U F R N. História. Instruções. Identificação do Candidato. Discursiva > 2º. 3. Escreva as respostas e os rascunhos com a caneta entregue

Transcrição

1 História Discursiva > 2º dia U F R N Instruções Só se identifique na parte inferior desta capa. Sua prova será anulada se contiver qualquer marca identificadora fora desse local. Este caderno contém 05 questões. Se estiver incompleto ou com defeito que prejudique a leitura, peça imediatamente ao fiscal que o substitua. 3. Escreva as respostas e os rascunhos com a caneta entregue pelo fiscal. 4. Para fazer os rascunhos, use o verso da capa e qualquer página em branco desta prova. 5. Você será avaliado exclusivamente por aquilo que escrever dentro do espaço destinado a cada resposta, não podendo, portanto, ultrapassar o espaço delimitado. 6. Escreva de modo legível. Dúvida gerada por grafia, sinal ou rasura implicará redução de pontos durante a correção. Identificação do Candidato Nome (em letra de forma) Nº da Inscrição Nº da sala Assinatura

2 Questão 1 A conquista e a colonização da América se inserem no contexto de expansão dos Estados europeus no início da Idade Moderna. Nessa conjuntura, o cronista português Gabriel Soares de Souza, ao descrever o Brasil, em 1587, expressou o ponto de vista do colonizador sobre os indígenas, afirmando: [...] os tupinambás se dividiram em bandos, e se inimizaram uns com os outros, todos falam uma língua que é quase geral na costa do Brasil. [...] Faltam-lhe três letras das do ABC, que são F, L, R. [...] Se não têm F, é porque não têm fé em nenhuma coisa que adorem; [...] Se não têm L na sua pronunciação, é porque não têm lei alguma que guardar, nem preceitos para se governarem; [...] E se não têm R [...], é porque não têm rei que os reja e a quem obedeçam. Apud MORAES, José Geraldo Vinci de. Caminhos das civilizações. São Paulo: Atual, p A opinião do cronista contrasta com o que estudos recentes têm mostrado sobre as sociedades indígenas do período colonial. Diante disso, responda às questões propostas a seguir. A) Identifique as noções de religião, lei e poder presentes no texto e relacione-as com o contexto histórico vivido pelo cronista. B) O que os estudos recentes revelam sobre a religião, a lei e o poder nas sociedades indígenas do período colonial?

3 Questão 2 Quando irrompeu o movimento militar de 1964, Djalma Maranhão era prefeito de Natal. Nessa ocasião, ele divulgou nota oficial na qual afirmava: O prefeito Djalma Maranhão junta a sua voz à de todas as forças democráticas e populares do país, na denúncia aos governos de Minas Gerais, São Paulo, Guanabara e Rio Grande do Sul que, ontem pela madrugada, colocaram-se fora da lei, levados pelo desespero do reacionarismo contra as reformas de base, servindo de instrumentos e oferecendo suas falsas lideranças às forças do antipovo e da antinação. O prefeito Djalma Maranhão, ao lado das forças populares e democráticas, conclama o povo para que se mantenha em permanente estado de alerta, nos seus sindicatos, diretórios, órgãos de classe, sociedades de bairros, ruas e praças públicas, na defesa intransigente da legalidade, que possibilitará a libertação do Povo e do País do imperialismo e do latifúndio, a concretização das reformas de base e a construção do amanhã mais justo e mais feliz do Brasil. GALVÃO, Mailde Pinto aconteceu em abril. Natal: Ed. Clima, p Considerando a nota oficial acima, explique uma das razões que motivou o posicionamento do prefeito Djalma Maranhão diante do movimento militar de 1964.

4 Questão 3 O compositor nordestino Vital Farias, inspirado na situação da Amazônia, escreveu os seguintes versos: No lugar que havia mata, hoje há perseguição Grileiro mata posseiro só pra lhe roubar seu chão Castanheiro, seringueiro já viraram até peão Afora os que já morreram como ave-de-arribação Zé de Nana tá de prova, naquele lugar tem cova Gente enterrada no chão. (Vital Farias. Saga da Amazônia) Os versos acima descrevem uma situação de conflito social na Amazônia. A) Tomando como referência o período entre os anos 1970 e os dias atuais, explique uma das causas desses conflitos que ocorreram na região. B) Em relação à propriedade da terra, podemos afirmar que existe democracia no Brasil atualmente? Justifique.

5 Questão 4 A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no final do século XVIII, significou uma nova forma de produção, com o uso da máquina na indústria, trazendo profundas transformações sociais e econômicas. Como analisa Leo Huberman, As máquinas, que podiam ter tornado mais leve o trabalho, na realidade o fizeram pior. Eram tão eficientes que tinham de fazer sua mágica durante o maior tempo possível. Para seus donos, representavam tamanho capital que não podiam parar tinham de trabalhar, trabalhar sempre. Além disso, o proprietário inteligente sabia que arrancar tudo da máquina, o mais depressa possível, era essencial porque, com as novas invenções, elas podiam tornar-se logo obsoletas. HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, p Tomando o texto acima como referência inicial, comente duas conseqüências que esse novo sistema industrial trouxe para a classe trabalhadora.

6 Questão 5 O historiador Paulo Orósio (século IV-V), escrevendo, no início da Idade Média, sobre os povos godos, afirma que o rei Ataulfo, no século V, tinha principalmente desejado com ardor apagar o nome romano e fazer de todo o território um império dos Godos [...]. Mas a sua muita experiência provara-lhe que os godos eram absolutamente incapazes de obedecer a leis por causa da sua barbárie desenfreada. Ora, como não se podem suprimir, numa república, as leis sem as quais uma república não é república, preferiu glorificar-se restaurando na sua integridade [a România] e erguendo o nome romano com as forças dos Godos, para aparecer à posteridade como o restaurador do Império Romano, visto que o não tinha podido transformar. ESPINOSA, Fernanda. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Liv. Sá da Costa, p. 34. A respeito desse mesmo período, o historiador William C. Bark (século XX) afirma: O começo da Idade Média foi realmente uma época de transição [...]. Foi uma fusão e não uma interrupção abrupta ou um fluxo intempestivo [...]. Na submersão gradual da antiga civilização e na emergência da civilização medieval há um contraste e uma inter-relação notáveis entre as antigas e as novas instituições e valores. É aqui que vemos a fusão mencionada acima. BARK, William C. Origens da Idade Média. Rio de Janeiro: Zahar, p Considerando essas duas análises sobre os anos iniciais da formação da civilização medieval, atenda às solicitações a seguir. A) Compare as visões desses dois historiadores quanto ao processo de formação da civilização do Ocidente Medieval. B) Cite e caracterize uma das instituições sociais antigas (romanas) e uma das instituições sociais novas (germânicas) presentes nessa fusão referida por Bark. Mais espaço para resposta na folha seguinte.

7 Continuação da resposta à questão 5.