Paulo Afonso, antes, ontem e hoje - 54 anos de emancipação política

Transcrição

1 Folha Sertaneja - Paulo Afonso - BA 10/08/ :57 Paulo Afonso, antes, ontem e hoje - 54 anos de emancipação política Para sua pesquisa escolar, no aniversário de Paulo Afonso, 28 de Julho. Antônio Galdino Cachoeira de Paulo Afonso e Usina Angiquinho (ainda funcionando) Bem antes... Embora o município de Paulo Afonso comemore neste Julho de 2012, 54 anos de emancipação política, sua história começou bem antes, ainda dos tempos da Glória, centenária de 125 anos, do tempo dos currais de bois nas margens do rio São Francisco deste lado baiano. O nome do município vem de muito mais longe ainda, dos idos de 1725, quando chegou nesta região o português Paulo Viveiros Afonso para tomar posse das terras onde estavam as majestosas quedas d`água que eram conhecidas como Forquilha, Sumidouro ou Cachoeira Grande e, só depois da sua chegada passou a ser conhecida como Cachoeira de Paulo Afonso, no lado alagoano do grande rio São Francisco. Do lado baiano, nasceu o Arraial de Paulo Afonso. A centenária Glória era caminho dos que saíam das terras sertanejas principalmente da Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Ceará para tentar uma nova vida em São Paulo. Depois de cruzarem o rio, de Pernambuco para a Bahia, numa barcaça, seguiam seu destino e a estrada que levaria estes nordestinos à região Sudeste do país passava bem no meio do lugarejo chamado Forquilha, onde hoje é a Avenida Getúlio Vargas, centro comercial de Paulo Afonso. Antes disso, alguns poucos da região viram Delmiro Gouveia construir o complexo energético da Usina Angiquinho, para gerar energia a partir das forças das águas e levar luz e progresso à pequenina Vila da Pedra, hoje Delmiro Gouveia, onde estava sua Companhia Agro Fabril Mercantil, a Fábrica de Linha Estrela, em Pedra AL. Alguns até trabalharam nesta Usina hidrelétrica que funcionou até 1961, como é o caso do avô de Ivan e bisavô de Carlos Illan, que trabalham na Chesf hoje. A chegada da Chesf

2 Em 1948 foi organizada a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco Chesf, com o objetivo de construir uma usina hidrelétrica, aproveitando a idéia de Delmiro Gouveia. Guaritas da Chesf e Pioneiros chesfianos, os "cassacos", abrindo túneis A construção da Usina Piloto, a partir de 1945 já atraiu muitos nordestinos para a região. Depois, com o início da construção da Barragem Delmiro Gouveia e da Usina Paulo Afonso I, em 1949 chegaram centenas, milhares de nordestinos para trabalhar. Como os trabalhos na construção de grandes barragens é temporário, os que chegavam se acomodavam como podiam. Construíram suas casas de barro e forravam e cobriam com sacos vazios do cimento da marca Poti, os que viviam do lado baiano do rio e com cimento Zebu, os que viviam no lado alagoano. E nasceram dois povoamentos. A Vila Zebu e a Vila Poti. Como os escritórios da Chesf estavam do lado baiano, a Vila Poti cresceu rapidamente. E o projeto que era de apenas uma usina hidrelétrica, cresceu. Construíram-se várias, quatro grandes usinas em território baiano (Paulo Afonso, I, II, III e IV), uma em território alagoano (Usina Apolônio Sales), uma em Pernambuco (Usina Luiz Gonzaga) e uma em Sergipe (Usina de Xingó). A Chesf passou 50 anos construindo barragens e usinas na região, num raio de 80 quilômetros. Houve um tempo, no auge das construções, que a hidrelétrica tinha mais de 11 mil empregados em seu quadro de pessoal. A sequência de construção de barragens e usinas na região tranquilizou os nordestinos que aqui chegavam para passar uns tempos e seguir no trecho, em busca de outros trabalhos e eles foram ficando por aqui, melhorando suas moradias, criando Paulo Afonso. Para atender ao grande número de moradores, foram surgindo os pontos comerciais, as escolas, os serviços, mas tudo funcionava desordenadamente e havia uma dependência feudal da Chesf. A Vila Poti e a imprensa nacional A Vila Poti nas páginas da imprensa nacional Paulo Afonso. A vida na Vila Poti não era nada fácil e a sua separação da Chesf era também física, por uma agressiva cerca de arame farpado em toda a extensão do Acampamento. A cerca foi depois substituída por um muro de pedras e concreto, o muro da vergonha, depois ainda mais reforçado por outra cerca de arame farpado em cima dele. Começaram os movimentos pró-emancipação política de A justificativa dos que defendiam essa emancipação era a situação de caos em que vivia a Vila Poti. Ruas desordenadas, sem água tratada nas casas, sem energia elétrica, esgotos escorrendo pelas ruas, sem escolas, pois as únicas existentes estavam dentro da área da Chesf e eram abertas apenas para os filhos dos funcionários da hidrelétrica.

3 Dentro do Acampamento da Chesf ficavam os serviços essenciais para a população como a única agência bancária (Banco da Bahia),o hospital (HNAS), clubes (COPA e CPA), mercado (onde hoje é UNEB, ao lado do COPA), feira livre, (ao lado do mercado), escolas, posto médico infantil, campo de futebol (hoje Álvaro de Carvalho), correios... E a população tinha dificuldade de acesso a esses serviços. A imprensa nacional da época, revistas Manchete e O Cruzeiro, atraídas pela grandiosidade das obras de construção da barragem e usina Paulo Afonso I, faziam grandes reportagens exaltando a Chesf mas mostrando a situação de miséria e penúria como viviam os moradores da Vila Poti. A revista O Cruzeiro, de 3 de janeiro de 1953, com uma tiragem de 550 mil exemplares faz um relato, em 9 páginas, das obras da Chesf no ano de A revista Manchete de 7 de março de 1953, também destaca a importância das obras da Chesf para o Nordeste e destaca o contraste entre a cidade da Chesf e a Vila Poti e diz: Na cidade oficial, com telefone, piscina, luz e conforto moram 3000 pessoas. Do lado de fora do arame se amontoam párias em barracos sem luz, água, sem roupa e comida. Paus de arara, desemprego, jogo e prostituição. Em 1956, quando Paulo Afonso já era Distrito de Glória (o que aconteceu em 30 de dezembro de 1953) e vivia a efervescência dos seus movimentos políticos, novamente a revista Manchete na edição de Nº 233, de outubro de 1956, traz grande reportagem como título A cidade da miséria é vizinha da fortuna fazendo, novamente, um paralelo entre a Chesf e Vila Poti. Esta cerca de arame farpado separa duas cidades: uma próspera e outra miserável, a fortuna e a fome. Vila Poti não existe no mapa. Fica na margem do rio São Francisco, debruçada, quase, sobre a Cachoeira de Paulo Afonso. Nela vivem perto de 10 mil pessoas, com 80% de mulheres e crianças a quem os homens deixaram para buscar, mundo afora, um qualquer trabalho. Os que ficaram não plantam, não fabricam, não negociam. Vila Poti é a cidade da miséria. Mas, vizinha da fortuna: a cidade da Companhia Hidro Elétrica do Vale do São Francisco para a qual os desgraçados acorreram em busca de um emprego nas obras da represa. Lá chegando, deram com uma cerca de arame farpado a barrar-lhes a entrada àquele paraíso que brotara no chão torrado do sertão baiano. Vila Poti nasceu, então, e cresce sempre como um campo de concentração invertido, de olhos voltados para o outro lado da cerca. Não convém que Vila Poti exista no mapa. A dura realidade da época era apresentada para conhecimento nacional. A luta pela emancipação política. E a vitória! Abel Barbosa, Gilberto Leal e a Prefeitura de Glória onde funcionava a Câmara de Essa separação social denunciada pela revista nacional já vinha incomodando muita gente da Vila Poti que passara a Distrito de Glória em Dezembro de 1953 e em 1954, elegeu quatro representantes desse Distrito para a Câmara Municipal de Glória o que fez com que a luta para a emancipação se tornasse mais intensa e perigosa. À frente do movimento, um pernambucano baixinho e enfezado, chamado Abel Barbosa que já trabalhara em campanhas políticas de Apolônio Sales, Agamenon

4 de Glória onde funcionava a Câmara de Vereadores Magalhães, Barbosa Lima Sobrinho, no Estado Pernambuco e que havia chegado a Paulo Afonso no início do ano de 1950, para o sepultamento do seu pai, João Barbosa, que trabalhava, como autônomo, na construção das casas Tipo O do Acampamento a Chesf, chamados Quatro Grupos (ao lado do quartel do exército). Abel foi um dos vereadores eleitos pelo Distrito de Paulo Afonso, em 1954, na Câmara Municipal de Glória. Muito perseguido na época, Abel Barbosa, conhecido como Chefe Abel dos Escoteiros, foi proibido de entrar no Acampamento da Chesf e seus escoteiros impedidos de participar dos desfiles cívicos, que eram organizados pela Chesf. As reuniões para tratar das estratégias para a luta da emancipação eram secretas, realizadas nos cômodos do fundo das casas de comerciantes que apoiavam o movimento, à luz apenas de candeeiros, para não chamar a atenção de ninguém, como afirma D. Risalva Toledo, uma das atuantes participantes do movimento pró-emancipação que crescia. Apoiadores das ideias de Abel Barbosa, como Gilberto Leal do Serviço de Alto-falantes A Voz do Povo,(pai do dinâmico radialista Gil Leal, da RBN), Zezito do Fórum (tio de Diniz das Rádios Cultura) e outros, foram demitidos da Chesf por isso. Em sua luta incessante Abel Barbosa sofreu pelo menos três tentativas de morte como asseguram alguns contemporâneos e confirma o próprio Abel. Ele guarda hoje informações e nomes de gente que dificultou muito a sua caminhada por estas terras. Segundo José Rudival de Menezes, um dos vereadores da primeira legislatura de Paulo Afonso, a emancipação política de Paulo Afonso era irreversível porque o que se via era o crescimento muito grande do Distrito, superando em muito o crescimento do município sede, Glória. Depois de muitos anos de reuniões secretas, discursos públicos, eleições de vereadores e muitas tentativas de convencimento dos vereadores de Glória sobre a importância da emancipação política do Distrito de Paulo Afonso, os dias 8, 9 e 10, deste mesmo mês de outubro de 1956 foram decisivos para este fim. Nesses dias foram realizadas sessões de intensa movimentação na Câmara Municipal de Glória. Ali, estavam em debate duas indicações, uma do vereador José Ivan de Souza e outra do vereador Abel Barbosa e Silva, ambas tratando da emancipação política de Paulo Afonso e que acabaram sendo apresentadas conjuntamente e defendidas por Abel Barbosa. Segundo o saudoso pioneiro Diogo Andrade Brito, um voto decisivo era o do vereador Moisés Pereira, que estava doente. Abel providenciou um Jeep para assegurar a presença e o voto desse vereador na Câmara de Glória, a 30 quilômetros de Paulo Afonso. Finalmente, no dia 10 de outubro de 1956 a Indicação para o desmembramento de Paulo Afonso do município de Glória foi aprovada e imediatamente encaminhada à Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. Ali, em 1957, a atuação dos deputados Otávio Drumond e Batista Neves, ambos do PTB, partido de Abel Barbosa, garantiram a aprovação do Projeto de Lei 910/57, do deputado Clemens Sampaio, propondo a criação do Município de Paulo Afonso, o que foi aprovado pelos deputados baianos, dentre eles o deputado Antônio Carlos Magalhães, que era da UDN. Só no ano seguinte, 1958, esse Projeto de Lei 910/57 se transformou na Lei Estadual 1.012/58,

5 sancionada pelo governador Antônio Balbino de Carvalho no dia 28 de Julho de 1958 e publicada no Diário Oficial no dia 02 de agosto de Nascia o município de Paulo Afonso, com uma área territorial de km², limitando-se com os municípios de Santa Brígida, Rodelas, Glória e Jeremoabo, (em território baiano), Delmiro Gouveia (em território alagoano) e Canindé do São Francisco (em território sergipano). O seu território fica a menos de dez quilômetros do Estado de Pernambuco, por onde se chega ao município de Jatobá, esse espaço pelo território alagoano. No ano de sua emancipação política, o Município de Paulo Afonso tinha 25 mil habitantes. Gestores de Paulo Afonso. Muitos saídos dos quadros da Chesf Em 54 anos de emancipação, o município de Paulo Afonso teve 17 prefeitos e um interventor. Quem ficou mais tempo no poder, (até Outubro de 2012), foi Abel Barbosa e Silva, com 7 anos e 10 meses, em dois mandatos, em um deles porque era o Presidente da Câmara e no outro, indicado pelo governo. Deve ser superado por Anilton Bastos que, ao final do seu segundo mandato, em Dezembro de 2012, terá completado exatos 8 anos. A menor gestão foi de Metódio Nunes Magalhães que governou por apenas 17 dias. De todos os gestores de Paulo Afonso, apenas 9 foram eleitos pelas urnas, em eleições diretas(*). A grande maioria dos prefeitos de Paulo Afonso ou foram indicados ou apoiados pela Chesf para a sua eleição ou eram do quadro de funcionários da empresa. Otaviano e Adauto foram indicados e apoiados pela Chesf; Edson Teixeira era médico pediatra, em Paulo Afonso, José Rodrigues, engenheiro de Salvador, Frederico Fausto e Paulo de Deus engenheiros em Paulo Afonso, Luiz de Deus e Anilton Bastos, médicos em Paulo Afonso, Raimundo Caires, Bioquímico, em Paulo Afonso. Gestores do município de Paulo Afonso Otaviano Leandro de Morais 07/04/1959 a 07/04/1963 (*) eleito com apoio da Chesf Adauto Pereira de Souza 08/04/1963 a 15/09/1966 (*) eleito com apoio da Chesf Manoel Pereira Neto 16/09/1966 a 30/12/1966 Era vicepresidente da Câmara Tenente João Soares - 30/12/1966 a 31/01/ (interventor Era delegado municipal - sem foto) Edson Teixeira Barbosa 01/02/1967 a 15/05/1974 (*) eleito com apoio da Chesf e mantido no cargo pelo governo militar;

6 Abel Barbosa e Silva 15/05/1974 a 16/10/1975 Era o presidente da Câmara Prefeitos de Paulo Afonso, de 1959 a 2012 Era o presidente da Câmara José Rodrigues Figueiredo Barbosa 16/10/1975 a 19/03/1979 Nomeado pelo governo militar Metódio Nunes Magalhães 19/03/1979 a 04/04/1979 Frederico Fausto Agostinho de Melo 04/04/1979 a 04/08/ Era presidente da Câmara (e Engenheiro da Chesf) Abel Barbosa e Silva 04/08/1979 a 31/12/ Nomeado pelo governo militar José Ivaldo de Brito Ferreira 01/01/1986 a 31/12/1988 (*) Luiz Barbosa de Deus 01/01/1989 a 31/12/1992 (*) Médico da Chesf Anilton Bastos Pereira 01/01/1993 a 31/12/1996 (*) Médico da Chesf Paulo Barbosa de Deus 01/01/1997 a 31/12/2000 (*) - Engenheiro da Chesf Paulo Barbosa de Deus 01/01/2001 a 03/04/2004 (*) - Engenheiro da Chesf Wilson Pereira 03/04/2004 a 31/12/2004 Era vice-prefeito de Paulo de Deus Raimundo Caires Rocha 01/01/2005 a 31/12/2008 (*) - Bioquímico da Chesf Anilton Bastos Pereira 01/01/2009 a 31/12/2012 (*) Médico da Chesf Paulo Afonso hoje, aos 54 anos O município de Paulo Afonso, aos 54 anos de emancipação política, é o 15º maior dos 417 municípios do Estado da Bahia. A sua população, em 2012, é estimada em 110,9 mil habitantes, com uma taxa média de crescimento populacional de 1,2% ao ano, contra 0,8% a.a. no Estado. Paulo Afonso ocupa a 13ª posição no ranking do IDH (índice de desenvolvimento humano) no Estado da Bahia, entre os seus 417 municípios. Paulo Afonso hoje - PA Ilha, Av. Apolônio Sales, Praça das Mangueiras, Canion do São Francisco, Complexo Hidrelétrico e PA à noite Ao contrário de muitos municípios baianos que tiveram queda no número de habitantes conforme o censo do IBGE de 2010, Paulo Afonso, mesmo com o encerramento das obras das grandes barragens da Chesf, tem sua população crescendo a cada ano, como mostram os últimos índices do IBGE. Em habitantes;

7 Em ; Em ; Em ; Em ; Em 2012 (Janeiro) (estimada). A população de Paulo Afonso é, na sua maioria, jovem, sendo que 59% dos moradores têm idade até 29 anos. Cerca de 30% da população está entre a faixa etária de 30 a 60 anos e aproximadamente 10% são da terceira idade, a partir dos 60 anos. Os seus limites, definidos quando de sua criação, em 1958 alcançam territórios baianos (Santa Brígida, Rodelas, Glória, Jeremoabo), alagoanos (Delmiro Gouveia) e sergipanos (Canindé de São Francisco) e fica a pouco quilômetros do território pernambucano (município de Jatobá). A cidade se destaca por um parque hidrelétrico, criado pela Chesf que se instalou na região em 1948 e que se estende por todo o seu território onde estão quatro grandes usinas PA-I, PA-II, PA-III e PA-IV que produzem cerca de 4 milhões de quilowatts de energia elétrica do total dos 10,7 milhões de quilowatts produzidos por toda a Chesf. O Complexo Paulo Afonso, que inclui também as usinas Luiz Gonzaga, em Pernambuco e Xingó, em Sergipe, soma 8,5 milhões de quilowatts, cerca de 85% de toda a produção da hidrelétrica do São Francisco, gerada pela Chesf. Outro fator do crescimento do município é o desenvolvimento da piscicultura, atraindo indústrias de produção de tilápia e fabricação de rações como as empresas AAT, Netuno, Pescanova e Integral Mix instaladas no Polo Industrial da PA-IV. O município também está se destacando como polo educacional com faculdades e universidades como a UNEB (cursos de Engenharia de Pesca, Direito, Pedagogia, Biologia, Matemática, Licenciatura Intercultural Indígena e mestrados), a FASETE (Cursos de Letras, Administração, Turismo, Direito, Enfermagem, Educação Física) o IFBA (Engenharia Elétrica) e a anunciada instalação da UNIVASF (Cursos de Medicina, Nutrição, Fisioterapia e outros da área médica). A economia do município concentra-se na prestação de serviços, sendo os maiores empregadores a Prefeitura, a Chesf e o comércio. Um dos vetores da economia local é o turismo, ainda não explorado de forma sustentável mas já com alguns grandes investimentos no setor, especialmente nas áreas de hotéis, restaurantes e entretenimento. Paulo Afonso oferece leitos em uma rede hoteleira que vem crescendo, assim com cresce o número de restaurantes com uma variada gastronomia. A partir de 2009, o município passou a sediar a Zona Turística Lagos e Cânions do São Francisco onde estão também os municípios de Glória, Santa Brígida, Rodelas e Abaré.

8 Em 2010, Paulo Afonso foi considerado pelo Ministério do Turismo como um dos 115 municípios turísticos do Brasil. Transformada em ilha, com a construção do Canal da Usina PA-4, no final dos anos 70, Paulo Afonso é uma das mais belas cidades do Nordeste, rodeada por grandes lagos como o da Usina PA-4 e o Lago de Moxotó, este com 1 bilhão de metros cúbicos e o cânion do rio São Francisco que começa no município de Paulo Afonso e nele permanece por 17 quilômetros com paredões de até 100 metros de altura onde são realizados passeios de catamarã e continua até a Barragem de Xingó, num total de 65 quilômetros. Suas ruas, asfaltadas, saneadas, grandes praças com as da Avenida Getúlio Vargas, das Mangueiras e o Belvedere são outros atrativos, elogiados pelos moradores e pelos turistas. O comércio de Paulo Afonso já possui milhares de lojas e grandes empresas nacionais têm chegado à praça como GBarbosa, Insinuante, Lojas Americanas, dentre outras nacionais e nomes como Ricardo Eletro, Casas Bahia já anunciam sua presença em breve. Esse crescimento comercial também trouxe para o município muitos bancos como o Banco do Brasil (2 agências) Bradesco (2 agências), HSBC, Caixa Econômica, Banco do Nordeste, Itaú e já se fala na vinda do Santander. O censo do IBGE do ano de 2010 dá conta que o município de Paulo Afonso, naquele ano, já possuía veículos, dos quais mais de 30% (11.354) eram motos. Esse total, em 2012, beira os 40 mil veículos, uma das maiores frotas do Estado da Bahia.