Prefeitos de Paulo Afonso - de Otaviano (1958) a Anilton Bastos(2009)

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1 Folha Sertaneja - Paulo Afonso - BA 19/07/ :12 Prefeitos de Paulo Afonso - de Otaviano (1958) a Anilton Bastos(2009) Nesses anos de vida, entre 1958 e 2009, Paulo Afonso teve 17 prefeitos e um interventor Quem ficou no poder mais tempo foi Abel (em 2 mandatos): 7 anos/10 meses. A menor gestão foi de Metódio: 17 dias Antônio Galdino - Atualizada e reeditada em 19 de julho de Nesses anos de vida, entre 1958 e 2009, Paulo Afonso teve 17 prefeitos e um interventor. O mandato de Edson Teixeira foi esticado. Destes, 9 prefeitos foram eleitos pelas urnas, em eleição direta. Foram eles: Otaviano, Adauto, Edson Teixeira, José Ivaldo, Luiz de Deus, Anilton Bastos, Paulo de Deus, Raimundo Caires e Anilton Bastos. Entre as gestões de Edson Teixeira e José Ivaldo, Paulo Afonso foi considerada área de segurança nacional e, em conseqüência disso não tinha eleição para prefeito que eram nomeados pelo governo militar. A normalidade democrática só foi restabelecida em 1985 quando foi eleito prefeito José Ivaldo de Brito Ferreira e substituiu o então prefeito nomeado, Abel Barbosa e Silva. Dois prefeitos, Abel Barbosa e Jose Rodrigues, mais o esticamento do tempo do Prefeito Edson Teixeira, foram gestores nomeados pelo governo militar entre os anos de 1964 e Três vereadores assumiram o cargo de prefeito porque eram presidentes da Câmara de Vereadores e não havia vice-prefeito na época: Abel Barbosa, Metódio Magalhães e Frederico Fausto. Um vereador, Manoel Pereira Neto, foi prefeito porque era vice-presidente da Câmara e assumiu pela renúncia do seu Presidente, Carlos Alberto Alves em assumir esse cargo, o que o tornaria inelegível como vereador, como era o seu desejo. Três prefeitos exerceram o mandato em duas oportunidades - Abel Barbosa (como presidente da Câmara e depois nomeado) e Paulo de Deus e Anilton Bastos Pereira (eleitos duas vezes) Um vice-prefeito assumiu na renúncia do prefeito: Wilson Pereira Cinco dos prefeitos de Paulo Afonso têm sobrenome Barbosa - Edson, Abel, José Rodrigues, Luiz e Paulo. Deles apenas os dois últimos são parentes, irmãos. Os de sobrenome Pereira, Manoel e Adauto, são parentes. Anilton e Wilson, irmãos, mas não são parentes dos primeiros.

2 Dos prefeitos de Paulo Afonso, um, Otaviano Leandro(comerciante), foi apoiado pela Chesf. e sete outros eram empregados da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco quando assumiram a Prefeitura: Adauto Pereira(auxiliar de escritório), Edson Teixeira(médico), José Rodrigues(engenheiro), Frederico Fausto(engenheiro), Luiz de Deus(médico), Anilton Bastos(médico) Paulo de Deus(engenheiro). Outro, ex-chesfiano, Raimundo Caires(bioquímico) era aposentado da Chesf. O mandato mais longo, na mesma gestão, foi de Edson Teixeira Barbosa - 7 anos, 3 meses e 14 dias. Somados os mandatos, Abel Barbosa foi o prefeito que ficou mais tempo governando o município de Paulo Afonso. Foram 7 anos, 9 meses e 29 dias. Paulo de Deus, em seus dois mandatos foi prefeito por 7 anos e 3 meses. Os menores mandatos foram de Metódio Magalhães, com apenas 17 dias, o interventor Ten João Soares, 33 dias, Manoel Pereira, 3 meses e 13 dias e Frederico Fausto, 4 meses. PREFEITOS DE PAULO AFONSO Otaviano Leandro de Morais - 07/04/ /04/1963 Adauto Pereira de Souza - 07/04/ /09/1966 Manoel Pereira Neto - 15/09/ /12/1966 Tenente João Soares (interventor) - 28/12/ /02/1967 Edson Teixeira Barbosa - 01/02/ /05/1974 Abel Barbosa e Silva - 14/05/ /10/1975 José Rodrigues de Figueiredo Barbosa - 16/10/ /03/1979 Metódio Nunes Magalhães - 19/03/ /04/1979. Frederico Fausto Agostinho de Mello - 04/04/ /08/1979 Abel Barbosa e Silva - 04/08/ /12/1985 José Ivaldo de Brito Ferreira - 01/01/ /12/1988 Luiz Barbosa de Deus - 01/01/ /12/1992 Anilton Bastos Pereira - 01/01/ /12/1996 Paulo Barbosa de Deus - 01/01/97-31/12/2000 Paulo Barbosa de Deus - 01/01/ /04/2004 Wilson Pereira Filho - 01/04/ /12/2004 Raimundo Caires Rocha - 01/01/ /12/2008 Anilton Bastos Pereira - 01/01/ /12/2012 Veja agora um pouco da história da gestão de cada um desses prefeitos de Paulo Afonso Prefeito - Otaviano Leandro de Morais Mandato - 07/04/ /04/1963 Por onde começar para administrar o caos? Eleito no dia 7 de outubro de 1958, o comerciante Otaviano Leandro de Morais e os primeiros Vereadores tomam posse 6 meses depois, no dia 7 de abril de Nas mãos do primeiro Prefeito de Paulo Afonso a responsabilidade de administrar um Município que não tinha nada de seu a não ser uma área de krn2 de extensão e

3 habitantes desejosos de ver as coisas tomarem uma direção. Na bagagem do Prefeito Otaviano a esperança de que fossem cumpridas as promessas de apoio enfaticamente feitas pelos dirigentes chesfianos durante a campanha política. O quadro era dantesco. As poucas ruas, totalmente desordenadas. Não havia estradas. Ir à zona rural era uma temeridade porque os acessos quase não existiam. Não havia escolas para os milhares de analfabetos que sobravam das escolas da Chesf. Água só nos chafarizes e luz elétrica ainda era um sonho que parecia muito distante, na nova cidade que nascia ao lado da Hidrelétrica do São Francisco, dela separada apenas por uma cerca de arame farpado. Depoimentos prestados por aqueles que viveram essa época dizem que Otaviano logo se frustou com o apoio esperado da Chesf e que não veio e ele teve de amargar uma administração dificílima, sem nenhuma infra-estrutura municipal, sem apoio do governo estadual e sem essa ajuda prometida pelas lideranças chesfianas que o levaram a ser candidato. Era como se ele tivesse ganho mas não lhe dessem o prêmio prometido. Conta-se que Otaviano, reconhecido até pelos adversários políticos como Abel, Rudival e outros da época, como pessoa séria, íntegra e muito responsável, teria utilizado dos parcos recursos e de gêneros alimentícios do seu Armazém Sertânia para saldar compromissos e até pagamentos de salários de prestadores de serviço à administração municipal. Na Câmara a situação não era menos vexatória. Os Vereadores da oposição não tinham muito a quem fazer oposição uma vez que o Prefeito era, na realidade uma vítima das promessas não cumpridas. E até por coerência política, pois foram eleitos prometendo lutar pelo desenvolvimento do município que nascia, acabavam reconhecendo que Otaviano agia de boa fé e não merecia o peso de uma oposição sistemática e inconseqüente nesses primeiros e difíceis tempos. A dificuldade encontrada não foi sinônimo de acomodação, de inoperância. Pelo contrário. Otaviano tratou de abrir escolas, contratar professores, criar o Magistério Primário, e contou com o apoio de Vereadores como Manoel Pereira e Lizete Cabral dos Santos, dentre outros, nessa missão de oferecer condições iniciais para que o Município desse os primeiros passos na direção do futuro. Teriam que ter os pés no chão mas os olhos voltados para a frente, para bem além da linha do horizonte. Vereadores e Prefeito viviam intensamente o entusiasmo da época, o clima de euforia pela independência conquistada pelo Município e a esperança enorme no futuro. Mas sofriam todos, Prefeito e Vereadores, da falta de conhecimento de como funcionava o município. Faltava a todos a experiência e vivência política que nos desse maior segurança mas, nem por isso iríamos deixar de lutar por melhores dias, testemunha José Rudival, o mais votado nas eleições para a primeira legislatura da Câmara Municipal de Paulo Afonso e um dos três vereadores do PTB, partido de oposição ao governo naquele final dos anos 50. Prefeito - Adauto Pereira de Souza Mandato - 07/04/ /09/1966 Preterido em 58, agora chegou a sua vez. A trajetória política de Adauto Pereira de Souza começou a ser traçada ainda nos idos de 1957 quando o Distrito de Paulo Afonso buscava a sua independência e os políticos locais estavam

4 em ebulição com os olhos na Prefeitura de Paulo Afonso, tão logo o Município fosse emancipado de Glória. Estudante de Direito em Aracaju, muito jovem ainda, Adauto Pereira já era o candidato em potencial para enfrentar o respeitado adversário Abel Barbosa. A sua juventude acabou jogando contra a sua indicação e os familiares, os amigos políticos reunidos com o Presidente da Chesf, Dr. Antônio José Alves de Souza, acabaram convencidos de que ainda não era a hora da estréia de Adauto nos palanques, como candidato. O seu tempo chegou quatro anos depois, em 1962 quando foi eleito Prefeito Municipal de Paulo Afonso para substituir aquele que, por consenso do seu grupo político, foi o indicado para este mesmo cargo em seu lugar, em 1958, Otaviano Leandro de Morais. Em um município carente de tudo, as dificuldades para Adauto continuaram grandes. Advogado, buscou a regularização fundiária dos quilômetros de área do município recémcriado. Brigou na justiça e conseguiu, já em segunda instância, que as terras da Cia. Agro- Fabril Mercantil fossem incorporadas ao patrimônio público municipal de Paulo Afonso. Criou o Plano Diretor da cidade numa perspectiva para 10 anos. O plano urbanístico da cidade previa o seu crescimento até as conhecidas como 60 casas, ao lado do hoje pátio da feira livre. Apoiado pela esposa, educadora Darci Maria Gonçalves Pereira de Souza, investiu na área de educação tentando recuperar o grande atraso do Município em relação à Chesf e à região, e criou o Instituto Municipal de Educação - IME - que deu origem, em 1970, ao Centro Integrado de Educação de Paulo Afonso -CIEPA. Advogado atuante, grande orador, Adauto era a atração dos júris populares, sempre muito respeitado pela classe jurídica e querido pelos mais humildes que encontravam nele um ouvido atento, uma voz que falava pelos que não tinham vez nem voz, como se dizia na época. Foi o líder inconteste de um dos dois grupos políticos que mais se destacavam em Paulo Afonso. O outro grupo era formado pelos abelistas, liderado pelo vereador Abel Barbosa. Antes de ser Prefeito de Paulo Afonso, Adauto Pereira de Souza foi funcionário da Chesf onde foi admitido no dia 1. de julho de 1959, como Auxiliar de Escritório, permanecendo nesta empresa até 30 de março de Sua esposa, Darci Gonçalves, foi secretária do Ginásio Paulo Afonso, onde havia sido uma das alunas pioneiras. Eleito prefeito em outubro de 1962 e empossado em 8 de abril de 1963, em menos de um ano viu surgir no Brasil o período de exceção com a instalação do governo militar em 31 de março de Embora, por circunstâncias políticas partidárias, Adauto sempre estivesse vinculado a partido de governo, ele era uma pessoa muito firme em seus princípios de justiça e não se submetia aos caprichos dos mandatários daquela época testemunha Darci. Assim, mesmo contrariando-se sempre ao ouvir os reclamos do povo que se sentia oprimido, inclusive pelas ações de um comandante do exército em Paulo Afonso na época, e patrulhado pelos adversários políticos que não lhe davam trégua, Adauto continuou administrando os destinos de Paulo Afonso, como seu prefeito eleito em eleições diretas até o dia 14 de setembro de 1966 quando, através do Oficio n 50/66, apresenta à Câmara Municipal de Paulo Afonso a sua renúncia a este cargo para candidatar-se a Deputado Estadual, sendo substituído na

5 Prefeitura pelo Vice-Presidente da Câmara, Manoel Pereira Neto. Adauto não conseguiu eleger-se Deputado Estadual e retomou à vida pública e ao exercício da advocacia mas não teve mais como candidatar-se para a Prefeitura porque o regime de exceção do país decidiu colocar Paulo Afonso como área de segurança nacional e, em razão disso os Prefeitos passaram a ser indicados pelo governo estadual/federal. Em campanha para Deputado Estadual morreu em acidente de hilicóptero que levava outros candidatos, entre eles Clériston Andrade, candidato ao governo da Bahia, apoiado por Antônio Carlos Magalhães. Prefeito - Manoel Pereira Neto Mandato - 15/09/ /12/1966 Da Vice-presidência da Câmara para a Prefeitura A passagem de Manoel Pereira Neto pela Prefeitura Municipal de Paulo Afonso foi uma formalidade política, conseqüência do calendário eleitoral. Era Vice-Presidente da Câmara de Vereadores quando o Prefeito Adauto Pereira de Souza apresentou seu pedido de renúncia ao cargo de Prefeito porque desejava candidatar-se a Deputado Estadual. A sua vaga deveria ser ocupada pelo Presidente da Câmara, Vereador Carlos Alberto Alves, uma vez que naquele tempo não havia Vice-Prefeito. O Presidente da Câmara não quis assumir a Prefeitura nesse mandato tampão porque ficaria impossibilitado de concorrer à reeleição para Vereador, que era o seu objetivo. Por essa razão Manoel Pereira, o Vice-Presidente da Câmara, assumiu a chefia do Poder Executivo do Município de Paulo Afonso no dia 15 de setembro de 1966, permanecendo nesse cargo até 28 de dezembro deste mesmo ano, ou seja, exatos 103 dias. Manoel Pereira cumpriu o mandato dando seqüência às programações já estabelecidas por Adauto Pereira. Cuidou de administrar o pessoal e o patrimônio público municipal, voltou-se, nesse curto espaço de tempo, para o apoio à educação, quase em final de ano letivo e inaugurou a Praça do Trabalhador. Foi convidado para ser o interventor de Paulo Afonso mas recusou firmemente a proposta, como diz, em respeito à minha formação política e a coerência com meus princípios de cidadão. Em 28 de dezembro de 1966 passou a administração municipal à responsabilidade do interventor Tenente João Soares dos Santos, que ficaria no cargo apenas 33 dias, até a posse do novo prefeito, Edson Teixeira, eleito em 15 de novembro de Prefeito - Edison Teixeira Barbosa Mandato - 01/02/ /05/1974 Médico pediatra da Chesf para administrar o Município criança Médico pediatra, chefe do Serviço de Puericultuta da Chesf, Edson Teixeira Barbosa relutou muito antes de aceitar a indicação para concorrer às eleições à Prefeitura de Paulo Afonso. Eleito em 15 de novembro de 1966, acompanhou os últimos dias da gestão de Manoel Pereira

6 e um mês de intervenção do Ten. João Soares. A posse aconteceu dia 31 de janeiro de 1967, às 21 horas, em solenidade na Câmara Municipal de Paulo Afonso. O médico, acostumado a tratar de crianças, tinha agora a responsabilidade de cuidar de outra criança, o Município de Paulo Afonso que estava com menos de 8 anos de idade. No ato da transmissão da cargo, no dia 1. de fevereiro de 1967, além do Interventor João Soares, o Major Renir Reis Damasceno, comandante da 1a. Cia. Independente de Fuzileiros, o suplente de Deputado Estadual Adauto Pereira, Sr. Dionízio Pereira, Dorival Cardoso, José de Oliveira Matos (Marotinho), Manoel Pereira Neto, vice-presidente da Câmara, Otaviano Leandro de Morais, ex-prefeito, General Haroldo do Paço Matoso Maia, Administrador da Chesf, Sr. João Santiago, sogro de Adauto, o Coronel Agripino Batista de Sá, vereador Arsênio Pereira, dentre outros assinaram a ata de transmissão do cargo. Na lista de 31 assinaturas da ata de transmissão do cargo, a primeira era do Interventor Ten. Soares, seguida pela do Major Renir e só depois vem a do Prefeito empossado. Sinais dos tempos? Eleito para uma gestão de quatro anos, que deveria ir até 1, de fevereiro de 1971, a administração do prefeito Edson Teixeira Barbosa foi esticado em mais de 3 anos, pelo governo militar, indo até 14 de maio de Nessa data ele decidiu renunciar ao cargo para candidatar-se a uma vaga para a Assembléia Legislativa da Bahia nas eleições que ocorreriam dentro de seis meses. Não conseguiu se eleger. Um dos atos do Prefeito Edson Teixeira foi criar o Centro Integrado de Educação de Paulo Afonso, o CIEPA, ligado à Secretaria de Educação do Estado, originário do IME, criado por Adauto e que era Municipal. A sua formação acadêmica, médico, direcionou suas ações na busca de melhorar a qualidade de vida dos moradores. Voltou-se para obras de saneamento básico na cidade de Paulo Afonso por entender que, acabando com os esgotos que corriam pelas ruas, seriam extintos muitos focos de doença. Muitas ruas foram calçadas e os projetos na área da educação receberam grande apoio durante a sua gestão. As ruas eram também ainda desordenadas e muitas eram becos sem saída. Na sua gestão várias casas foram indenizadas para que as ruas fossem abertas e o trânsito pudesse fluir normalmente. Prefeito - Abel Barbosa e Silva Mandato - 14/05/ /10/1975 Vereador, presidente da Câmara, Prefeito Em 14 de maio de 1974 o incansável Abel, um leão na luta pela emancipação, cujo sonho maior era assumir a Prefeitura, chegou enfim a ela. Mas não da forma como gostaria. Pela eleição direta, vitorioso nas umas, um vencedor no confronto das campanhas, dos comícios, dos palanques. Assumiu porque o Prefeito Edson deixava o cargo vago e, como não havia viceprefeito, ele, como Presidente da Câmara, era o sucessor imediato do Prefeito. A angústia de não saber quanto tempo teria de mandato mexia com a cabeça do chefe do Executivo e, certamente interferia nas suas ações como administrador e impedia que se elaborasse um programa de governo para ser desenvolvido a médio e longo prazos e até que

7 se pensasse em obras mais expressivas para o município. Depois havia aquela coisa de se pegar o bonde andando, com quadro de pessoal mais ou menos definido, projetos e obras iniciadas. Tempos difíceis de administrar. Podia-se sair a qualquer momento. Abel decidiu seqüenciar o que havia e voltar-se para os mais humildes. De estilo diferente do seu antecessor, misturava-se com o povão e já pela madrugada era visto pelas ruas. Arrumava uma rua aqui, fazia uma praça ali, outra mais adiante, meio amarrado em suas ações pela insegurança que a interinidade lhe dava. E foi ficando. Seis meses, um ano. Mudou o Governo da Bahia que passou a ser exercido por Roberto Santos, também nomeado pelo Governo Federal. Até que em 16 de outubro de 1975, depois de permanecer Prefeito por 1 ano e cinco meses, transmitiu o cargo ao novo Prefeito nomeado, o engenheiro chesfiano José Rodrigues de Figueiredo Barbosa. Prefeito - José Rodrigues de Figueiredo Barbosa Mandato - 16/10/ /03/1979 Chesfiano de Salvador na Prefeitura de Paulo Afonso O engenheiro chesfiano que trabalhava em Salvador, José Rodrigues de Figueiredo Barbosa foi nomeado Prefeito de Paulo Afonso por indicação do Governador Roberto Santos, que também havia sido nomeado pelo governo militar. Assumiu a prefeitura no dia 16 de outubro de 1975, recebendo o cargo das mãos de Abel Barbosa que nele ficou durante 1 ano e 5 meses. Na gestão de José Rodrigues Figueiredo o apoio da Chesf foi explícito. Dezenas de funcionários foram colocados pela hidrelétrica à disposição da prefeitura, muitos deles para exercerem cargos de confiança. Todo o Serviço de Pessoal da Prefeitura foi reestruturado e organizado pelo pessoal da Chesf. Isso aconteceu também em outras secretarias, cujos titulares eram experientes chesfianos. Com a cessão de patrol, enchedeiras, tratores, muitas caçambas basculantes, Figueiredo desenvolveu intenso programa de obras e saneamento básico. Dezenas de ruas foram calçadas, as praças foram melhoradas e a cidade ganhou um novo visual. A zona rural foi igualmente beneficiada com a melhoria das estradas vicinais e a abertura de barragens, barreiros e aguadas. O Prefeito Figueiredo encaminhou em sua gestão muitos de Projetos de Lei à Câmara de Vereadores doando áreas de terra do patrimônio municipal para empresas que poderiam promover o crescimento do município, principalmente na área do turismo. São desse tempo as doações dos terrenos para a construção dos hotéis Palace e Belvedere, na Avenida Apolônio Sales. Também foi de sua autoria o Projeto de Lei que doou terreno de 10 mil metros quadrados para a instalação das antenas e transmissores da Rádio Cultura de Paulo Afonso, no Bairro Amaury Menezes. Foi na gestão do Prefeito Figueiredo que se criaram os povoados Juá, Malhada Grande, Riacho, Várzea e São José com a aprovação pela Câmara de Vereadores de Projeto de Lei de sua autoria. O Prefeito José Rodrigues de Figueiredo Barbosa ficou no poder durante 3 anos e 5 meses, deixando a Prefeitura no dia 19 de março de 1979.

8 Prefeito - Metódio Nunes Magalhães Mandato - 19/03/ /04/1979 Prefeito por 17 dias, fez uma praça. A saída do Prefeito Figueiredo aconteceu quando a Câmara de Vereadores vivia os últimos dias de trabalho de um período legislativo e estava em intensa efervescência para a eleição da nova Mesa Diretora e do seu novo Presidente. O Presidente da Câmara era Metódio Nunes Magalhães que assume a Prefeitura de Paulo Afonso para uma gestão com data certa para acabar: até a posse do novo Presidente da Câmara ou a nomeação do novo Prefeito, pelo Governador do Estado. O que fazer em tempo tão exíguo? Sem muita opção, fez uma praça e transformou a antiga Praça do Chafariz 2 na Praça Bráulio Gomes. Para fazê-la, em tão pouco tempo, Metódio conseguiu da Chesf mudas de plantas, já crescidas, e as replantou. Não tendo tempo para fazer grandes coisas, ofereceu à comunidade um novo espaço de lazer. Não passou em branco na Prefeitura e ganhou a simpatia da população. Foi Prefeito por 17 dias. De 19 de março a 4 de abril de Prefeito - Frederico Fausto Agostinho de Mello Mandato - 04/04/ /08/1979 Presidente da Câmara, mais um chesfiano na Prefeitura Na Câmara de Vereadores e nas conversas políticas, todos sabiam que o novo Presidente seria, mesmo que na interinidade, o Prefeito de Paulo Afonso até que outro nome fosse indicado pelo Governador do Estado e pelo Presidente da República. Uma das chapas que concorria ao cargo era encabeçada pelo Vereador Frederico Fausto Agostinho de Meio, com o apoio explícito do G-7 - Grupo dos 7 (ele incluído). Para se eleger era de vital importância o voto de João Bosco Ribeiro que estava hospitalizado e bem doente. Conseguiu-se adiar a votação uma vez e, por fim recorreu-se ao apoio da família de Bosco que autorizou o seu deslocamento do hospital para a Câmara, acompanhado de um médico, para que pudesse votar. Ele votou, elegendo o vereador Fred (Frederico Fausto), no dia 04 de abril de 1979 e retornou ao HNAS onde faleceu uma semana depois. Eleito presidente da Cãmara, Frederico Fausto assumiu imediatamente a Prefeitura e ali permaneceu durante exatos 4 meses. Em sua curta gestão construiu a Escola Municipal que se chamou João Bosco Ribeiro, numa homenagem ao seu colega vereador recentemente falecido. Em sua gestão criou um revolucionário projeto de aproveitamento dos terrenos do município localizados às margens da Bacia de PA-IV, até a Caiçara. Por esse projeto a área seria dividida em 52 glebas para a produção de frutas, hortaliças e instalação de pequenas granjas que seriam suficientes para abastecer o mercado local e ainda importar para as cidades vizinhas, ao invés de serem esses produtos exportados de terras sergipanas. O pouco tempo à frente da Prefeitura o impediu de ver concretizado esse projeto de que nunca mais se falou e a área

9 prevista para ele, hoje está cheia de chácaras e residências particulares. No dia 04 de agosto de 1979 Frederico Fausto Agostinho de Mello passava a chefia do Executivo Municipal para Abel Barbosa e Silva. Prefeito - Abel Barbosa e Silva Primeiro Mandato - 04/08/ /12/1985 Nomeado, volta à Prefeitura Em 4 de agosto de 1979 Abel Barbosa e Silva retorna à chefia do Executivo Municipal, agora nomeado pelo Presidente da República, por indicação do Governador Antônio Carlos Magalhães, e permanece até 31 de dezembro de Não era esse o seu desejo. O seu sonho era ter sido eleito, nas urnas, depois de comícios, campanhas, debates, próprios da democracia plena. Não era o que se vivia naqueles tempos e a sua recusa para aceitar o cargo poderia levar à indicação de um aventureiro qualquer, diz Abel. Novamente teve que administrar a incerteza do tempo do seu mandato, dificultando a elaboração de planejamentos de gestão. Mas foi à luta, como disse, como se o meu mandato terminasse amanhã. É do seu tempo o loteamento dos terrenos que eram a antiga pista de aviação da Chesf e que hoje formam uma das mais belas avenidas de Paulo Afonso, a Apolônio Sales, que na sua época chamava-se André Falcão. Também os Bairros Perpétuo Socorro e Mulungu mereceram de sua gestão uma,atenção especial dada a sua condição de carência extrema. O Bairro Perpetuo Socorro era conhecido como Vila do Rato e era uma favela miserável. Suas ruas foram arrumadas, os terrenos loteados com os moradores e a Prefeitura apoiava com material de construção para que as casas fossem melhoradas. No centro, melhorou praças e a incentivou o turismo. Em sua gestão foi criado o Departamento Municipal de Turismo, ligado a Gabinete do Prefeito. Criou o Centro de Informações Turísticas e a Feira de Artesanato e Cultura Popular na Praça do Trabalhador. A cidade ganhou o embrião para o que é hoje o centro de lazer noturno da cidade, como bares, restaurantes, lojas e hotéis. Paulo Afonso foi incluído no Programa Caminhos da Bahia, da Bahiatursa, que ajudou a projetar a imagem do Município e seu potencial turístico no Brasil e no exterior através de programas áudio-visuais e grande folheteria produzida por esse órgão do turismo estadual da Bahia e pela Prefeitura. Nesse tempo, o CITUR registrava uma média mensal de 2 mil turistas, dos mais de duzentos eram estrangeiros. Em sua gestão foi realizado o 1º Seminário de Turismo que reuniu diretores de órgãos de turismo de quase todo o Nordeste. Nasceu nesse tempo a Associação de Guias de Turismo de Paulo Afonso -AGTURB-BA/PAV, reunindo os guias de turismo treinados e credenciados pela Bahiatursa, Embratur, Chesf e Prefeitura. A Prainha de Paulo Afonso recebeu melhorias, piscinas, área para a prática de vôlei de praia. Chamava-se Balneário Encantos Mil e tinha grande freqüência de pauloafonsinos e visitantes. A administração de Abel Barbosa também se preocupou com a saúde travando o que ele

10 chamava de verdadeira guerra ao lixo e aos esgotos. Destacado apoio foi dado à educação e ao esporte através do incentivo à criação de babas e realização de torneios nos bairros e zona rural. De todas as ações do Prefeito Abel Barbosa uma que lhe fez lavar a alma foi a derrubada da Guarita da Rua D, de acesso à Chesf e logo depois o loteamento de todo o trecho da Av, Getúlio Vargas, da Guarita Principal da Chesf até o Quartel da 1ª Cia. de Infantaria. Onde havia o muro da Chesf, foi construída uma rua comercial e depois, em parte dela, já na gestão de Luiz de Deus, o Calçadão da Avenida Getúlio Vargas. No ano de 1985 acontece a primeira eleição após o regime militar e Abel Barbosa, que sempre sonhou com o palanque e o voto direto para exercer a Prefeitura, não pode concorrer. O vitorioso, José Ivaldo de Brito Ferreira, lhe fazia uma oposição contundente o que não impediu de transmitir o cargo de Prefeito em 1. de janeiro de 1986, em solenidade realizada na sede da Prefeitura porque dizia, eu entendo que a democracia está acima dos arroubos da campanha política e dos partidos e a população de Paulo Afonso elegeu, democraticamente o seu novo Prefeito. Prefeito - José Ivaldo de Brito Ferreira Mandato - 01/01/ /12/1988 Eleições diretas na volta à normalidade democrática A volta à normalidade democrática levou à ruas milhares de pessoas que apoiavam seus candidatos para Vereador e para Prefeito do Município. O mandato estaria encurtado em um ano mas os três que restavam seriam suficientes para que novos e ousados projetos fossem implementados. José Ivaldo de Brito Ferreira, estudante de jornalismo, mobilizou em tomo do seu nome grande número de jovens e se elegeu em 15 de novembro de Recebeu o cargo das mãos do Prefeito Abel Barbosa. Com ele assumiu a Vice-Prefeita, médica Francisca Barros Siebert. Em seus ombros a responsabilidade de administrar um município sem recursos e com um Bairro como o Tancredo Neves que crescia a cada dia aumentando consideravelmente a sua condição de carência. Se os bairros necessitavam de ação imediata do Poder Executivo também a cidade-ilha exigia a presença do poder público. Nasceu em sua gestão a proposta de irrigação ousada chamada Projeto Jusante que não mereceu a atenção devida e aprovação dos órgãos do governo. Outro projeto de seu tempo, tem sido a tábua de salvação das últimas administrações municipais: o pagamento pela Chesf de royalties às Prefeituras que tiveram suas terras inundadas com a construção de barragens e usinas hidroelétricas. Na sua luta para a aprovação desse projeto contou com o apoio do Deputado Federal Fernando Santana que, por esse empenho, recebeu da Câmara de Vereadores o título de Cidadão de Paulo Afonso. A área de educação mereceu uma atenção especial e foi em seu governo que se criou o Estatuto do Magistério Público do Município de Paulo Afonso.

11 Outra ação do governo de José Ivaldo, de grande repercursão social, foi a construção de dezenas de casas do Mutirão da Moradia destinadas a famílias carentes do Bairro Tancredo Neves. O governo de José Ivaldo não sensibilizou a população de Paulo Afonso a ponto de reelegê-lo e, em 15 de novembro de 1988 é eleito o médico chesfiano, Luiz Barbosa de Deus para sucedê-lo, sendo empossado em 1. de janeiro de Prefeito - Luiz Barbosa de Deus Mandato - 01/01/ /12/1992 Trocando o bisturi pela burocracia Acostumado a manejar com perícia o bisturi nos centros cirúrgicos do Hospital Nair Alves de Souza, de que também foi diretor por muitos anos, ou a cuidar de suas fazendas em Sergipe, nos fins de semana, o médico chesfiano Luiz Barbosa de Deus foi convencido pelos amigos a candidatar-se pela terceira vez para disputar a Prefeitura Municipal de Paulo Afonso. Vindo de insucessos anteriores Luiz de Deus relutou mas acabou cedendo e foi à luta elegendo-se com expressiva maioria de votos o que lhe credenciou para o exercício do mandato com maior responsabilidade diante dos seus eleitores. Recebeu a Prefeitura das mãos de José Ivaldo em 1. de janeiro de Uma das suas primeiras preocupações foi melhorar a imagem da Prefeitura junto aos credores e comércio local e nacional que tinha dívidas acumuladas de anos e de altos valores. E conseguiu. Ele sempre dizia que a sua gestão é fruto de um trabalho de equipe. Elegeu a educação como a prioridade um do seu governo, seguida da saúde e de ações de apoio ao homem do campo. Tomou como meta a idéia fixa de não ficar um aluno fora de sala de aula por falta de escola e abriu novas turmas, ampliou escolas municipais, instalou cursos em salas de escolas da Chesf e criou as turmas de 5ª a 8ª séries em muitas escolas dos povoados. Os professores eram levados a esses povoados evitando-se assim que aos alunos da área rural tivesse o seu aprendizado restrito aos conhecimento da 4ª série primária. Dessa sua iniciativa na área da educação, tendo a Professora Creuza Araújo Silva como Secretária Municipal de Educação e Lúcia Cabral como gerente Regional de Educação e Cultura, nasceu o Colégio Estadual de l e 2 Graus Carlina Barbosa de Deus. O sonho dos estudantes mais pobres de Paulo Afonso fez-se real com a criação, em prédi.o próprio do Município, da Casa do Estudante de Paulo Afonso em Salvador. Em sua gestão foi realizado o calçamento de dezenas de ruas na cidade-ilha e nos bairros, e iniciado o asfaltamento nas ruas do centro e em bairros periféricos. Foi ampliado o sistema de tratamento de água e sua extensão ao Bairro Tancredo Neves. Criação de postos telefônicos na área rural e a construção de grandes emissários nos Bairros Centenário e Tancredo Neves também aconteceram neste governo. Na área da saúde as zonas urbana e rural ganharam novos postos de atendimento médico e mais médicos e dentistas foram contratados. A administração de Luiz de Deus fez com que o candidato por ele apresentado, um médico,

12 desconhecido dos meios políticos locais, Anilton Bastos Pereira, se elegesse com grande maioria de votos, já no primeiro turno das eleições, em 3 de outubro de Prefeito - Anilton Bastos Pereira Mandato - 01/01/ /12/1996 Mais um médico chesfiano na chefia do executivo municipal No dia 1º de janeiro de 1993 assumiu a Prefeitura Municipal de Paulo Afonso o médico chesfiano Anilton Bastos Pereira, candidato apresentado por Luiz de Deus e eleito em 3 de outubro de Com ele, o Vice-Prefeito Gilson Fernandes, que havia sido Secretário de Obras na gestão de Luiz de Deus Na gestão do prefeito Anilton Bastos foram intensificadas as obras de saneamento básico. Relatos da prefeitura dão conta que foram mai de 200 mil metros quadrados de calçamento, 50 mil metros de redes de esgoto, mais de 8 mil metros quadrados de área construída em escolas, postos médicos e prédios diversos além de cerca de 40 mil metros de rede para eletrificação rural. A administração de Anilton Bastos criou um novo cartão postal com a urbanização da Prainha e outro com a duplicação e urbanização da Avenida Apolônio Sales. O embelezamento da cidade passa pela reconstrução de praças e criação de outras como a Praça da Criança, com equipamentos de lazer para a meninada e um Centro de Cultura, com teatro de arena, oferece opções para os grupos cênicos e artistas locais. Os cuidados com a saúde da população fizeram com que fosse ampliadas as opções de atendimento médico-dentário. Além da criação do Centro de Atendimento à Mulher e de Postos Médicos nos bairros e zona rural foi construído em sua gestão o Hospital de Paulo Afonso, com mais de 50 leitos, no Bairro Tancredo Neves. A educação ganhou mais de 80 novas salas de aulas. Mais um Colégio Estadual, moderno, o Wilson Pereira, foi construído no Bairro Tancredo Neves, além de apoio a reformas e ampliações de outros colégios estaduais como o Carlina, o Quitéria Maria de Jesus e o CIEPA. Além do atendimento direto aos mais de 12 mil estudantes da rede municipal, nas cerca de 70 escolas na zona urbana e rural do município, na gestão de Anilton Bastos dezenas de funcionários da área de educação foram cedidos para apoiar atividades em colégios, escolas, creches e entidades estaduais e filantrópicas do município.o incentivo à prática de esportes no município veio também com a construção de quadras poliesportivas nos bairros e em povoados da zona rural. A zona rural, além das permanente manutenção e melhoria das estradas vicinais, tem sido beneficiada com construção de barragens e aguadas, e de unidades para produção de ração, castanha de caju e fábrica de doces. Nessa linha de prover a cidade e o município de Paulo Afonso de melhores e mais modernas instalações públicas é que foi construída, pela Prefeitura Municipal, a nova sede da Câmara Municipal de Paulo Afonso, na Avenida Apolônio Sales. Muito querido pela população, Anilton Bastos contribuiu com a sua gestão para a eleição do seu sucessor, o engenheiro elétrico da Chesf, Paulo Barbosa de Deus, que era o gerente de

13 Operação da hidrelétrica do São Francisco em Paulo Afonso. Prefeito - Paulo Barbosa de Deus Primeiro Mandato - 01/01/97 31/12/2000 Segundo Mandato 01/01/ /04/2004 Piscicultura, criação de avestruzes, grandes projetos numa visão de futuro Eleito em 3 de outubro de 1996, e reeleito em 2000, o engenheiro elétrico da Chesf, Paulo Barbosa de Deus, irmão do ex-prefeito e deputado estadual Luiz Barbosa de Deus e primo de Anilton Bastos assegura, por mais quatro anos, a presença do grupo Luiz de Deus na gestão municipal que governou o município durante 16 anos ininterruptos. A criação do Plano Diretor de Paulo Afonso definiu o rumo de sua gestão numa visão de futuro, voltada para grandes projetos que gerassem emprego e renda para o município. Buscou apoio da Chesf e de organismos nacionais para a liberação de áreas e uso das águas da represa Moxotó para a instalação do projeto de piscicultura dirigido pela MPE e empresas americanas para produzir centenas de toneladas de tilápias para exportação. O projeto, instalado com equipamentos e tecnologia de primeiro mundo não alcançou os objetivos esperados. Foram também ampliados os projetos de criação de tilápia em tanques-rede, no canion do Rio São Francisco, com mais de 3 mil unidades ali instaladas. Outros projetos como a criação de avestruzes e de jacarés marcaram também a sua passagem pela gestão municipal. Ainda no primeiro mandato transformou o Departamento Municipal de Turismo em Secretaria com o objetivo de intensificar as ações nessa área, aproveitando o rico potencial existente no município. Dentro dessa ótica Paulo Afonso promoveu em vários anos a realização de esportes radicais com a presença de nomes de expressão nacional e internacional, cantores, atores e atrizes da Rede Globo, colocando o município na mídia nacional. No seu segundo mandato, Paulo de Deus, desfez a Secretaria de Turismo que voltou a ser um Departamento ligado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Entre suas lutas ficou a defesa da recuperação das estradas que chegam a Paulo Afonso, inclusive apoiando atos de fechamento da BR-110 com o objetivo de chamar a atenção do governo federal. Na área da educação, o prefeito Paulo de Deus aumentou a oferta de vagas nas escolas do município que matriculou em 2004 mais de 16 mil alunos. Muitas escolas da rede municipal foram ampliadas e algumas da zona rural têm uma estrutura e área construída maiores que escolas da rede estadual. Também na área da saúde pública os investimentos em instalações, equipamentos e pessoal foi marcante, na área urbana e rural. O Prefeito Paulo de Deus construiu o Parque das Mangueiras, um dos projetos urbanísticos mais bonitos e importantes da cidade-ilha que simboliza também a total integração da cidade com o Acampamento da Chesf. Dentro desse processo de integração assinou convênio com a Chesf, que liberou os recursos,

14 Dentro desse processo de integração assinou convênio com a Chesf, que liberou os recursos, para que a Prefeitura pudesse atuar em toda a área do Acampamento Chesf, asfaltando quase todas as ruas, fazendo calçamento em outras, cuidado da iluminação pública, parques e jardins, construindo rede de esgotos e recuperando lagos como o do Touro e Sucuri, um cartão postal de Paulo Afonso. Uma das suas grandes obras, construída com o apoio do Governo do Estado da Bahia foi o Centro de Abastecimento de Paulo Afonso - o Ceasão - no Bairro Tancredo Neves, marca de sua visão de futuro, de grandes projetos. Prefeito - Wilson Pereira Filho Mandato - 01/04/ /12/2004 Concluiu o programa de obras estabelecido Com a aproximação das eleições de 2004 Paulo de Deus decidiu renunciar ao cargo de Prefeito de Paulo Afonso, depois de permanecer nesse cargo durante 7 anos e 3 meses, para se candidatar a prefeito na cidade de Canindé do São Francisco, para onde transferiu o seu domicílio eleitoral. Não conseguiu o seu objetivo. Em seu lugar ficou o vice-prefeito Wilson Pereira Filho que assumiu em 1º de abril de 2004 e cumpriu o restante do mandato, até 31 de dezembro de 2004, realizando o plano de obras e serviços definido pelo seu antecessor, no asfaltamento e calçamento de ruas, também nos bairros periférios, ampliação de prédios escolares e, dentre suas ações, a conclusão e inauguração de Ceasão. Prefeito - Raimundo Caires Rocha Mandato - 01/01/ /12/2008 Raimundo Caires elege-se com a promessa de uma gestão voltada para o social Embora a presença do grupo Luiz de Deus, encabeçado pelo PFL, na gestão municipal em 16 anos tenha transformado radicalmente o visual da cidade que é hoje uma das mais lindas do Brasil e a população do município tenha ultrapassado os 100 mil habitantes no final do mandato de Wilson Pereira, os eleitores do município não votaram na reeleição de Wilson que foi derrotado na eleição de 3 de outubro de 2004 por mais de 2 mil votos de diferença para o grupo liderado pelo candidato Raimundo Caires, do PSB coligado com o PP, do Deputado Federal Mário Negromonte e com o apoio do candidato do PT, José Ivaldo, ex-prefeito de Paulo Afonso. Raimundo Caires Rocha foi eleito em 3 de outubro de 2004 e tomou posse em 1º de janeiro de O cargo lhe foi transmitido pelo prefeito Wilson Pereira. Apresentando uma proposta de trabalho voltado para o social, também estabelece como pilares de sua gestão a piscicultura e o turismo. Ao final do seu mandato, formou uma coligação de 11 partidos mas perdeu a reeleição para o candidato do Democratas, Anilton Bastos Pereira Prefeito - Anilton Bastos Pereira Mandato - 01/01/ /12/2012 Anilton Bastos Pereira, eleito pelo Democratas em 3 de outubro de 2008, retorna ao cargo de

15 gestor municipal depois de 12 anos. Anilton Bastos tomou posse no dia 1º de janeiro de 2009, sem que houvesse a transição de cargos, não permitida pelo governo anterior. O seu mandato vai até 31 de dezembro de Curiosidades sobre os Prefeitos de Paulo Afonso Nos seus cinqüenta e um anos de vida, Paulo Afonso teve 17 prefeitos e um interventor. Alguns, de vida longa e mais de um mandato como Abel Barbosa e Paulo Barbosa de Deus ou de mandato esticado, como Edson Teixeira Barbosa. Outros tiveram mandato curtíssimo como Frederico Fausto Agostinho de Melo, prefeito por 4 meses e Metódio Nunes Magalhães que prefeiturou por apenas 17 dias. Destes 17 prefeitos, 9 foram eleitos em eleição direta. Foram eles, empossados nestes anos: Otaviano Leandro de Morais(1959), Adauto Pereira de Souza(1963), Edson Teixeira Barbosa(1967), José Ivaldo de Brito Ferreira(1986), Luiz Barbosa de Deus(1989), Anilton Bastos Pereira(1993), Paulo Barbosa de Deus (dois mandatos consecutivos e 2001), Raimundo Caires Rocha (2005) e novamente Anilton Bastos Pereira (2009). Entre as gestões de Edson Teixeira e a eleição de José Ivaldo, o município de Paulo Afonso foi considerado área de segurança nacional e, em conseqüência disso, suspensas as eleições diretas e os gestores passaram a ser nomeados pelo governo militar. A normalidade democrática só foi restabelecida em 1985 quando foi eleito José Ivaldo de Brito Ferreira que substituiu o então prefeito nomeado, Abel Barbosa. Seu mandato foi de apenas três anos para ajuste do calendário eleitoral. Dois prefeitos, Abel Barbosa e José Rodrigues de Figueiredo Barbosa, mais o esticamento do tempo de Edson Teixeira, que foi eleito para o quatriênio 1967/1970, permaneceu no cargo até 14 de maio de 1974, quando renunciou para candidatar-se a deputado estadual,foram gestores nomeados pelo governo militar entre 1964 e Três vereadores assumiram o cargo de prefeito porque eram presidentes da Câmara e, na época, não havia o vice-prefeito: Abel Barbosa, Metódio Magalhães e Frederico Fausto. Um vereador, Manoel Pereira Neto, foi prefeito porque era vice-presidente da Câmara e assumiu porque o presidente, Carlos Alberto Alves, tornar-se-ia inelegível na reeleição para vereador, que era o seu desejo. Três prefeitos exerceram o mandato por duas vezes- Abel Barbosa (presidente da Câmara e depois nomeado) e Paulo de Deus e Anilton Bastos (eleitos duas vezes).

16 Um vice-prefeito assumiu na renúncia do prefeito: Wilson Pereira, na renúncia de Paulo de Deus, em abril de 2004, permanecendo no poder por 9 meses, até a posse de Raimundo Caires, eleito em outubro daquele ano e empossado em 1º de janeiro de Cinco dos prefeitos de Paulo Afonso têm sobrenome Barbosa - Edson, Abel, José Rodrigues, Luiz e Paulo. Deles apenas os dois últimos são parentes, irmãos. Os de sobrenome Pereira, Manoel e Adauto são parentes. Outros dois Pereira, Anilton Bastos e Wilson são irmãos, mas não são parentes dos outros Pereiras (Adauto e Manoel). Dos prefeitos de Paulo Afonso, um, Otaviano Leandro(comerciante), foi apoiado abertamente pela Chesf. Outros sete(7) eram empregados da hidrelétrica quando assumiram a Prefeitura: Adauto Pereira (auxiliar de escritório), Edson Teixeira (médico), José Rodrigues (engenheiro de Salvador), Frederico Fausto (engenheiro), Luiz de Deus (médico), Anilton Bastos (médico) e Paulo de Deus(engenheiro). O Prefeito Raimundo Caires (bioquímico) era aposentado da Chesf quando foi eleito em O mandato mais longo, na mesma gestão, foi de Edson Teixeira Barbosa: 7 anos, 3 meses e 14 dias, até renunciar para se candidatar a Deputado Estadual. Não foi eleito. Abel Barbosa foi prefeito em dois mandatos. No primeiro, assumiu na renúncia de Edson Teixeira, porque era Presidente da Câmara. Ficou no cargo por 1 ano e 5 meses. No segundo mandato, foi nomeado pelo governo militar, por indicação do então governador Antônio Carlos Magalhães e ficou no cargo por seis(6) anos e 5 meses. No total, foi prefeito de Paulo Afonso, sem nunca ter sido por eleições diretas, sua grande frustração, por 7 anos e 10 meses, o maior tempo de gestão de um prefeito em Paulo Afonso. Paulo de Deus, em seus dois mandatos foi prefeito por 7 anos e 3 meses. Completaria o segundo mandato em dezembro de 2004, mas renunciou em abril daquele ano para concorrer ao cargo de Prefeito de Canindé do São Francisco, em Sergipe. Não foi eleito. Paulo Afonso também teve um interventor, o Tenente João Soares que administrou o município por 33 dias, da saída de Manoel Pereira, em 28/12/1966 quando acabava o seu mandato de vereador até a posse de Edson Teixeira, em 01/02/1967. Os menores mandatos de gestores de Paulo Afonso foram os de Metódio Magalhães, de apenas 17 dias, o interventor Ten. João Soares, 33 dias, Manoel Pereira, 3 meses e 13 dias e Frederico Fausto, 4 meses. No total, Abel Barbosa foi prefeito de Paulo Afonso, sem nunca ter sido por eleições diretas, sua grande frustração, por 7 anos e 10 meses, o maior tempo de gestão de um prefeito em Paulo Afonso.

17 Paulo de Deus, em seus dois mandatos foi prefeito por 7 anos e 3 meses. Completaria o segundo mandato em dezembro de 2004, mas renunciou em abril daquele ano para concorrer ao cargo de Prefeito de Canindé do São Francisco, em Sergipe. Não foi eleito. Paulo Afonso também teve um interventor, o Tenente João Soares que administrou o município por 33 dias, da saída de Manoel Pereira, em 28/12/1966 quando acabava o seu mandato de vereador até a posse de Edson Teixeira, em 01/02/1967. Os menores mandatos de gestores de Paulo Afonso foram os de Metódio Magalhães, de apenas 17 dias, o interventor Ten. João Soares, 33 dias, Manoel Pereira, 3 meses e 13 dias e Frederico Fausto, 4 meses.