivamente, de fevereiro a março do corrente ano. Além disso, houve diminuição significativa no preço médio do metro cúbico da tora de maçaranduba e também aumentou o preço médio da tora de cumaru (Gráfico 4). O preço médio do metro cúbico da tora de maçaranduba foi de R$ 485,00 em fevereiro de 2019 para R$ 435,00 em março de 2019, deste modo houve uma queda de 10,31%. Segundo o Gráfico 4, o preço médio do metro cúbico da tora de cumaru subiu de R$ 415,00 em fevereiro para R$ 420,00 em março, assim, pode-se observar um aumento de 1,20%. Gráfico 3 - Preço médio do metro cúbico da prancha de Argelim Pedra na região de PARAGOMINAS jan/19 fev/19 mar/19 Gráfico 4 - Preço médio do metro cúbico da tora de Cumaru da região de PARAGOMINAS jan/19 fev/19 mar/19 5

6 MERCADO DOMÉSTICO Celulose e Papel No mês de abril 2019, o preço da tonelada de celulose de fibra curta tipo seca sofreu uma significativa queda em relação ao mês anterior. Na Tabela 1, pode-se perceber que o preço médio da tonelada de celulose de fibra curta em abril de 2019 foi de US$ 973,93, diferente de março, no qual o preço médio da tonelada foi de US$ 1001,84. Portanto houve queda de 2,79% do preço médio de abril em relação ao de março. O preço médio em reais da tonelada do papel offset em bobina não apresentou variação entre os meses de março e abril de 2019, permanecendo em R$ 3.083,58. TABELA 1 - PREÇOS MÉDIOS NO ATACADO DA TONELADA DE CELULOSE E PAPEL EM SÃO PAULO MARÇO E ABRIL DE 2019 MAR/19 ABR/19 MÊS CELULOSE DE FIBRA CURTA - SECA (PREÇO LISTA EM US$ POR TONELADA PAPEL OFFSET EM BOBINA (PREÇO COM DESCONTO EM R$ POR TONELADA mínimo 1000, ,21 médio 1001, ,58 máximo 1003, ,27 mínimo 972, ,21 médio 973, ,58 máximo 975, ,27. Nota: os preços acima incluem frete e impostos e são para pagamento a vista. Preço lista para a celulose e preço com desconto para os papéis. A = papel com gramatura igual ou superior a 70 g/m² - B = papel tipo A4. A B 6

7 MERCADO EXTERNO Produtos Florestais No mês de março de 2019, conforme a Tabela 2, as exportações brasileiras de produtos florestais (madeiras, papéis e celulose) totalizaram US$ 1.053,48 milhões. Em relação ao mês de fevereiro de 2019 (quando foram exportados US$ 996,12 milhões) ocorreu aumento de 5,76% nessas exportações. Esse aumento foi, principalmente, devido ao crescimento no valor exportado de madeiras e painéis de madeira. No mês de março de 2019 em relação ao mês anterior, esse valor apresentou crescimento de 11,03%. Foram exportados US$ 252,13 milhões em madeiras e painéis de madeira no mês de fevereiro de No mês de março de 2019, esse valor foi de US$ 279,95 milhões. O valor das exportações de celulose e papel apresentou crescimento de 3,97% no mês de março de 2019 em relação ao mês anterior. Foram exportados US$ 743,99 milhões desses produtos em fevereiro de 2019, enquanto essa quantia foi de US$ 773,53 milhões no mês subsequente. Tabela 2 Exportações brasileiras de produtos florestais manufaturados de dezembro de 2018 a fevereiro de 2019 ÍTEM PRODUTOS DEZ/18 JAN/19 FEV/19 VALOR DAS EXPORTAÇÕES (EM MILHÕES DE DÓLARES) PREÇO MÉDIO DO PRODUTO EMBARCADO (US$/T) QUANTIDADE EXPORTADA (EM MIL TONELADAS) Celulose e outras pastas 853, ,03 600,46 Papel 240,96 177,87 143,53 Madeiras compensadas ou contraplacadas 63,90 43,24 59,25 Madeiras laminadas 3,71 2,55 3,07 Madeiras serradas 68,58 61,67 60,32 Obras de marcenaria ou de carpintaria 31,51 17,51 25,05 Painéis de fibras de madeiras 28,13 28,28 23,59 Outras madeiras e manufaturas de madeiras 95,94 72,14 80,85 Celulose e outras pastas 547,58 589,75 561,87 Papel 1398,24 963,15 976,74 Madeiras compensadas ou contraplacadas 557,49 525,91 513,25 Madeiras laminadas 407,87 498,55 417,80 Madeiras serradas 484,72 476,86 466,56 Obras de marcenaria ou de carpintaria 1601, , ,15 Painéis de fibras de madeiras 304,34 320,52 311,43 Outras madeiras e manufaturas de madeiras 329,33 234,93 275,58 Celulose e outras pastas 1557, , ,67 Papel 172,33 184,68 146,95 Madeiras compensadas ou contraplacadas 114,62 82,22 115,45 Madeiras laminadas 9,09 5,12 7,34 Madeiras serradas 141,49 129,32 129,28 Obras de marcenaria ou de carpintaria 19,67 10,64 14,97 Painéis de fibras de madeiras 92,43 88,22 75,75 Outras madeiras e manufaturas de madeiras 291,32 307,06 293,40 Fonte: SECEX/MDIC - Balança Comercial Brasileira 7

8 NOTÍCIAS - DESEMPENHO DO Suzano prevê aumento de Importação de celulose pela China ASuzano, maior produtora mundial de celulose de eucalipto, avaliou o processo de desestocagem que acontece na China como motivador de aumento da importação por parte do país. Esse processo teve início no final do ano passado, e pode ser um motivador de aumento dos preços da matéria-prima nos próximos meses. O presidente-executivo da empresa, a qual é fruto da fusão ocorrida neste ano entre a Suzano Papel e Celulose e a Fibria, Walter Schalka, afirmou em teleconferências feitas com analistas e jornalistas que a organização vem mantendo contatos frequentes com clientes no país asiático e que estes Relataram demanda crescente em virtude do crescimento do mercado de tissue (papéis sanitários). Schalka afirmou que a política de consumo de estoques de papel na China no final do ano passado ocorreu graças a uma guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos contra o país asiático, que respondeu com medidas de redução de crédito para muitos setores, incluindo o de papel. Isso fez com que a cadeia na China fizesse um processo de desestocagem. Agora essa cadeia está desabastecida, não sabemos se pode haver um processo de reestocagem, mas eles vão ser obrigados a voltar com fluxo de compra porque a ponta está com estoques muito baixos, disse o executivo. O volume de celulose vai voltar a fluir. Estamos acompanhando semana a semana, acrescentou. Os resultados de março de 2019 já indicam aumento das exportações de celulose pelo Brasil em relação ao valor vendido em fevereiro passado. Nos dois primeiros meses do ano, a Suzano definiu preços de celulose de 780 dólares para a China, dólares para a América do Norte e dólares na Europa. Os valores para o mês de março não chegaram a ser divulgados. Fonte:retirado de Celulose Online. Suzano vê fim de desestocagem na China, fundamentos de mercado sustentam preços. Disponível em: < Acesso em: 27 de Março de

9 NOTÍCIAS - POLÍTICA Projeto Florestas do Futuro tem reconhecimento internacional Um grande desafio da educação florestal é transformar os estudantes em agentes de mudança no mundo em transformação, que precisam urgentemente de cada vez mais e melhores florestas gerenciadas. Essa é o principal objetivo do projeto Florestas do Futuro, que tem a participação dos alunos do curso de Engenharia Florestal da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). A iniciativa é do Grupo Florestal Monte Olimpo, que tem como orientador o professor Pedro Brancalion. O projeto Florestas do Futuro foi considerado uma das 10 práticas mais destacadas de inovação florestal do mundo, a partir da competição Task Force on Forest Education, organizada pela International Unionof Forest Research Organizations - IUFRO-IFSA. Segundo Brancalion, o treinamento da nova geração de silvicultores tem como principais condições as novas abordagens que têm os estudantes como agentes ativos de educação e ajudam a desenvolver competências como liderança, empatia e comunicação. O grupo foi criado em 1998 com a meta imediata de ensinar educação florestal a crianças de escolas públicas de Piracicaba, bem como o objetivo de maior capacitação de alunos de graduação da silvicultura da Universidade de São Paulo. É um tipo de trabalho voluntário que ajuda os alunos a acrescentar sua formação acadêmica com competências dificilmente aprendidas nas aulas formais. A atividade baseia-se na visita de um grupo de 20 a 40 crianças com idade entre 4 e 10 anos e oriundas de escolas públicas da região - ao campus para participar de diversas atividades educativas que têm como tema o valor das florestas para o bem-estar humano. Esta visita é orientada por um grupo de estudantes de graduação, que conceituam e fazem as atividades educacionais com base em uma abordagem de aprendizagem ativa, e abordam questões como poluição, descarte de resíduos, água, animais, dinâmica florestal, produtos florestais e a importância de plantações de árvores para a sociedade. Fonte: retirado de Portal do Agronegócio: Projetos florestais do futuro tem reconhecimento internacional< noticia/projeto-florestas-do-futuro-tem-reconhecimento-internacional >acesso em: 28 de março de