COMUNICAÇÃO TÉCNICA Nº

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1 COMUNICAÇÃO TÉCNICA Nº Caracterização hidrogeológica e hidroquímica do sistema aquífero Bauru no Município de Bastos, SP. Tatiana Luiz dos Santos Tavares Cláudia VARNIER Renato BEVILACQUA, Nádia Franqueiro CORREA, Luiz Gustavo FACCINI, Ana Maciel de CARVALHO, Jose Luiz ALBUQUERQUE FILHO Mara Akie IRITANI Geraldo ODA Luciana Martin Rodrigues FERREIRA, Emílio PRANDI, Suraya MODAELLI, Palestra apresentada no CONGRESSO BRASILEIRO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS, 19., 2016, Campinas. A série Comunicação Técnica compreende trabalhos elaborados por técnicos do IPT, apresentados em eventos, publicados em revistas especializadas ou quando seu conteúdo apresentar relevância pública. Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S/A - IPT Av. Prof. Almeida Prado, 532 Cidade Universitária ou Caixa Postal 0141 CEP São Paulo SP Brasil CEP Tel /4000 Fax

2 FEHIDRO Fundo Estadual de Recursos Hídricos XIX Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas Caracterização Hidrogeológica e Hidroquímica do Sistema Aquífero Bauru no Município de Bastos (SP) Tatiana Tavares, Cláudia Varnier, Renato Bevilacqua, Nádia Correa, Luiz Gustavo Faccini, Ana M. de Carvalho, Jose Luiz Albuquerque Filho, Mara A. Iritani, Geraldo H. Oda, Luciana Ferreira, Emilio Prandi, Suraya Modaelli

3 NITRATO E O SISTEMA AQUÍFERO BAURU NO ESTADO DE SÃO PAULO Sistema Aquífero Bauru Nitrato: Contaminante inorgânico de maior ocorrência em aquíferos no mundo, dada à sua alta mobilidade e persistência. Sistema Aquífero Bauru Fonte: Iritani & Ezaki (2008) [NO 3 - ] acima do padrão de potabilidade: Estudos têm detectado esse contaminante extensivamente no SAB - NW e W do Estado Sistema Aquífero Bauru: maior unidade do Estado de São Paulo (~ km 2 )

4 FONTES DE CONTAMINAÇÃO EM ÁREAS RURAIS Fonte: IG (2011)

5 ÁREAS SEM REDE DE ESGOTO Fonte: IG (2011) Fossas negras Fossas sépticas

6 MOTIVAÇÃO; RELEVÂNCIA Bastos é o maior produtor de ovos do Brasil e a avicultura representa a principal atividade econômica do município; Responsável pela produção de grandes volumes de resíduos, podem constituir em fonte potencial de contaminação das águas do (SAB) se dispostos de forma inadequada; Concentrações de nitrato, acima do VMP (10mg/L N- NO 3 ), foram detectadas em inúmeros poços tubulares que captam água do SAB, fonte de abastecimento de água.

7 OBJETIVOS Buscando definir alterações de qualidade no SAB e definir as fontes antrópicas responsáveis: Caracterizar a geometria do SAB no município, bem como suas características hidrodinâmicas. E classificar a composição natural de suas águas, buscando identificar possíveis alterações de sua qualidade.

8 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Levantamento cartográfico Levantamento geofísico Cadastro de poços e tratamento dos dados préexistentes Levantamento de campo de fontes de contaminação e cadastro de poços Campanhas de amostragem de água Tratamento dos dados

9 ASPECTOS GERAIS DE BASTOS População: ~ hab (86% área urbana) Parcialmente abastecido pelo SAB 100% coleta tratamento de esgoto na área urbana 60% do consumo de ovos do Estado, e 20% do consumo nacional = 14,4 milhões de ovos/dia (BASTOS, 2012) total de cabeças de aves (CATI, 2009)

10 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA AQUÍFERO BAURU EM MARÍLIA BASTOS Aquífero Adamantina Aquitarde Araçatuba Aquífero Serra Geral Aquífero Adamantina Ka1: + arenosa, composta por arenitos finos a muito finos, siltitos arenosos, arenitos argilosos, e subordinadamente arenitos com granulometria média, quartzosos, localmente arcoseanos. Ka4: é + enriquecida em sedimentos finos e presença moderada de cimentação carbonática, composta por arenitos finos a muito finos, quartzosos, com frequentes intercalações de argilitos e siltitos, formando bancos espessos, e localmente, arenitos com pelotas de argila. CETEC (1997)

11 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA AQUÍFERO BAURU EM MARÍLIA BASTOS Aquífero Adamantina - Aflora na cota média 453 m, com cotas menores em direção aos vales (mínima: 381 m) e espessuras entre 80 e 150 m; - NE médio : 30,0 m; ND médio : 49,0 m - Q média : 10,0 m 3 /h; Q específica : 2,3 m 3 /h/m Aquitarde Araçatuba - Aflora na cota média 336 m, dependendo do topo do basalto da Formação Serra Geral (322 m m) e espessuras entre 13 e 34 m; Aquífero Serra Geral - O topo do basalto ocorre a profundidades entre 95 e 150 m. Profundidade dos poços ~ 240 e 283m; - NE médio : 121,0 m; ND médio : 147,0 m - Q média : 46,0 m 3 /h; Q específica : 16,5 m 3 /h/m

12 MAPA DE ATIVIDADES EXECUTADAS

13 RESULTADOS GEOFÍSICA SEV-01 profundidade (m) P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9???? escala cromática de resistividade (omh x m) topo do basalto - Fm Serra Geral contato geoelétrico anomalia condutiva associada a possível contaminação Presença de anomalia condutiva nos níveis mais rasos (até 30m) pode ser atribuída à presença de contaminantes; Topo do basalto a 100 m; Descontinuidade subvertical: variação lateral no padrão de resistividade dos basaltos? Estrutura geológica (tipo falhamento) ocasionando um aprofundamento no topo do basalto? DESENHO 2 - seção de resistividade linha 1

14 RESULTADOS GEOFÍSICA SEV-02 profundidade (m) P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P escala cromática de resistividade (ohm x m) contato geoelétrico correlacionado ao topo do basalto - Fm Serra Geral Topo do basalto entre 110 e 120 m; Variações faciológicas laterais Presença de anomalia condutiva no domínio dos basaltos, podendo estar associada a fraturamentos DESENHO 6 - seção de resistividade - linha 2

15 RESULTADOS GEOFÍSICA SEV-03 profundidade (m) P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P Topo do basalto entre 120 e 130 m; Variações faciológicas laterais mais evidentes escala cromática de resistividade (omh x m) contato geoelétrico correlacionado ao topo do basalto - Fm Serra Geral DESENHO 8 - seção de resistividade - linha 3

16 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA AQUÍFERO BAURU EM MARÍLIA Potenciometria do Aquífero Adamantina Cotas de 490 a 350 m; Fluxo em direção às drenagens principais (áreas de descarga regionais - Rio do Peixe e Ribeirão Copaíba; Divisores de água a E e W.

17 CARACTERÍSTICAS HIDROQUÍMICAS DO SISTEMA AQUÍFERO BAURU EM BASTOS Aquífero Adamantina - ph ácido: 3,54 e 6,09; - Bicarbonatadas predominantemente potássicas/sódicas e cálcicas em menor proporção; - Nitratadas magnesianas/cálcicas. Aquífero Serra Geral - ph básico: 6,94 e 9,01; - maiores teores de sulfato; - Bicarbonatada sulfatada sódica/potássica - Geral - Potencial redox oxidante: mín: 290 mv, máx: 717 mv, média: 530 mv; - Condutividade Elétrica: mín: 16 e 140 ms/cm, máx: 649 e 1010 ms/cm, média: 216 ms/cm;

18 CARACTERÍSTICAS HIDROQUÍMICAS DO SISTEMA AQUÍFERO BAURU EM BASTOS 12 amostras bicarbonatadas sódicas potássicas 13 amostras nitratadas magnesianas cálcicas Máximo Mínimo Média Mediana Máximo Mínimo Média Mediana ph Eh mv CE ms/cm HCO3 mg/l CO3 mg/l Cl mg/l SO4 mg/l F mg/l PO4 mg/l N-NO3 mg/l N-NO2 mg/l NH4 mg/l N total mg/l DOC mg/l Ca mg/l Mg mg/l K mg/l Na mg/l Si mg/l NO3

19 CONSIDERAÇÕES FINAIS O SAB no município é representado pelo Aquífero Adamantina que possui cerca de 80 a 150 m de espessura, e possui variação faciológica; O topo do Serra Geral varia entre 100 e 130 m de profundidade; Anomalia elétrica mostra a possibilidade de contaminação do aquífero até 30 m de profundidade; Aquífero do tipo livre, possui fluxo subterrâneo em direção às drenagens principais, constituídas pelo Rio do Peixe no limite S e pelo Ribeirão Copaíba no limite E do município. Presença de 02 divisores de águacom eixo NE-SW, um na porção NE do município e outro no limite W do município.

20 CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo da hidroquímica mostra diferenciação de dois tipos de água, um de composição bicarbonatada potássica sódica e por vezes cálcica, e outro de composição nitratada magnesiana cálcica, por vezes potássica. O primeiro tipo reflete a qualidade natural das águas do Adamantina na região e a segunda, apresenta claramente alteração de qualidade por fonte antrópica. De acordo com os resultados aqui apresentados, é necessário um controle e fiscalização para evitar poços mal construídos e/ou mal conservados, que possam carrear a contaminação para unidades hidrogeológicas mais profundas e novos poços construídos. Dar-se-á continuidade aos estudos sobre a alteração da qualidade das águas no município de Bastos, com o objetivo de identificar quais as possíveis fontes associadas, de forma a se definir ações para mitigação do problema.

21 AGRADECIMENTOS FEHIDRO Fundo Estadual de Recursos Hídricos - FEHIDRO (Projeto Estudos de Restrições em Aquíferos no Alto Aguapeí e Alto Peixe (Bauru e Guarani) ) pelo financiamento do projeto; - Comitê da Bacia Hidrográfica do Aguapeí-Peixe, DAEE, DAEM, Prefeitura Municial de Bastos, Sindicato Rural de Bastos e CATI pelo fornecimento de dados e apoio logístico; - à geóloga Ana Paula de Jesus Rios pelo apoio em campo; -aos técnicos de apoio de campo, bem como aos estagiários Márcio Fukamizo, Victor Martiliano de Oliveira e Marcela Denis Rissard, do IPT.

22 OBRIGADA PELA ATENÇÃO!