Leonel Fernandes Lemos. Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização dos Edifícios Hospitalares Portugueses

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1 Universidade do Minho Escola de Engenharia Leonel Fernandes Lemos Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização dos Edifícios Hospitalares Portugueses UMinho 2013 Leonel Fernandes Lemos Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização dos Edifícios Hospitalares Portugueses novembro de 2013

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3 Universidade do Minho Escola de Engenharia Leonel Fernandes Lemos Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização dos Edifícios Hospitalares Portugueses Tese de Mestrado Ciclo de Estudos Integrados Conducentes ao Grau de Mestre em Engenharia Civil Área de Especialização: Construções Trabalho efetuado sob a orientação do Professor Doutor Ricardo Mateus e coorientação do Professor Doutor Luís Bragança novembro de 2013

4 Agradecimentos Agradecimentos A dissertação que agora se apresenta, representa o culminar de um ciclo de estudo, um período de viva onde estudar e terminar este mestrado era o principal objetivo. Pelo caminho surgiram muitas dificuldades que consequentemente concluíram em enormes alegrias. Durante cinco anos de estudo tive a oportunidade de partilhar dias, noites, horas e horas de estudo com colegas de curso. Juntos conseguimos ultrapassar todas as dificuldades. Agradeço a todos estes, o companheirismo, espírito de equipa e amizade. Espero, um dia ter a oportunidade de cooperar profissionalmente. Um abraço a todos. Apesar de representar uma tarefa individual, a conclusão desta dissertação não seria possível sem a dedicação, o empenho e a determinação de todo um grupo de trabalho. Assim, gostaria de agradecer: Ao meu orientador, Professor Doutor Ricardo Mateus e coorientador, Professor Doutor Luís Bragança, pela dedicação, tempo despendido, compreensão, pela capacidade critica permanente, incentivo, reconhecimento de trabalho, bem como pelos conhecimentos transmitidos. À Mestre Arquiteta Fátima Castro, pela disponibilidade e apoio demonstrado, pelo acompanhamento às entidades hospitalares; Obrigado por tudo. À Marta Pereira, pela disponibilidade demonstrada durante todo o processo, espírito de equipa, pela partilha de conhecimento eficaz com todo o grupo de trabalho, por todo o trabalho realizado. Uma colega de curso que não tinha conhecido particularmente durante os quatro anos de curso, mas que guardo com muita estima e amizade; A total cooperação, a disponibilidade para reunir, a constante preocupação em nos informar do estado de arte, agradeço à equipa da ACSS responsável pelo PEBC e ECO-AP toda a ajuda concedida. À minha família e amigos mais chegados, um muito obrigado pela força e vontade que me transmitiram. Aos meus pais e irmã, obrigado por tudo. Obrigado pelo vosso incentivo incessável, pelo apoio, pela compreensão, e acima de tudo, pelo vosso amor. Ao meu irmão, obrigado pela força que deixaste connosco. Um homem da área da construção, sei que estaria muito orgulhoso. Universidade do Minho i

5 Agradecimentos Por fim, quero também deixar uma palavra de agradecimento à minha namorada Vânia Ribeiro, pelo amor, carinho e compreensão. Com ela este objetivo tornou-se possível. Obrigado pelo entusiasmo, incentivo e apoio constante durante todo este ciclo de estudo. A todos, muito obrigado. ii Universidade do Minho

6 Resumo Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a proteção da saúde dos portugueses, contudo a sua gestão tem-se revelado, por vezes, pouco eficiente, uma vez que não é possível controlar a procura, assim como os custos. Os edifícios hospitalares têm uma grande e complexa variedade de recursos e exigências nos seus diversos campos de atuação, que juntamente com o aumento da esperança média de vida e o avanço científico e tecnológico, tornam o estudo desta tipologia de edifícios um desafio aliciante. A gestão hospitalar rapidamente se apercebeu que: para o SNS se tornar uma estrutura financeira estável, seria necessário melhorar o desempenho, tornando-se assim o benchmarking a palavra do momento. A avaliação do desempenho não cria somente os benchmarks, como fornece também informação em falta às instituições e organizações e demonstra como melhorar o desempenho. Através da metodologia benchmarking espera-se obter o valor das melhores práticas exercidas pelos edifícios hospitalares e assim fornecer aos gestores hospitalares e projetistas a possibilidade de identificação de pontos de melhoria com vista à redução de custos de utilização e aumento da sua eficiência. Desta forma, com o trabalho realizado conseguiu-se definir benchmarks para os custos de utilização (água, energia, gás e resíduos) de edifícios hospitalares portugueses, estabelecendo uma base para a proposta de redução dos mesmos. Permite-se, assim, aos gestores hospitalares averiguar qual o posicionamento do hospital do qual são responsáveis, verificando a sua eficiência em cada indicador estudado. Com o presente estudo, é esperado um contributo significativo para a evolução do estado de arte sobre a temática abordada e contribuir para que futuras investigações consigam um aumento na eficiência dos edifícios hospitalares, através da redução de custos de utilização. Palavras-chave: Sustentabilidade; Benchmark; eficiência hospitalar; custos de utilização; gestão hospitalar; Universidade do Minho iii

7 Resumo iv Universidade do Minho

8 Abstract Abstract The National Health Service (NHS) contributes to the protection of the health of the portuguese people but its management has sometimes proved inefficient due to the unforeseeable demand and running costs. The great hospital buildings within the NHS, which possess a large and complex variety of resources and demands in their various fields of work, allied to the rise of life expectancy and technological advances, make the study of this building typology an enticing challenge. Hospital management soon realized that in order to stay a financial stable institution it had to become cost effective, making benchmarking a path to follow. Therefore, the performance evaluation creates not only benchmarks but also provides information that the institutions and organizations lack demonstrating how to improve performance. Through this methodology it is expected to obtain the value of the best practices exercised by hospitals providing hospital managers and designers the ability to identify improvement measures aimed at reducing running costs and increased efficiency. Therefore, this assignment aimed to set benchmarks for running costs (water, electricity, gas and residues) of portuguese hospital facilities, establishing a foundation to a proposal of cost cuts to keep them running. It allows hospital managers to find its market positioning and its score on the various studied indicators. At the end of the assignment, it is expected a significant contribution to the evolution of the state of the art of the matter and contribution so that future investigations achieve increased efficiency by reducing hospital running costs. Keywords : Sustainability; Benchmark; hospital efficiency; running costs; hospital management; Universidade do Minho v

9 Abstract vi Universidade do Minho

10 Índice Índice CAPÍTULO 1 - FUNDAMENTAÇÃO E OBJETIVOS Introdução Enquadramento Objetivos Estrutura da Tese 7 CAPÍTULO 2 - PROCESSO DE BENCHMARKING 9 CAPÍTULO 3 - ESTADO DE ARTE Benchmark Ambiental em Instituições do Ensino Superior (IES) IES de Portugal - Campus da FCT/UNL Benchmarks hospitalares Hospitais SA Hospitais Ibéricos ACSS CAPÍTULO 4 - RECOLHA DE DADOS Tratamento de dados Agrupamento de dados 48 CAPÍTULO 5 - ESTABELECIMENTO DE BENCHMARKS DE CUSTOS PARA EDIFICIOS HOSPITALARES Dados estatísticos Benchmarks para custos de utilização 57 CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Principais conclusões Perspetivas futuras 72 ANEXOS 1 Universidade do Minho vii

11 Índice viii Universidade do Minho

12 Índice Índice de Figuras Figura 1 - Pilares da construção sustentável Figura 2 - Melhoria promovida pelo benchmark Figura 3 - Metodologia pdcl segundo deming, relatório do comité temático de benchmark da fnq Figura 4 - Metodologia de trabalho Figura 5 - Consumo de energia nas ies em análise Figura 6 - Consumo de água nas ies em analise Figura 7 - recolha de informação Figura 8 - Ranking de eficiência global dos hospitais em estudo Figura 9 - Exemplo de benchmark da alavanca Figura 10 - GAP dos hospitais SA Figura 11 - Estudo dos pogramas críticos do hospital h. D. Guimarães Figura 12 - Comparação da mortalidade bruta e ajustada pelo risco Figura 13 - Comparação das complicações brutas e ajustadas pelo risco Figura 14 - Instituições hospitalares alvo de análise Figura 15 - Dimensões de benchmarking e indicadores do estudo Figura 16 - Sistema de avaliação por cores Figura 17 - Divisão dos edifícios hospitalares Figura 18 - Influência dos custos de utilização (grupo I) Figura 19 - Influência dos custos de utilização (grupo II) Figura 20 - Influência dos custos de utilização (grupo III) Figura 21 - Curva de gauss Figura 22 - Custo de água por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo I Figura 23 - Custo de água por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo II Figura 24 - Custo de água por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo III Figura 25 - Custo de energia por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo I Figura 26 - Custo de energia por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo II Figura 27 - Custo de energia por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo III Figura 28 - Custo de gás por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo I Figura 29 - Custo de gás por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo II Figura 30 - Custo de gás por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo III Figura 31 - Custo de resíduos por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo I Figura 32 - Custo de resíduos por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo II Figura 33 - Custo de resíduos por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo III Figura 34 - Custo total por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo I Figura 35 - Custo total por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo II Figura 36 - Custo total por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo III Universidade do Minho ix

13 Índice x Universidade do Minho

14 Índice Índice de Tabelas Tabela 1 - Motivos para o benchmark Tabela 2 - Diferentes tipos de benchmark Tabela 3 - Indicadores de desempenho ambiental aplicáveis a ies Tabela 4 - IES selecionadas para benchmarks Tabela 5 - Dados das ies selecionadas para realização de benchmark Tabela 6 - Exemplo de ficha de benchmark Tabela 7- Níveis de autoavaliação Tabela 8 - Resultados dos indicadores de sustentabilidade na categoria energia para as ies em analise Tabela 9 - Resultados dos indicados de sustentabilidade na categoria água para as ies em analise Tabela 10 - Características dos hospitais do grupo de comparação Tabela 11 - Benchmarking da dimensão económica para o indicador FSE/m 2 de área útil Tabela 12 - Potencial para redução dos custos FSE i Tabela 13 - Parâmetros nº de camas, área útil e custos utilização Tabela 14 - Determinação dos quartis Tabela 15 - Hospitais, custos de utilização e área útil do grupo i Tabela 16 - Hospitais, custos de utilização e área útil do grupo ii Tabela 17 - Hospitais, custos de utilização e área útil do grupo iii Tabela 18 - Verificação de discrepância para custos de gás (grupo i) Tabela 19 - Resumo das melhores práticas, práticas convencionais e piores práticas de todos os indicadores.. 59 Universidade do Minho xi

15 Índice xii Universidade do Minho

16 Abreviaturas Abreviaturas ACSS Administração Central de Sistema de Saúde ASHE American Society of Healthcare Engineering ARS Administração Regional de Saúde CH Centro Hospitalar EPE Entidade Publica Empresarial FCT/UNL Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa GEE Gases Efeito Estufa IES Instituições do Ensino Superior PEBC e ECO.AP Plano estratégico do Baixo Carbono e Programa de Eficiência Energética da Administração Publica PPP Parcerias Público Privadas SA Sociedade Anónima SGA sistemas de gestão ambiental SNS Sistema Nacional de Saúde SPA Setor Publico Administrativo) ULS Unidade Local de Saúde Universidade do Minho xiii

17 Abreviaturas xiv Universidade do Minho

18 Capítulo 1 Fundamentação e objetivos CAPÍTULO 1 - FUNDAMENTAÇÃO E OBJETIVOS 1.1. Introdução A presente dissertação com o tema Estabelecimento de benchmarks para os custos de utilização dos edifícios hospitalares portugueses, finaliza o ciclo de mestrado de dois anos na área de construções no âmbito do Mestrado Integrado em Engenharia Civil da Universidade do Minho. O Sistema Nacional de Saúde português é fruto de um longo percurso de progressivo reconhecimento do direito à proteção social da saúde, consagrado institucionalmente em 1976 (Aguiar, 2010). A avaliação do desempenho das organizações de saúde, mais concretamente dos hospitais, é um fator que tem merecido grande enfoque não só a nível internacional como nacional (Aguiar, 2010). Assim sendo, os três importantes desafios dos sistemas de saúde são: a sustentabilidade, a qual depende do pleno equilíbrio a longo prazo entre as receitas e as despesas, a accountability (responsabilidade), sendo que esta passa por demonstrar de forma sistemática e objetiva, a adequada utilização dos recursos disponíveis, e a inovação a qual consiste na capacidade de adquirir novos conhecimentos e novas tecnologias na prática clínica (Delgado, 2010). A sustentabilidade é um conceito que está organizado segundo três dimensões: ambiental, económica e social. Para um edifício ser considerado sustentável, isso depende do equilíbrio estabelecido entre as três dimensões referidas, da importância que se atribui a cada uma delas, dos indicadores utilizados, da tipologia da utilização do edifício e dos fatores socioculturais, económicos, bem como dos problemas ambientais característicos de cada região (Bragança, Mateus, 2012). Assim sendo, o conceito de desenvolvimento sustentável na indústria da construção envolve todo o ciclo de vida do edifício, desde a extração e transformação das matérias-primas até à fase de demolição e/ou desconstrução, passando por todas as outras fases como o planeamento, projeto, construção, utilização e manutenção (Castro, Mateus, Bragança, 2012). No estudo apresentado será dado maior ênfase à dimensão económica, visto ser o objeto o estabelecimento de benchmarks de custos de utilização de edifícios hospitalares. Universidade do Minho 1

19 Capítulo 1 Fundamentação e objetivos É de salientar que os grandes desafios das instituições são mesmo a promoção da qualidade dos serviços aumentando a eficiência, criando uma linguagem comum de indicadores de desempenho e benchmarks, selecionando adequadamente a inovação face às necessidades da população, de forma a evitar a subutilização ou a sobre-utilização de recursos (Delgado, 2010). Um dos instrumentos mais utilizados para avaliar o desempenho e a eficiência das organizações é o benchmark, sendo que este deve constituir uma base através da qual se desencadeiam processos de ajustamento das organizações, comparando competências e processos, de modo a identificar as melhores práticas para depois as ensaiar, adaptar e implementar (Freitas et al., 2001). Segundo Camp (1994), o benchmark é definido como um processo contínuo de medir produtos, serviços, e práticas com os maiores concorrentes de uma empresa ou os líderes do mercado. Esta ferramenta administrativa foi introduzida nos anos 80 nos Estados Unidos pela Companhia Xerox, tendo vindo a ser reconhecida desde então como um modo eficiente e efetivo de aperfeiçoar uma grande variedade de práticas empresariais (Camp, 1994; Mosel, Gift, 1994). Assim sendo a utilização de técnicas de benchmark, tornou-se uma prática convencional em muitas indústrias, contudo na área da saúde em Portugal esta apenas foi aplicada nos últimos anos, trazendo a sua implementação ao nível dos cuidados de saúde, a redução do tempo de internamento, bem como a diminuição da taxa de mortalidade, levando desta forma à redução de custos e melhoramento dos cuidados de saúde prestados (Mosel, Gift, 1994; Berkey, 1994; Libby, Grove, Adams, 1997). O estudo da sustentabilidade em edifícios hospitalares portugueses torna-se assim urgente. Esta tipologia de edifícios são grandes consumidores energia por terem de manter grandes volumes de ar à temperatura de conforto, isto é, necessitam de grandes quantidades de energia para aquecimento e arrefecimento, mas também para o funcionamento dos equipamentos das especialidades terapêuticas e manutenção do edifício. 2 Universidade do Minho

20 Capítulo 1 Fundamentação e objetivos 1.2. Enquadramento A construção é um dos setores económicos mais importantes, contudo este setor ainda se baseia em muitos sistemas construtivos convencionais e na mão-de-obra não qualificada, o que leva à (Bragança, 2012): Excessiva utilização de recursos naturais; Excesso de consumo de energia; Excessiva produção de resíduos; Esta realidade conduz a um elevado impacte ambiental, económico e social da construção. Por esta razão, este passa ser tema-chave para os profissionais deste setor, dada esta realidade ser incompatível com o desenvolvimento sustentável (Bragança, 2012). No que diz respeito ao impacte ambiental, este caracteriza-se pela utilização de cerca de 50% das matérias-primas retiradas da crosta terrestre e pela emissão de cerca de 1/3 dos gases efeito estufa (GEE). Relativamente ao impacto económico, a construção é um o setor motor da economia. Em relação ao impacto social, o setor da construção é constituído por 2,4 milhões de empresas na U.E., das quais 97% são pequenas médias empresas (PME s) com menos de 20 empregados, representando um total de 7,2% de emprego, fazendo com que esta indústria tenha importantes responsabilidades a nível social (Bragança, 2012). Assim sendo, é necessário definir prioridades, que se aproximem das metas e objetivos do desenvolvimento sustentável. Um edifício para ser considerado sustentável, o seu projeto deve assentar no equilíbrio entre as três dimensões da sustentabilidade descritas anteriormente (ambiental, económica e social) (Bragança, 2012). O conceito de desenvolvimento sustentável, envolve todas as fases de ciclo de vida de um determinado produto ou edifício. Assim é imprescindível a minimização de impactes negativos desde a extração e transformação das matérias-primas que o constituem, passando pelo planeamento/projeto para a sua aplicação, incluindo as fases de construção, utilização, manutenção e demolição de um edifício (Figura 1) (Mateus, Bragança, 2011). Universidade do Minho 3

21 Capítulo 1 Fundamentação e objetivos Figura 1 - Pilares da construção sustentável (Mateus, 2004) Deste modo, a sustentabilidade depende da importância que se atribui a cada uma das dimensões do desenvolvimento sustentável, dos indicadores utilizados, da tipologia da utilização do edifício e dos fatores socioculturais, económicos, bem como dos problemas ambientais característicos de cada região (Mateus, 2004) Os edifícios hospitalares, bem como todos outros edifícios do SNS (Sistema Nacional de Saúde), são edifícios com uma grande e complexa variedade de recursos e exigências nos seus diversos campos de atuação, o que torna o estudo desta tipologia de edifícios um desafio aliciante (Robert, Guenther, 2006). Os edifícios hospitalares representam um foco fundamental de estudo no processo de avaliação do ciclo de vida dos edifícios, dado serem grandes consumidores quer de recursos naturais, quer de energia, a qual é utilizada em sistemas de aquecimento, arrefecimento e para o funcionamento de equipamentos e aparelhos, entre outros. Assim, o setor da saúde tem um peso importante na economia das nações e nas suas políticas, devido ao facto de este setor estar diretamente relacionado com a saúde humana. Existem vários parâmetros que contribuem para que este sector seja considerado um dos maiores consumidores de recursos humanos e de energia, dos quais se destacam (Castro, Mateus, Bragança, 2012): Funcionamento de equipamentos por períodos de 24h; Elevado número de circulação de pessoas; Existência de zonas de trabalho distintas, as quais apresentam necessidades energéticas diferentes; Presença de diversas funções como: tratamento, ensino, pesquisa, reabilitação, promoção da saúde, bem como prevenção da doença; 4 Universidade do Minho

22 Capítulo 1 Fundamentação e objetivos Necessidade de existência de equipamentos de reserva, para que esteja assegurado o fornecimento constante de energia; Dimensão das instalações. Desta forma, quando se pensa no projeto de um ambiente hospitalar, são tidas em conta algumas preocupações como: o clima (onde o edifício é construído), a insolação, a tipologia do terreno, a eficiência em relação ao desenvolvimento das atividades e adaptabilidade a novas descobertas e tecnologias (Castro, Mateus, Bragança, 2012). É de salientar que um hospital tem um consumo médio de energia por metro quadrado (m²), 10 vezes superior ao consumo de um edifício de escritórios com laboratórios de investigação, o que leva a que por ano esta tipologia de edifícios consuma mais eletricidade do que qualquer outra construção existente em qualquer cidade portuguesa. Segundo Castro, Mateus e Bragança (2012), um exemplo prático do peso que os equipamentos e todas as outras variáveis descritas anteriormente têm ao nível dos consumos nesta tipologia de edifícios, é o caso do hospital de S. João, o qual aumentou em cerca de 8% o consumo de energia entre os anos de 2007 a 2009, devido à introdução de novos equipamentos, ventilação e às obras que se encontravam em curso (Castro, Mateus, Bragança, 2012). Atualmente, já existem vários estudos desenvolvidos no âmbito hospitalar, os quais se focam no conceito de desenvolvimento sustentável. Contudo na sua grande maioria estas são voltados para a dimensão económica (gestão empresarial). A maior parte das organizações para a saúde e equipas de projeto, que começaram a debruçar-se sobre construção sustentável dos edifícios hospitalares, tinham o intuito de perceber quais as vantagens que este tipo de prática acarretava ao nível da redução de custos e melhor qualidade disponibilizada aos utilizadores, de forma a preservarem o meio ambiente (Castro, Mateus, Bragança, 2012). Assim sendo, vários países têm procedido à publicação de diretrizes de projetos para edifícios hospitalares, sendo que segundo Castro, Mateus e Bragança (2012), de entre estes é de destacar as recomendações para projetos hospitalares que o Green Building committee da American Society of Healthcare Engineering (ASHE) publicou em Outra das publicações por estes autores referida são os princípios da arquitetura sustentável, de forma a melhorar o meio ambiente, implementando regras com o intuito de reduzir os resíduos. Este projeto foi desenvolvido pelo American Hospital Association s, em parceria com a United States Environmental Protection Agency (Castro, Mateus, Bragança, 2012). Universidade do Minho 5

23 Capítulo 1 Fundamentação e objetivos Em suma, neste trabalho será estudada a eficiência dos hospitais quanto aos custos de utilização. Para tal, será usado para aferir esse desempenho/eficiência a ferramenta de benchmarks que, segundo Freitas et al. (2001), deve constituir uma base sobre a qual se desencadeiam processos de ajustamento das organizações (empresariais e institucionais) às novas realidades, comparando competências e processos, designadamente com as organizações de excelência, de modo a identificar as melhores práticas para depois as ensaiar, adaptar e implementar Objetivos O estudo desenvolvido tem por base a análise dos custos de utilização dos hospitais portugueses, tendo em conta esta tipologia de edifícios. Para o estudo e a análise comparativa dos custos de utilização foi utilizada a metodologia benchmarking para o estabelecimento da melhor prática, definida pelos 25% melhores hospitais estudados, através da qual se obteve a melhor eficiência hospitalar, da prática convencional, a qual é definida pela mediana dos hospitais estudados, e ainda da pior prática definida pelos 25% piores hospitais estudados, através da análise de custos por m 2 de área útil em cada grupo de hospitais. O estabelecimento de benchmarks é uma metodologia cada vez mais utilizada pelas organizações internacionais e nacionais, sendo aqui proposto também para os hospitais portugueses. Através desta metodologia espera-se obter o valor das melhores práticas observadas nos edifícios hospitalares e assim fornecer aos gestores hospitalares e projetistas a possibilidade de identificação das medidas de melhoria com vista a redução dos custos de utilização e aumento da sua eficiência. Com este estudo é esperado um contributo significativo para a evolução do estado de arte sobre a temática abordada e contribuir para que futuros trabalhos de investigação consigam um aumento da eficiência dos hospitais através da redução de custos de utilização, pelo estabelecimento de benchmarks para estes edificios. 6 Universidade do Minho

24 Capítulo 1 Fundamentação e objetivos 1.4. Estrutura da Tese A presente dissertação encontra-se organizada em seis capítulos, onde se apresentam todas as opções e metodologias adotadas. Seguidamente é apresentada uma breve explicação de cada capítulo. No primeiro capítulo expõe-se os aspetos gerais relativamente á construção sustentável em edifícios hospitalares. Assim, começa-se por apresentar uma breve introdução e enquadramento dos custos de utilização na construção sustentável. Seguidamente são especificados os objetivos principais do presente estudo. Com o segundo capítulo pretende-se esclarecer o leitor desta dissertação em que consiste o processo de benchmarking. Assim, será apresentada a definição de benchmark segundo autores diferentes, bem como os princípios, motivos e objetivos da utilização desta metodologia para avaliação do desempenho. Serão ainda apresentadas vantagens e desvantagens dos principais tipos de benchmark, bem como a relação entre estes. O terceiro capítulo consiste na revisão bibliográfica sobre benchmarking. Foca estudos onde foi empregada a metodologia benchmarking em edifícios hospitalares, bem como em outras tipologias de edifícios. No quarto capítulo será referida a metodologia de recolha de dados, descrevendo as dificuldade sentidas e as entidades fornecedoras dos dados pretendidos (custos de utilização). Neste capitulo será mencionado o método de agrupamento dos edifícios hospitalares de modo a serem estabelecidos os grupos hospitalares. No quinto capítulo são estabelecido os benchmarks dos custos de utilização dos edifícios hospitalares parceiros de estudo. Neste capítulo será apresentada a forma para obtenção da melhor prática, prática convencional e pior prática de cada indicador estudado (custo de água, energia, gás e resíduos) para cada grupo de edifícios hospitalares. Por fim, no capítulo seis serão citadas as considerações finais. Primeiramente serão apresentadas as principais conclusões sobre o estudo realizado, e seguidamente algumas sugestões para trabalho futuros. Universidade do Minho 7

25 Capítulo 1 Fundamentação e objetivos 8 Universidade do Minho

26 Capítulo 2 Processo de benchmarking CAPÍTULO 2 - PROCESSO DE BENCHMARKING O benchmark é um processo de melhoria do desempenho através da identificação, compreensão, adaptação e implementação de melhores práticas e processos que se encontram dentro e fora da instituição (Eco SMEs, 2004). Este processo baseia-se no estudo e compreensão das entidades concorrentes/parceiros, que os levam a obter melhores resultados, identificando as melhores práticas entre as várias instituições estudadas. A implementação dessas melhorias pressupõe a capacidade de crítica e autocrítica, de questionar os processos existentes e assumir uma atitude inovadora para implementar essas melhorias, que deverão ser adoptadas a todos os níveis, no contexto concreto em que se situam. Assim, o processo de benchmark baseia-se num princípio simples: aprendermos uns com os outros (Freitas et al., 2001), envolvendo a criação de parcerias para troca de informações sobre processos e medições, resultando na fixação das metas de melhoria realistas (Eco SMEs, 2004). A natureza do benchmark, assenta em determinados princípios (Freitas et al., 2001; Hospitais SA, 2003): Ferramenta aplicável a toda a organização; Orientado por processos e não focalizado no individual; Explicar diferenças de desempenho económico-financeiras entre os hospitais, através de processos de gestão; Avaliar o potencial de melhoria de cada entidade hospitalar, centrando-se em cada uma das principais áreas estudadas; Ajudar a prevenir a complacência através do desenvolvimento da disciplina de focalização externa; Promover um pensamento avançado a todo o momento; Identificar melhores práticas e melhorias a implementar a curto prazo de forma a potenciar a melhoria identificada. Os benchmarks são estudos utilizados para determinar o desempenho e para identificar uma diferença de desempenhos entre organizações. É habitual existirem organizações que declaram estar a realizar um benchmark quando, na realidade, estão a recolher benchmarks ou informação sobre as organizações concorrentes (Freitas et al., 2001). Universidade do Minho 9

27 Capítulo 2 Processo de benchmarking Para a maioria das organizações, os objetivos são alusivos à competitividade, à focalização no cliente, ao melhoramento dos processos e à definição de metas e medições de produtividade realistas. O benchmarking pode ajudar na definição de cada um desses pontos de referência (Tabela1) (Freitas et al., 2001). Tabela 1 Motivos para o benchmark (Freitas et al., 2001) Objetivos Sem benchmarking Com benchmarking Tornar-se concorrencial Melhores práticas do sector de atividade Definir os requisitos dos clientes Estabelecer metas e objectivos realistas Desenvolver verdadeiras medições de produtividade Focalizado internamente Alteração evolucionária Poucas soluções Excessivas atividades de recuperação Baseadas no histórico ou na inspiração Percepção Falta de focalização externa Reativo Perseguição por projeto Forças e fraquezas não compreendidas Via de menor resistência Compreensão da concorrência Ideias a partir de práticas provadas Muitas opções Desempenho superior Realidade do mercado Avaliação objectiva Credível, sem dúvidas Pró-ativo Resolve os problemas reais Compreende os resultados Baseado nas melhores práticas do sector de atividade A comparação de desempenho entre instituições e o estabelecimento das melhores práticas trazem enumeras vantagens para estas, como o ganho estratégico, vantagens operacionais e económicas, bem como, um desempenho rápido ou imediato das instituições (Eco SMEs, 2004). Estas terão acesso imediato ao processo que as leva a melhores resultados entre os analisados. Sendo que com outros métodos convencionais levaria um período de tempo mais longo, até obter a mesma eficiência que as instituições conseguem utilizando o benchmark. Este facto pode-se verificar no gráfico da Figura Universidade do Minho

28 Capítulo 3 Estado de arte Figura 2 Melhoria promovida pelo benchmark (Adaptado: Eco SMEs, 2004) Existem diferentes definições de benchmark, que segundo Freitas et al. (2001) se deve em grande parte a uma mudança de focalização e não a um desacordo fundamental. Mas também existem diferenças quanto às atividades de benchmark, podendo estas ter objectivos e âmbitos muito diferentes, e não há uma maneira única de abordagem ao benchmark (Andersen, 1996). Deste modo, segundo Andersen (1996), podem-se definir três tipos principais de benchmark relativamente ao com que é comparado : Benchmark de desempenho ( Como deveríamos estar a fazer isto? ) é a comparação das medidas de desempenho obtidas, com as metas estabelecidas inicialmente. Sendo o benchmark uma meta que é estabelecida internamente ou por um grupo consultor profissional. Benchmark de processo ( Como é que os outros alcançam? ) é a comparação de métodos e práticas de processos para realização de negócios. Tem como objetivo aprender e implementar as melhores práticas no seu próprio processo. Benchmark estratégico ( O que devíamos estar a fazer? ) é a comparação das escolhas estratégicas realizadas por outras organizações, com o objetivo de obter informações para melhorar a sua própria organização, através da experiencia da observação de outras estratégias. Ainda segundo o mesmo autor, Andersen (1996), o benchmark pode ser definido em quatro tipos, no que se refere ao contra o que é comparado : Benchmark interno baseia-se no estudo e análise contínua da própria organização, de forma a estabelecer metas ambiciosas, para a implantação de melhores práticas, em Universidade do Minho 11

29 Capítulo 2 Processo de benchmarking toda a organização. A vantagem principal do benchmark interno é a sua aplicabilidade, sendo exigidos poucos recursos e tempo. O grande inconveniente é que se dirige apenas a um padrão interno, não havendo comparação com outras organizações. Benchmark concorrencial: baseia-se na comparação com os principais concorrentes, de modelos ou funções específicos. Também é designado por reverse engineering desmontar um produto ou programa para ver como funciona. A vantagem do benchmark concorrencial consiste na comparação realizada diretamente com os principais concorrentes participantes, sabendo que existe uma grande dificuldade na obtenção de informação acerca dos processos de cada organização, sendo este um inconveniente do benchmark concorrencial e o facto da simples comparação com a concorrência pode não indicar as melhores práticas que devem ser seguidas. Benchmark funcional: compara funções ou processos específicos com os melhores do sector e da classe. É um tipo de benchmark muito útil para a organização, mas dado que se remete apenas a funções ou processos específicos, pode não trazer benefícios para as outras operações das organizações empresariais interessadas. Benchmark genérico: é das metodologias de benchmarks que melhores resultados traz para as organizações. Baseia-se na comparação de todas as funções da atividade empresarial e promove um esforço sucessivo de comparação de funções e processos com os dos melhores da classe. Quando considerada a experiência das organizações na aplicação de benchmark, pode-se considerar que, frequentemente existe algum tipo de sucessão nos tipos de benchmark usados, onde o benchmark de desempenho surge antes do benchmarking de processo e o benchmark interno antes do benchmark externo (Szekely, 1996). Relacionando as metodologias do com que é comparado e as contra o que é comparado sugeridas por Andersen (1996), verifica-se na Tabela 2 que, umas combinações são mais relevantes que outras. 12 Universidade do Minho

30 Capítulo 3 Estado de arte Tabela 2 Diferentes tipos de benchmark, adaptado de Anderson (1994) Benchmark Benchmark Benchmark Benchmark interno competitivo funcional genérico Benchmark de desempenho Benchmark de processo Benchmark estratégico Processo Oferece pontos de Útil em certos Fraca comparação importante e referência Aspetos, mas nem de dados puros necessário mas exteriores. Boa sempre permite devido às não permite saber comparação de uma comparação. diferenças nos qual o indicadores de processos e desempenho desempenho produtos realmente possível Bom ponto de Poderia ser muito Boa maneira de Melhor maneira de partida e útil mas apresenta encontrar novas encontrar novas aprendizagem de limitações legais e ideias, com ideias e promover benchmarking éticas na partilha menores melhorias mas sem de informação limitações legais e fundamentais expectativa de sobre processos éticas que no ideias benchmarking competitivo Dificuldade em Competidores são Não muito útil Não muito útil encontrar pistas os melhores devido às devido às para melhores parceiros para diferenças nas diferenças nas estratégias obter ideias sobre ideias de negócio ideias de negócio internas estratégias e planeamento Relevância significativa Relevância média Relevância baixa Os benchmarks podem ser determinados comparando os processos propriamente ditos, às estruturas organizacionais, aos sistemas de gestão, aos factores humanos ou às metodologias estratégicas. Simplificando, as melhores práticas são o como do benchmark, comparadas com o quê que é o benchmark (Freitas et al., 2001). A ferramenta de benchmark tem oferecido resultados muito positivos para várias organizações, que foram aperfeiçoando esta metodologia com a experiencia que foram obtendo. Feita uma análise a alguns exemplos é possível identificar alguns factores críticos que determinam o grau de êxito alcançado (Freitas et al., 2001): Universidade do Minho 13

31 Capítulo 2 Processo de benchmarking Manter a conformidade legal, cumprindo as normas e orientações legais, éticas e administrativas; Identificar os processos de trabalho críticos e submete-los, em primeiro lugar, ao benchmark; certificar-se de que os peritos da equipa de trabalho estão perfeitamente familiarizados com o benchmark de processos; A organização deverá focalizar as atividades de benchmarking, tendo em conta os objectivos principais do benchmarking: missão, processos críticos e factores críticos de êxito; O benchmark deve ser utilizado para melhorar os desempenhos; Manter o fluxo de comunicação durante o projeto, mais especificamente com organizações com melhores práticas do benchmark; Focalização nos processos e nas práticas de funcionamento e não apenas nos números; Filtrar o âmbito do estudo de benchmark, centrando-o nos processos ou subprocessos que podem ser analisados eficazmente; Definir os processos internos e resolver quaisquer defeitos importantes antes de se começar a efetuar o benchmarking externo; Há que utilizar os recursos próprios de formação e organizacionais para aumentar a eficiência do benchmark organizacional; Importa pôr em prática as alterações ou as melhorias resultantes do benchmark para promover o empenho organizacional. Sendo que a abordagem do processo de benchmark é realizada pela entidade promotora, todo o processo será então condicionado por essa identidade, divergindo quer em termos de concepção do modelo de avaliação do desempenho (modelo de benchmark), quer em termos de mecanismos de implementação. Embora a maioria das iniciativas de benchmark estejam relacionadas com questões financeiras e de gestão, o benchmark ambiental está a tornar-se cada vez mais um elemento fundamental na gestão ambiental das organizações, ajudando estas a atingir um bom desempenho ambiental tendo como exemplo os melhores nesta área (Eco SMEs, 2004). Este tipo de benchmark, muitas vezes surge simplesmente para listar e comparar o desempenho ambiental de diferentes organizações. Contudo, se este for entendido como uma ferramenta de 14 Universidade do Minho

32 Capítulo 3 Estado de arte melhoria contínua, terá de ser mais ambicioso, não se restringindo a listar ou a comparar mas também a analisar as práticas que levam a um desempenho ambiental superior (EEA, 2001). Desta forma, o benchmark ambiental, deve incluir todas as áreas de atividade de uma organização, não se limitando apenas às atividades que têm um impacto ambiental óbvio, mas recorrendo à avaliação dos sistemas de gestão ambiental (SGA), desempenho dessa mesma gestão, contabilidade ambiental, gestão de recursos e resíduos, qualidade ambiental dos produtos, educação ambiental, desenvolvimento de políticas de ambiente, práticas de auditoria, relações com clientes, bem como resposta à emergência (Szekely, 1996). Da bibliográfica consultada, consegue-se destacar um conjunto de etapas comuns nas metodologias abordadas por diferentes autores, razoavelmente bem modeladas pelo ciclo de melhoria contínua de Deming: Planear (Plan), Executar (Do), Analisar (Check) e Corrigir (Act) (Figura 3) (Ribeiro, 2004). Figura 3 - Metodologia PDCL segundo Deming, Relatório do comité Temático de Benchmark da FNQ (Possa & Matos, 2009) Universidade do Minho 15

33 Capítulo 2 Processo de benchmarking 16 Universidade do Minho

34 Capítulo 3 Estado de arte CAPÍTULO 3 - ESTADO DE ARTE Ao longo dos últimos trinta anos, o SNS de Portugal tem vindo a sofrer alterações acentuadas, tornando-se estas cada vez mais evidentes, sobretudo no que respeita ao envolvimento cada vez maior e preocupado da sociedade (Lapão, 2005). O estado Português, despendeu em 2005 de cerca de 10,2% da sua riqueza no sector da saúde (OCDE, 2007). Comparativamente com outros parceiros europeus, este gasto marca um esforço muito significativo, dando assim muita relevância a este sector público, dado que recursos escassos se debatem com necessidades e espectativas crescentes. No ano de 2006, o sector hospitalar português, teve gastos na ordem dos 3700 milhões de euros, representando este cerca de 49% do orçamento de estado (ACSS, 2008). Segundo Shortell e Kaluzny (2006), os fatores externos que têm contribuído de forma significativa para o aumento dos custos hospitalares referidos, são: Desenvolvimento tecnológico; Aumento da prevalência de doenças crónicas; Aumento do consumo de fármacos; Aumento da esperança média de vida das populações. Segundo Mateus e Bragança (2011), um dos tipos de estratégias de melhoria/recuperação deste fator, é a promoção do aumento da eficiência dos processos utilizados, para que o consumo de recursos seja minimizado. Sendo de extrema importância, que a estas técnicas de gestão se aliem as ferramentas que defendem os princípios da sustentabilidade, podendo estas contribuir significativamente para o sector da economia, satisfação social, bem com do cuidado ambiental (Lapão, 2005). O esforço de apuramento de custos com maior exatidão requer a implementação de instrumentos e metodologias as quais têm como principais finalidades (Costa et al, 2008): Conhecer melhor a estrutura de consumo de recursos das organizações de saúde; Permitir tomar decisões estratégicas e operacionais, que tenham um menor grau de risco associado; Reorganizar processos produtivos no sentido de maximizar a sua eficiência; Gerir o doente ao longo do processo de produção com critério de custo-efetividade; Universidade do Minho 17

35 Capítulo 3 Estado de arte Contribuir para a melhoria organizacional, através da comparação e utilização de técnicas de Benchmark entre organizações; Permitir desenvolver metodologias de definição de preços e de financiamento dos serviços de saúde com maior rigor e fiabilidade. Têm sido vários os estudos realizados na área da saúde a nível internacional, para avaliação do desempenho dos hospitais, dentro dos quais podem citar-se, a título perfeitamente exemplificativo (Costa et al, 2010): - EUA Best Hospitals (Hill, Winfrey e Rudolph, 1997; O`Muirchearthaigh, Murphy e Moore, 2002), One Hundred Top Hospitals (HCIA, 1999; Griffith, Alexander e Jelinek, 2002) e Risk-Adjusted Quality Outcomes Measures (DesHarnais et al, 1997 e 2000), do Reino Unido (Amaratunga et al, 2002, Chang, Lin e Northcott, 2002; Department of Health, 2002; NHS, 2002 e Snelling, 2003); - Austrália (Ibrahim et al, 1998; Degeling et al, 2000; NHPC, 2001 e ACHS, 2002). É de extrema importância salientar que em Portugal estes tipo de estudos não se encontram tão desenvolvidos, contudo existem alguns já concluídos, dos quais se destacam os estudos realizados por (Costa et al, 2010): INA Avaliação dos hospitais Fernando Fonseca e Garcia da Orta, 1999 e Projeto de Avaliação de Unidades de Saúde, 2001, IGIF (Barros, 2001a; Barros 2001b e Barros, 2001c), Avaliação dos hospitais SA. A nível académico, já foram realizados alguns estudos, tais como os apresentados por Costa e Reis (1993), Dias Alves (1994), Dismuke e Sena (1998), Barros e Sena (1999), Cabral e Barriga (1999) e Carreira (1999). Ainda em relação a Portugal, o tipo de avaliação citado anteriormente, ganhou mais enfâse após a publicação em diário da república do Novo Regime Jurídico da Gestão Hospitalar, pela lei nº 27/2002 de 8 de Dezembro. Deste modo, começa-se por realizar uma pesquisa bibliográfica sobre o tema em estudo, de forma a obter conhecimentos aprofundados e a conseguir definir o enquadramento do trabalho. Com a realização da pesquisa pretende-se também obter uma comparação do estado de arte nesta temática no contexto nacional e internacional, bem como a análise de estudos já realizados. 18 Universidade do Minho

36 Capítulo 3 Estado de arte A pesquisa efetuada tem como objetivo o desenvolvimento de conhecimento, através da exploração de metodologia de benchmarks, tendo por base a procura de redução de custos de utilização no meio hospitalar Benchmark Ambiental em Instituições do Ensino Superior (IES) IES de Portugal - Campus da FCT/UNL A Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa (FCT/UNL), criada em 1977, situada na margem sul do rio Tejo, no Monte de Caparica tem uma área de 30 ha, com capacidade de expansão, associada a outras atividades da Universidade, até 60 ha, constitui uma das nove unidades orgânicas da Universidade Nova de Lisboa (UNL). Com este estudo, Santos (2009), pretendeu dar um contributo para a implementação de boas práticas de desenvolvimento sustentável em campus universitários, utilizando o benchmark como ferramenta de gestão. A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi a esquematizada na Figura 4. Figura 4 - Metodologia de trabalho (Santos, 2009) Universidade do Minho 19

37 Capítulo 3 Estado de arte Analisando a Figura 4, e segundo a autora, depois de definidos os objectivos, procede-se à recolha de informação, à elaboração de um plano experimental e a uma pesquisa bibliográfica. Seguidamente, a autora desenvolveu uma grelha de indicadores (Tabela 3) de sustentabilidade aplicáveis em campus universitários, sendo estes essencialmente no âmbito ambiental. 38 Indicadores de desempenho ambiental e 30 boas práticas de gestão ambiental, divididos por 10 categorias: Administração; Materiais; Alimentação; Energia; Água; Biodiversidade; Emissões Atmosféricas; Resíduos; Mobilidade; Comunidade; Tabela 3 - Indicadores de desempenho ambiental aplicáveis a IES (Santos, 2009) Categoria Indicador Unidades Compromissos assumidos pela administração com a sustentabilidade do campus nº de compromissos assumidos / ano Administração Percentagem de objectivos e metas de sustentabilidade propostos atingidos % de objectivos metas atingidos / ano Adoção de declarações/acordos de sustentabilidade locais, nacionais ou internacionais nº de declarações adotadas % trabalhadores não docentes afetos à sustentabilidade Total de custos e investimento com a proteção ambiental, por tipo euros / ano euros / ETI 20 Universidade do Minho

38 Capítulo 3 Estado de arte Tabela 3 (cont.) - Indicadores de desempenho ambiental aplicáveis a IES (Santos, 2009) Categoria Indicador Unidades Administração Pagamento de coimas significativas por incumprimento das leis e regulamentos ambientais Número total de sanções não-monetárias por incumprimento das leis e regulamentos ambientais euros / ano nº sanções / ano Materiais Materiais utilizados, em peso ou volume (Por exemplo: papel, consumíveis informáticos, reagentes) t/ano t/eti ; m 3 /ano ; m3/eti Percentagem de materiais utilizados que são provenientes de reciclagem % materiais reciclados Consumo direto de energia por fonte MWh/ano ; kwh/eti ; kwh/m 2 Consumo indireto de energia MWh/ano ; kwh/eti ; kwh/m 2 Energia Total de poupança de energia devido a melhorias na conservação e na eficiência Energia elétrica proveniente de fontes renováveis MWh/ano % (ano de referência) MWh/ano % consumo de energia proveniente de fontes renováveis Certificação energética de edifícios % de edifícios certificados Consumo total de água por fonte m 3 /ano ; m 3 /ETI ; m 3 /m 2 Água Recursos hídricos significativamente afectados pelo consumo de água Percentagem de água reciclada e reutilizada m 3 afectados % água reciclada ; % água reutilizada Universidade do Minho 21

39 Capítulo 3 Estado de arte Tabela 3 (cont.) - Indicadores de desempenho ambiental aplicáveis a IES (Santos, 2009) Categoria Indicador Unidades Descarga total de água residual, por qualidade e destino m 3 /ano ; m 3 /ETI ; m 3 /m 2 Água Identificação, dimensão, estatuto de proteção e valor para a biodiversidade dos recursos hídricos e respetivos habitats, afetados de forma significativa pelas descargas de água e escoamento superficial m 3 de recursos hídricos afetados Localização e área dos terrenos pertencentes, arrendados ou administrados pela organização, no interior de zonas protegidas, ou a elas adjacentes, e em áreas de alto índice de biodiversidade fora das zonas protegidas m 2 de solos em zonas protegidas % solos em zonas protegidas Biodiversidade Habitats protegidos ou recuperados Número e volume total de derrames significativos % solos a manter ou transformar em habitats naturais / ano nº derrames / ano m2 solo contaminado / ano Número de espécies, na Lista Vermelha da IUCN e na lista nacional de conservação de espécies, com habitats em áreas afetadas por operações, discriminadas por nível de risco de extinção nº de espécies Emissões totais diretas de GEE, por peso t/ano ; t/eti ; t/m2 Emissões atmosféricas Outras emissões indiretas de GEE, por peso t/ano ; t/eti ; t/m2 Reduções alcançadas com as iniciativas para reduzir as emissões de GEE t emissões reduzidas / ano 22 Universidade do Minho

40 Capítulo 3 Estado de arte Tabela 3 (cont.) - Indicadores de desempenho ambiental aplicáveis a IES (Santos, 2009) Categoria Indicador Unidades Compromisso para compensação de emissões % emissões compensadas / ano Emissões atmosféricas Emissão de substâncias destruidoras da camada de ozono, por peso t/ano ; t/eti ; t/m 2 NOx, SOx e outras emissões atmosféricas significativas, por tipo e peso t/ano ; t/eti ; t/m 2 Quantidade total de resíduos produzidos, por tipo e método de eliminação t/ano ; t/eti ; t/m 2 Resíduos Peso dos resíduos transportados, importados, exportados ou tratados, considerados perigosos nos termos da Convenção de Basileia Anexos I, II, III e VII, e percentagem de resíduos transportados por via marítima, a nível internacional t/ano % de resíduos perigosos / ano Materiais entregues para reciclagem por tipo (por exemplo: papel e cartão, plástico, vidro) t/ano % de resíduos entregues para reciclagem / ano Percentagem de materiais entregues para compostagem % de resíduos compostáveis / ano Utilização de combustíveis limpos na frota automóvel t combustível limpo consumido / ano % combustível limpo no total de combustível utilizado Mobilidade km vias pedonais no campus Vias pedonais e cicláveis no campus km vias cicláveis no campus % vias pedonais e cicláveis no campus Universidade do Minho 23

41 Capítulo 3 Estado de arte Tabela 3 (conclusão) - Indicadores de desempenho ambiental aplicáveis a IES (Santos, 2009) Categoria Indicador Unidades Informação, sensibilização e envolvimento da comunidade recorrendo à internet nº de acessos externos ao sítio Web /ano Comunidade Oportunidades de estágios na área da sustentabilidade do campus Promoção de uma competição de sustentabilidade nº estagiários / ano nº de competições / ano nº de pessoas envolvidas nas competições / ano Com base nas pesquisas efetuadas, nomeadamente nos relatórios de sustentabilidade disponíveis online, Santos (2009) selecionou as IES (Instituições do Ensino Superior) para a realização do benchmark de desempenho, sendo a maioria das IES norte-americanas, pois são as que têm mais trabalho desenvolvido nesta área da sustentabilidade de IES. De forma a analisar a realidade em diferentes continentes, a autora selecionou ainda duas IES (Tabela 4) com informação disponível na área da sustentabilidade dos seus campus. A autora optou assim por uma universidade australiana (Universidade de Macquaire) e outra europeia (Instituto de Tecnologia de Zurique). Tabela 4 - IES selecionadas para Benchmarks (Santos, 2009) IES Localização Factor de escolha Significativa visibilidade das práticas de sustentabilidade através da internet e Universidade disponibilidade de informação Michigan, EUA de Michigan Em 2009 obteve a classificação (B+) na avaliação do The College Sustainability Report Classificação Report Web Card Ranking B+ 6º Fonte de informação Relatório ambiental anual de Universidade do Minho

42 Capítulo 3 Estado de arte Tabela 4 (Conclusão) - IES selecionadas para Benchmarks (Santos, 2009) IES Localização Factor de escolha Classificação Report Web Card Ranking Fonte de informação É a IES mais antiga dos EUA (1836) e uma das instituições educacionais mais prestigiadas do mundo Informação Universidade de Harvard Massachusetts, EUA Apresenta um programa na área da sustentabilidade desde 1999 (Harvard Green Campus Initiative) A- 3º disponível em ncampus.harvar Em 2009 obteve a melhor classificação (A-) d.edu/ na avaliação do The College Sustainability Report, a par do Oberlin College Relatório Anual Universidade de Macquaire Sydney, Austrália IES com uma política de sustentabilidade acentuada e práticas implementadas - 376º de Sustentabilidade de 2008 Instituto de Tecnologia de Zurique Zurique, Suíça - 40º Relatório ambiental anual de 2008 FCT/UNL Almada, Portugal Caso de estudo selecionado - - Diversos serviços da FCT/UNL Escolhidas as instituições, a autora procedeu à análise de dados (Tabela 5) dessas IES com a aplicação da ferramenta de benchmarks desenvolvida. De salientar que, durante a recolha de dados e pesquisa bibliográfica a autora identificou algumas lacunas existentes ao nível da sustentabilidade das IES, tais como, a ausência de uma ferramenta de benchmark para IES. Universidade do Minho 25

43 Capítulo 3 Estado de arte Tabela 5 - Dados das IES selecionadas para realização de benchmark (Santos, 2009) Indicadores FCT/UNL (Portugal) Universidade de Michigan (EUA) Universidade de Harvard (EUA) Universidade de Macquaire (Austrália) Instituto de Tecnologia de Zurique (Suíça) Área do campus (ha) 24, Nº de edifícios S.D. S.D. Nº de alunos inscritos Nº de docentes Nº de funcionários não docentes 235 S.D População total do Campus S.D ETI (funcionários + alunos) S.D O Equivalente a Tempo Inteiro (ETI) é uma unidade per capita, que representa um aluno ou funcionário que está a tempo integral no Campus Universitário. Após análise e tratamento de dados obtidos, Santos (2009) desenvolveu 10 fichas de benchmark, uma para cada categoria analisada. As fichas de benchmark permitem uma autoanálise da sustentabilidade das IES a qualquer momento, com práticas definidas e que permitem atingir um nível de desempenho sustentável mais elevado. Estas fichas definem para cada categoria o objetivo geral, os objetivos específicos, os indicadores de sustentabilidade e suas unidades e boas práticas a adoptar na busca da sustentabilidade dos campus universitários. 26 Universidade do Minho

44 Capítulo 3 Estado de arte Tabela 6 - Exemplo de ficha de benchmark (Santos, 2009) Benchmark 1 CATEGORIA ADMINISTRAÇÃO OBJECTIVO GERAL Assumir ao nível da gestão de topo a sustentabilidade do campus universitário OBJECTIVOS ESPECÍFICOS Incentivar e fomentar práticas de sustentabilidade Tomada de decisões com base em critérios de sustentabilidade Integrar a sustentabilidade do campus nas restantes atividade da IES INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE Compromissos assumidos pela administração com a sustentabilidade do campus Percentagem de objectivos e metas de sustentabilidade propostos atingidos Adoção de declarações/acordos de sustentabilidade locais, nacionais ou internacionais Pessoal afeto às políticas e programas de sustentabilidade Total de custos e investimento com a proteção ambiental, por tipo Pagamento de coimas significativas por incumprimento das leis e regulamentos ambientais Número total de sanções não-monetárias por incumprimento das leis e regulamentos ambientais BOAS PRÁTICAS Assinatura de compromissos e/ou declarações de sustentabilidade Existência de um conselho consultivo para a sustentabilidade do campus Utilização de critérios de sustentabilidade na seleção dos investimentos Definição de metas e objectivos concretos para sustentabilidade do campus Disponibilização de pessoal a tempo inteiro afecto aos programas de sustentabilidade Implementação de procedimento para verificação da conformidade legal a nível ambiental No final de cada ficha de benchmark, a autora apresenta cinco níveis de autoavaliação que permitem que a cada IES se posicione face à sustentabilidade atual de cada categoria, de acordo com a implementação ou planificação das boas práticas (Tabela 7). Tabela 7- Níveis de autoavaliação (Santos, 2009) Níveis Os planos para implementar Os planos para implementar Plano abrangente, estas boas práticas estão numa estas boas práticas existem totalmente documentado fase mínima de mas requerem aprovação e implementado e revisto desenvolvimento ou não se superior e disponibilização regularmente. encontram descritos de meios Universidade do Minho 27

45 Capítulo 3 Estado de arte Analisando e comparando os dados, a autora apresenta por categoria dos indicadores de desempenho e pela adopção das boas práticas os resultados obtidos do benchmark realizado. De seguida, descreveu os passos a serem dados pela FCT/UNL para conseguir atingir as verdadeiras práticas de sustentabilidade. A título de exemplo, aborda-se neste documento os resultado nas categorias energia e água. Opta-se por estas categorias, porque no estudo efetuado em edifícios hospitalares, o custo de energia e água são custos de utilização também abordados.! Categoria: Energia Dos indicadores selecionados anteriormente, a autora constatou a não existência de dados, nas IES em análise, para o indicador consumo indireto de energia. Tabela 8 - Resultados dos indicadores de sustentabilidade na categoria Energia para as IES em analise 2008 (Santos, 2009) Indicadores FCT/UNL Univ. Michigan Univ. Harvard Univ. Macquarie IT Zurique Consumo MWh/ano MWh/ano MWh/ano Wh/ano direto de energia 1,1 MWh/ETI 30 kwh/m 2 23,4 MWh/ETI 630 kwh/m 2 ND 2,5 MWh/ETI 306 kwh/m 2 9,7 MWh/ETI 236 kwh/m 2 Poupança de energia por melhorias na conservação e eficiência de ND ND 2,7 milhões euros ND 24% (ref. 2004) uso Energia elétrica proveniente de fontes renováveis 0,93 MWh/ano MWh/ano < 1% (geração) 15,7% (compra) 0,01% (geração) 5% ND 20 Certificação energética de edifícios 0 0% 1 Edifício certificado Edifícios certificados 40 edifícios ND ND registados 28 Universidade do Minho

46 Capítulo 3 Estado de arte Na Figura 5 encontram-se representados os consumos de energia nos IES estudandos, referente ao ano Figura 5 - Consumo de energia nas IES em análise 2008 (Santos, 2009) Considerando que a Universidade de Macquaire tem quatro áreas de ensino: Letras, Ciências, Economia e Negócios e Ciências Humanas e que o Instituto de Tecnologia de Zurique desenvolve as suas atividades nas áreas da Química, Física, Engenharia Eléctrica e Informática, é espectável que o consumo de energia por ETI seja mais elevado na Universidade Suíça, apesar de ser inferior no rácio relativo à área do campus. A FCT/UNL apresenta um consumo de energia significativamente abaixo das restantes IES analisadas (Santos, 2009). Embora um dos edifícios da Universidade de Michigan tivesse alcançado certificado LEED ouro em 2005, a certificação energética foi considerada apenas como uma boa prática adoptada, visto que os campus universitários dispõem de 380 edifícios. Assume-se que a totalidade de edifícios com certificação energética é 0%.! Categoria: Água Dos indicadores selecionados anteriormente, constatou-se a não existência de dados, nas IES em análise, nos seguintes indicadores: o o Avaliação dos recursos hídricos significativamente afectados pelo consumo de água; Identificação, dimensão, estatuto de proteção e valor para a biodiversidade dos recursos hídricos e respectivos habitats, afectados pela descarga de água e escoamento Universidade do Minho 29

47 Capítulo 3 Estado de arte Tabela 9 - Resultados dos indicados de sustentabilidade na categoria Água para as IES em analise 2008 (Santos, 2009) Indicadores Consumo total de água Percentagem de água reciclada e reutilizada Descarga total de água residual, por qualidade e destino FCT/UNL m 3 9,4 m 3 /ETI 0,31 m 3 /m 2 Univ. Michigan m 3 Univ. Harvard 63,0 m3/eti 0,16 m 3 /m 2 ND Univ. Macquarie m 3 8,1 m 3 /ETI 0,16 m 3 /m 2 IT Zurique m 3 18,9 m 3 /ETI 0,45 m 3 /m 2 0 ND ND ND ND m3 ND ND ND ND Na Figura 6 encontram-se representados os consumos de água nos IES estudados, referente ao ano Figura 6 - Consumo de água nas IES em analise 2008 (Santos, 2009) Por fim, a autora deste estudo conclui, aconselhando: A criação de um conselho centralizado, o qual fosse responsável por todos os aspetos que estejam relacionados com a sustentabilidade e que incidisse nas tomadas de decisões; 30 Universidade do Minho

48 Capítulo 3 Estado de arte O Levantamento Ambiental de 2000, tem sido um contributo fundamental para tornar os campus universitários sustentáveis. Todavia, ao longo dos últimos nove anos o campus esteve sujeito a inúmeras alterações entre as quais se destacam: a construção de novos edifícios, as mudanças de departamentos e consequentemente o aumento do número de alunos, os quais se traduzem em impactos nas suas atividades; A certificação ambiental do campus da FCT/UNL e o SGA, a qual se encontra ainda em implementação, deverá ser um contributo para a obtenção de um conhecimento maior de determinados indicadores e também para um maior desenvolvimento das práticas de sustentabilidade; Seria interessante a FCT/UNL, trabalhar conjuntamente com outras IES portuguesas ou até internacionais, com a finalidade de partilha de experiências e conhecimentos, tal como já foi realizado por outras IES no estrangeiro em matéria de sustentabilidade; O estudo efetuado tem por finalidade contribuir para o desenvolvimento de boas práticas na área da sustentabilidade a aplicar em campus universitários, contudo apesar da exaustiva pesquisa realizada, poderão existir algumas lacunas e algumas questões que ficaram por analisar. Seria de extrema importância no futuro, o melhoramento e atualização desta mesma análise, de forma a colmatar possíveis falhas existentes, progredindo assim na busca da sustentabilidade (Santos, 2009) Benchmarks hospitalares O Sistema Nacional de Saúde português (SNS) surge como resultado de um processo histórico e progressivo, o qual reconhece o direito à proteção social da saúde, tendo sido este constitucionalmente consagrado em Assim sendo, e com o pressuposto de se manter este mesmo direito outrora implementado e face ao aumento progressivo dos gastos na área da saúde, num contexto em que é urgente a redução da despesa pública, torna-se fundamental a implementação de uma administração eficiente e ponderada dos recursos disponíveis. São vários os estudos, que se focam sobre a importância da avaliação do impacto que a mudança do modelo de gestão/estatuto jurídico tem ao nível do desempenho dos hospitais portugueses. Contudo este setor possui algumas particularidades como por exemplo: a imperfeição do mercado de saúde, o que limita a sua utilização como um instrumento de coordenação/controlo das atividades e o conflito existente entre o objetivo da obtenção de lucros e o facto de estar-se perante um serviço de natureza pública onde a eficiência se torna um ponto fulcral dos serviços prestados (Rego, 2008; Nunes, 2009). Universidade do Minho 31

49 Capítulo 3 Estado de arte Assim sendo, pode-se concluir que é fundamental o estabelecimento de uma regulação independente, a qual garanta a eficiência do ponto de visto económico, de forma a corrigir os defeitos do mercado, aplicando critérios éticos e sociais (Nunes et al., 2007, 2009). Existem já alguns estudos desenvolvidos em hospitais portugueses Setor Publico Administrativo (SPA), Sociedade Anónima (SA) e Entidade Publica Empresarial (EPE), com a finalidade de se avaliar o impacto que o modelo de gestão tem nos mesmos. (Costa, 2009, OPSS, 2009, Rego, 2008, Barros e Simões, 2007, UOGF, 2007, UOGF, 2006, Gouveia et al., 2006, Unidade de Missão - Hospitais SA 2005, OPSS, 2005, Giraldes et al., 2005, Costa e Lopes, 2005, Mossialos et al., 2002). Em 2013, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) publicou um relatório de benchmarking de hospitais públicos portugueses, como apoio à melhoria do sistema nacional de saúde na construção do mercado público de prestadores de cuidados de saúde Hospitais SA Os hospitais SA são Sociedades anónimas de capitais exclusivamente públicos (OPSS, 2005), sendo que a tutela é exercida pelos ministros das Finanças e da Saúde. O regime jurídico é o do Direito Privado e introduzem-se os sistemas de avaliação por mérito e os sistemas de incentivos com base na produtividade, bem como limites ao endividamento (30% do capital social) (Aguiar, 2010). Estas unidades hospitalares, passaram a ser regidas por uma legislação própria, e pelo regime jurídico do Sector Empresarial do Estado (regime jurídico da gestão hospitalar) e pelo direito comercial. Assim sendo, o regime financeiro e tributário é semelhante ao que vigora para as empresas privadas (Aguiar, 2010). No sentido de identificar o potencial de melhoria dos hospitais, foi desenvolvido um estudo em 31 unidades SA, com base na metodologia de benchmark (Hospitais SA, 2003). No que respeita à metodologia utilizada, esta consistiu na recolha de informação, fixação do ranking global e seleção de benchmark para cada alavanca selecionada (Hospitais SA, 2003). Para a realização deste estudo, foi recolhida informação qualitativa acerca dos hospitais, a qual consistia (Hospitais SA, 2003): 32 Universidade do Minho

50 Capítulo 3 Estado de arte Caracterização global do hospital e estrutura organizativa; Descrição da atividade do hospital (área de influência, principais linhas de atividade com descrição de oportunidades de melhoria e restrições já identificadas, bem como principais processos onde se identificam oportunidades de melhoria); Identificação do principal equipamento instalado e caracterização da sua utilização; Caracterização dos Recursos Humanos. Como se pode verificar pela análise da Figura 7, a informação recolhida pelos autores deste estudo foi obtida através de três entidades: IGIF (Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde), ARS (Administração Regional de Saúde) e principalmente junto dos próprios hospitais parceiros de estudo. Após esta recolha, os dados foram tratados de forma a serem comparados e eliminar enviesamentos. Figura 7 - Recolha de informação (Hospitais SA, 2003) Concluída a fase de recolha de dados, os autores do estudo procederam à realização do ordenamento dos hospitais em função do seu desempenho (Figura 8). Universidade do Minho 33

51 Capítulo 3 Estado de arte Figura 8 - Ranking de eficiência global dos Hospitais em estudo (Hospitais SA, 2003) Para identificar os programas críticos, houve necessidade de decompor o índice de eficiência global nas suas principais alavancas (indicadores) primordiais de explicação do resultado económico para o sistema no seu conjunto. Figura 9 - Exemplo de benchmark da alavanca 1 (Hospitais SA, 2003) De forma a concluir a investigação através do estudo de benchmarks, os autores procederam à realização do benchmark para cada uma das alavancas selecionadas e avaliação do potencial de melhoria decorrente do alinhamento com os top 10 hospitais identificados no ranking 34 Universidade do Minho

52 Capítulo 3 Estado de arte global, ou com os top 10 de cada alavanca (exemplo Figura 9), sendo o top 10 as melhores práticas encontradas. De forma a identificar as zonas problemáticas ao nível do desempenho económico, os autores procederam à decomposição da estrutura de custos dos hospitais SA e identificação do GAP (diferencial de desempenho entre o ideal top 10, e os restantes hospitais do estudo) de desempenho por linha de produção. Na Figura 10, pode-se verificar o peso de cada linha de produção no GAP total. Figura 10 - GAP dos hospitais SA (Hospitais SA, 2003) Por fim, foram identificados os programas críticos e propostas soluções de melhoria. De seguida apresenta-se a título de exemplo, na Figura 11, os resultados obtidos no Hospital de Guimarães. Universidade do Minho 35

53 Capítulo 3 Estado de arte Figura 11 - Estudo dos pogramas críticos do hospital H. D. Guimarães (Hospitais SA, 2003) Hospitais Ibéricos Saber se os hospitais europeus são comparáveis, se os grandes hospitais universitários têm margem de melhoria, e se a eficiência técnica dos diferentes modelos terapêuticos é equiparável ou se apresenta variações que indiciam práticas menos eficientes, são matéria da maior transcendência para os cidadãos e para as administrações. As entidades gestoras contribuirão decisivamente para a qualidade dos serviços prestados, bem como a adequada utilização dos recursos e os ganhos em Saúde (IASIST, 2012; Sais et al., 2012). Com o objetivo de se comparar resultados clínicos sobre a atividade de internamento e de cirurgia ambulatória entre países ibéricos, de analisar a variabilidade presente em cada país e dentro dos mesmos. Foi realizado um estudo em 28 grandes Hospitais Universitários de Portugal e Espanha no ano de 2010 com intuito de facultar aos responsáveis clínicos, gestores e profissionais de saúde informação rigorosa e atualizada sobre o desempenho clínico dos principais hospitais portugueses (Sais et al., 2012). Este estudo foi elaborado não com o intuito do estabelecimento de um ranking, mas sim de disponibilizar um conhecimento útil de forma a se perceber melhor os sucessos obtidos, bem 36 Universidade do Minho

54 Capítulo 3 Estado de arte como o potencial de evolução nas várias dimensões que constituem estas unidades. (Sais et al., 2012) Tal como em outros casos de estudo, os autores desta investigação começaram por selecionar os parceiros de benchmark e recolha de dados dos mesmos (Sais et al., 2012). Assim sendo, neste estudo foram analisadas as seguintes dimensões: qualidade e exaustividade dos registos clínicos, complexidade e severidade da casuística, gestão dos tempos de internamento, cirurgia ambulatória programada e qualidade dos resultados clínicos traduzidos nas dimensões de mortalidade, complicações e readmissões (Sais et al., 2012). Na Tabela 10, encontram-se expostas as principais características de dimensão, eficiência e complexidade do conjunto de hospitais. Tabela Características dos Hospitais do Grupo de Comparação (Sais et al., 2012) Portugal Espanha Áreas (internamento) Media Min. Máx. Média Min. Máx. No de altas de internamento por hospital Idade da casuística (anos) 54,0 54,4 - - Peso médio (complexidade) Índice (incluindo a GCD-14)4 1,47 1,25 1,60 1,49 1,20 1,94 Índice (excluindo a GCD-14)4 1,57 1,34 1,67 1,63 1,27 1,94 Demora média (dias) 8,00 6,90 8,80 7,80 6,50 9,10 Número de camas por hospital Episódios de internamento urgentes 55,80% 49,90% 61,00% 60,80% 47,10% 77,60% Episódios de internamento cirúrgicos 47,00% 41,60% 54,00% 42,70% 33,80% 51,10% De seguida, são apresentados alguns exemplos para as problemáticas estudadas, quanto à qualidade assistencial (mortalidade e complicações). No que respeita à mortalidade o gráfico da Figura 12, permite comparar não só as taxas brutas de mortalidade, como também os índices de mortalidade ajustadas pelo risco (Sais et al., 2012). Universidade do Minho 37

55 Capítulo 3 Estado de arte Figura 12 - Comparação da mortalidade bruta e ajustada pelo risco (Sais et al., 2012) Tal se pode verificar no gráfico da Figura 12, em Portugal o único hospital que apresenta um número de óbitos superior ao que seria de esperar, tendo em conta a casuística (IMAR= 1,22), é aquele que apresenta o menor número de diagnósticos registados/codificados por alta. Ou seja, com base na informação obtida através dos processos clínicos dos pacientes, este hospital não conseguiu justificar 22% dos óbitos observados (Sais et al., 2012). No que refere às complicações, o gráfico da Figura 13 permite comparar as taxas brutas de complicações, bem como os índices de complicações ajustadas pelo risco (ICAR Índice de complicações ajustadas pelo risco) (Sais et al., 2012). Figura 13 - Comparação das complicações brutas e ajustadas pelo risco (Sais et al., 2012) Após a análise do gráfico da Figura 13, os autores constataram que os hospitais em Portugal apresentam, de um modo geral, um número de episódios com complicações inferior ao que 38 Universidade do Minho

56 Capítulo 3 Estado de arte seria de esperar tendo em conta o risco da casuística. Contudo, é de extrema importância salientar que a menor exaustividade do registo/codificação de dados dos pacientes poderá estar a contribuir para um sub-registo de todas as complicações verificadas nos hospitais (Sais et al., 2012). Como forma de conclusão deste estudo, os autores referem que não existem diferenças estatisticamente significativas entre os hospitais dos dois países, embora exista uma grande variabilidade entre os vários hospitais estudados dentro de cada país. Os autores alertam para o facto de em Portugal não existir grande cuidado com os registos clínicos, o que na falta destes leva a conclusões precipitadas (Sais et al., 2012). É de grande importância salientar, que segundo Sais et al. (2012), todos os hospitais parceiros deste estudo têm significativa margem de progressão na comparação com o benchmark, quanto às durações de internamento. No caso português, a aproximação aos melhores desempenhos permitiria poupar, numa perspectiva estrutural, cerca de camas. Este seria o cenário ideal, sem os constrangimentos relacionados com os casos sociais ou a escassez de oferta em camas de Cuidados Continuados, situação que, infelizmente, ainda se verifica em Portugal (Sais et al., 2012). Em suma, a qualidade assistencial dos hospitais portugueses, pode-se considerar bastante positiva, devendo-se esta à competência dos profissionais, às tecnologias utilizadas no diagnóstico, bem como no tratamento de doentes (Sais et al., 2012) ACSS 2013 O ano de 2013 é marcado pela entrada em vigor da publicação de relatórios de Benchmarking trimestrais, os quais são baseados no modelo proposto pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), tendo como finalidade comparar o desempenho das instituições e identificar as melhores práticas. Assim, seguidamente apresenta-se um relatório de Benchmarking hospitalar, o qual reporta dados referentes ao período de atividade entre Janeiro e Dezembro de 2012, sendo que desta análise apenas constam 31 entidades hospitalares do sector empresarial do estado e 3 Universidade do Minho 39

57 Capítulo 3 Estado de arte entidades em regime de parceria público privada, agrupadas em 5 grupos, como se pode verificar na Figura 14. Figura 14 - Instituições hospitalares alvo de análise (ACSS, 2012) As entidades hospitalares no estudo apresentado foram dividas em 5 grupos homogéneos (Figura 14), tendo estes sido determinados recorrendo a clustering hierárquico (consiste em agrupar de forma hierárquica diferentes objetos, que se encontrem dispersos em grupos clusters, de forma a que os objetos no mesmo cluster sejam similares), contudo este instrumento não é perfeito mas possibilita a comparação entre instituições similares, podendo existir instituições fronteira entre os grupos, as quais podem ser penalizadas no exercício. As entidades em estudo foram comparadas em 4 dimensões: acesso, qualidade, produtividade e económica, sendo cada uma destas dimensões estudada em vários indicadores, como podem verificar na Figura Universidade do Minho

58 Capítulo 3 Estado de arte Figura 15 - Dimensões de Benchmarking e indicadores do estudo (ACSS, 2013) Após a distribuição das instituições hospitalares por grupo, como está expresso anteriormente na Figura 14, utilizaram o sistema de cores (Figura 16) para avaliação das mesmas, o qual consiste em atribuir a cor: vermelho, amarelo ou verde, às instituições que constituem cada grupo, tendo em conta a divergência por estas apresentadas em relação à melhor prática do grupo onde estão inseridas. Figura 16 - Sistema de avaliação por cores (ACSS, 2013) Universidade do Minho 41

59 Capítulo 3 Estado de arte Na Tabela 11, apresenta-se a título de exemplo o benchmarking do indicador FSE I (fornecimento e serviços externos I) correspondente à dimensão económica, que expressa o fornecimento de serviços externos por m², através do qual se pode verificar qual a instituição hospitalar que apresenta a melhor prática dentro de cada grupo. Este indicador tem por finalidade refletir a eficiência na gestão da infraestrutura, a qual inclui a eficiência energética de cada instituição. É de salientar que se apresenta este exemplo visto ser esta dimensão (económica) a abordar neste documento, sendo que este indicador (FSE I) engloba o fornecimento de serviços externos por m² de área útil (FSE/m² de área útil), ou seja, considera os custos com eletricidade, combustíveis, água e outros fluidos, ferramentas, utensílios de desgaste rápido, rendas e alugueres, entre outros, por área útil. Tabela 11 - Benchemarking da dimensão económica para o indicador FSE/m² de área útil (ACSS, 2013) 42 Universidade do Minho

60 Capítulo 3 Estado de arte Tabela 12 - Potencial para redução dos custos FSE I ( Adaptado ACSS, 2013) Grupo Instituições Poupanças Estimadas Resultados Operacionais a 31 de dezembro Resultados Operacionais Potenciais B CH Médio Ave B CH Póvoa de Varzim/Vila do Conde B HD Figueira da Foz B H Santa Maria Maior C CH Barreiro/Montijo C CH Cova da Beira C CH Leiria- Pombal C CH Setúbal C CH Alto Ave C CH Baixo Vouga C CH Barlavento Algarvio C CH Entre Douro e Vouga C CH Médio Tejo C HD Santarém C CH Tâmega e Sousa D CH Trás- os- Montes e Alto Douro D CH Vila Nova de Gaia/Espinho D Hospital de Braga, PPP n.a. n.a. D Hospital de Faro D H Espírito Santo de Évora D H Fernando da Fonseca D H Garcia de Orta D CH Tondela- Viseu E CH Lisboa Central E CH Lisboa Ocidental E CH São Ojai E CH Lisboa Norte E CH Porto, EPE E CH Universitário de Coimbra F IPO Coimbra F IPO Lisboa F IPO Porto O autor deste estudo, salienta que apesar das instituições estarem inseridas em grupos homogéneos, não apresentam a mesma carteira de serviços, o que leva a que as poupanças estimadas para cada área de custos sejam apenas indicativas e não acumulativas, ou seja, refletindo apenas o posicionamento de cada instituição face ao posicionamento da instituição Universidade do Minho 43

61 Capítulo 3 Estado de arte mais eficiente do grupo. Assim sendo, segundo o autor não será expectável que todas as instituições atinjam os níveis de poupança estimados (ACSS, 2013). 44 Universidade do Minho

62 Capítulo 4 Recolha de dados CAPÍTULO 4 - RECOLHA DE DADOS A utilização do benchmarking como ferramenta de estudo da eficiência é normalmente realizada por iniciativa e uma ou várias empresas parceiras de benchmark que pretendem obter uma ferramenta-chave para a melhoria do desempenho. Assim, os parceiros de benchmark serão responsáveis por facultar a informação para a realização deste estudo. Este estudo de benchmarks será uma exceção neste tipo de estudo, pois não serão as entidades parceiras (hospitais) a fornecer os dados, mas sim, esta recolha de dados foi da responsabilidade da equipa de investigação. Assim, neste capítulo serão enumeradas as metodologias e dificuldades associadas a esta recolha de dados bem como as parcerias conseguidas para este fim. Será ainda explicado o modo de agrupamento das várias entidades hospitalares Tratamento de dados A primeira fase deste estudo passou pela recolha de dados, a qual requer um processo criterioso na definição dos parceiros que participam no estudo, sendo portanto esta fase uma das de maior importância nesta investigação. Contudo, destaca-se que os hospitais que participam num estudo de benchmark têm de estar preparados para participar numa iniciativa que requer disponibilidade de tempo, a qual é bastante exigente. É de ressaltar o processo minucioso na recolha de dados, bem como na definição dos hospitais parceiros, devido ao facto de já existirem outras iniciativas de benchmark mal sucedidas. Este cuidado deve-se à experiencia facultada por outras equipas de investigação, que alertam para que tarefas de recolha de dados e o empenho das entidades parceiras na realização de estudos de benchmarking sejam levadas com particular empenho. As entidades parceiras nestes estudos carecem de tempo suficiente para detalhar os dados eficazmente para um estudo que requer todo o pormenor possível e desejado. Destaca-se que neste caso de estudo, como o mesmo não foi requerido por uma empresa, mas sim por uma equipa de investigação, torna este processo mais cuidadoso na seleção dos hospitais alvo de análise. Universidade do Minho 45

63 Capítulo 4 Recolha de dados Assim, a recolha de dados e seleção dos hospitais que iriam participar no estudo foi realizado tendo em consideração as etapas preliminares sugeridas pelos autores Bemowski (1991), Spendolini (2002) e Kalof e Ostblom (1993), para cada indicador em estudo. Estes autores consideram essencial a execução das seguintes: Avaliar as expectativas dos clientes no estudo de benchmarks; Identificar potenciais barreiras a uma condução normal do estudo; selecionar e formar a equipa de benchmarks; Obter o empenhamento da direção de topo através da disponibilização dos recursos necessários. O primeiro passo na recolha de dados teve início na análise rigorosa do Relatório & Contas dos hospitais públicos portugueses, com a finalidade de se compreender as questões que iriam ser alvo de análise nos pontos seguintes desta dissertação, tornando-se assim o ponto de partida do estudo olhar para dentro planeando este estudo de benchmark a partir dai. Contudo durante a análise destes, percebeu-se que na maioria dos hospitais os consumos e custos de utilização não se encontravam detalhados, dado que estes são realizados pelo hospital central e não por cada entidade hospitalar, ou seja, estes resumem um ano de trabalhos de todos os hospitais que fazem parte desse centro hospitalar, e não se referem a cada entidade hospitalar. Este facto, foi mais um entrave à recolha de dados, dado que a informação das unidades hospitalares se encontrar agrupada por centro hospitalar, e a informação pretendida seria adquirir os dados para cada indicador em estudo e para cada hospital. É importante referir que os hospitais, em que não fosse possível obter essa informação detalhada, não iria constar no estudo, dado não estarem em condições de fazer parte de um estudo de benchmark, por falta do trabalho interno descrito anteriormente. Assim, para ultrapassar esta primeira barreira, desenvolveu-se a consulta através de contacto electrónico ( ) e posterior contacto telefónico hospital a hospital para levantamento dos entidades dispostas a participar neste estudo e consequente disponibilização dos dados pretendidos. Contudo, esta metodologia verificou-se não ser a melhor a adotar, pois poucos foram os hospitais a responder aos e ao contacto telefónico efetuado. Assim sendo, tornou-se fundamental o estabelecimento de contacto com ARS Norte, através do qual foi possível obter dados como: Informação de estudos já realizados até á data; Aconselhamentos importantes para o estudo a desenvolver; 46 Universidade do Minho

64 Capítulo 4 Recolha de dados Acesso aos dados que os hospitais e centros hospitalares da região norte enviam para a ARS Norte Contacto da Administração Central de Sistemas de Saúde (ACSS). Após o estabelecimento de contracto com a ARS Norte e com a ACSS, foi possível obter os dados do Plano Estratégico do Baixo Carbono e Programa de Eficiência Energética da Administração Pública (PEBC e ECO-AP). O PEBC e o ECO-AP, estão inseridos no âmbito do Ministério da Saúde e têm como objetivos primordiais a redução de emissões de gases com efeito de estufa e o aumento da eficiência nos consumos das instalações, em particular dos edifícios hospitalares. Assim sendo, o grande desafio destas entidades é conseguir implementar até 2020 uma eficiência energética de cerca de 30% nos organismos e serviços da Administração pública, resultando desta forma simultaneamente benefícios económico, bem como melhoria da prestação de serviços. A aplicação destes organismos, engloba neste momento todas as unidades do SNS, ou seja, edifícios hospitalares EPE (Hospitais Públicos) e PPP (Parcerias Público Privadas). Entretanto, na sequência dos casos de estudos efetuados, foi publicada a Resolução do Conselho de Ministro n.º 93/2010, de 26 de Novembro, que estabelece que se proceda à elaboração de planos sectoriais de baixo carbono, para cada Ministério, e a Resolução do Conselho de Ministros n.º 2/2011, de 9 de Dezembro, que criou o Programa de Eficiência Energética na Administração Pública (ECO.AP). Mais tarde, no Ministério da Saúde foram publicados três despachos (ACSS, 2013): " Despacho n.º 1729/2011, de 21 de janeiro Dando autonomia à Administração Central do Sistema de Saúde, I.P. (ACSS), em conjunto com as Administrações Regionais de Saúde (ARS), de definir a estratégia de implementação do Plano Estratégico do Baixo Carbono no sector da Saúde (PEBC) e que determina a nomeação de Gestores Locais de Energia e Carbono pelas ARS, hospitais, centros hospitalares, unidades locais de saúde (ULS) e agrupamentos de centros de saúde (ACES) " Despacho n.º 8662/2012, de 28 de junho Determinou a nomeação de um Gestor Local de Energia e Carbono por todas as entidades públicas do sector da saúde Universidade do Minho 47

65 Capítulo 4 Recolha de dados " Despacho n.º 4860/2013, de 9 de abril Determina as metas de redução de consumos a observar em 2013, determina o desenvolvimento de um Guia de Boas Práticas para o Sector da Saúde e estabelece as atribuições e competências a atribuir aos Gestores Locais de Energia e Carbono do Ministério da Saúde Agrupamento de dados No caso em estudo, é realizada uma identificação dos processos-alvo e das alavancas/indicadores para medir, monitorizar e comparar os resultados, tendo em consideração o objetivo de minorar os custos de utilização dos hospitais em estudo. Selecionados os hospitais que serão parceiros de estudo e as alavancas/indicadores, é realizada uma divisão destes por grupos, tendo em conta um indicador a avaliar que será proporcionar ao crescimento dos custos. Para a realização de benchmarking entre hospitais portugueses é essencial agrupar as entidades parceiras de estudo, por grupos de forma que todos os hospitais pertencentes ao mesmo grupo sejam similares. Esta preocupação foi evidente desde o início da recolha de dados, visto que um objetivo primordial foi a recolha de dados por unidade hospitalar invés de dados agrupados por centro hospitalar, visto que um centro hospitalar é totalmente diferente de outro, seja no numero de unidades hospitalares pertencentes, seja na dimensão dessas unidades, quer nos serviços externos e internos que cada uma das unidades hospitalares poderá ter dentro de cada dentro hospitalar. Assim, tornar-se desnecessário comparar centros hospitalares. Desde modo, para definir os grupos e quais os hospitais pertencentes a cada grupo, teve-se primeiramente que definir qual o indicador responsável pela definição do intervalo de cada grupo, isto é, se seria o ano de construção, área de abrangência, número de camas ou área útil, a limitar os grupos hospitalares. De forma a obter a informação pretendida destes parâmetros referente a cada hospital, consultou-se os sites das entidades hospitalares, das ARS e da ACSS. Para obtenção da população residente na área de abrangência de cada entidade hospitalar recorreu-se aos Censos Universidade do Minho

66 Capítulo 4 Recolha de dados Analisados os dados recolhidos, verifica-se que o aumento da área útil é proporcional ao aumento dos custos de utilização, o que não acontece com os outros parâmetros analisados, como o número de camas, ano de construção nem com a área de influencia. Quanto à área de abrangência verifica-se rapidamente que este parâmetro não poderia refletir o custo de utilização, visto existirem hospitais a receber doentes de fora da área de abrangência. Quanto maior a dimensão e importância do hospital, maior será o numero de doentes recebidos por estes hospitais, que iram consumir recursos mesmo que fora da área de abrangência. O ano de construção é um parâmetro no qual também seria possível basear o estudo, visto que não se conseguiu obter o ano de construção e de reconstrução de todas as entidades hospitais em tempo útil para a conclusão deste estudo. Na definição dos grupos tendo em consideração os parâmetros número de camas e a área útil, foi estudando comparando-os numericamente com os custos de utilização. Compara-se o incremento de cada parâmetro e o aumento dos custos de utilização. Consultando a Tabela 13 verifica-se que hospitais muito semelhantes quanto ao número de camas os custos são muitos dispares. Tabela 13 - Parâmetros nº de camas, área útil e custos utilização Hospital Nº de camas Área Útil [m2] Custos de Água Custos de Energia Custos de Gás Custos de Resíduos H , , , , ,00 H , , , , ,00 H , , , , ,82 H , , , , ,19 H , , , , ,10 H , , , , ,98 Analisando a Tabela 13, verifica-se que quanto maior a área útil do hospital, maior será os custos de utilização, mesmo para situações como os hospitais H8/H36, H28/H43 e H15/H37, Universidade do Minho 49

67 Capítulo 4 Recolha de dados onde para um número de camas similares, os custos aumentam com o aumento da área útil do edifício hospitalar. Assim, conclui-se que a divisão dos edifícios hospitais seria através área útil, isto é, o intervalo que ia definir cada grupo, seria um intervalo de área útil, faltando definir qual o intervalo de cada grupo. Optando-se por agrupar os edifícios hospitalares em função da área útil, foi necessário selecionar um método para definir o intervalo de área de cada grupo de hospitais. Para o efeito, optou-se por agrupar os edifícios através dos quartis da área úteil. Na Tabela 14, consta os resultados do calculo dos quartis, definindo assim as fronteiras entre cada grupo. Tabela 14 Determinação dos quartis Quartil Q1 - quartil 1 Q3 - quartil 3 Limite dos quartis 8807 m m2 Assim, deste agrupamento resultam três grupos de edifícios hospitalares, sendo que o grupo I será composto por hospitais com área superior ao quartil 3 (quartil superior), o grupo III os hospitais com área inferior ao quartil 1 (inferior) e o grupo II com as área compreendidas entre o quartil 3 e 1. Deste modo, conseguiu-se definir a composição dos 3 grupos de hospitais a ser alvo do estudo de benchmarking: Grupo I edifícios hospitalares com área útil superior a ,00 m 2 Grupo II edifícios hospitalares com área útil compreendida entre 8.807,00 m 2 e ,00 m 2 Grupo III edifícios hospitalares com área útil inferior a 8.807,00 m 2 Consideradas as áreas, pôde-se então definir os grupos, repartindo os hospitais por cada grupo tendo em conta a área útil do hospital. A Figura 17 expressa esta divisão. 50 Universidade do Minho

68 Capítulo 4 Recolha de dados Área (m2) H1 H3 H5 H7 H9 H11 H13 H15 H17 H19 H21 H23 H25 H27 H29 H31 H33 H35 H37 H39 H41 H43 H45 H47 H49 H51 H53 H55 Edificio hospitalar Grupo I Grupo II Grupo III QUARTIL 3 QUARTIL 1 Figura 17 - Divisão dos edifícios hospitalares Na Figura 17 encontram-se os hospitais, distribuídos por três grupos, delimitados pelos quartis 3 e 1. O grupo I e III são compostos por 14 entidades hospitalares, enquanto o grupo II é composto por 27. No total farão parte desde estudo, isto é, serão parceiros de benchmark, 55 entidades hospitalares do SNS. Nas Tabelas 15, 16 e 17, estão agrupados todas as entidades hospitalares e resumidos todos os custos de utilização, bem como as áreas úteis referentes ao grupo I, II e III, respetivamente. Tabela 15 - Hospitais, custos de utilização e área útil do grupo I Hospitais Custos de Água Custos de Energia Custos de Gás Custos de Resíduos Área Útil [m 2 ] H , , , , ,00 H , , , , ,97 H , , , , ,00 GRUPO I H , , , , ,00 H , , , , ,00 H , , , , ,00 H , , , , ,00 H , , , , ,00 H , , , , ,00 Universidade do Minho 51

69 Capítulo 4 Recolha de dados Tabela 15 (Conclusão) - Hospitais, custos de utilização e área útil do grupo I Hospitais Custos de Água Custos de Energia Custos de Gás Custos de Resíduos Área Útil [m 2 ] H , , , , ,93 GRUPO I H , , , , ,00 H , , , , ,00 H , , , , ,00 H , , , , ,00 Tabela 16 - Hospitais, custos de utilização e área útil do grupo II Hospitais Custos de Água Custos de Energia Custos de Gás Custos de Resíduos Área Útil [m 2 ] H , , , , ,00 H , , , , ,00 H , , , , ,00 H , , ,04 SD ,00 H , , , , ,00 H , , , , ,00 H , , , , ,00 H , , , , ,54 H , , ,95 SD ,00 H , , , , ,00 GRUPO II H , , , , ,00 H , , ,59 SD ,00 H , , ,99 SD ,00 H , , , , ,00 H , , , , ,00 H , , , , ,00 H , , , , ,00 H , , , , ,80 H , , , , ,20 H , , ,25 SD ,08 H , , ,00 SD ,45 H , , , , ,00 52 Universidade do Minho

70 Capítulo 4 Recolha de dados Tabela 16 (Conclusão) - Hospitais, custos de utilização e área útil do grupo II Hospitais Custos de Água Custos de Energia Custos de Gás Custos de Resíduos Área Útil [m 2 ] H , , , , ,00 GRUPO II H , , , , ,00 H , , ,14 SD ,00 H , , ,84 SD ,00 H , , ,54 SD ,00 Tabela 17 - Hospitais, custos de utilização e área útil do grupo III Hospitais Custos de Água Custos de Energia Custos de Gás Custos de Resíduos Área Útil [m 2 ] H , , ,17 SD 5 110,00 H , , , , ,00 H , , , , ,00 H , , , , ,00 H , , ,82 SD 7 976,07 H , , , , ,00 GRUPO III H , , , , ,00 H , , , , ,30 H , , , , ,74 H , , , , ,25 H , , , , ,74 H , , , , ,00 H , , ,75 SD 3 839,00 H , , , , ,00 De salientar que existem edifícios hospitalares com custos de utilização elevados, que serão alvo de uma analise mais pormenorizada mais à frente nesta dissertação. Da análise dos dados em estudo, representados nas Tabelas 15 a 17, pode-se rapidamente verificar quais os indicadores com maior influência nos custos totais. Universidade do Minho 53

71 Capítulo 4 Recolha de dados Nas Figuras 18, 19 e 20 está representada a influência que cada indicador tem no seu grupo. Facilmente se verifica que entre os indicadores analisados, o custo de energia e de gás sãos os parâmetros com maior influência, isto é, dos indicadores estudados, estes sãos os que mais recursos económico consomem às entidades hospitalares. Custo de Resíduo s, 12% Custo de Água, 14% Custo de Resíduos 12% Custo de Água 17% Custo de Gás, 31% Custo de Energia, 43% Custo de Gás 25% Custo de Energia 46% Figura 18 - Influência dos Custos de Utilização (Grupo I) Figura 19 - Influência dos Custos de Utilização (Grupo II Custo de Resíduos 6% Custo de Água 14% Custo de Gás 32% Custo de Energia 48% Custo de Água Custo de Energia Custo de Gás Custo de Resíduos Figura 20 - Influência dos Custos de Utilização (Grupo III) 54 Universidade do Minho

72 Capítulo 5 Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares CAPÍTULO 5 - ESTABELECIMENTO DE BENCHMARKS DE CUSTOS PARA EDIFICIOS HOSPITALARES Concluída a tarefa do agrupamento dos dados, o estabelecimento de benchmarks dos grupos de hospitais torna-se possível. Para a realização de benchmarks é fundamental o domínio básico de estatística aplicada que será também abordada neste capítulo Dados estatísticos A estatística é a ciência responsável pela recolha de informação (amostragem e planeamento de experiências), seleção da informação recolhida, obtenção dos dados necessários para o estudo que se pretende realizar, organizar os dados obtidos, analisar os mesmos, para posteriormente se proceder à interpretação dos resultados. Esta permite prever uma evolução futura de um dado fenómeno. Assim, segundo Faria, Menezes (2006) pode-se afirmar que a estatística é uma ciência fundamental quando se tem de tomar decisões em situações de incerteza (Faria, Menezes, 2006). Quando se querer investigar, o passo primordial no tratamento de dados é a análise uni variada (cada variável é estudada isoladamente, sendo calculada para cada uma as frequências, medianas, médias, entre outras), através do cálculo das medidas de localização central e de dispersão para cada variável isoladamente, ou seja, a média, o desvio-padrão, mediana, desvio-quartil e moda. Contudo, as medidas mencionadas anteriormente não poderão ser calculadas para qualquer tipo variável, dado ser importante definir qual o tipo de variáveis que constituem o estudo realizado, para que a estatística possa ser utilizada de forma adequada. No que diz respeito às variáveis, sumariamente estas podem ser qualitativas nominais (variáveis cujos valores não têm uma relação de ordem entre eles), qualitativas ordinais (variáveis cujos valores não são métricos, mas incluem uma relação de ordem), variáveis quantitativas discretas (variáveis cujos valores são medidos numa escala métrica e apenas podem assumir valores inteiros) e as variáveis quantitativas contínuas (variáveis cujos valores são medidos numa escala métrica, podendo estas assumir qualquer valor num determinado intervalo) (Pina, 2006; Faria, Menezes, 2006) Universidade do Minho 55

73 Capítulo 5 Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares No caso do estudo realizado, as variáveis utilizadas são quantitativas discretas, visto que estas permitem quantificar os custos de cada um dos componentes e apenas podem assumir valores inteiros. Posto isto, é importante efetuar uma breve abordagem às medidas de localização e que dados relevantes estes permitem obter no estudo a realizar. Existem três medidas bases de localização, a média, a moda e a mediana. A média (μ) é a medida de localização mais utilizada e de mais fácil interpretação a qual permite resumir em apenas uma informação a característica de um conjunto de dados (Faria, Menezes, 2006/2007). Em que: μ = X! + X! + + X! N =!!!! X! N [1] - μ é a média da população - Xi é o i-ésimo dado da população - N é o tamanho da população A mediana é um número de tendência central, ou seja, 50% da população terá valores iguais ou inferiores à mediana e 50% dos valores serão iguais ou superiores à mesma. X!"# = L! + N 2 F!"!! f!" x A [2] Em que: - X!"# é a mediana - L! é o limite inferior da população - F!"!! é o somatório das frequências anteriores a classe onde se encontra a mediana - f!" é a frequência da classe onde se encontra a mediana - A é a amplitude da classe - N é o tamanho da população Para além das medidas de localização anteriormente mencionadas, também existem as medidas de dispersão, das quais faz parte o desvio-padrão, sendo que este dá informação sobre a dispersão de dados, assim sendo, este apenas pode tomar valores positivos e quanto maior este for, maior será a dispersão dos dados. 56 Universidade do Minho

74 Capítulo 5 Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares Desvio padrão = (X! μ)! N [3] Em que - μ é a média - Xi é o i-ésimo dado da população - N é o tamanho da população Nesta investigação estas medidas de localização foram contabilizadas utilizando uma folha de calculo automático da Microsoft, o MS EXCEL Benchmarks para custos de utilização O principal objetivo desta dissertação é o estabelecimento de benchmarks para custos de utilização dos edifícios hospitalares portugueses. Neste capítulo será definida a melhor prática, a prática convencional, bem como a pior prática com auxilio de um programa de calculo automático, o MS Excel. Antes da definição dos benchmarks procede-se à validação dos dados recolhidos. Embora os dados recolhidos estejam validados pelas entidades hospitalares, há hospitais com custo de utilização discrepantes que serão excluídos deste estudo. Decidiu-se fazer esta verificação relacionando o custo por m 2 à curva de gauss representada na Figura 21. Figura 21 - Curva de Gauss Universidade do Minho 57

75 Capítulo 5 Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares Verificou-se se o custo do indicador por m 2 estaria entre o intervalo [ µμ 3σ ; µμ + 3σ ], sendo µμ a média e σ o desvio padrão. Optou-se por excluir a amostra fora deste intervalo, pois iram incrementar o valor da melhor prática e da prática convencional. Assim, estes valores não farão parte dos dados em estudo para esse indicador (água, energia, gás e resíduos). A título de exemplo, apresenta-se na Tabela 18 a verificação para o custo de gás relativamente ao grupo I. Tabela 18 - Verificação de discrepância para custos de gás (Grupo I) Custo de gás - grupo I Hospitais /m2 Verificação intervalo μ - 3σ μ +3σ H1 5,80 OK H2 5,37 OK H3 21,04 OK H4 31,84 OK H5 34,91 OK H6 8,48 OK GRUPO I H7 8,34 OK H8 18,61 OK H9 10,27 OK - 994, ,32 H10 12,47 OK H ,87 KO H12 1,08 OK H13 7,94 OK H14 16,60 OK Pode-se concluir que o edifício hospitalar H11 estar fora do intervalo considerado como limite quanto ao custo de gás do grupo I. Assim, este custo não será tido em consideração para o estabelecimento dos benchmarks. Em anexo encontra-se a verificação para a restante amostra. 58 Universidade do Minho

76 Capítulo 5 Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares O estabelecimento de benchmarks dos edifícios hospitalares tem como objetivo a obtenção da melhor prática e da prática convencional. Para efetuar esta análise, determinou-se os custos por m 2 de área útil de cada indicador, água, energia, gás e resíduos. Seguidamente determinou-se a prática convencional definida pela média do grupo, e a melhor prática confinada aos 25% melhores valores (custo por m 2 ) do grupo em estudo. Efetuados os cálculos numa folha de cálculo automático (MS EXCEL) para os três grupos e para cada indicador (água, energia, gás e resíduos), obteve-se os valores dos custos por m 2 relativos á melhor prática, prática convencional e pior prática, resumidos na Tabela 19. Tabela 19 - Resumo das melhores práticas, práticas convencionais e piores práticas de todos os indicadores Grupo I Grupo II Grupo III Melhor prática Prática convencional Pior prática Melhor prática Prática convencional Pior prática Melhor prática Prática convencional Custo de água [ /m 2 ] 3,26 5,13 7,78 4,52 6,31 9,58 3,09 4,87 10,38 Pior prática Custo de energia [ /m 2 ] 13,67 18,82 23,45 13,67 18,40 25,93 15,35 17,32 24,44 Custo de gás [ /m 2 ] 7,94 10,27 18,61 8,33 10,95 12,82 8,47 12,71 15,43 Custo de resíduos [ /m 2 ] 2,75 3,52 6,71 3,70 5,40 7,70 1,19 1,84 3,17 Custo Total [ /m 2 ] 33,97 46,22 49,46 37,35 43,66 55,54 28,20 33,73 47,90 Nos gráficos de barras das Figuras seguintes, encontram-se resumidos os custos por m 2 de área útil de cada hospital e a representados com linha verde a melhor prática, a linha amarela a prática convencional e com linha vermelha a pior prática No anexo poder-se-á consultar os valores detalhados. Nos gráficos das Figuras 22, 23 e 24, podem-se verificar os custos de água por m 2 de área útil dos grupos I, II e III. Universidade do Minho 59

77 Capítulo 5 Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares Custos/m2 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 12,65 11,78 9,04 8,26 6,33 6,22 5,50 4,75 4,60 3,75 3,10 1,96 2,22 0,90 H1 H2 H3 H4 H5 H6 H7 H8 H9 H10 H11 H12 H13 H14 Figura 22 - Custo de água por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo I Pode-se verificar que H1, H7, H11 e H13 são edifícios hospitalares com custos de água igual ou inferior à melhor prática (3,26 /m 2 ) do grupo I, ou seja, com eficiência quanto ao consumo de água. Quanto aos hospitais custos de água igual ou superiores á pior prática (7,78 /m 2 ), constam os hospitais H2, H6, H8, e H10. 35,00 30,00 29,13 25,00 Custos/m2 20,00 15,00 10,00 5,00 12,07 10,61 10,40 7,52 5,48 6,41 3,83 2,77 7,33 6,22 12,65 10,31 9,583 9,578 5,82 5,11 6,15 7,14 6,595,80 4,283,81 4,31 4,32 2,03 0,00 H15 H16 H17 H18 H19 H21 H22 H23 H24 H25 H26 H27 H28 H29 H30 H31 H32 H33 H34 H35 H36 H37 H38 H39 H40 H41 Figura 23 - Custo de água por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo II Analisando o grupo II quanto ao custo de água por m 2, os edifícios hospitalares com melhor eficiência (4,52 /m 2 ) são os H18, H23, H34, H35, H39, H40 e H41. Os edifícios H15, H17, H22, H26, H27, H28 e H32 classificam-se como edifício com pior prática (9,582 /m 2 ). O edifício H20 como podemos verificar na Tabela em anexo, não está dentro do intervalo definido anteriormente. 60 Universidade do Minho

78 Capítulo 5 Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares Custos/m2 45,00 40,00 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 41,19 26,80 11,57 11,72 5,02 4,73 6,83 1,40 2,72 4,19 4,27 6,69 2,04 2,31 H42 H43 H44 H45 H46 H47 H48 H49 H50 H51 H52 H53 H54 H55 Figura 24 - Custo de água por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo III Finalizando a análise dos custo de água, é verificada melhor prática e a pior prática do grupo III. Assim, os hospitais deste grupo com melhor eficiência, onde os custos de água por m 2 de área útil são igual ou inferior a 3,09 /m 2, são H45, H48, H51 e H53. Por outro lado, os hospitais com eficiência igual ou menor a 10,38 /m 2 são H42, H43, H52 e H55. Nos gráficos das Figuras 25, 26 e 27 apresenta-se os custos de energia por m 2 de área útil dos grupos I, II e III. custo/m2 40,00 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 9,45 24,00 18,65 4,11 19,57 21,80 18,99 15,1515,23 12,96 26,41 31,18 13,18 36,64 H1 H2 H3 H4 H5 H6 H7 H8 H9 H10 H11 H12 H13 H14 Figura 25 - Custo de energia por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo I A melhor prática do grupo I, definida pelas entidades hospitalares com custo de energia igual ou inferior 13,67 /m 2 são os edifícios H1, H4, H9 e H13. Os edifícios hospitalares com Universidade do Minho 61

79 Capítulo 5 Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares consumos e consequentes custos elevados, ou seja, custos iguais ou superiores a 23,45 /m 2 são os hospitais H2, H11, H12 e H14. custo/m2 40,00 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 35,23 32,64 29,11 23,86 12,61 37,35 15,82 27,04 17,37 12,95 26,62 20,61 21,03 18,02 17,96 19,13 16,97 17,22 12,13 10,34 21,28 18,79 34,62 7,98 11,95 12,84 5,00 0,00 H15 H16 H17 H18 H19 H20 H21 H22 H23 H24 H25 H26 H27 H29 H30 H31 H32 H33 H34 H35 H36 H37 H38 H39 H40 H41 Figura 26 - Custo de energia por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo II Quanto ao grupo II, analisando os custos verifica-se que os hospitais H19, H24, H34, H35, H39, H40, H41 tem eficiência hospitalar neste indicador. Por outro lado, classificados como pior prática (25,93 /m 2 ) estão os edifícios H15, H16, H17, H20, H22 e H38. O edifício H28 tem custos por m 2 superior a [ µμ 3σ ; µμ + 3σ ]. custo/m2 50,00 45,00 40,00 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 28,21 15,35 7,77 17,79 23,96 12,02 14,34 26,82 24,443 17,32 15,67 15,76 43,34 H43 H44 H45 H46 H47 H48 H49 H50 H51 H52 H53 H54 H55 Figura 27 - Custo de energia por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo III 62 Universidade do Minho

80 Capítulo 5 Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares Finalizando a análise dos custos de energia, analisamos o grupo III. Verifica-se que os hospitais H44, H45, H48 e H49 têm custo inferior a 15,35 /m 2, logo práticas eficientes. Quanto aos hospitais com custos superiores a 24,44 /m 2 estão H43, H50, H54 e H55. O hospital H42 pertence ao grupo III, mas seu custo por m 2 é superior a (µμ + 3σ), logo não entra no estudo deste indicador. Nos gráficos de barras das Figuras 28, 29 e 30, pode-se verificar os custos de gás por m 2 de área útil dos grupos I, II e III. custo/m2 40,00 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 5,80 5,37 21,04 34,91 31,84 8,48 8,34 18,612 12,47 10,27 1,08 7,944 16,60 H1 H2 H3 H4 H5 H6 H7 H8 H9 H10 H12 H13 H14 Figura 28 - Custo de gás por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo I Para iniciar a análise da eficiência dos consumos de gás, verifica-se quais os hospitais com maior e menor eficiência neste indicador do grupo I. Assim, no Figura 31, pode-se verificar que os edifícios hospitalares com custos inferior ou igual a 7,944 /m 2 são H1, H2, H12 e H13. Do lado oposto estão aqueles com eficiência inferior a 18,612 /m 2, sendo estes H3, H4, H5 e H8. O hospital H11 como podemos verificar na Tabela em anexo, tem um custo (1393,87 /m 2 ) cerca de quarenta vezes superior ao valor mais alto do grupo, logo fora do intervalo definido como limite. Universidade do Minho 63

81 Capítulo 5 Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares 70,00 65,16 60,00 56,82 50,00 custo/m2 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 8,19 20,94 12,74 7,37 13,92 0,52 0,37 12,78 12,68 10,96 10,97 22,96 2,17 12,56 10,95 8,60 27,48 12,83 9,57 8,38 9,25 8,84 8,12 8,32 H15 H16 H17 H18 H19 H20 H21 H22 H23 H24 H25 H26 H27 H28 H29 H30 H31 H32 H33 H34 H36 H37 H38 H39 H40 H41 Figura 29 - Custo de gás por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo II Do grupo II, a análise dos hospitais conclui-se que edifícios como o H15, H18, H20, H21, H27, H39 e H41 fazem parte das melhores práticas, visto ter consumo igual ou inferior a 8,335 /m 2. Os hospitais H16, H19, H26, H28, H32, H33 e H38 têm custos iguais ou superiores á pior prática (12,818 /m 2 ). Tal como hospitais referenciados anteriormente, o hospital H35 não fará parte desta amostra pois tem um custo por m 2 de área útil excessivamente elevado (763,10 /m 2 ) comparando com a restante amostra do grupo inserido. Assim superior a µμ + 3σ. custo/m2 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 31,95 18,74 14,61 15,428 11,45 12,705 13,83 11,06 8,471 5,60 6,37 2,54 27,80 H43 H44 H45 H46 H47 H48 H49 H50 H51 H52 H53 H54 H55 Figura 30 - Custo de gás por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo III 64 Universidade do Minho

82 Capítulo 5 Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares Por último no indicador custo de gás, pode-se analisar os edifícios hospitalares do grupo III. Classificados como melhor prática temos os edifícios H45, H48, H51 e H52. Por outro lado, os edifícios hospitalares H43, H54 e H55 são as piores práticas do grupo III. O edifício H42 não fará parte da amostra para o estudo dos custos de gás por m 2, pois este edifício tem seu custo superior ao valor definido como limite. Nos gráficos das Figuras 31, 32 e 33, pode-se consultar os custos de resíduos por m 2 de área útil dos grupos I, II e III. custo/m2 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 12,60 9,63 8,27 6,86 6,24 5,32 3,74 3,30 2,89 3,28 2,58 2,70 1,76 2,14 H1 H2 H3 H4 H5 H6 H7 H8 H9 H10 H11 H12 H13 H14 Figura 31 - Custo de resíduos por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo I No grupo I, os edifícios hospitalares com melhor eficiência no indicador custo de resíduo são H1, H9, H10 e H13. Os edifícios abaixo da pior prática (6,71 /m 2 ) são H4, H7 e H12. custo/m2 16,00 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 6,54 4,45 3,82 2,52 13,45 4,79 4,94 2,62 6,12 7,80 3,66 2,39 5,87 13,52 3,49 7,41 9,93 13,55 H15 H16 H17 H19 H20 H21 H22 H24 H25 H28 H29 H30 H31 H32 H33 H36 H37 H38 Figura 32 - Custo de resíduos por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo II Universidade do Minho 65

83 Capítulo 5 Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares No grupo II existem alguns edifícios que não reúnem condições para participar num estudo de benchmarking, visto não disponibilizaram os dados quanto ao custo de resíduos. Nestas condições estão os edifícios H18, H23, H26, H27, H34, H35, H39, H40 e H41. Os edifícios hospitalares H19, H24, H29, H30 e H33 têm custos com resíduos inferiores a 3,70 /m 2. Como pior prática, definida pelos edifícios com custos superior a 7,71 /m 2, estão H20, H28, H32, H37 e H38. custo/m2 7,00 6,00 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 5,98 5,70 3,87 2,46 1,70 1,89 0,96 1,43 1,84 0,68 0,86 H43 H44 H45 H47 H48 H49 H50 H51 H52 H53 H55 Figura 33 - Custo de resíduos por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo III Para finalizar a análise dos resultados dos benchmarks hospitalares, verifica-se que no grupo III os edifícios com melhor eficiência nos custo com resíduos são H45, H49 e H51, pois têm custos iguais ou inferiores a 1,20 /m 2. Os edifícios H48, H52 e H55, estão acima de 3,17 /m 2 ( pior prática ). Conforme acontece com alguns edifícios do grupo II, neste grupo também existem edifícios com ausência de dados dos custos com resíduos, como se sucede com os edifícios H42, H46 e H54. Assim, foi possível estabelecer um ranking de hospitais para cada grupo, identificando as melhores práticas para cada indicador (água, energia, gás e resíduos). A fase de análise de resultados resulta na comparação do desempenho dos hospitais selecionados dentro de cada grupo. Sendo que, o objetivo primordial desta comparação é a verificação de discrepâncias de desempenhos e a caracterização das melhores práticas e das praticas convencionais, para cada grupo de hospitais. 66 Universidade do Minho

84 Capítulo 5 Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares Com vista uma caracterização dos custos de utilização totais, apresenta-se nos gráficos das Figuras 34, 35 e 36 os custos totais por m 2 de área útil de cada grupo de hospitais. custo/m2 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 66,32 62,11 49,32 51,07 46,22 49,13 45,95 49,462 41,37 33,969 29,56 26,37 18,97 10,00 0,00 H1 H2 H3 H4 H5 H6 H7 H8 H9 H10 H12 H13 H14 Figura 34 Custo total por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo I Da análise do gráfico da Figura 37, conclui-se que os edifícios hospitalares do grupo I com eficiência correspondente à melhor prática são H1, H7, H9 e H13, visto terem custos totais por m 2 de área útil inferiores ou iguais a 33,969 /m 2. Com a classificação de pior prática estão os edifícios hospitalares com custos iguais ou superiores a 49,46 /m 2, o H4, H5, H12 e H14. custo/m2 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 65,55 60,57 56,07 34,53 27,39 55,00 33,87 51,64 40,47 37,11 37,59 71,62 43,6643,78 40,68 H15 H16 H17 H19 H21 H22 H24 H25 H29 H30 H31 H32 H33 H36 H37 Figura 35 - Custo total por m 2 dos edifícios hospitalares do grupo II Universidade do Minho 67

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