RESUMÃO DE HISTÓRIA REVOLUÇÃO FRANCESA
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- Iago da Costa Alcântara
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1 RESUMÃO DE HISTÓRIA REVOLUÇÃO FRANCESA A Revolução Francesa de inspiração iluminista iniciada em 1789 veio a coroar a longa da crise do Antigo Regime, marcando a transição da Era Moderna para a Contemporânea e encerrando o período de crescimento da burguesia europeia. A Revolução Francesa, diferentemente da inglesa, se expande para o mundo, sendo a grande propaganda dos ideais liberais. Vale ressaltar, todavia, que a revolução não foi algo unitário, e sim um conjunto de revoluções. Dessa forma, a França viveu vários momentos revolucionários que representaram diferentes setores da sociedade, cada qual com seu interesse, que convergiam quanto ao objetivo da derrubada do poder monárquico. A QUEDA DO ANTIGO REGIME O absolutismo baseado no direito divino dos reis, que já mostrava marcas de esgotamento desde o reinado de Luís XIV, passou a ser contestado. Na organização social do Antigo Regime, o rei ou monarca detinha controle total do Estado. O primeiro estado era composto pelo clero [0,5% da população], que se dividia em alto clero [de origem nobre] e baixo clero [de origem burguesa], o segundo estado era composto pela nobreza, que sobrevivia à custa do rei [1,5% da população], e o terceiro estado era formado pela alta e baixa burguesia, camponeses e trabalhadores pobres, chamados de sansculottes em razão de suas vestimentas [98% da população]. SETORES POPULARES BURGUESIA TRABALHADORES URBANOS CAMPONESES OBJETIVOS Aspirava ao fim dos privilégios da nobreza e do clero, e o liberalismo econômico. Buscavam o direito de negociarem por melhores salários e de participar nas decisões do Estado. Queriam o fim da condição servil do pequeno agricultor.
2 Essa estrutura rigidamente hierarquizada gerou uma forte desigualdade social e a defesa dos privilégios do primeiro e segundo estados. Desse modo, as origens do movimento revolucionário de 1789 devem ser buscadas entre a estrutura oficial e os interesses estabelecidos no Antigo Regime e as forças sociais ascendentes. Entre os fatores da crise do Antigo Regime destacam-se o de ordem social [a recusa do terceiro estado em continuar a obedecer às regras de uma ordem excludente] e os de ordem econômica [déficit público em razão do elevado custo de vida do clero e da nobreza e pela má distribuição de riquezas entre a população]. A gravidade da crise econômica sofrida na França, na década de 1780, conduziu o país à emergência de uma reforma política. Os parlamentares rebelados exigiram a convocação imediata dos Estados Gerais para a formação de uma assembleia que deveria mudar o conjunto de leis da França. Nesta assembleia, dividia-se a população francesa em três grandes classes sociais, cada uma representando um estado. Tão logo os Estados se reuniram em Versalhes, manifestaram-se os conflitos entre as três ordens sobre o sistema de votação. Enquanto o clero e a nobreza exigiam o voto por ordem, o terceiro estado exigia o voto por cabeça. Foi a primeira vitória popular: apoiado por dissidentes das doutras ordens, e especialmente pelo baixo clero, o terceiro estado fez valer sua posição. Graças, sobretudo às manifestações populares, o rei reconheceu virtualmente o direito de uma constituição e pressionou os demais representantes das classes privilegiadas para que se reunissem ao terceiro estado como membros de uma Assembleia Nacional. Assim, em 1789, os Estados Gerais se transformaram numa Assembleia Nacional Constituinte. A ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE Em razão da postura conservadora do rei, que insistia em afastar os ministros de tendências liberais, o povo tomou a Bastilha, fortaleza e prisão, em busca de armas. A tomada da Bastilha tornou-se um símbolo da queda do poder absolutista francês e um marco para o movimento revolucionário, pois forçou o monarca a reconhecer o poder dos deputados constituintes. Em função das agitações parisienses, o movimento revolucionário se alastrou pelo campo. Na luta pelo fim da servidão e dos direitos feudais os camponeses invadiam e pilhavam os castelos da aristocracia, massacrando seus proprietários. A série de crimes gerou uma onda de
3 pânico que se espalhou por todas as províncias, marcando o período que ficou conhecido como Grande Medo. Entre as primeiras medidas aprovadas pela Assembleia estavam a abolição dos direitos feudais, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e o confisco das terras da Igreja. De modo geral, as medidas golpeavam os privilégios da nobreza e do clero, mas não o trono. A proposta de limitação do poder do soberano por meio do estado estabelecido em três poderes [Executivo, Judiciário e Legislativo] era uma tentativa de conciliar a instituição real com as aspirações de modernização política da França. A Constituição de 1791 estabeleceu que todos os homens eram iguais perante a lei. Todavia, alguns eram mais iguais do que outros, uma vez que o texto estabeleceu o sufrágio censitário [o direito de voto cabia somente aqueles que possuíssem renda elevada], com a distinção de cidadãos ativos [ricos], que votavam, e cidadãos passivos [pobres e mulheres], que não votavam. Assim, a Constituição de 1791 provou ser o reflexo das aspirações de uma burguesia moderada e preocupada em garantir o seu poder político. De um lado, os setores populares urbanos queriam avançar com o processo revolucionário e, de outro, muitos nobres haviam se refugiado no exterior e se organizavam para destruir todas as conquistas da revolução. Depois de elaborar a Carta Magna francesa, a Constituinte dissolveu-se. O controle da capital passou à Comuna de Paris [movimento social dos operários parisienses], que exigiu da Assembleia o afastamento do rei. Não sendo atendidos, os parisienses atacaram o palácio real detendo o soberano e obrigando o Legislativo a suspendê-lo de suas funções. Esvaziada de seu poder, a Assembleia convocou a eleição de uma Convenção Nacional. CONVENÇÃO NACIONAL Os conceitos de direita e esquerda até hoje utilizados têm origem nas reuniões da Assembleia Constituinte e dos órgãos que a ela sucederam. Os contrarrevolucionários, aristocratas e absolutistas, que se sentavam à direita no plenário, tornaram-se conhecidos como a direita ; os revolucionários ou patriotas ocupavam os lugares à esquerda e tornaram-se conhecidos como a esquerda. A esquerda revolucionária dividia-se em dois subgrupos, integrados por membros do clube dos jacobinos e do clube dos Cordeliers, que exigiam o afastamento do rei e a instalação de uma República Francesa. Com o aprofundamento da revolução, as divergências entre
4 os jacobinos deram origem a uma nova vertente da esquerda [mais moderada], os girondinos. Tanto os jacobinos quanto os cordeliers tiveram participação decisiva na segunda fase da Revolução Francesa, na qual foi proclamada a República na França e realizada a execução do rei Luís XVI e a rainha Maria Antonieta. A proclamação da república marcou uma nova fase da Revolução Francesa. O poder foi exercido pela Convenção Nacional, cuja hegemonia, de início, pertencia aos girondinos [alta burguesia], então alinhados à direita, interessados em conter o avanço das massas. Para enfrentar a ameaça interna, a Convenção criou em 1793 o Comitê de Salvação Pública, mas os sans-culottes foram mais longe, reivindicando a democracia direta. A mobilização na capital resultou na expulsão de alguns líderes girondinos da Convenção Nacional e na ascensão dos jacobinos e dos cordeliers. O novo governo suprimiu os direitos feudais que restavam, facilitando a aquisição de terras pelo pequeno produtor, tabelou gêneros de primeira necessidade, fixou salários e instituiu a escola primária pública, obrigatória e gratuita. Além disso, foi estabelecido o sufrágio universal e as mulheres alcançaram maior participação na vida pública. O principal líder do movimento revolucionário foi Robespierre, um dos jacobinos mais populares entre os sans-culottes devido a suas posições radicais em relação às questões de ordem política e à sua reconhecida honestidade pessoal. Para fazer frente à crise generalizada, ele e outros líderes jacobinos estabeleceram um regime sem base constitucional e se tornou conhecido como Terror, no qual todo aquele contrário à revolução era condenado e guilhotinado. Robespierre investia contra todos os adversários, mas sem dispor de uma base de apoio efetivo, após o retraimento da plebe de Paris; essa circunstância favoreceu a união de todos que se sentiam ameaçados pelo sádico líder jacobino. Em 1794, Robespierre foi preso e executado, marcando o fim do período do Terror. DIRETÓRIO Conhecido como Reação Termidoriana, o golpe de Estado marcou o fim da participação popular no movimento revolucionário. A alta burguesia voltou ao poder. O novo governo, denominado Diretório, tratou de elaborar uma nova Constituição capaz de manter a sociedade burguesa livre de uma dupla ameaça: a República Democrática Jacobina e o Antigo Regime.
5 Além das questões internas, o Diretório teve que enfrentar ameaças externas. Assim, o exército republicano francês lutou na Europa Ocidental e também na Suíça, em Malta, no Egito e na Síria. Nessas campanhas, destacou-se a figura de Napoleão Bonaparte, um talentoso general francês. O sucesso de Napoleão, querido pelas massas e pela Igreja, foi decisivo para que a burguesia o elegesse, colocando-o a frente do Estado francês.
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