Pró-Reitoria de Graduação Curso de Direito Trabalho de Conclusão de Curso. Pirataria marítima na Somália

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1 MATHEUS FERNANDES ESPÍNDOLA VIANA Pró-Reitoria de Graduação Curso de Direito Trabalho de Conclusão de Curso Pirataria marítima na Somália: causas, consequências e atuação dos organismos internacionais. Pirataria marítima na Somália Artigo apresentado ao curso de graduação em Direito da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Direito. Orientador: Prof.ª Esp. Mariane Chinelato Boente do Nascimento. Autor: Matheus Fernandes Espíndola Viana Orientador: Prof.ª Esp. Mariane Chinelato Brasília 2012 Brasília DF 2012

2 Dedico este trabalho à minha família, em especial ao meu pai e à minha mãe e também à minha namorada que foram pessoas que sempre estiveram comigo, mesmo nos momentos mais difíceis.

3 AGRADECIMENTO Agradeço primeiramente a Deus e também a todos que incentivaram, criticaram ou elogiaram, enfim, quero agradecer a todos que, de qualquer maneira, tenham contribuído para a realização desse trabalho. Reservo ainda um agradecimento especial a minha professora que me orientou com seus conselhos.

4 Caro companheiro, você pode ser pirata (...) Não há fiscalização e, mesmo que sejamos pegos, nada pode ser pior do que a mediocridade desta vida. Você precisa somente de três homens e um barquinho, e no próximo dia você está milionário. (Qawden, ex-militar da extinta Marinha somali).

5 SUMÁRIO CONSIDERAÇÕES INICIAIS O INÍCIO DA PIRATARIA A DEFINIÇÃO DE PIRATARIA DEFINIÇÃO DA CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DIREITO DO MAR (CNUDM) A DEFINIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO MARÍTIMA INTERNACIONAL DEFINIÇÃO SEGUNDO A AGÊNCIA MARÍTIMA INTERNACIONAL DEFINIÇÃO SEGUNDO A CONVENÇÃO PARA A SUPRESSÃO DE ATOS ILÍCITOS CONTRA A SEGURANÇA DA NAVEGAÇÃO MARÍTIMA A PIRATARIA MARÍTIMA NA COSTA DA SOMÁLIA SOMÁLIA, UM ESTADO FALIDO Aspectos históricos Principal economia Consequências internas A INDÚSTRIA DA PIRATARIA A ATUAÇÃO DOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS A ATUAÇÃO DA ONU A ATUAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO MARÍTIMA INTERNACIONAL (OMI) OPERAÇÃO ATLANTA UNIÃO EUROPEIA OPERAÇÃO OCEAN SHIELD OTAN EXPECTATIVAS NO COMBATE À PIRATARIA APLICAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 26

6 6 PIRATARIA MARÍTIMA NA SOMÁLIA: CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS E ATUAÇÃO DOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS. MATHEUS FERNANDES ESPÍNDOLA VIANA Resumo: O presente trabalho tem por finalidade abordar, como objeto principal de estudo, a pirataria marítima desenvolvida na costa da Somália, contribuindo para o conhecimento dos principais fatores responsáveis pela proliferação dessa atividade. Abordar-se-á ainda a situação política do Estado somali, atualmente considerado um Estado Falido por não conseguir prover as necessidades mais básicas de seus cidadãos. Nesse contexto, surge na Somália o fenômeno da indústria da pirataria, que, pelo retorno financeiro, movimenta a economia de cidades inteiras. A atuação dos organismos internacionais para solucionar o problema também é estudada, principalmente o posicionamento da ONU e outras agências internacionais que atuam no combate militar à pirataria. Por fim, dedica-se um capítulo para tratar dos esforços internacionais na luta contra a pirataria à luz dos princípios do Direito Internacional Público. Palavras-chave: Pirataria. Somália. Estado Falido. Direito Internacional Público. CONSIDERAÇÕES INICIAIS. Lenda dos mares, aventureiros, sedutores, e também um pouco desordeiros. Esses são os piratas que povoam nossa imaginação e que nos têm cativado pelos livros, cinema e televisão. Toda essa atmosfera de mito e glamour se deve principalmente às grandes produções cinematográficas que retratam a pirataria de forma romantizada. A realidade da pirataria marítima moderna, no entanto, é bastante diferente das fantasias aventureiras que norteiam o pensamento comum. Piratas são os bandidos do mar que, fortemente armados, atacam e sequestram os navios para cobrar um resgate. Originária do seio dos Estados desbravadores, a pirataria se desenvolveu, desligou-se do Estado e passou a ter fins privados. Atualmente, os noticiários internacionais destacam a atividade pirata que é desenvolvida na costa da Somália, na região que é conhecida como Golfo de Áden. A situação dos piratas da Somália ganha agrava-se quando se verifica que desde 1991, data da queda do ditador Siad Barré que arrastou consigo as estruturas do Estado, não foi estabelecido na Somália outro Governo central, o que deixa a população que vive naquele país completamente desamparada, sem acesso aos serviços mais básicos como educação, saúde e segurança, principalmente a segurança marinha, ou seja, aquela relativa às aguas que banham a costa da Somália e que fazem parte de seu mar territorial.

7 7 Nesse contexto de abandono é que surgem os primeiros piratas, que veem nessa atividade uma lucrativa forma de subsistência. No entanto, ao agirem dessa forma fomentam ainda mais a desorganização política e social de seu próprio país, sem contar os imensos prejuízos que causam para a economia de vários outros Estados. A comunidade internacional, por sua vez, se mostra preocupada com a situação mais pelo fato de uma das principais rotas marítimas para o comércio internacional estar prejudicada, do que pela grave instabilidade política enfrentada pela Somália. Assim, direciona seus esforços principalmente ao combate militar à pirataria e, apenas em segundo plano concretizam ações visando solucionar a gênese do problema. Dessa forma, o estudo se faz necessário para que se possa entender, à luz do Direito Internacional Público, as causas, consequências e atuação dos organismos internacionais, no que diz respeito a pirataria na costa da Somália. Para que possa alcançar esse objetivo, primeiramente se demonstrará a definição do crime de pirataria no Direito Internacional. Após, uma análise da atual situação política do Estado da Somália e, finalmente, se conhecerá as ações internacionais que, isoladas ou em conjunto, tentam combater essa prática criminosa milenar. 1. O INÍCIO DA PIRATARIA. Pode se entender por pirataria marítima a atividade consistente em atacar navios, com fins eminentemente privados e com o objetivo de capturar sua carga, o próprio navio ou ambos. Essa primeira e provisória definição nos permitirá estabelecer um ponto de partida para se explorar uma definição mais completa. A pirataria não é uma prática recente, ela sempre esteve presente no contexto internacional, desde o início da utilização dos mares como rotas comerciais existem os piratas. Os ataques piratas sempre geraram um verdadeiro pânico nos mares, pois, ao longo da história diversos navios foram saqueados resultando em grandes perdas humanas e econômicas. As cartas de corso, segundo Chenoweth marca o surgimento da pirataria. A instituição desses documentos teve início na Inglaterra durante o reinado de Eduardo III, no ano de Por essas cartas, determinados indivíduos ganhavam expressa autorização do monarca para atacar e saquear navios de Estados inimigos mediante o emprego da força. (2000, apud SILVA,R., 2010, p.7). Os corsários atuavam em nome do monarca e, em troca, parte do valor da carga saqueada lhes eram adjudicados, ou seja, devido à inexistência de uma marinha organizada, os corsários tinham o direito de fazer a guerra através da emissão das cartas de corso. O corsário que excedesse os poderes conferidos através do documento real poderia ser considerado um pirata. As cartas de corso foram abolidas em 1856 pela Declaração de Paris 1. (2000, apud SILVA,R., 2010, p.7). Assim, a partir do século XIX, houve um período de relativa calmaria nos oceanos, percebida por uma redução acentuada da quantidade de ataques piratas 1 Segundo Franscisco Resek, A declaração de Paris de 1856, negociada pelos vencedores da Guerra da Crimeia, dispõe sobre a guerra marítima, proibindo a prática do corso e protegendo navios mercantes neutros contra os efeitos das hostilidades.

8 8 por todo mundo. Essa calmaria se estendeu até o final da Guerra Fria devido ao intenso trabalho de patrulhamento dos mares durante esse período. Após o fim da Guerra Fria os ataques piratas voltaram a crescer, pois muitos países passaram a priorizar suas relações comerciais pela via marítima deixando em segundo plano as ações de defesa. (GUEDES, 2008, p.1) No entanto, nos últimos anos do século XX, começa a se destacar no contexto internacional uma nova área considerada zona de foco das ações piratas. Trata-se da região denominada Chifre Africano, costa litorânea do Estado da Somália e suas proximidades. 2. A DEFINIÇÃO DE PIRATARIA. De acordo com o entendimento de Mazzuoli, a pirataria marítima pode ser definida como a atividade que: [...] consiste no saque, depredação ou apresamento efetuados, em geral mediante violência, a outro navio ou embarcação, com fins eminentemente privados [...], esse criminoso internacional é destituído de nacionalidade, sendo considerado apátrida em sua atividade ilícita, ficando ele sujeito à polícia de todos os Estados, cabendo a qualquer navio de guerra, perseguílo, abordá-lo e prendê-lo, segundo as leis do Estado aprisionador. Aplica-se então o princípio da jurisdição universal, segundo a qual a pessoa acusada de crime pode ser julgada e punida por qualquer nação sob a alçada de cuja jurisdição se possa encontrar. (2010, p. 735). Deve-se destacar que a característica essencial da definição é a de que os atos devem ser praticados para fins pessoais. Daí resulta que a pirataria não pode ser levada a cabo por navios de guerra, ou outros navios ou aeronaves governamentais, exceto quando a tripulação se tenha amotinado e tomado o controle do navio ou aeronave (BROWLIE, 2007, p ) No cenário atual, diversas agências e organismos internacionais tentam definir pirataria, mas todas encontram algum tipo de obstáculo quanto à aplicabilidade de suas definições. O grande problema na definição de pirataria marítima reside no fato dela, por vezes, esbarrar nos interesses dos Estados mais desenvolvidos. O principal obstáculo é a inviolabilidade da soberania nacional sobre os crimes cometidos no mar territorial e nas águas interiores (soberania absoluta) e na Zona Econômica Exclusiva - ZEE (relativa). Uma definição ampla demais certamente não seria aceita por esses Estados, pois isso implicaria em permitir a entrada de navios estrangeiros em suas águas para a perseguição de piratas. 2.1 DEFINIÇÃO DA CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DIREITO DO MAR CNUDM. No ano de 1982, em Montego Bay, na Jamaica, foi assinada a Convenção das Nações Unidas para o Direito do Mar que definiu o delito de pirataria. O art. 101 da CNUDM dispõe que: Art. 101 Definição de pirataria Constituem pirataria quaisquer dos seguintes atos:

9 9 a) Todo ato ilícito de violência ou de detenção ou todo ato de depredação cometidos, para fins privados, pela tripulação ou pelos passageiros de um navio ou de uma aeronave privados, e dirigidos contra: i) Um navio ou uma aeronave em alto mar ou pessoas ou bens a bordo dos mesmos; ii) Um navio ou uma aeronave, pessoas ou bens em lugar não submetidos à jurisdição de algum Estado. b) Todo ato de participação voluntária na utilização de um navio ou de uma aeronave, quando aquele que o pratica tenha conhecimento de fatos que deem a esse navio ou a essa aeronave o caráter de navio ou aeronave privada; c) Toda a ação que tenha por fim incitar ou ajudar intencionalmente a cometer um dos atos enunciados nas alíneas a) ou b).(convenção DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DIREITO DO MAR, Montego Bay, 1982). (grifos nossos). Pode-se afirmar que a referida definição é largamente aceita pela comunidade internacional, uma vez que já estava presente ipsis litteris na Convenção de Genebra sobre Alto Mar do ano de 1958, que foi a que trouxe a primeira definição para o termo no ordenamento internacional. Desta definição se pode depreender que para se configurar o crime de pirataria é necessário à subsunção do fato a três critérios, quais sejam: objeto, lugar e finalidade. (SILVA R., 2010, p. 16) O primeiro critério seria o objeto que deve ser necessariamente um navio, aeronave, tripulação ou passageiros desses veículos. (SILVA R., 2010, p. 16). Destarte, a participação de pelo menos duas embarcações se mostra absolutamente necessário para que se configure, de fato, o ato ilícito de violência, retenção ou depredação. A pirataria praticada na costa da Somália se caracteriza pela retenção das embarcações com a finalidade de se obter um pagamento pelo resgate, não sendo comum o roubo da carga. O segundo critério é o lugar, ou seja, deve ocorrer em um lugar fora da jurisdição de qualquer Estado. Dentro das águas internas, portanto, não há que se falar em pirataria propriamente dita, mas sim em assalto a mão armada, que deve ser tipificado e punido de acordo com as leis internas de cada Estado. Ressalte-se que o único território que, de fato está sob a jurisdição do Estado é o mar territorial, ao longo de suas 12 milhas de extensão. Assim, delitos cometidos nessa faixa não são considerados ataques piratas. (CARVALHO; VENANCIO, 2011, p. 328). A zona contígua representa uma faixa de fiscalização para evitar infrações legais e preservar a segurança marítima (CNUDM, art. 33); e a zona econômica exclusiva (CNUDM, art. 57 e 58) que apenas confere o direito de exploração sobre os recursos extraídos na faixa de 200 milhas, portanto, não há que se falar em exercício de jurisdição plena e nem em extensão do território, mas sim em propriedade dos recursos extraídos. O último critério dessa definição é a finalidade privada. Para que um ataque a uma embarcação seja considerado um ataque pirata há que visar, necessariamente, uma vantagem patrimonial. Esse último elemento diferencia, por exemplo, a pirataria do terrorismo, pois, os ataques terroristas têm como característica distintiva a finalidade política, mesmo que eventualmente ocorra algum benefício privado decorrente da ação. (CARVALHO; VENANCIO, 2011, p. 328).

10 10 Os Tribunais dos Estados Unidos da América, país que não ratificou a Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar, e os Tribunais do Reino Unido, em oposição a esse terceiro elemento, assumiram a posição de que qualquer ato ilícito de violência cometidos no alto mar é pirataria, independente de haver roubo, pois esse não seria um elemento essencial. (SILVA R., 2010, p. 16). Os maiores celeumas, entretanto, residem no atendimento ao segundo critério, ou seja, o alto mar. Por vezes, mesmos os ataques piratas ocorrendo em alto mar, os piratas fogem para águas interiores criando entraves para a sua perseguição e punição, pois, teoricamente, somente se pode fazer valer o princípio da jurisdição universal em lugar fora da jurisdição de qualquer Estado. (CARVALHO; VENANCIO, 2011, p ) Porém, deve-se fazer uma ressalva importante, em virtude de decisão do Conselho de Segurança da ONU (resolução n que será tratada mais abaixo), há autorização expressa para a entrada no mar territorial somali para perseguição de piratas, o que relativiza o conceito de soberania da Somália enquanto Estado Nacional. Ressalte-se que a definição adotada pela CNUDM não é pacífica, de forma que outros órgãos internacionais adotam definições diferentes. 2.2 A DEFINIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO MARÍTIMA INTERNACIONAL. Tendo em vista os problemas acerca da definição de pirataria da CNUDM, a Organização Marítima Internacional OMI 2, criou, para suprir a ausência de definição para os atos praticados no mar territorial, a distinção entre pirataria - no alto mar - e roubo armado, no mar territorial. (SILVA R., 2010, p. 16). Em outras palavras, a OMI utiliza para efeitos práticos, uma definição mais abrangente da que é trazida pelo artigo 101 da CNUDM, incluindo o roubo armado, ataques no mar territorial e ZEE. Essa definição engloba, inclusive, as águas interiores do país como rios, lagos e lagoas 3. (SILVA R., 2010, p. 16). A OMI define o roubo armado como qualquer ato ilícito de violência ou com essa intenção, qualquer ato de depredação ou de ameaça, que não seja um ato de pirataria, dirigido contra um navio, ou contra pessoas ou bens a bordo dele, dentro da jurisdição do Estado sobre tais crimes. Importante ressaltar que não estão incluídos no âmbito de alcance do princípio da jurisdição universal os atos descritos 2 A Organização Marítima Internacional (OMI) é uma agência especializada das Nações Unidas, sediada em Londres, Reino Unido, cujo objetivo principal é desenvolver e manter um quadro regulamentar global para o transporte marítimo, incluindo a segurança, as preocupações ambientais, questões jurídicas, cooperação técnica, a segurança e a eficiência do tráfego marítimo. 3 Sobre o assunto, Brandão de Carvalho e Scabra Venancio comentam que No Brasil, comumente são veiculadas notícias de ataques às embarcações que transitam no rio Amazonas como pirataria. Houve um projeto de lei do senador Valdir Raupp para emendar o Código Penal brasileiro para tipificação do crime de pirataria, tendo os seguintes termos como justificativa que No Brasil, temos visto, notadamente, a pirataria nos rios paraenses, praticada por quadrilhas cada vez mais organizadas, que usam armamentos potentes (sic). É notória a incongruência entre o projeto de lei e o texto da Convenção das Nações Unidas para o Direito do Mar, da qual o Brasil é signatário e entrou em vigor no país com a promulgação do Decreto 1.530, de É preciso que o Poder Legislativo atue para manter a coerência entre a legislação no plano interno e as normas a que o país está sujeito no plano internacional, mas que nesse caso, a proposta de modificação do Código Penal não foi adiante. Para verificar o Projeto de Lei do Senado 216/09: < Acesso em: 02 maio 2011.

11 11 pela OMI como roubo armado. Nos termos dessa definição, o objetivo da OMI é diferenciar esses crimes para que possam ser enquadrados nas estatísticas dos ataques relatados nas últimas décadas. 2.3 DEFINIÇÃO SEGUNDO A AGÊNCIA MARÍTIMA INTERNACIONAL. A Agência Marítima Internacional é uma parte da Câmara Internacional do Comércio destinada especificamente ao comércio marítimo. Tratando sobre pirataria, a referida agência adotou a seguinte definição: Um ato de embarcar ou a tentativa de embarcar em qualquer navio, com a intenção de cometer o roubo ou qualquer outro crime, ou com a intenção ou a capacidade de usar a força para a concretização desse ato. (CLARISSA; VENANCIO, 2011, p. 330). De acordo com essa definição, é possível a perseguição dos piratas inclusive no mar territorial, uma vez que o requisito do alto mar é suprimido. Essa supressão amplia sobremaneira a jurisdição internacional, gerando também uma violação à soberania do Estado no que diz respeito ao mar territorial, pois essa definição engloba qualquer ato de violência contra uma embarcação, esteja esta no mar, atracada ou ancorada, não havendo distinção entre as legislações internacional e a interna. Destaque-se, entretanto, que no próprio texto traz essa definição há a ressalva de que essa tem fins meramente estatísticos, não havendo pretensões por parte da AMI em universalizar sua aplicação. 2.4 DEFINIÇÃO SEGUNDO A CONVENÇÃO PARA A SUPRESSÃO DE ATOS ILÍCITOS CONTRA A SEGURANÇA DA NAVEGAÇÃO MARÍTIMA. Trata-se de outro documento da ONU. É conhecida como Convenção SUA, foi concluída em Roma, em e passou a vigorar no Brasil após a promulgação do Decreto n de (CLARISSA; VENANCIO, 2011, p. 330). Para Clarissa e Venancio, o principal objetivo da Convenção SUA é garantir que ações adequadas sejam tomadas contra atos ilícitos de violência contra navios, não se referindo expressamente à pirataria, mas a qualquer ato ilícito contra a navegação. A Convenção SUA obriga o pais signatário a tomar as medidas cabíveis quando estiver envolvido um navio de sua bandeira, um nacional seu ou estiver dentro de seu território. (2011, p. 330). A convenção pode ser aplicada para a repressão à pirataria porque os piratas da Somália agem, em geral, sequestrando as embarcações e exigindo um posterior resgate, então, sendo o sequestro um dos delitos passíveis de repressão pela referida convenção, cabível é sua aplicação. (SILVA R., 2010, p ). Nesta esteira, o art. 3º da Convenção SUA dispõe: Art. 3º Convenção SUA: 1. Qualquer pessoa comete delito se, ilícita e intencionalmente: a) Sequestrar ou exercer controle sobre um navio, pela força ou ameaça de força ou por qualquer outra forma de intimidação; ou b) Praticar ato de violência contra pessoa a bordo de um navio, se esse ato for capaz de pôr em perigo a navegação segura desse navio; (CONVENÇÃO PARA O COMBATE AOS ATOS ILEGAIS CONTRA A SEGURANÇA DA NAVEGAÇÃO MARÍTIMA, Roma, 1988).

12 12 O problema da Convenção SUA são dois: finalidade e lugar. Embora se trate de um documento mais detalhado do que a CNUDM, a Convenção não trata do animus do agente, ou seja, de sua finalidade, de forma que atos politicamente motivados como o terrorismo acabariam sendo considerados como pirataria. Quanto ao lugar, os atos praticados fora do mar territorial continuarão a ser tratados como pirataria, e todos os problemas de competência para perseguir e julgar os piratas permanecem não resolvidos. (CLARISSA; VENANCIO, 2011, p. 330). Ressalte-se que a Somália não é signatária da Convenção SUA, não estando, por isso, vinculada a seus termos, pois [...] tratado não cria nem obrigações nem direitos para um terceiro estado sem o seu consentimento. (ACCIOLY, 2010, p. 100). De outro lado, mesmo que a Somália fosse signatária, sua condição de Estado Falido, a impossibilita de fiscalizar o mar territorial e reimprimir os atos de pirataria, pois não há uma autoridade que efetivamente governe o país a ponto de ter legitimidade para se vincular a um acordo internacional. 3. A PIRATARIA MARÍTIMA NA COSTA DA SOMÁLIA. Para Guedes, a Somália faz parte de uma das mais importantes rotas marítimas mundiais. Isso porque sua costa norte é banhada pelo Golfo de Áden, que é conhecido como rota marítima vital para o transporte de petróleo. No entanto, é considerada atualmente a região mais perigosa para o comércio marítimo internacional. Isso se deve a crescente atividade pirata que se observa nesta região que está localizada ao noroeste da África e é conhecida como Chifre Africano. (2008, p. 03). Vários fatores contribuem para essa realidade, em especial a falência do Estado somali, o descaso internacional com essa nação, a ausência de uma fiscalização efetiva nas águas do Chifre Africano e, principalmente, os lucros que os piratas obtêm por meio dessas operações. 3.1 SOMÁLIA, UM ESTADO FALIDO. A situação política da Somália é hoje considerada como a de um Estado Falido, ou seja, não possui um governo centralizado que exerça a autoridade, controle os meios de coerção e garanta a segurança interna. Para o cientista político Fukuyama Estados Falidos representam ameaça em potencial para a comunidade internacional. A existência de Estados que não conseguem se impor de forma adequada perante seu território desencadeia problemas não apenas para o ambiente doméstico em questão, mas também em nível internacional. (2005, p. 09). A fraqueza do Estado, segundo Rotberg, está relacionada com os níveis de efetividade de entrega dos bens políticos mais cruciais, dentre os quais a garantia da segurança, especialmente a segurança humana; o estabelecimento de regras; a garantia dos contratos; a existência de um sistema judicial; a garantia da livre participação política; a tolerância às diferenças; o respeito aos direitos civis e humanos; o direito a educação, saúde e infraestrutura. (2000 apud SILVA A., 2010, p. 49). A Somália, portanto, constitui típico exemplo de Estado Falido, pois não apresenta condições capazes de garantir serviços básicos de saúde, higiene,

13 13 educação e paz. Os órgãos do governo não funcionam mais, não há aparato judiciário nem exército. Dessa forma, inúmeros problemas surgiram no território somali, dentre os quais possui destaque a pirataria Aspectos históricos. Essa condição de Estado Falido que a Somália carrega teve início após o colapso estatal pelo qual este país passou quando da queda do ditador Muhammad Siad Barré em Como consequência, as instituições públicas cessaram suas funções e as Forças Armadas foram dissolvidas, dando origem a pequenos grupos armados que se organizaram de acordo com seus clãs. Em razão do caos reinante, os clãs que dominavam a região localizada a noroeste (Somalilândia) e nordeste (Puntland) tiveram a oportunidade de realizar um movimento separatista e hoje possuem administração própria, sendo consideradas Repúblicas de Independência não-reconhecidas (SILVA R., 2010, p. 9 10). Essa divisão dentro do país deu origem a vários conflitos armados entre os clãs, que disputavam entre si o Governo Central. Por não haver acordo sobre uma sucessão legítima de poder, a situação que se encontra a Somália é de um vazio governamental. (GIOPPO, 2010, p. 155). Em virtude da anarquia governamental, problemas como saúde e fome começam a se tornar ainda mais grave, conforme nos relata o estudioso em pirataria Peter Lehr: Nos dois anos seguintes à derrubada de Siad Barré do poder por forças populares, a fome se alastrou pelo país, devido à ausência de governo e à consequente falta de um aparato estatal capaz de suprir as necessidades básicas dos cidadãos. Cerca de 300 mil somalis morreram de fome. (2000, apud GIOPPO, 2010, p. 159) No Centro e no Sul, ex-chefes militares assumiram e impuseram suas autoridades. Assim, as Instituições Estatais que tinham por fim garantir a aplicação da lei e da ordem desapareceram. Milícias foram criadas para proteger os interesses desses chefes e também para dar segurança às suas circunscrições. (SILVA R., 2010, p. 10). Dessa forma, o Governo de Transição possui apenas um controle restrito sobre o país. Para além das fronteiras da capital Mogadíscio, região considerada estratégica, o Centro e o Sul da Somália ora estão sob domínio de grupos antigoverno, ora sob o controle de forças governamentais. (GIOPPO, 2010, p. 159). Uma das consequências da falência de um Estado é o esvaziamento da eficácia das leis, sendo assim, com a ausência de um governo interno forte que conseguisse controlar seu território, em especial as fronteiras marítimas, os regulamentos internacionais acerca da pesca predatória passaram a ser desrespeitados, sobretudo pelos navios pesqueiros europeus que adentravam no mar territorial da Somália para obterem um pescado de qualidade e em grandes quantidades, sem a preocupação de sofrem sanções como multa ou apreensão do pescado. (GIOPPO, 2010, p. 156).

14 Principal economia. O setor pesqueiro da Somália não é desenvolvido a ponto de ser destinado a exportações, sendo direcionado majoritariamente ao consumo interno. Num ambiente de estabilidade política essa atividade pode ser lucrativa, porém no contexto atual é impraticável. Para Zago e Minillo a pesca predatória praticada pelos navios estrangeiros por vezes é acompanhada de atos de violência contra os pescadores somalis. Os pequenos barcos africanos são atacados e suas redes cortadas pelos navios europeus que agem com o intuito de intimidar e afastar a concorrência da região. (2010, p. 1). A pesca estrangeira em águas somalis é realmente prejudicial aos pescadores locais, pois além da violência contra suas redes e embarcações, a pesca internacional é realizada sem a observância dos padrões estipulados pela Organização Internacional do Trabalho OIT e da Organização Marítima Internacional, o que reduz significativamente o sucesso dos pescadores somalis. (SILVA R., 2011, p. 11). Há ainda, o problema da poluição marinha, pois os navios estrangeiros, se aproveitando da falta de fiscalização, limpam de seus tanques resíduos químicos provocando a contaminação das águas e, consequentemente, de recursos naturais essenciais para as populações litorâneas. (SILVA R., 2011, p. 11). Não obstante, conforme nos relata Gioppo, desde a década de 1990, época da queda do governo somali, a Europa vende seus lixos atômicos à Somália, sem considerar as consequências para a saúde da população somali. O preço pago por tonelada despejada é de irrisórios US$ 2,50, enquanto seriam pagos US$ 250 por tonelada caso os dejetos fossem vendidos a um país europeu. (2010, p. 157) Consequências internas. Como consequência dessa soma de fatores falência estatal, pesca ilegal e poluição marinha veio a resposta da população que, em virtude das debilidades do Estado em proporcionar a defesa do território e a fiscalização da zona costeira contra a pesca predatória, decidiu por ela mesma resguardar suas águas e garantir seu sustento por meio da pesca. Esses heróis nacionais foram os primeiros piratas somalis. (ZAGO; MINILLO, 2010, p. 02). Após os primeiros ataques a navios de pesca estrangeiros, os piratas somalis começaram a perceber que o sequestro de navios e cobrança de resgates era um negócio por demais lucrativo onde se conseguia o sustento próprio e da família. Assim, o que a princípio era apenas um mecanismo de defesa nacional contra os pescadores estrangeiros se tornou a principal atividade econômica desenvolvida na Somália, dando início ao surgimento da indústria da pirataria. (ZAGO; MINILLO, 2010, p. 03).

15 A INDÚSTRIA DA PIRATARIA. A pirataria somali é resultado de um processo longo e complexo, durante o qual o Estado deteriorou-se. As instituições de segurança pública também se deterioraram, assim sendo, não há na Somália policiamento interno ou defesa apropriada dos bens nacionais, o que faz com que a população se veja livre tanto para cometer crimes e permanecer impune quanto para formar suas próprias milícias e resguardar, autonomamente, os bens públicos do país. (SILVA R., 2010, p.12). Os navios estrangeiros que invadem ilegalmente a costa da Somália aproveitam-se da situação de ausência governamental para efetuar a limpeza de seus tanques, lançando lixos tóxicos ou radioativos nas suas águas jurisdicionais, destruindo pela poluição o leito marinho e as espécies naturais. Desse modo, como uma maneira de compensar os danos, e de preservar os já escassos recursos naturais de suas águas, os pescadores somalis passaram a capturar alguns desses barcos de pesca estrangeiros e a cobrar deles uma espécie de multa/taxa como forma de penalidade. Foi, portanto, dessa forma que surgiram os primeiros piratas da Somália. (SILVA R., 2010, p.12). Observa-se ainda que no início dos anos 1990, a pirataria era, de fato, dirigida a restabelecer a pesca regional, entretanto, o potencial de se obter lucros fazendose uso de sequestros e exigindo contrapartida financeira para libertação navios e tripulação acabou por atrair a atenção de ex-chefes militares e homens de negócio que perceberam que, se explorado em maior escala, a pirataria poderia conferir lucros vultuosos. Assim, o número de sequestros cresceu e eles deixaram de ser estritamente ligados aos pescadores. A fraqueza do Estado em defender seu litoral é a justificativa utilizada pelos piratas somalis para cometerem seus crimes na costa, pois alegam que fazem, na verdade, o patrulhamento das águas da Somália. (SILVA R., 2010, p.12). Dessa forma, entende-se que as debilidades do Estado e a falta de condições socioeconômicas são fatores que geram um ambiente favorável para o desenvolvimento da pirataria e facilitam o recrutamento de pessoal para essa atividade. No entanto, embora essas causas contribuam, o dinheiro é hoje, como foi no passado, a principal causa da pirataria. Sem a opção da pesca, devido à presença dos grandes navios pesqueiros internacionais, muitos dos pescadores somalis se voltaram para outras atividades, como o tráfico de armas e pirataria. Os piratas somalis são em sua maioria provenientes da cidade de Harardhere, na Somália central e de Puntland, onde os líderes destas atividades são imbuídos por uma aura de heroísmo nacional. (SILVA R., 2010, p.13). Declara Gioppo que, atribuindo à pesca a origem da pirataria somali, os homens envolvidos nos ataques a embarcações proclamam-se não como piratas, mas como guardas costeiros que defendem os interesses de seu país contra a pesca ilegal e despejo de lixo tóxico já que não há um governo funcional que impeça isto, assegurando que, agindo desse modo, conseguem afastar os navios pesqueiros ilegais da costa da Somália. Dessa forma, eles contam ainda com o apoio popular, pois quando retornam com a renda obtida por meio dos resgates, distribuem parte dos ganhos na comunidade, angariando assim seu apoio. (2010, p. 159). De acordo com Silva R., percebe-se que em Puntland a pirataria já se tornou a principal atividade econômica desenvolvida, contanto com grupos altamente

16 16 profissionalizados e organizados. Pode-se dizer que a pirataria não se trata apenas de uma atividade oportunista, mas sim de um oportunismo sistematicamente estruturado, sendo os ganhos obtidos reinvestidos em equipamentos modernos que conferem maior poder aos piratas. Conforme o mesmo autor, a cidade portuária de Eil merece destaque por ser o mais tradicional destino dos navios capturados. O município já possui inclusive empresas especializadas em serviços de alimentação de reféns. Nesse cenário, percebe-se também que as forças oficiais estão cada vez mais distantes de combater a economia paralela. (2010, p ). Para se dimensionar, de forma exata, a grandiosidade das atividades dos piratas somalis é válido observar que, segundo Carvalho e Venancio: [...] apenas no ano de 2008, sessenta navios foram sequestrados, resultando num total que já se acredita superar os trinta milhões de dólares em recompensas. Em 2011, estima-se que a pirataria causou prejuízos na ordem de 8 a 12 bilhões de dólares anuais, embora seja difícil precisar o total das perdas, pois muitos ataques sequer são reportados às autoridades, o que funciona como estratégia para evitar a elevação do preço do seguro. (2011, p. 326) Tratando de como essa indústria se desenvolveu e se aprimorou ao longo dos anos, esclarecem Zago e Minillo que: Os anos passaram-se e, ao final de 2008, o que se nota nas costas da Somália é uma verdadeira indústria da pirataria. Os piratas somalis já atuam na posse de armamento pesado e barcos velozes, além de possuírem sofisticados planos de ação. Inicialmente, grupos de dez homens interceptam embarcações maiores e, com a ajuda de cerca de 50 outros piratas que se aproximam em seguida, conseguem render a tripulação dos navios atacados. Depois disso, um grupo de mais 50 aguarda-os em terra para a recepção do grupo. A Lucratividade das incursões piratas advém das altas recompensas recebidas e dos barcos retidos; a média é de US$ 2 milhões por embarcação sequestrada. Pela necessidade de se obter o dinheiro dos resgates, os piratas, em geral, não praticam qualquer tipo de violência com relação aos aprisionados. (2010, p.3) Percebe-se, portanto, que a atividade desenvolve-se basicamente pelo pedido de pagamento de resgate das embarcações ou da tripulação, o que tem assegurado baixos índices de violência contra as vítimas e contra os meios materiais, pois os piratas são sabedores que em caso de agressão dificilmente conseguirão o pagamento do resgate. Interessante notar que essa indústria da pirataria que se estabeleceu na Somália e que conta inclusive com empresas especializadas em fornecer comida para os saqueadores alimentarem os reféns gera uma situação contraditória, pois, ao mesmo tempo em que essa atividade pirata organizada gera oportunidades num país onde o trabalho é escasso, contribui também para ao enfraquecimento das tentativas de reorganização política da Somália. Não bastasse todo esse aparato técnico dentro da Somália, existe ainda, segundo Gioppo, uma rede de interessados a nível internacional que desejam fortemente que a região do Golfo de Áden se torne cada vez mais ameaçadora para o comércio marítimo. Esses interessados, segundo a autora, são as grandes empresas de seguro que estão se aproveitando do pânico gerado para ganhar fortunas e os produtores de petróleo das regiões não afetadas pela pirataria. (2010, p. 160).

17 17 Em outras palavras, o aumento exponencial do valor cobrado pelos piratas a título de resgate pela liberação das embarcações sequestradas repercute diretamente no preço dos prêmios, especialmente nas áreas consideradas de alto risco, o que torna maior os custos para o transporte e, consequentemente, o preço das mercadorias 4. Devido o crescimento da atividade pirata no Golfo de Áden, o transporte de petróleo e gás se tornou extremamente perigoso. Além do aumento exagerado do preço do seguro nesse trecho marítimo, o risco de morte da tripulação e de desastres ambientais tem afastado o interesse pelo petróleo advindo dos países que fazem uso dessa rota para escoar a produção. (GIOPPO, 2010, p. 160). Para ilustrar essa situação temos a notícia veiculada no jornal eletrônico JB online. Na reportagem é relatado que a Nigéria, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo OPEP, teve cerca de um quinto da sua produção de petróleo e gás reduzida. Considerando que não houve redução no consumo de petróleo e gás no mundo, conclui-se que outros grandes produtores têm sido beneficiados diretamente pela insegurança na região do Chifre Africano. (A AÇÃO..., 2009, p. 1) A grande preocupação da comunidade internacional é o combate dessa atividade, visto que a principal rota marítima comercial do mundo está comprometida. Ocorre que a ausência de tipificação específica tem dificultado a caracterização desta prática criminosa criando entraves para a sua repressão. 4. A ATUAÇÃO DOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS. A pirataria marítima é um delito que existe há séculos e que ainda hoje é capaz de causar enormes prejuízos ao comércio internacional, dessa forma, juntamente com os Estados, diversas organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas, a Organização do Tratado do Atlântico Norte Otan, a Organização Marítima Internacional e a União Europeia, por meio da Operação Atlanta, estão atuando para recuperar a segurança do Golfo de Áden. Essas medidas multilaterais de segurança tomadas para combate à pirataria representam uma quebra de paradigma, pois se observa a ação de diversos Estados e Organizações Internacionais num movimento de combate a um problema de segurança sem a exclusiva liderança hegemônica dos Estados Unidos. (SILVA R., 2010, p. 28). 4.1 A ATUAÇÃO DA ONU. 4 Reportagem publicada na BBC Brasil em abril de 2009 bem descreve a situação: Além dos prejuízos diretos para os envolvidos na indústria da navegação, o principal resultado é o encarecimento do frete, com consequente aumento do preço das mercadorias transportadas. As empresas de transporte de carga passam adiante os custos de segurança, seguro, recompensas e combustível extra. Por fim, esse aumento chega ao consumidor comum. Estima-se que em 2008 a pirataria tenha custado entre US$ 60 milhões e US$ 70 milhões Disponível em: < Acesso em: 10 jun, 2012, p. 2.

18 18 A ONU foi criada após a Segunda Grande Guerra, no ano de 1945 e tem como objetivo manter a paz e a segurança internacional. Assim, desde sua criação, a ONU vem participando da maioria das crises e conflitos internacionais, sempre em cooperação com os Estados-membros para uma solução pacífica das controvérsias. Dentro da Somália, a ONU foi fundamental para a formação do Governo Federal de Transição GFT em 2004 e que está no poder até hoje, entretanto, apesar de ser apoiado pela ONU e pela comunidade internacional o GFT não consegue impor sua autoridade e reorganizar o país. (GIOPPO, 2010, p. 165). Em janeiro de 1992, logo após a deposição do ditador Siad Barré, quando a Somália se encontrava num enorme caos que eclodiu em uma grande guerra civil, o conselho de segurança da ONU, preocupado com a situação, editou pela primeira vez uma resolução acerca do tema. A resolução 733 prevê que: [...] todos os Estados, com o objetivo de estabelecer a paz e a estabilidade na Somália, apliquem imediatamente um embargo geral e completo de todos os fornecimentos de armas e equipamentos militares à Somália até que o conselho decida o contrário. (1992, apud GIOPPO, 2010, p. 166). Ressalta Gioopo que nas resoluções seguintes, o Conselho de Segurança das Nações Unidas manteve o embargo que persiste até hoje e, por perceber que muitos países estavam quebrando o acordo, resolveu estabelecer punições não só aos piratas, mas a qualquer pessoa ou entidade que de alguma forma contribuísse para essa atividade. (2010, p. 166). No entanto, somente a partir de 2007 é que o Conselho de Segurança passou a demonstrar maior preocupação com a situação da Somália. As Resoluções (2007) e (2008) têm como objetivo encorajar os Estados-membros, com navios ou aeronaves militares na região, a proteger os navios que transportem ajuda humanitária para a Somália. (SILVA A., 2010, p. 53). Em junho de 2008 o Conselho de Segurança da ONU edita mais uma resolução, desta vez específica para enfrentar o problema da pirataria. A Resolução (2008), reconhecendo a incapacidade do Governo Federal Transitório da Somália em impedir essas práticas criminosas, permite que as forças navais dos Estados-Membros entrem nas suas águas territoriais e usem todos os meios necessários para reprimir os atos de pirataria e o roubo armado, de maneira consistente e relevante com o que determina o Direito Internacional. (SILVA A., 2010, p. 53). Silva A., destaca ainda que as resoluções posteriores do Conselho de Segurança, 1.838, 1.844, e 1851, todas de 2008, mostram como o conselho vai reagindo às novas táticas empregadas pelos piratas, relacionando-a com o problema da segurança e estabilidade da Somália. (2010, p. 54). No entanto, apesar dos esforços iniciados com a Resolução (2008) para o combate aos piratas, a situação na costa somali foi progressivamente piorando, ao ponto de 90% dos piratas capturados pelas forças navais terem sidos libertados porque as jurisdições não estavam preparadas para processá-los. (SILVA R., 2010, p. 35). A ONU tem agido para tentar solucionar o problema e lidar com as lacunas da definição. A resolução (2011) do Conselho de Segurança, por exemplo, convoca os Estados a criarem Cortes especializadas para julgar e condenar os piratas, da criminalização no direito interno da pirataria, além de chamarem atenção para a necessidade de ações destinadas a proibir a pesca predatória na costa

19 19 somali, bem como o lançamento de dejetos tóxicos no mar. (CARVALHO; VENANCIO, 2011, p ). O foco da ONU hoje é combater os piratas de dentro para fora dos limites estatais, pois se sabe que a maior parte da indústria da pirataria está em terra firme. Nesse sentido, ocorre na Somália a operação direta da ONU por meio das missões Unosom I e II (United Nations Organizations I and II), onde o grande objetivo é restabelecer o poder político e os sistemas jurídico e penal, possibilitando assim a reestruturação de um governo soberano no país. (GIOPPO, 2010, p. 167). Com a organização interna do país, possivelmente haverá sucesso nas operações que visam a combater o sustentáculo da pirataria, e assim será mais fácil de refrear a prática desses crimes. 4.2 A ATUAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO MARÍTIMA INTERNACIONAL OMI. Observa-se também a atuação da Organização Marítima Internacional que desenvolve, por meio de grupos especializados, estratégias de combate à pirataria, de negociação para libertação de reféns e de pagamento de resgates. (GIOPPO, 2010, p 168). Segundo Gioppo, a OMI exerce uma função de alertar os governos dos perigos a que estão sujeitas algumas rotas marítimas internacionais, desenvolvendo recomendações para os navios comerciais se prevenirem dos ataques piratas, como por exemplo, não navegarem com um número reduzido de pessoas a bordo, pois isso favorece os ataques. (2010, p. 168). Por meio da Circular n , publicada em junho de 2009, a Organização propõe algumas medidas, como: usar iluminação e equipamentos de fiscalização, controlar o acesso ao navio e às suas áreas restritas por passageiros e pela própria tripulação, monitorar os instrumentos de segurança da embarcação, capacitar a tripulação para manipular os meios de segurança e agir em caso de ataque pirata. (GIOPPO, 2010, p. 169). Existe ainda um centro de informações da OMI em Kuala Lumpur, na Malásia, onde se trabalha com o registro de denúncias de ataques piratas e com a distribuição de informações contra a ameaça de pirataria para os navios comerciais. (SILVA R., 2010, p. 28). Além da OMI, outras organizações internacionais como a Câmara de Comércio Marítimo Internacional (International Chamber of Shipping ICS) e o Escritório Marítimo Internacional (International Maritime Bureau IMB), também já manifestaram preocupação com o aumento dos casos de pirataria, sendo consenso que para dar continuidade às suas ações seria imprescindível o emprego de escolta militar. 4.3 OPERAÇÃO ATLANTA UNIÃO EUROPEIA. A Operação ATLANTA é um acordo firmado em dezembro de 2008 entre os Estados-membros da União Europeia, sendo a primeira operação naval na Política Europeia de Segurança e Defesa. Os objetivos das forças que participam da operação são dois, (1) assegurar que as remessas de alimentos provenientes do Programa de Ajuda Humanitária entrem na Somália e (2) fiscalizar e combater os atos de pirataria na região. (GIOPPO, 2010, p. 163; SILVA R., 2010, p ).

20 20 De acordo com Silva R., a operação ATLANTA é formada por vinte navios e mais de militares. Participam dessa operação a Grécia, França, Espanha, Alemanha e Itália, suas forças ficam estrategicamente posicionadas para impedir ataques de piratas e também para prestar rápido apoio no caso de navios mercantes atacados por piratas. (2010, p. 30). Os navios dos países europeus que participam da operação mudaram suas bandeiras para a da União Europeia e estão autorizados a aplicar as medidas necessárias, incluindo o uso da força para deter, prevenir e intervir para combater atos de pirataria e assaltos à mão armada que possam ser cometidos nas áreas onde eles estão presentes. 4.4 OPERAÇÃO OCEAN SHIELD OTAN. Em 2009, a Organização do Tratado do Atlântico Norte OTAN estabeleceu que as forças navais em trânsito para o sudeste asiático realizassem operações antipirataria na região. (GUEDES, 2010, p. 134). Conforme explica Guedes, a operação Ocean Shield foi a terceira operação da OTAN concentrada nas atividades contra a pirataria. Esta operação está prevista para se estender até o final de A OTAN tem se mantido empenhada na dissuasão das atividades de pirataria, na proteção da navegação mercante contra esse tipo de atos ilícitos e, ainda, na escolta de navios mercantes do Programa Alimentar Mundial. (2010, p. 134). Inicialmente, o diferencial dessa operação em relação às demais foi a introdução de um novo elemento à sua missão: o oferecimento aos Estados regionais que solicitassem assistência no desenvolvimento de sua própria capacidade de combater as atividades de pirataria. No entanto, conforme relata Silva, R., apesar da boa intenção, nenhuma ajuda para capacitação de defesa marítima de qualquer país foi concretizada. (2010, p. 31). 4.5 EXPECTATIVAS NO COMBATE À PIRATARIA. Apesar da crescente atuação dos organismos internacionais a fim de combater a atividade ilícita, foi publicado, em novembro de 2008, trechos da entrevista com Noel Choong, Diretor do Centro de Observação da Pirataria do Escritório Marítimo Internacional, que tem sede em Kuala Lumpur: A situação observada nas últimas semanas mostra um aumento anormal dos atos de violência e das capturas de navios, apesar do reforço da segurança na região. Na ausência de dissuasão, com riscos pequenos e a perspectiva de lucros elevados para os piratas, os ataques vão continuar. A situação já é incontrolável. Os Estados Unidos e a comunidade internacional devem fazer esta ameaça cessar. (2008, apud SILVA R., 2010, p. 31). Tendo em vista os fatores históricos já mencionados e a falência do Estado somali, percebe-se que a pirataria é resultado de problemas que ocorrem em terra, o que exige uma compreensão desse ambiente e de ações conjuntas mais próximas e coordenadas da comunidade internacional. Nesse sentido, apenas com a restauração do Estado de Direito na Somália se conseguirá combater a pirataria de forma efetiva.

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