Subidas e mais subidas, mas temos de ser positivos e para uma grande subida uma grande descida.

Transcrição

1 Relato de Nuno Nobre Foi a minha primeira participação no Granfondo de São Mamede, chegados no sábado a Marvão fomos levantar o dorsal, zona magnífica do nosso País e de excelência para quem gosta de pedalar. Deu logo para perceber o que nos esperava com muitas subidas e falsos planos, mas também com previsão de tempo quente o que veio a acrescentar uma dificuldade extra à prova. Deixo aqui o gráfico da prova Subidas e mais subidas, mas temos de ser positivos e para uma grande subida uma grande descida. O relógio toca às 7h00 para o pequeno-almoço sabendo que a partida iria ser às 9h00, um ponto a rever pela organização pois em futuras provas e com previsão de tempo quente onde o Alentejo não perdoa a saída deveria ter sido antecipada para as 8h00. Estou com o Paulo Fonseca no mesmo quarto começamos todo o ritual para a preparação da prova, a adrenalina começa a subir e lá fomos em direcção à partida que ficava a uns 4km sempre a descer. A prova começou com atraso de meia hora, mas lá partimos, era necessário gerir bem o esforço nos primeiros 50km, porque o pior estava para vir e nesse sentido tentei encontrar um grupo com bom andamento sem partir o motor, vínhamos no mesmo grupo Eu, o Paulo Fonseca e o Nélson Costa, passados os primeiros km, surge a primeira grande subida para a Penha de Castelo de Vide, 2.7km com 6.9% média de inclinação, oportunidade para testar as sensações para o que faltava de prova e fazer uma subida controlada. Depois de feita, surge a primeira ZA, vamos lá hidratar o calor já se fazia sentir e venha de lá essa descida, o que serve para recuperar o corpo e a mente. Assim foi de subida em subida e de descida em descida até Portalegre onde encontramos temperaturas de 40º e uma calçada de paralelos que nos fez uma bela massagem a todas as partes do corpo! Já só faltava 30km, embora lá (pensei eu) mas as últimas subidas estavam lá e tinha que enfrenta-las: Ribeira de Nisa 4km a 5.6% interminável e a cereja no topo do bolo a subida para o Marvão (últimos 4km) mas com o anseio da meta ali tão perto, tudo se tornou mais fácil e chegado à meta, a sensação foi de um grande feito não só pela orografia da prova mas também pelo extremo calor que se fez sentir. Um agradecimento a organização que pelo menos no meu caso não se fez sentir a falta de água e que sem ela tudo se tornava mais difícil senão impossível.

2 No final deu um 117º à Geral e um 44º no Escalão, agora toca a recuperar que o Granfondo da Serra de Estrela é já dia 7 de Julho, mas acima de tudo sei que sai mais forte quer física como mentalmente desta prova e deixar um agradecimento a todos os amigos do pedal que fui encontrando pela camaradagem e simpatia demonstrada ao longo deste Fim de Semana.

3 Relato de Paulo Fonseca No dia 17/06/2018 a festa do ciclismo amador deslocou-se até ao Marvão, local onde compareceram aproximadamente cerca de Ciclistas para participar nas 3 distâncias que a organização colocou às escolhas dos atletas, 70, 100 ou 165 Km. As temperaturas subiram muito nos dias anteriores ao evento, ajustando-se ao expectável para um mês de Junho, no entanto foi um fator que acrescentou dificuldade ao já exigente traçado da prova uma vez que não houve um período de habituação, ainda não tínhamos tido a oportunidade de treinar com tão elevadas temperaturas. Sai da box 9 com 800 atletas pela frente, muitos deles que participavam nas distancias mais curtas e com andamentos mais moderados, pelo que a primeira dificuldade, foi a de tentar desenvencilhar-me daquela confusão progredindo o mais rápido que me foi possível e sem percalços (quedas). Os primeiros 40 km foram feitos a uma velocidade alucinante, consegui saltar de grupo em grupo avançando mas sem comprometer o desempenho no que ainda havia pela frente. Surgiu a subida à Ermida da Senhora da Penha, dura o suficiente para os grupos se desmontassem e se formassem pequenos grupetos. Passada esta subida percorremos uma parte plana numa cota de aprox 700 m de altitude seguida de uma ligeira descida que permitiu que houvesse reagrupamento, ainda antes das separações dos percursos. Após a separação, primeiro dos 70 km e depois dos 100 km, fiquei atento a quem seguia para a distância mais longa uma vez que iriamos ter muitos Km rolantes e em falso plano, em que um grupo bem organizado a render facilitaria bastante a progressão e permitiria alguma poupança de energia para as dificuldades de montanha que iriamos encontrar na parte final da prova. Assim sucedeu, ainda antes de Arronches formou-se um grupo de 7/8 atletas que funcionou na perfeição durante uns 40 km até à aproximação a Portalegre e ao regresso à montanha. Nesta fase da prova as temperaturas atingiam já o seu auge e a gestão dos líquidos adquiriu importância maior. Durante o período que segui no grupo fui sempre muito confortável, admito que poderia até forçar um pouco o andamento, nunca o fiz porque seguir sozinho nunca seria uma boa opção. Na subida para Portalegre rapidamente percebi que estava melhor que os demais elementos do grupo que se desmontou rapidamente já na companhia do Nélson Costa que entretanto tinha apanhado num abastecimento aos 135 Km de prova e seguimos juntos até Portalegre. Por esta altura o Nélson cedeu face a um ligeira indisposição e segui sozinho. As minhas sensações eram bastante boas e faltando 20 Km para a meta forcei o passo o que me permitiu ganhar mais uns tantos lugares, inclusive na difícil subida para o Marvão em que passei o atleta dos Aguias de Alpiarça que veio a classificar-se em 2º lugar no escalão Master 50.

4 Analisando a minha evolução em prova verifico que passei no 1º posto de controle no Lugar 118, no 2º no Lugar 104, 3º posto no lugar 65 e na meta terminei no lugar 60 de classificação Geral e 23º Marter B (no próximo ano já serei Marter C). Fiquei muito contente com o meu desempenho. Postos de Controlo PI 1 01:42: :15: PI 2 02:30: :24: PI 3 04:52: :58: Chegada 06:08: :14: Link para as classificações: ON_RANK=Geral&ctr_CONTROL_POINT=Chegada&ctr_FREE_TEXT= Dados do STRAVA: Distancia percorrida 163,80km de movimentação 5:59:37 h Ganho de elevação 2.926m Estimativa de potência media 194 w Consumo de calorias kj Velocidade media 27,3km Velocidade máxima 66,6km/h Frequência cardíaca media 156bpm

5 Frequência cardíaca máxima 177bpm Temperatura 35 decorrido 6:08:31 h Relato de António Moriés Dia 17 de junho, eu e o meu filho Luís fizemos o granfondo de São Mamede, que decorreu entre Marvão, Portalegre, Arronches, etc. Cheguei à conclusão que não tenho a mínima preparação nem bicicleta para fazer granfondos. O meu filho idem. O Luís começou a sentir cãibras aos km 90 e começou a fazer algumas subidas a pé ao km 100, eu acompanhei-o sempre (de bicicleta). Houve algumas desistências, a avaliar pelos atletas que não tencionavam continuar, que nós víamos nos pontos de abastecimento. Uma pessoa da organização disse-me que chegaram a estar 40 C. Nós tivemos um cuidado muito especial com a hidratação e com o consumo de géis. Mesmo assim, eu e ele já deitávamos géis pelas orelhas. Os abastecimentos funcionaram muito mal. Ainda assim, nunca nos faltou água, mas também nunca pudemos desperdiçar uma única gota. Fomos salvos na fase inicial por uma garrafa extra que eu levei, com água congelada, a qual ainda serviu para mim e para o Luís.

6 Nós os dois fomos os últimos e passámos a meta abraçados e a pedalar a subir ao mesmo tempo. Momentos únicos entre pai e filho! Lamento que não tenhamos representado o clube melhor, mas foi a representação possível da nossa parte. Ganhei muito respeito em relação aos granfondos e também ganhei muito respeito em relação às provas com calor intenso. MUITO RESPEITO. Passei a admirar mais os atletas que fazem estas provas e principalmente, se as fizerem em condições extremas.

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