XX Encontro de Iniciação à Pesquisa
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- Maria do Loreto Maria de Begonha Silva
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1 XX Encontro de Iniciação à Pesquisa Universidade de Fortaleza 20 à 24 de Outubro de 2014 A piscicultura no açude Castanhão-CE com a utilização de ferramentas de geoprocessamento Raianne Ferreira Buson 1 (IC); Victor Bezerra Gomes da Silva 2* (IC); Andressa Guimarães Gomes 3 (ID); Laldiane de Souza Pinheiro 4 (PO) 1. Universidade de Fortaleza Aluna do Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária PRH Universidade de Fortaleza Aluno do Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária Bolsista PROBIC 3.Universidade de Fortaleza Aluna do Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária 4. Universidade de Fortaleza Docente do Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária vivtor12@hotmail.com Palavras-chave:Castanhão.Piscicultura.ArcGis. Resumo O presente trabalho aborda o tema piscicultura no açude Castanhão, localizado na cidade de Nova Jaguaribara CE. Foi realizada uma visita técnica para reconhecimento da área e coleta de dados para verificar se o espelho d água ocupado pela atividade de piscicultura está conforme as especificações da Agência Nacional de Águas (ANA). Para verificação do objetivo do trabalho foi utilizado softwares de geoprocessamento como o Google Earth e software ArcGis que auxiliaram na vetorização e produção dos mapas. A Agência Nacional de Água disponibilizou 1% ( m2) da área total ( m²) do açude para ocupação da atividade de piscicultura, atualmente essa área disponibilizada não foi totalmente ocupada, apenas ,52 m². Introdução O açude Castanhão situa-se no Estado do Ceará, abrangendo os municípios de Alto Santo, Jaguaribara, Jaguaretama e Jaguaribe (figura 1). A partir de 1910 começaram os estudos geológicos e topográficos para o início da construção (TAVARES, 2009). A obra foi iniciada em 1995, durante o governo de Tasso Jereissati, e concluída em 23 de dezembro de 2002, pelo governador Beni Veras (PSDB), numa parceria entre a Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará - SRH-CE e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS. Durante a construção do açude foi necessário remover a antiga sede do município de Jaguaribara, que ficou sob as águas e, em substituição à cidade submersa, foi construída a cidade de Nova Jaguaribara (CÂMARA; FROTA, 2014). De modo a assegurar a justa compensação a todos os atingidos, o Governo do Estado do Ceará criou condições para a participação da população nas oportunidades de negócios e progresso decorrentes do empreendimento, como exemplo, a piscicultura, que vem se desenvolvendo bastante, garantindo renda à população local (Figuras 2 e 3). ISSN
2 Figura 1: Mapa de Localização do Açude Castanhão-Ce. Fonte: Arquivo pessoal, A piscicultura é uma modalidade da aquicultura que consiste na criação de peixes em ambientes artificiais. É uma prática registrada desde a Roma Antiga e, depois de séculos, em função do crescimento demográfico e da demanda por alimentos, apresentou grande expansão na região indo-pacífica, principalmente na China (BASTOS, 2003). A criação de peixes pode significar uma excelente atividade de lazer e valor econômico agregado e ainda ser uma medida eficiente de preservação da natureza desde que o planejamento e as técnicas de manejo sejam adequados à realidade de cada região. O desenvolvimento da piscicultura no açude Castanhão vem se intensificando na última década e esse crescimento se deve principalmente pela grande quantidade de água superficial disponível, solos areno-argilosos e temperaturas elevadas que são condições básicas para o desenvolvimento da criação de peixes em ambientes artificiais (INVENTÁRIO AMBIENTAL DO AÇUDE CASTANHÃO, 2011). Na criação de peixes, o piscicultor deve ter conhecimento da qualidade, quantidade e a origem da água, devendo obedecer a normas e parâmetros de projetos, além da avaliação quanti-qualitativa da água utilizada para suprir as necessidades dos empreendimentos. A qualidade da água em tanques de piscicultura é resultado de influências externas como a qualidade da fonte da água, características do solo, clima, introdução de alimentos, etc., e de aspectos internos como a densidade de peixes, processos físicoquímicos e biológicos, além das características construtivas dos tanques (BASTOS, 2003). Para a implantação desta atividade se fez necessária a demarcação, criação e instalação do Parque Aqüícola do Castanhão. Este Parque tem uma área total de 325 hectares de espelho d água efetivamente utilizáveis, que servirá como base de operações. Esta área foi estabelecida de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA) que possibilita a utilização de apenas 1% do espelho d água dos reservatórios, sabendo que o açude possui área total de 325 km 2 (NASCIMENTO, 2014). ISSN
3 Figura 2: Tanques-rede no açude Castanhão. Figura 3: Gaiola de piscicultura no açude Castanhão. Fonte: Arquivo pessoal, Fonte: Arquivo pessoal, Este trabalho teve como objetivo analisar se a área cedida para a criação de peixes em tanquesredes está de acordo com a legislação vigente, a partir do mapeamento de tanques-redes pelo software ArcGis 10. Metodologia O artigo foi desenvolvido a partir de uma visita técnica da disciplina de Sistemas de Informações Aplicadas ao Meio Ambiente (SIG) nos dias 1 e 2 de maio de 2014, onde foi visitado o açude Castanhão, localizado em Nova Jaguaribara-CE. No local foram feitas análises visuais, a fim de realizar um reconhecimento da área, com registros fotográficos e consequentemente a identificação de problemas ambientais. Como complemento a metodologia aplicada neste artigo, foram realizadas pesquisas bibliográficas através de artigos científicos e livros que abordam sobre o açude Castanhão e a piscicultura no local, e utilizou-se o software ArcGis 10 (licença UNIFOR) para a produção de mapas que indica o local estudado e a localização das gaiolas de piscicultura que estão ali presentes. Foi utilizada imagem datada de junho de 2013, obtidas pelo Google Earth, e seu posterior georreferenciamento. Com a vetorização das gaiolas foi possível fazer a quantificação da área com ferramentas de cálculo do software. Resultados e Discussão No açude Castanhão encontram-se diversos tanques-redes de pisciculturas com grande quantidade de produção diária, que é a principal fonte de renda da população local. A área disponibilizada para a prática da piscicultura foi cedida à população através de um programa realizado pelo Governo do Estado, procurando compensar a população atingida pela construção do açude. Para a instalação das gaiolas de piscicultura, o Governo do Estado, juntamente com o Banco do Nordeste Brasileiro, ajudou a população através de empréstimos financeiros e cursos técnicos, visando o uso adequado do espelho d água, evitando a degradação da qualidade e quantidade da água. A cada família prejudicada pela construção do açude Castanhão, o governo cedeu um lote de aproximadamente 1250 m 2 para realizar a prática da piscicultura, localizados o mais próximo de suas residências, buscando evitar maiores gastos para os donos das gaiolas, que precisam se deslocar para alimentar os peixes e para a pesca final. Como mostra a Figura 4, com a vetorização foi possível ver a espacialização das gaiolas no reservatório e a quantificação da área ocupada pela atividade de piscicultura. ISSN
4 Figura 4: Espacialização das Gaiolas de Piscicultura no Açude Castanhão-Ce, Fonte: Arquivo pessoal, Barragem A área cedida pela Agência Nacional de Águas para a implementação da piscicultura no açude Castanhão foi de m 2 de espelho d água, correspondente a 1% da área total do açude, porém, apenas ,52 m 2 foram utilizados até o momento, devido à falta de financiamento para construção dos tanques-rede e a manutenção dos gastos como ração, reparo e locomoção Conclusão A área ocupada pelas gaiolas, até o momento, está abaixo da área cedida pela Agência Nacional de Águas, mas, devido à grande demanda de peixes do local, a meta será atingir por completo os m 2 de espelho d água ou, até mesmo, licitar um aumento da área para a piscicultura, que vêm garantindo renda para toda a população. A prática da piscicultura vem crescendo bastante em todo o Brasil, porém ela não pode ser realizada de qualquer forma e sem autorização do órgão superior, que delimita a área voltada para essa prática. Se houver um aumento exacerbado do número de gaiolas da piscicultura, sem acompanhamento técnico, haverá uma necessidade de estudar os impactos que serão ocasionados na qualidade da água dos corpos receptores, principalmente pela estimativa de matéria orgânicas e nutrientes que são lançados diariamente no açude através da ração. Referências CÂMARA, H. A.; FROTA, F. H. S. A barragem do castanhão e sua importância sócio-econômica para Jaguaribara e o Estado do Ceará. Disponível em: < ISSN
5 D=261>. Acesso em: 23 maio Inventário Ambiental do Açude Castanhão, NASCIMENTO, S. C. O. Avaliação da sustentabilidade do projeto de piscicultura curupati-peixe no açude Castanhão, Jaguaribara-CE. Disponível em: < Acesso em: 24 maio TAVARES, C. A. Castanhão: esperança ou dívida social? Fortaleza: DNOCS, Agradecimentos Ao curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade de Fortaleza e a Prof. Laldiane Pinheiro por todos os ensinamentos adquiridos em sala de aula e em aulas de campo. ISSN
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