SUBPROCURADORIA-GERAL PARA ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS

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1 IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO SOCIOAMBIENTAL Relatório Levantamento quantitativo dos pontos críticos Com o objetivo de complementar o diagnóstico da instituição, iniciamos o levantamento quantitativo do consumo excessivo de energia, água e alguns materiais de expediente. 1. Consumo de energia elétrica A energia elétrica se tornou um dos bens de consumo fundamentais para as sociedades modernas. Da eletricidade dependem a produção, locomoção, segurança, conforto e vários outros fatores associados à qualidade de vida. A contrapartida dos benefícios proporcionados pelo desenvolvimento tecnológico é o crescimento constante do consumo de energia. Para enfrentar o aumento da demanda no futuro é preciso encarar o uso da energia sob a ótica do consumo sustentável, ou seja, aquele que atende às necessidades da geração atual sem prejuízo para as gerações futuras. Isso significa eliminar desperdícios e buscar fontes alternativas mais eficientes e seguras para o homem e o meio ambiente. A administração pública é grande consumidora de energia elétrica. Apesar da maioria das edificações públicas não terem sido projetadas de maneira sustentável, de um modo geral elas apresentam oportunidades significativas de redução de custos no consumo de energia, através de equipamentos tecnologicamente mais eficientes e, principalmente, alterações dos hábitos dos usuários. Os gastos do MP-PR com energia elétrica, em 2010, chegaram a R$ ,46 (dados do Departamento Financeiro), relativos às comarcas de Curitiba, Toledo, Londrina, Maringá, Guarapuava, Ponta Grossa, Campo Mourão, Sto. Antonio da Platina, Clevelândia, Almirante Tamandaré, Cascavel, Cianorte, Cruzeiro do Oeste, Formosa do Oeste, Guairá, Paranavaí, Peabiru, Rolândia e Guaratuba. Os Membros e Servidores lotados nestas comarcas chegam a pessoas (dados do Departamento de Gestão de Pessoas). Desta forma, o gasto per capita anual com energia elétrica foi de R$ 369,30. Ao custo médio de R$ 0,46/kWh (dados da COPEL), pode-se calcular o consumo per capita anual em 802,83 kwh, no MP-PR. Segundo dados da ANEEL ( o Brasil tem um consumo anual de 413 bilhões de kwh, aí incluídos todos os setores da economia: industrial, residencial, comercial, público, agropecuário, energético e logístico. Se considerarmos uma população estimada em 190 milhões de pessoas (dados do IBGE), chegase ao um consumo per capita médio nacional da ordem de kwh.

2 Não se têm dados estatísticos específicos sobre o consumo de energia elétrica per capita no setor público, mas considerando: 1) que comparado aos equipamentos de alta e extra-alta potência utilizados pelo setor industrial (47% do consumo total), os equipamentos usados pelo setor público (computadores, condicionadores de ar, etc.) praticamente não consomem energia; 2) que os aparelhos eletrodomésticos de média potência (ferro elétrico, chuveiro, máquina de lavar, secadora, aquecedor elétrico, etc.) utilizados no setor residencial (22% do consumo), não são utilizados no setor público; 3) que, na maioria dos casos, os prédios públicos estão ocupados apenas por 8 horas diárias, nos 5 dias úteis da semana, o que deveria reduzir sensivelmente o consumo de energia elétrica para iluminação; podemos classificar os dados da ANEEL, indicando que o setor público responde por 8 % do consumo total (33 bilhões de kwh / ano) são, de certa forma, alarmantes. Desta forma, pode-se considerar que o consumo per capita anual em 802,83 kwh, no MP-PR, é alto, se comparado ao consumo per capita médio nacional de kwh; nossa instituição pode e deve trabalhar no sentido de reduzir este consumo. Segundo o site no Brasil são desperdiçados anualmente cerca de 12,6 bilhões de kwh, o que representa cerca de R$ 11,3 bilhões e o setor público é o que, proporcionalmente, mais desperdiça energia. As oportunidades de racionalização no uso de energia elétrica podem ser identificadas em estudo específico, com recomendação das ações a serem empreendidas; entre elas: Dar preferência à iluminação natural, abrindo janelas, cortinas e persianas; Utilizar lâmpadas fluorescentes; Apagar as lâmpadas de ambientes vazios ou quando deixar o ambiente de trabalho; Não deixar computadores ou outros equipamentos ligados por muito tempo, sem uso; Ao sair para o almoço, desligar, ao menos, o monitor do computador Otimizar o uso de elevadores. Se subir apenas um andar ou se for descer dois andares, usar a escada. Além de fazer exercício economiza-se energia elétrica. 2. Consumo de água A água é elemento essencial à vida e é básica para as atividades sociais e produtivas do ser humano: abastecimento público, geração de energia, agropecuária, recreação, transporte fluvial e marítimo, indústria, aqüicultura, comércio e serviços, ou seja, a água é geradora de todos os sistemas necessários e formadores da sociedade. Porém, o aumento da demanda por água, somado ao crescimento das cidades, à impermeabilização dos solos, à degradação da capacidade produtiva dos mananciais, à contaminação e ao desperdício de água, estão conduzindo a um quadro preocupante em relação à sustentabilidade do abastecimento público.

3 Os gastos do MP-PR com água encanada, em 2010, chegaram a R$ ,93 (dados do Departamento Financeiro), relativos às comarcas de Curitiba, Toledo, Londrina, Maringá, Guarapuava, Ponta Grossa, Campo Mourão, Sto. Antonio da Platina, Clevelândia, Cascavel, Formosa do Oeste, Guairá, Paranavaí e Rolândia. Os Membros e Servidores lotados nestas comarcas chegam a pessoas (dados do Departamento de Gestão de Pessoas). Desta forma, o gasto per capita anual com água encanada foi de R$ 93,14. Ao custo médio de R$ 6,50 / m 3 (dados da SANEPAR), pode-se calcular o consumo médio per capita anual em 14,33m 3, no MP-PR, ou seja, litros por ano, ou litros por mês, ou 52 litros por dia, para cada um de nós. Segundo o IBGE, para fins domésticos, o valor mínimo de referência per capita é de 80 litros de água/dia. Mas podemos considerar o site que apresenta o Estado do Rio de Janeiro com um consumo diário doméstico per capita de 140 litros, aí incluídos consumo de chuveiro (46,7%), pia de cozinha (14,6), vaso sanitário (14%), pia de banheiro (11,7%), lavadora de roupa (8,2%) e tanque (4,9%). Se calcularmos que no MP-PR a água é consumida, praticamente, através de vaso sanitário e pia de banheiro, totalizamos um percentual de 25,7%, ou seja, o consumo deveria ser da ordem de 36 litros/dia.pessoa. Esta diferença de 44% no consumo diário per capita de água encanada (de 52 para 36 litros) pode ser interpretada como desperdício, que deve ser evitado através de ações para o uso sustentável da água, dentre as quais destacam-se as campanhas de esclarecimento junto aos usuários, além de outras medidas como: Colocar adesivos com mensagens educativas lembrando a todos da necessidade do bom uso da água no ambiente de trabalho; Providenciar conserto de torneiras e descargas que estejam vazando; Substituir as torneiras e as caixas de descargas por outras mais econômicas; Observar as contas de água do edifício, para identificação de eventuais aumentos de consumo que podem representar vazamentos. 3. Consumo de materiais de expediente Nem sempre prestamos atenção se o material de expediente é de fato necessário e em caso positivo, se é usado de forma racional. E mais, sequer sabemos se esses materiais são produzidos a partir de fontes naturais não renováveis, como minerais, carvão e petróleo. Seja qual for a função (cargo) exercida, o resultado do nosso comprometimento com o uso racional de todo o tipo de bem público será bem visto e com certeza influenciará, em pouco tempo, outros servidores a procederem da mesma forma. Combater o desperdício é poupar os recursos naturais e valorizar os bens públicos. Combater o desperdício é conviver de forma equilibrada com a natureza e fazer economia para os cofres públicos.

4 Os gastos do MP-PR com materiais de consumo, em 2010, chegaram à casa dos R$ ,96 (dados do DISUPRI / Departamento de Aquisições e Logística), relativos a todas as comarcas do estado. Vamos enfatizar algumas quantidades que chamam a atenção: Blocos de memorando (1.984 unidades): geralmente estes blocos são utilizados como rascunho, nunca como correspondência oficial. Bobina de fax termo-sensível (705 unidades): com o advento da digitalização de documentos, a utilização do fac-símile vem tornando-se obsoleta; ademais, esse tipo de documento pode ser encaminhado para um computador e ser impresso em papel comum. Caneta esferográfica ( unidades): em plena a era digital, este consumo já deveria estar mais reduzido. Capa de protocolo ( unidades): em 2010, chegamos a protocolos; considere-se também que estas capas podem ser utilizadas mais de uma vez e que a maioria absoluta dos processos tem volume único, sem falar das solicitações de margem consignável (~750 protocolos/ano), que até 2010 eram protocoladas, porém, não encapadas. Cartucho para impressora (962 unidades): a maioria absoluta das impressões de nossa instituição são realizadas em impressoras à laser (utilizam tonner). CD Virgem (4.555 unidades): no passado, utilizados para back up; com o advento do DVD (maior capacidade) se tornaram obsoletos. Cinta elástica (5.785 unidades): por ser um acessório utilizado apenas nos processos com mais de 2 volumes, nos parece um consumo exagerado. Copo plástico ( unidades): números realmente significativos; média de 3,5 copos / dia para cada Membro / Servidor. Disquete 1,44MB (1.701 unidades) material totalmente obsoleto, de pequena capacidade se comparado a seus sucessores e utilizável em pouquíssimos equipamentos remanescentes (que ainda possuem o drive específico). DVD Virgem (3.419 unidades): utilizados para back up; com o advento do pen drive, outras utilizações devem ficar bem mais restritas. Envelopes timbrados ( unidades): em princípio, estes materiais não podem ser reutilizados, contudo, sua utilização pode ser racionalizada, começando pela própria administração do MP-PR, no envio de ofícios circulares, declaração de rendimentos, etc. Papel A4 (reciclado) timbrado ( unidades): a documentação digital ainda não é uma realidade em nossa instituição, o que poderia justificar o uso deste material em larga escala; contudo, sua utilização inadequada (por ex., impressão no lado sem timbre) é inadmissível.

5 Papel A4 branco ( unidades): este material é utilizado apenas para situações consideradas especiais, com distribuição restrita; dentro desta realidade, este consumo é demasiado grande. Papel toalha 3 dobras ( unidades): quando observamos a forma como este material é consumido (nos banheiros e locais de café), nos asseguramos que estes valores refletem a aparente exagero em seu consumo. Tonner para impressora (1.127 unidades): se considerarmos que a vida útil destes materiais é muito maior que a dos cartuchos, estes números são significativos. Seja na gestão dos resíduos sólidos, na impressão racional de documentos ou no consumo aceitável de materiais, a palavra de ordem é sensibilização. O desafio de conscientizar Membros e Servidores quanto à responsabilidade socioambiental é fundamental. As mudanças de hábito, comportamento e padrões de consumo impacta diretamente na preservação dos recursos naturais. Para que essas mudanças sejam possíveis é necessário o engajamento individual e coletivo, pois apenas dessa forma será possível a criação de uma nova cultura institucional de sustentabilidade nas atividades do MP-PR, sejam essas relacionadas à área meio ou à área finalística. O processo de sensibilização de Membros e Servidores envolve a realização de campanhas que busquem chamar a atenção para temas socioambientais relevantes, esclarecendo a importância da adoção de medidas socioambientais e os impactos positivos da adoção dessas medidas para a instituição e para sociedade. As campanhas podem ser realizadas de modo presencial através de palestras, mini-cursos, fóruns, apresentações teatrais ou ainda por meio da mídia seja ela digital ou impressa. A sensibilização deve ser acompanhada de iniciativas para capacitação, provendo orientação, informação e qualificação, permitindo assim, um melhor desempenho das atividades a serem implantadas. A capacitação contribui para o desenvolvimento de competências institucionais e individuais nas questões relativas à gestão socioambiental e fornece a Membros e Servidores, a oportunidade para desenvolver habilidades e atitudes melhor desempenho de suas atividades, valorizando aqueles que participam de iniciativas inovadoras e que buscam a sustentabilidade. A mobilização deve ser permanente e contínua, pois a mudança de atitudes e hábitos depende da reflexão sobre as questões ambientais e sociais e do envolvimento e cada pessoa com a temática. CURITIBA, 29 DE ABRIL DE 2011