O Programa de Monitorização Ecológica: metodologias, resultados e ensinamentos para o futuro. José Lino Costa
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1 O caso de estudo do Parque Pelamis na Aguçadoura uma perspectiva ambiental O Programa de Monitorização Ecológica: metodologias, resultados e ensinamentos para o futuro José Lino Costa P.R Almeida, B. Quintella, P. Chainho, N. Vieira, G. Silva, C. Azeda, J.P. Medeiros, V. Pinto, H.N. Cabral & M.J. Costa PENICHE DEZEMBRO 2011
2 Enquadramento: Localização: cerca 5 km da costa ao largo da Póvoa do Varzim (sub-estação na Aguçadoura) Equipamento: três máquinas Pelamis
3 Campo electromagnético Impactos negativos potenciais identificados no EIA: Ruído alterações no elenco faunístico Modificações do habitat Impactos positivos potenciais identificados no EIA: Abrigo para organismos pelágicos e demersais
4 Metodologia: 3 anos de estudo inicialmente previstos Objectivos do 1º ano (monitorização de referência): testar a adequabilidade da metodologia de amostragem caracterização da situação de referência Objectivos do 2º e 3º anos (monitorização de impactos): Detecção e mitigação dos impactos Grupos biológicos a monitorizar: invertebrados bentónicos peixes demersais e bentónicos mamíferos marinhos
5 Delineamento amostral: Áreas A, B e C com características semelhantes A B C Linha de costa Estações de impacto e de controlo Área de influência do projecto ou estrutura Estação de impacto Estação de controlo ou referência
6 Zonas de amostragem: 1 no Parque de Ondas 2 zonas de controlo
7 Invertebrados bentónicos:
8 Colheitas trimestrais Invertebrados e sedimentos Alterações na composição e estrutura
9 Peixes:
10 Amostragens bimestrais Peixes e medições de ruído Alterações na composição e estrutura
11 Invertebrados bentónicos e peixes: Amostragem complementada com mergulho Instalação de invertebrados nas estruturas Agregação de peixes pelágicos
12 Mamíferos marinhos:
13 Amostragens mensais dirigidas (Primavera e Verão) Plataformas de oportunidade (outras amostragens) Observações a bordo de embarcações Região sob influência do Parque de Ondas e fora dela Alterações na utilização do espaço e no comportamento
14 Alterações ao projecto: Monitorização iniciada em Novembro de 2007 Instalação temporária dos Pelamis (Julho a Novembro de 2008), teste de produção e transporte de energia bem sucedidos para a sub-estação em terra Problemas técnicos posteriores Projecto interrompido em anos de monitorização de referência
15 Verão Primavera Resultados: Invertebrados bentónicos: Densidade Nov-07 Out-08 ind/m Inverno Outono Abr-08 Ago-08 Fev-09 Jun-09 Ago-09 Jan organismos 278 taxa Nov-07 Abr-08 Ago-08 Out-08 Fev-09 Jun-09 Ago-09 Jan-10 Nº. taxa Nov-07 Abr-08 Ago-08 Out-08 Fev-09 Jun-09 Ago-09 Jan-10 Diversidade Nov-07 Abr-08 Ago-08 Out-08 Fev-09 Jun-09 Ago-09 Jan-10 Polychaeta Amphipoda Cumacea Tanaidacea Priapulida Echinodermata Bivalvia Gastropoda Comunidades ricas e diversificadas Comunidades bem conservadas
16 Stress: 0,09 Ano I Zona A Zona B Zona C Ano II Fev09 Abr08 Ago08 Nov07 Jan10 Jun09 Ago09 Out08 Inverno Primavera Verão Outono Estações de controlo adequadas Elevada variabilidade temporal
17 Peixes: Nome científico Interesse conservacionista Valor comercial Scyliorhinus canicula K Sardina pilchardus Conger conger CT Merluccius merluccius I Trisopterus luscus CT Ciliata mustela K Gaidropsarus vulgaris Zeus faber CT Trachurus trachurus Mullus surmuletus CT Boops boops CT Pagellus bogavareo CT Spondyliosoma cantharus CT Echiichthys vipera Scomber scombrus CT Nome científico Comunidades ricas Espécies com: interesse comercial elevado interesse conservacionista moderado organismos 35 taxa Interesse conservacionista Valor comercial Callionymus lyra Aspitrigla cuculus Aspitrigla obscura Eutrigla gunardus Chelidonichthys lucernus Psetta maxima CT Scophthalmus rhombus CT Arnoglossus imperialis Arnoglossus laterna Platichthys flesus CT Buglossidium luteum Dicologoglossa cuneata CT Microchirus azevia CT Microchirus boscanion Microchirus variegatus Solea lascaris CT Solea senegalensis CT Solea vulgaris CT Lophius piscatorius CT
18 a) Stress: 0,16 Fev09 Fev09 Abr09 Jan10 Dez08 Abr08 Fev09 Abr09 Jan10 Abr08 Out08 Jun09 Abr09 Jan08 Dez08 Jan08 Jan08 Jan10 Jun08 Abr08 Jun08 Jun09 Ago08 Ago09 Jun08 Ago08 Ago08 Nov07 Jun09 Nov07 Dez08 Ago09 Ago09 Out08 b) Stress: 0,16 Out08 Nov07 Zona A Zona B Zona C Ano I Ano II Inverno Primavera Verão Outono Estações de controlo adequadas Elevada variabilidade temporal
19 Embora com estatuto de conservação reduzido Mamíferos marinhos: 6% 25% 38% 31% des locação lenta des locação rápida alimentação interacções s ociais Zona relevante para mamíferos marinhos
20 Conclusões: A monitorização de referência do Parque de Ondas da Aguçadoura revelou que a área: exibia uma boa qualidade ecológica, com predominância de espécies sensíveis e elevada diversidade de invertebrados bentónicos; era importante para as pescas, com a maioria das espécies presentes a terem elevado valor comercial. era frequentemente visitada pelo golfinho-comum, que apesar de não ter um estatuto de conservação elevado pertence a grupo emblemático. Além disso, o boto, que é um cetáceo Vulnerável, também foi detectado no local, embora menos frequentemente.
21 Conclusões: Os resultados obtidos na fase de monitorização de referência indicaram ainda: que os engenhos de captura e a frequência de amostragem para as componentes de invertebrados e peixes eram adequados; a adequabilidade das zonas-controlo estabelecidas para ajudar a determinar hipotéticos impactos nas comunidades de invertebrados e peixes.
22 Na fase de monitorização de impactos deveriam ser averiguados com especial atenção os seguintes aspectos: variações na qualidade ecológica, determinadas através das comunidades de invertebrados bentónicos; modificações nas comunidades piscícolas, e especialmente na sua fracção com maior interesse piscatório; alterações na utilização espacial, frequência de ocorrência e comportamento do golfinho-comum e do boto; efeitos do ruído provocado pelo funcionamento dos Pelamis nas componentes piscícola e de mamíferos marinhos.
23 Para projectos futuros ficou claro que é: possível estabelecer boas estações-controlo para peixes e invertebrados; fundamental considerar a variabilidade temporal destas comunidades; necessário ter uma maior abrangência espacial para o estudo dos cetáceos; essencial iniciar precocemente a monitorização; preferível, sempre que possível, usar formas automáticas de recolha de informação.
24 Em projectos futuros deve-se analisar: a qualidade ecológica da água invertebrados bentónicos (directivas da Água e Estratégia Marinha); os impactos positivos e negativos resultantes da presença das estruturas, ruído e campos electromagnéticos nos peixes e nos mamíferos marinhos; o potencial destas estruturas para instalação e dispersão de espécies exóticas.
25 A máfia verde (azul):
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