A PRODUÇÃO CRÍTICA EM PERIÓDICOS PORTUGUESES: REVISTA COLÓQUIO-LETRAS (Nº. 153/ / ): SEÇÃO ENSAIOS CATALOGAÇÃO

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1 A PRODUÇÃO CRÍTICA EM PERIÓDICOS PORTUGUESES: REVISTA COLÓQUIO-LETRAS (Nº. 153/ / ): SEÇÃO ENSAIOS CATALOGAÇÃO Daniel Oriente SANTANA 1 (Unesp Univ Estadual Paulista/Assis) RESUMO: O presente projeto consistiu na catalogação da seção Ensaios do periódico português Colóquio-Letras, que se define como uma importante fonte de estudos de literatura universal, mas especialmente de literatura portuguesa. Teve por objetivo resgatar a memória das referidas literaturas, viabilizar a consulta dos periódicos em questão, verificar a repercussão da produção crítica dessas literaturas na sociedade brasileira, contribuir para a história da literatura luso-brasileira, bem como ampliar a fonte de consulta para eventuais necessidades e interesses no assunto. Palavras-chave: Literatura; Critica Literária; Periódicos. 1. Introdução Este projeto de pesquisa pertence a um projeto maior chamado A Produção crítica de literaturas de língua portuguesa em periódicos brasileiros e portugueses. Este faz parte de uma pesquisa integrada do Grupo de Pesquisa Memória e Representação Literária do Departamento de Literatura da FCL Assis. O periódico português Colóquio-Letras, que conta com a participação de respeitáveis colaboradores, é publicado na cidade de Lisboa (Portugal), trimestralmente pela Fundação Calouste Gulbenkian. Essa Fundação pode ser definida como uma instituição portuguesa de Direito privado e de Utilidade pública, cujos fins estatutários são a Educação, a Ciência, a Beneficência e as Artes. Foi criada por disposição testamentária de Calouste Sarkis Gulbenkian (milionário judeu armênio-1869/1955-portugal) e seus estatutos foram aprovados em Por sua participação na transferência dos ativos da Companhia Iraquiana de Petróleo durante a Segunda Guerra Mundial, foi viver em Portugal e com seu patrimônio pôde satisfazer a paixão por obras de arte adquirindo várias delas, possibilitando 1 Graduando. Orientador: Profª Drª Rosane Gazolla Alves Feitosa. Bolsista CNPq. orientesantana@yahoo.com.br 142

2 a abertura de um museu. Em agradecimento pela acolhida do novo país, ao morrer, legou seus bens aos portugueses na forma de uma fundação. A Fundação tem a sua sede em Lisboa com amplas instalações (sede e museu) e estas foram inauguradas em 1969, integrando, para além das áreas reservadas à Administração e Serviços, um grande Auditório, espaços de Exposições temporárias, uma zona de Congressos com auditórios e salas, e um amplo edifício que alberga o Museu Gulbenkian e a Biblioteca de Arte. Este complexo está instalado no Parque Gulbenkian. Em 1983, numa das extremidades do Parque, foi inaugurado o Centro de Arte Moderna, que compreende um Museu e um Setor Educativo. O Instituto Gulbenkian de Ciência está instalado em Oeiras (bairro do distrito de Lisboa), num complexo científico constituído por diversos edifícios, junto ao Palácio dos Marqueses de Pombal. Além disso, a Fundação Calouste Gulbenkian apóia publicações como a das revistas Colóquio-Letras, Colóquio- Artes, Colóquio-Ciências, Colóquio-Educação, atividades culturais, orquestra, bibliotecas e uma companhia de balé. A revista Colóquio-Letras, nascida de um periódico anterior, chamado Colóquio- Revista de Artes e Letras, que reunia artigos heterogêneos acerca de literatura e de artes plásticas, é publicada desde 1971, contando, até o ano de 2006, com a publicação do nº. 165 referente aos meses de setembro a dezembro do ano de Desde o inicio de sua publicação (1971), revelou-se como a mais prestigiada revista especificamente literária publicada em língua portuguesa. Segundo o seu programa de apresentação, destinado, de modo primordial, ao estudo da literatura de forma reflexiva, problemática e ensaística,sem caráter erudito ou não meramente divulgativo. A publicação, sempre respeitando a esses moldes, foi sucessivamente dirigida por Hernâni Cidade, Jacinto do Prado Coelho, David Mourão-Ferreira e Joana Varela. Nas milhares de páginas da coleção está representada a esmagadora maioria dos nomes significativos da literatura de língua portuguesa, incluindo brasileiros e africanos, clássicos e contemporâneos, estes com colaboração em verso e prosa, aqueles com documentos inéditos, mas todos eles são temas de ensaios, recensões, comentários, referências críticas, inquéritos ou cartas. 143

3 Difícil enumerar os colaboradores que têm passado pelas páginas da Colóquio/Letras, entretanto, pode-se dizer que, pelo menos no que se refere à literatura portuguesa, a maioria tem contribuído de na parte crítica e ensaística. Neste campo, tornouse há muito obrigatória para os estudiosos a consulta ou citação da revista na elaboração de pesquisas. Para fazer corresponder à inegável riqueza literária da revista equivalente qualidade gráfica, assim como para tentar atingir um público mais vasto do que o do mundo universitário, procedeu-se, a partir de 1990, a uma profunda remodelação estética da publicação. A Colóquio/Letras passou a inserir abundante documentação facsimilada, na maioria em hors textes, fotografia e pintura de grandes autores, ilustração adequada às matérias tratadas, de forma a fazer realçar o caráter único tanto de cada número da revista como de cada um dos seus exemplares. Os periódicos catalogados encontram-se no acervo da Biblioteca Acácio José Santa Rosa da Faculdade de Ciências e Letras de Assis, encadernados, a grande maioria, de dois em dois volumes, em perfeito estado de conservação. 2. Metodologia Foram catalogados os ensaios dos volumes que compreendem os números 153/154 a 165 da revista. O trabalho de catalogação se fez a partir do preenchimento de fichas da seção Ensaios, contemplando os seguintes itens: síntese do assunto, palavras-chave, autores e obras referenciados e mini-biobibliografias dos ensaístas. O estudo foi realizado diretamente com a fonte primária, a produção crítica da revista portuguesa Colóquio-Letras, editada pela Fundação Calouste Gulbenkian. Este estudo se constitui no mapeamento quantitativo da seção fixa Ensaio. Até o mês de fevereiro de 2007, foram feitas as leituras, além dos textos teóricos indicados pela orientadora, de todos os artigos da seção Ensaios da revista Colóquio- Letras, do nº 153/154 ao nº 165, os quais trazem ensaios referentes a diversos temas referentes à Literatura, especialmente, às Literaturas Portuguesa (Camilo Pessanha, Almeida Garrett, Augusto Abelaira, Irene Lisboa e outros) e Brasileira (João Cabral de Melo Neto, por exemplo). Das revistas 163, 164 e 165, que não possuem a seção Ensaios, 144

4 listamos os poetas citados e a língua do poema original, em seguida selecionamos alguns destes poetas para um aprofundamento. Das leituras que se seguiram foram elaboradas pequenas notas explicativas contendo as informações biográficas e bibliográficas encontradas. 3. Resultados/Discussão Da revista de nº153/154 até a de nº161/162, foram catalogados diversos artigos sobre análise de obras literárias, obras comparadas, estudos aprofundados em alguns escritores etc. Do número 163 ao 165 foram apresentadas poesias traduzidas de diversos idiomas em vários períodos: Grego, Latim, Anglo-Saxão, Árabe, Hebraico, Francês, Castelhano, Catalão, Italiano, Alemão, Inglês e Russo. Acreditamos também que as fichas de catalogação, o índice remissivo e as minibiobibliografias dos autores facilitarão muito a busca da revista, pois aquele que desejar pesquisar algum assunto não precisará buscar de revista em revista o que lhe interessa, poderá ser direcionado por meio dessas fichas. A revista Colóquio_Letras é uma importante fonte de pesquisa sobre literatura universal, crítica literária, teoria da literatura, literatura comparada, literatura estrangeira, a qual permite o contato com escritores, obras e literaturas, muitas vezes, desconhecidos. Mas, o que se percebe é que talvez não seja tão divulgada o quanto deveria ser. Por esse motivo, acredito que o papel fundamental de nossa pesquisa foi levar àqueles que não têm conhecimento sobre a Colóquio, o contato e divulgação desse importante periódico. 4. Referências ABDALA JUNIOR, Benjamin; PASCHOALIN, M. A. História social da literatura portuguesa. São Paulo: Ática, BARBOSA, João Alexandre. A biblioteca imaginária. São Paulo: Ateliê Editorial, BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 3.ed. São Paulo: Cultrix, CARVALHAL, Tania Franco. Literatura Comparada. 2. ed. São Paulo: Ática,

5 CURY, M. Z. F. Acervos: gênese de uma nova crítica. In: MIRANDA, W. M. (Org.). A trama do arquivo. Belo Horizonte: FALE/UFMG, p EAGLETON, Terry. Teoria da literatura: uma introdução. Trad. Waltensir Dutra. São Paulo: Martins Fontes, CANDIDO, Antonio. Literatura e Sociedade. 8. ed. São Paulo: T. A. Queiroz; Publifolha, MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa através dos textos. 25. ed. São Paulo: Cultrix, ROSENFELD, A. Reflexões sobre o romance moderno. In:. Texto/contexto. São Paulo: Perspectiva, p SARAIVA, A. J.; LOPES, Óscar. História da literatura portuguesa. 17. ed. Porto: Porto, SARAIVA, J. H. História concisa de Portugal. Lisboa: Europa-América, SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, AGUIAR E SILVA, Vitor Manuel de. Teoria e metodologia literárias. Lisboa: Universidade Aberta SCHWARZ, R. As idéias fora do lugar. In:. Ao vencedor as batatas. São Paulo: Duas Cidades, p WELLEK, René; WARREN, Austin. Teoria da literatura e metodologia dos estudos literários. Trad. Luis Carlos Borges. São Paulo: Martins Fontes