EDUCAÇÃO AMBIENTAL: O LIXO EM ZONA RURAL DO MUNICIPIO DE ARROIO GRANDE-RS EDUCAÇÃO AMBIENTAL: O LIXO EM ZONA RURAL DO MUNICIPIO DE ARROIO GRANDE-RS

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1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL: O LIXO EM ZONA RURAL DO MUNICIPIO DE ARROIO GRANDE-RS Autor(es): Apresentador: Orientador: Revisor 1: Revisor 2: Instituição: GALHO, Valdecy Martinho; LIMA, Milene Conceição; GIL, Robledo Lima; ISOLDI, Loraine André Valdecy Martinho Galho Loraine André Isoldi Beatriz Helena Gomes Rocha Martha Mattar Peduzzi Universidade Católica de Pelotas EDUCAÇÃO AMBIENTAL: O LIXO EM ZONA RURAL DO MUNICIPIO DE ARROIO GRANDE-RS GALHO, Valdecy Martinho 1 * ; LIMA, Milene Conceição 2 ; GIL, Robledo Lima 3 ; ISOLDI, Loraine André 4 1 Graduação em Química Ambiental Escola de Ciências Ambientais UCPel 2 Especialização em Educação Faculdade de Educação UFPel 3 Mestrado em Educação Faculdade de Educação UFPel 4 Doutora em Ciências Escola de Ciências Ambientais UCPel Rua Félix da Cunha, 412 Caixa Postal 402 Pelotas/RS CEP * ico.ag@hotmail.com 1. INTRODUÇÃO A educação ambiental tem sido discutida intensamente nas últimas décadas, mas em quase todos os discursos estão diretamente associados à preservação da natureza. Diversos indivíduos, ao pensar a educação ambiental, relacionam-se somente a essa, não percebendo muitas vezes a amplitude de seu significado e esquecendo que o próprio homem é a natureza, uma vez que se transforma, sofrendo ações do meio, de si mesmo e do outro (PIRES & RIBES, 2005). É interessante lembrar que o Governo Federal Brasileiro já havia afirmado que a educação ambiental deve capacitar o educando ao pleno exercício da cidadania, e que a tendência natural seja de que essa educação se transforme em educação política, entendendo que o fundamento da degradação ambiental não está na ignorância dos processos ecológicos da natureza, mas sim no estilo predatório da apropriação dos recursos naturais que encontra paralelo na apropriação da mão-de-obra da classe trabalhadora. A concepção de educação ambiental não é neutra, é ideológica. Ela deve ser definitivamente compreendida como uma educação política, preparando cidadãos capacitados a entender o porquê fazer algo, não se detendo apenas no como fazer, ou

2 seja, enfatizando o componente reflexivo, tão importante quanto o ativo (REIGOTA, 2001). Um dos problemas ambientais mais questionados é o do solo, sua preservação, manejo adequado, formas de sustentabilidade e aquisição de conhecimentos e práticas sustentáveis para o seu manejo. Não somente existe a coleta inadequada do lixo nas áreas urbanas e a deposição em áreas impróprias como forma de degradação, mas também a produção de lixo nas comunidades rurais. Nestas comunidades, o lixo não é selecionado, é jogado de qualquer maneira no solo e às vezes queimado, diminuindo a quantidade de nutrientes no solo e também possibilitando o surgimento de doenças nos seres humanos (LIMA et al., 2005). A solução para o destino do lixo ainda consiste em conduzi-lo para longe, preferencialmente, para locais afastados das áreas habitadas. São os vazadouros a céu aberto, mais conhecidos como lixões, situados na periferia dos grandes centros (GAZZINELLI et al., 2001). Torna-se então necessária uma conscientização sobre os problemas causados com o lixo produzido nas comunidades rurais, além de se buscar alternativas para recuperar o que já foi prejudicado, para que estas áreas não sofram os problemas que existem na zona urbana com a degradação ambiental (LIMA et al., 2005). Dentro desta realidade vivenciada, objetivou-se realizar um levantamento sobre o destino e o reaproveitamento do lixo em uma zona rural do município de Arroio Grande RS. 2. MATERIAL E MÉTODOS A metodologia empregada foi de acordo com uma linha de pesquisa quantitativa. Foi realizada uma entrevista semi-estruturada, com questões abertas, tendo como população alvo 13 famílias que residem em uma zona rural do município de Arroio Grande RS. Na coleta de dados, através da entrevista semi-estruturada, as famílias entrevistadas responderam as seguintes questões: a) quais os principais tipos de lixos liberados de sua residência? b) há um recolhimento do lixo de sua residência? c) há perto de sua residência um rio, lagoa, cacimba, açude ou qualquer outro reservatório de água? d) há fossa séptica em sua residência? e) o lixo é reciclado em sua residência? f) há um lixão na sua comunidade? g) é realizado algum tratamento para a água corrente antes de bebê-la? As informações coletadas foram analisadas pelo método de análise temática (MINAYO, 1993). 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados da pesquisa revelaram que o papel, em 31% das respostas, é o tipo mais comum de lixo liberado por famílias residentes na zona rural, enquanto que o lixo orgânico é o lixo liberado em menor porcentagem (12%) (Figura 1).

3 1 31% 26% 12% 14% Papel Vidro Lata Plástico Lixo orgânico Figura 1: Principais tipos de lixos liberados por famílias residentes na zona rural do município de Arroio Grande RS. De acordo com as respostas, não existe um recolhimento do lixo na comunidade da zona rural. O lixo na maioria dos casos (45%) é queimado sobre o solo pelas famílias, podendo ser também colocado em um depósito ou em um poço negro, mas em poucas situações (5%) (Figura 2). 11% 5% 5% 34% Enterrado no solo Queimado Céu aberto Poço negro 45% Depósito Figura 2: Destino do lixo liberado por famílias residentes na de zona rural do município de Arroio Grande RS. Com relação à existência de um reservatório de água perto das residências das famílias, a maioria delas apresenta um tipo de reservatório. O mais encontrado com 66% das respostas é a cacimba e o menos encontrado nesta comunidade são a barragem, o arroio e o açude em das respostas (Figura 3). 13% Poço artesiano Cacimba Barragem Arroio 66% Açude Figura 3: Tipos de reservatórios de água existentes ao redor de áreas residenciais da zona rural do município de Arroio Grande RS. Observa-se, na figura 4, que na maioria dos casos (61%) existe fossa séptica nas residências das famílias da zona rural. Já nas residências que não apresentam fossa, os dejetos humanos são liberados por um cano diretamente no solo, a céu aberto.

4 39% Não 61% Sim Figura 4: Presença de fossa séptica em residências de famílias da zona rural do município de Arroio Grande RS? Nas residências da zona rural, em uma maior porcentagem das respostas (92%) o lixo não é reciclado nem reutilizado para outros fins, conforme mostra a figura 5. 8% Não Sim 92% Figura 5: Reciclagem de lixo realizada por famílias residentes na zona rural do município de Arroio Grande RS Observou-se ainda que não existe um lixão e que tampouco é realizado qualquer tratamento com a água corrente antes do consumo pela comunidade da zona rural. 4. CONCLUSÕES Com o levantamento realizado sobre o destino e o reaproveitamento do lixo em uma zona rural do município de Arroio Grande-RS, concluiu-se que as famílias não se preocupam com o destino do lixo das suas residências nem com o perigo que ele pode vir a trazer para seus filhos. Em relação ao reaproveitamento do lixo, as famílias jogam qualquer tipo de lixo fora, incluindo o que pode ser reutilizado e reciclado. Assim, fica evidente a necessidade de orientação nesta comunidade de como conduzir o lixo de suas residências. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

5 GAZZINELLI, M. F. et al. Educação e participação dos atores sociais no desenvolvimento de modelo de gestão do lixo em zona rural em Minas Gerais. Educação & Sociedade. v. 22, n. 74, Campinas, abril ISSN LIMA, A. A. et al. The rural garbage in the municipal district of João Alfredo (PE). Revista Caminhos de Geografia. v. 1 n. 16, p. 1-5, out/2005. ISSN MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 2.ed., São Paulo - Rio de Janeiro, Hucitec-Abrasco, p. PIRES, P. A. G; RIBES, E. L. A Educação ambiental e o trabalho coletivo: uma utopia a ser alcançada. Revista de Educação Ambiental da FURG - Ambiente e Educação. v. 10. Rio Grande: Editora da FURG, p. REIGOTA, M. Verde cotidiano: o meio ambiente em discussão. 2 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.