DOCUMENTO DE TRABALHO
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1 Asamblea Parlamentaria Euro-Latinoamericana Euro-Latin American Parliamentary Assembly Assemblée Parlementaire Euro-Latino Américaine Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana Parlamentarische Versammlung Europa-Lateinamerika Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos, da Educação e da Cultura DOCUMENTO DE TRABALHO Luta contra a pobreza no quadro dos objetivos de desenvolvimento sustentável após 2015 Relatora: Jude Kirton-Darling DT\ doc AP v04-00 Unida na diversidade
2 A Campanha do Milénio das Nações Unidas e o primeiro Objetivo do Milénio: a erradicação da pobreza extrema e da fome Em setembro de 2000, os líderes mundiais reuniram-se na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, com vista a adotar a Declaração do Milénio das Nações Unidas. Neste documento, os países do mundo comprometeram-se a trabalhar em conjunto para reduzir a pobreza e alcançar objetivos num período de tempo concreto, tendo como prazo final o ano Estes objetivos são conhecidos como os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) e fazem parte da Campanha do Milénio das Nações Unidas, iniciada em Ao todo, existem oito Objetivos do Milénio: a erradicação da pobreza extrema e da fome; a materialização do ensino primário universal; a promoção da igualdade dos géneros e do empoderamento das mulheres; a redução da mortalidade infantil de crianças com menos de 5 anos; a melhoria da saúde materna; o combate contra o VIH/SIDA, a malária e outras doenças; a garantia da sustentabilidade ambiental; e a promoção de uma parceria mundial para o desenvolvimento. No que diz respeito ao primeiro objetivo, segundo a Relatora Especial das Nações Unidas sobre a pobreza extrema e os direitos do Homem, Magdalena Sepúlveda Carmona, a pobreza é um fenómeno que não inclui apenas o aspeto económico, mas também a falta de recursos básicos para uma vida digna. O Comité dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais das Nações Unidas declarou, em 2001, que a pobreza é uma privação contínua dos recursos necessários para poder usufruir de um nível de vida adequado. A pobreza extrema, de acordo com o Relatório Anual de 2008 do Conselho dos Direitos do Homem das Nações Unidas, constitui uma combinação de escassez de rendimentos, falta de desenvolvimento humano e exclusão social 1. De modo mais prosaico, o Banco Mundial considera que vivem em pobreza extrema as pessoas que subsistem com menos de 1,25 dólares por dia. A Relatora Especial Sepúlveda considera que a pobreza extrema pode ser evitada, já que é uma situação provocada pelos Estados e outros operadores económicos. Registou-se um progresso considerável relativamente ao primeiro objetivo. De facto, a quantidade de pessoas no mundo que vive em pobreza extrema foi reduzida para metade no ano anos antes do previsto. Nas regiões em desenvolvimento, a percentagem destas pessoas passou de 47% em 1990 para 22% em 2010, o equivalente a uma redução de 700 milhões em 20 anos. Contudo, apesar deste progresso, a desnutrição prevalece no planeta. Uma em cada oito pessoas do mundo não come o suficiente por dia. Igualmente, cerca de uma em cada seis crianças com menos de 5 anos tem peso inferior ao normal, uma de cada quatro apresenta atrasos de crescimento e 7% das crianças com menos de 5 anos em todo o mundo sofrem de excesso de peso. O primeiro dos ODM foi subdividido em três metas: reduzir para metade o número de pessoas no mundo que vivem em pobreza extrema; conseguir emprego pleno e produtivo e trabalho digno para todos, incluindo mulheres e jovens, e reduzir para metade, entre 1990 e 2015, a proporção de pessoas que passam fome. 1 AP v /8 DT\ doc
3 No que diz respeito à primeira meta, todas as regiões em desenvolvimento observaram uma melhoria nas taxas de redução da pobreza, sendo a China o país líder: neste território, a pobreza extrema viu-se reduzida de 60% em 1990 para 12% em No entanto, apesar do progresso, ainda vivem no mundo 120 milhões de pessoas em pobreza extrema. Relativamente à segunda meta, o abrandamento do crescimento económico afetou a sua realização, uma vez que a crise implica a perda de empregos, afetando principalmente os jovens. Além disso, a desigualdade entre os géneros ainda se mantém. Contudo, apesar da crise financeira, a quantidade de trabalhadores que vive em pobreza extrema diminuiu substancialmente. No que diz respeito ao terceiro objetivo, é muito provável que seja concretizado, já que a percentagem de pessoas desnutridas ou malnutridas diminuiu de 23,2% em 1990 para 14,9% em O primeiro Objetivo do Milénio e o esforço global da União Europeia A União Europeia é quem mais contribui financeiramente para o desenvolvimento no mundo, se tivermos em conta a contribuição individual dos Estados-Membros e a dos fundos geridos pela Comissão Europeia. Deste modo, a UE tem desempenhado um papel essencial rumo à realização dos ODM. Igualmente, e em relação ao primeiro objetivo, a UE comprometeu-se a que todas as suas políticas sejam coerentes com a erradicação mundial da pobreza. Com vista a alcançar os objetivos, em 2010 a Comissão Europeia estabeleceu um plano de ação de 12 pontos 1, que visa aumentar a ajuda que os Estados-Membros prestam, apoiando simultaneamente a procura de novas fontes de financiamento. A UE concentra-se, assim, nos países que precisam de mais apoio e tenta reforçar a integração regional e o comércio a fim de favorecer o crescimento e a criação de emprego. Dois anos depois, em 2012, a UE e os Estados-Membros adotaram um programa ambicioso para apressar a concretização dos ODM, dando prioridade aos países com mais necessidade e aos setores que promovem uma boa governação e desenvolvimento sustentável. Tais objetivos foram, deste modo, incluídos na Agenda para a Mudança apresentada pela Comissão. A UE planeou aumentar os seus esforços nos anos anteriores a 2015, prazo final para alcançar os ODM. No que diz respeito ao primeiro ODM, a UE desempenhou um papel notável. Ao mesmo tempo, a fim de combater a fome, sobretudo devido ao aumento significativo do preço dos alimentos em 2007 e 2008, a UE criou um fundo de facilidade alimentar de mil milhões de euros, através do qual, durante um período de três anos ( ), foi efetuado um investimento com vista a melhorar a produtividade agrícola nos 49 países mais 1 Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões: «Plano de ação da UE em doze pontos para apoiar os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio» [COM(2010)159 final, ]. DT\ doc 3/8 AP v04-00
4 afetados. Este instrumento beneficiou 59 milhões de pessoas, além de melhorar a resposta da UE perante futuras crises alimentares. Cooperação entre a União Europeia e a América Latina até à data relativamente ao primeiro Objetivo do Milénio Na América Latina, o flagelo da pobreza ainda não foi totalmente erradicado. Apesar de todos os países da região serem considerados países de rendimento médio pelo Banco Mundial, ainda existem grandes desigualdades dentro de cada país. Simultaneamente, esta região mantém um laço estreito com a União Europeia. De facto, a UE é o seu principal fornecedor de apoio, o segundo investidor estrangeiro e o segundo parceiro comercial mais importante. Por conseguinte, a fim de alcançar o primeiro Objetivo do Milénio relativamente à América Latina, a Comissão Europeia promove uma relação mais estreita entre os dois blocos, tal como sugerido em 2005 numa comunicação em que se referia a necessidade de estabelecer uma rede de acordos de parceria com cada um dos países da região, fomentando simultaneamente a integração regional 1. Em 2009, a Comissão apresentou uma nova comunicação em que se pretendia renovar e atualizar as políticas a fim de fortalecer a relação entre a UE e a América Latina. Essa comunicação definia quatro pontos que ambas as regiões deveriam desenvolver: reforçar o diálogo regional com vista a abranger temas globais e fazer com que as cimeiras interregionais oferecessem resultados mais práticos; reforçar a integração regional mediante acordos de parceria e através do lançamento de um novo instrumento financeiro (a Facilidade de Investimento para a América Latina FIAL). Além disso, referia-se a necessidade de reforçar as relações bilaterais, aproveitando os acordos de parceria e de cooperação bilaterais já existentes, e ainda adaptar os programas de cooperação a fim de atenuar os efeitos da crise financeira. Relativamente à Facilidade de Investimento para a América Latina, o seu principal objetivo consiste em promover o investimento e as infraestruturas essenciais nos setores do transporte, da energia e do ambiente. Pretende igualmente apoiar o desenvolvimento do setor privado na América Latina. Este instrumento opera através de contribuições financeiras sem possibilidade de reembolso, que oferecem um apoio às instituições financeiras nos países parceiros. Permite também que os governos e as instituições públicas beneficiárias realizem investimentos essenciais, como por exemplo, em projetos de infraestruturas públicas, em assistência técnica e em operações de capital de risco. Para o período de , a Comissão Europeia dedicou a este instrumento um montante de 192,15 milhões de euros. A FIAL foi oficialmente lançada durante a Cimeira UE-ALC de maio de 2010, em Madrid, e foi apresentada aos países latino-americanos no Fórum FIAL, realizado em outubro de 2010 em Punta del Este (Uruguai) e em São Salvador (Salvador) em setembro de Comunicação da Comissão ao Conselho e ao Parlamento Europeu: «Uma parceria reforçada entre a União Europeia e a América Latina» [COM(2005) 636 final, ]. 2 Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho «A União Europeia e a América Latina: uma parceria entre protagonistas globais» [COM(2009) 495/3, ]. AP v /8 DT\ doc
5 Além da FIAL, a UE utilizou outros instrumentos de apoio e de cooperação com a América Latina, tal como o instrumento de financiamento da cooperação para o desenvolvimento, adotado em dezembro de 2006 pelo Parlamento Europeu e o Conselho, por meio do Regulamento n.º 1905/2006, cujo orçamento para o período foi de 16,9 mil milhões de euros. O montante dos fundos que a Comissão Europeia conferiu anualmente como apoio à América Latina atingiu os 500 milhões de euros. Foi igualmente aplicado o programa EUROsociAL, um programa regional que pretendia reforçar a coesão social na América Latina através da promoção de reformas e melhorias das políticas de caráter público. A primeira parte do programa (EUROsociAL I, ) centrou-se em cinco áreas: emprego, educação, justiça, saúde e impostos. Teve como objetivo adotar políticas públicas com vista a reduzir as desigualdades que prevalecem na região. Do mesmo modo, o programa Al-Invest procurou internacionalizar as pequenas e médias empresas (PME) da América Latina e, assim, promover a coesão social e reforçar as relações económicas com os seus parceiros europeus. O programa foi lançado pela Comissão em 1993 e, em 2009, iniciou a sua quarta fase de aplicação, que terminou em Outro programa de abordagem regional foi o Euro-Solar, um programa da Comissão destinado a reduzir a pobreza fornecendo uma fonte renovável de energia elétrica às comunidades rurais isoladas, sem acesso a eletricidade. O seu orçamento total foi de 36 milhões de euros. Foi também desenvolvido o programa Alfa III, que fez parte da meta definida na Declaração de Guadalajara de 2004, adotada pelos Chefes de Estado e de Governo da União Europeia e dos países da América Latina e das Caraíbas, na qual se refere o objetivo de estabelecer uma área comum de ensino superior, tendo em conta a importância das instituições de ensino superior como motores do desenvolvimento socioeconómico. A União Europeia fornece fundos aos programas nacionais, com vista a lutar contra a pobreza e reforçar o crescimento económico e a coesão social. Por exemplo, a União Europeia é a principal financiadora do Sistema de Integração da América Central e das suas instituições. Assim, entre 2007 e 2013, a UE concedeu 214 milhões de euros de apoio bilateral ao Nicarágua, 121 milhões ao Salvador e 135 milhões à Guatemala. Durante esse mesmo período, a UE conferiu também 95 milhões de euros aos programas regionais de apoio ao Nicarágua, Honduras, Guatemala, Salvador, Costa Rica e Panamá. Este apoio centrou-se na integração regional, na união aduaneira e nas políticas comuns, bem como na governação e segurança regionais. Para o período , prevê-se centrar o apoio da UE na integração económica regional, na segurança e no Estado de direito, na gestão de catástrofes e nas alterações climáticas. Trabalho após 2015 Vários instrumentos e programas aplicados pela União Europeia com o objetivo de erradicar a pobreza, direta ou indiretamente, terão chegado ao fim antes de Igualmente, 2015 representa a conclusão do prazo para a realização do primeiro Objetivo do Milénio. DT\ doc 5/8 AP v04-00
6 De acordo com os princípios estabelecidos na Comunicação «Uma Agenda para a Mudança» 1, a UE adotou uma política de «diferenciação» com o objetivo de centrar a ajuda ao desenvolvimento nas regiões onde esta é mais necessária e onde os seus potenciais efeitos serão maiores, em termos de redução da pobreza. Nesta nova política, a elegibilidade para ajuda bilateral no âmbito do Instrumento de Cooperação para o Desenvolvimento é definida segundo o rendimento e a dimensão da economia. Na América Latina, a ajuda bilateral irá continuar a beneficiar os países que enfrentam os maiores desafios, enquanto para os países de rendimento médio estão a ser desenvolvidas novas formas de parceria estratégica através da cooperação regional, de programas temáticos e de novos instrumentos financeiros. Em março, foram anunciados apoios da UE, através do ICD, no valor de 2,5 mil milhões de euros, para o período de , incluindo ajuda bilateral e programas regionais. Uma vez que um rendimento per capita elevado não tem correlação com níveis inferiores de desigualdade ou pobreza, uma das principais prioridades da programação futura nos países de rendimento médio é a luta contra a pobreza e o reforço da coesão social. A pobreza extrema deriva de políticas públicas que não permitiram a inclusão social daqueles que se encontravam nessa situação. Devido a esta ausência de inclusão social, a pobreza foi transmitida de geração em geração, aumentando as desigualdades na sociedade. Os Estados têm, por isso, o dever de estabelecer estratégias de redução da pobreza que contenham uma dimensão de inclusão social, um calendário e um plano de implementação claramente definidos e mecanismos de recurso para resolver casos de incumprimento. Neste sentido, em 27 de fevereiro de 2013, a Comissão Europeia apresentou a Comunicação «Uma vida digna para todos: Erradicar a pobreza e dar ao mundo um futuro sustentável» 1, tendo em vista o ano Sendo que os desafios de erradicar a pobreza e de alcançar um desenvolvimento sustentável são universais e estão interligados, esta Comunicação propõe a elaboração de uma estratégia comum para os Estados-Membros da UE, no âmbito do quadro de ação após O objetivo é ambicioso: criar uma vida digna para todas as pessoas do mundo, independentemente do local onde vivam. A Comissão sugere definir objetivos globais que todos os países se comprometam a cumprir, bem como objetivos adaptados a cada país. Assim, a Comissão considera que a UE deve comprometer-se a participar nos processos internacionais futuros, nas Nações Unidas e noutros fóruns, de modo coordenado e coerente. É fundamental que a UE se pronuncie em uníssono, mas também que coordene a sua agenda com países parceiros, nomeadamente os da América Latina. A luta contra a pobreza continuará a ser um objetivo supremo do novo quadro, cuja universalidade pressupõe uma atenção orientada para fora, mas também para dentro, em relação às metas que a UE deve alcançar. De forma mais precisa, no que diz respeito à América Latina, a UE considerou, na Declaração de Madrid de maio de , que, a fim de assegurar a erradicação da pobreza, é essencial diversificar a eficiência energética através da promoção das energias renováveis e efetuar também uma maior poupança energética em todos os setores da economia e do transporte. No Plano de Ação de Madrid , foi referida a necessidade de utilizar os mecanismos 1 Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões: «Uma vida digna para todos: Erradicar a pobreza e dar ao mundo um futuro sustentável» [COM(2013) 92 final ] AP v /8 DT\ doc
7 existentes, tais como o EUROsociAL ou a FIAL, a fim de reforçar a inclusão regional e a inclusão social nos países latino-americanos. Este plano identificou a necessidade de dirigir investimento no sentido de melhorar a interconexão e a infraestrutura, tendo em vista reduzir o consumo energético, atenuar as alterações climáticas e reforçar o crescimento das pequenas e médias empresas por forma a, indiretamente, erradicar a pobreza e a fome através do desenvolvimento. A Declaração de Santiago, de janeiro de , aprofunda e atualiza o caminho a seguir. Assim, por exemplo, reitera o desejo de alcançar um desenvolvimento sustentável no domínio económico, social e ambiental. Nesta declaração, a UE comprometeu-se a colaborar com as Nações Unidas a fim de trabalhar nestes três pilares do desenvolvimento sustentável, baseando-se na Agenda para o Desenvolvimento das Nações Unidas, que estabelece objetivos para o pós A declaração tem em conta a conferência «Rio+20: O futuro que queremos», realizada em junho de 2012, no âmbito da qual foram formulados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, visando sobretudo a redução da pobreza e a proteção do ambiente para as gerações futuras. A declaração salienta também que a cooperação entre as duas regiões deve ser reforçada, com vista a que as políticas adotadas sejam mais coerentes e mais efetivas. Com este objetivo em mente, refere-se na declaração o desejo de reforçar a participação das comunidades indígenas, das sociedades e dos institutos de ensino superior na elaboração de políticas para um desenvolvimento sustentável. A Cimeira de Santiago teve como objetivo estabelecer linhas de orientação, a fim de alcançar um crescimento económico sustentável, acompanhado da proteção do ambiente e da promoção da igualdade e inclusão social. O Plano de Ação UE-CELAC para propõe-se reforçar a cooperação entre a UE e a América Latina nos âmbitos da redução do risco ambiental e da perda de biodiversidade, incluindo estes temas nas políticas de desenvolvimento sustentável. Tal pode ser realizado no quadro do programa EUROCLIMA, previamente aplicado. Além disso, a promoção de investimento em infraestruturas que beneficiem o desenvolvimento de redes económicas e sociais é um dos pontos a que foi conferida maior importância no plano de ação. Esta estratégia pode ser aplicada dentro do programa FIAL. Paralelamente a estas iniciativas, a UE tem pressionado no sentido de obter disposições sólidas relativamente ao comércio e ao desenvolvimento sustentável nas negociações comerciais, que incluem, em particular, compromissos por parte dos signatários quanto à aplicação das convenções internacionais sobre direitos laborais e direitos humanos. A ratificação e implementação destas convenções são fundamentais para concretizar os ODM e reduzir a pobreza. A política comercial constitui uma ferramenta decisiva nesse sentido. Para o sucesso desta abordagem, é fundamental estabelecer mecanismos de supervisão adequados, que incluam as partes interessadas relevantes da sociedade civil e os representantes dos sindicatos. Em 2010, o Parlamento Europeu aprovou uma série de recomendações sobre padrões sociais e ambientais e direitos humanos. Estas recomendações deverão ser atualizadas pela Comissão do Comércio Internacional do Parlamento Europeu. O Parlamento Europeu constitui uma força impulsionadora neste desígnio, tendo mesmo 1 DT\ doc 7/8 AP v04-00
8 incluído um capítulo sobre comércio e desenvolvimento sustentável no Acordo entre a UE, a Colômbia e o Peru, de 2012, que está em vias de ser alargado também ao Equador, para além de ter criado roteiros específicos para cada país sobre direitos humanos e laborais. AP v /8 DT\ doc
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