TITULO Programa Saneamento para famílias em situação de extrema pobreza - município de Penápolis - (SP)
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1 TITULO Programa Saneamento para famílias em situação de extrema pobreza - município de Penápolis - (SP) TEMA VII Organização e gestão dos serviços de saneamento- B- Políticas Públicas AUTORES: Lourival Rodrigues dos Santos, Vera Lúcia Nogueira, Carlos Alberto Bachiega e Luiz Marcos Bonini. RESPONSÁVEL PELA APRESENTAÇÃO EM POSTER: Lourival Rodrigues dos Santos CURRÍCULO RESUMIDO: Lourival Rodrigues dos Santos - Diretor Presidente do Departamento Autônomo de Água e Esgoto de Penápolis (DAEP), Advogado desde 1.989, pós-graduado em Direito Empresarial, mestrando em Direito Processual Civil e pós-graduando em Saneamento e Meio Ambiente. PALAVRAS CHAVES universalização dos serviços, inclusão social. ENDEREÇO COMPLETO: Departamento Autônomo de Água e Esgoto de Penápolis Avenida Adelino Peters, Vila São Vicente. Penápolis SP - CEP: presidência@daep.com.br; diretoria@daep.com.br; custos@daep.com.br DECLARAÇÃO: Declaro para os devidos fins, que todas as informações contidas no presente Resumo do Trabalho são verdadeiras e que estou de acordo e me submeto às normas estabelecidas por este regulamento. Lourival Rodrigues dos Santos
2 TITULO Programa saneamento para famílias em situação de extrema pobreza - município de Penápolis - (SP) INTRODUÇÃO / OBJETIVO: O município de Penápolis é localizado na região de Araçatuba, oeste do Estado de São Paulo, no entroncamento das rodovias Marechal Rondon e Assis Chateaubriand, têm uma economia tipicamente rural, e havendo na cidade uma concentração fundiária demonstrada pela existência de 14% de estabelecimentos maiores que 100 hectares que ocupam 64% das terras, além de um esvaziamento do meio rural, denotado pelos apenas 7% da população vivendo nessa região. O município tem sua economia baseada predominantemente pela monocultura da cana-de-açúcar, tendo como conseqüência, devido ao período de entressafra, uma queda da renda familiar e até mesmo o aumento do índice de desemprego, além de outros casos de famílias que não trabalham na monocultura da cana-de-açúcar e sobrevivem em situação de extrema pobreza. Tendo a visão de que o acesso à água potável sem intermitência (por falta de quitação de débitos) e serviços de coleta de lixo deve ser preservado para manter a infra-estrutura sanitária adequada para estas famílias, o DAEP, juntamente com voluntários da comunidade que efetuam de forma informal, entidades civis organizadas e com o poder legislativo, buscou alternativas que poderiam viabilizar a acessibilidade da água sem que houvesse prejuízos financeiros ao DAEP. Após análises de diversas alternativas, foi consolidado o Programa de Saneamento Para Famílias de Extrema Pobreza, o qual tem como objetivo garantirlhes o acesso aos serviços públicos de água, esgoto e resíduos sólidos, proporcionando a universalização de acesso do saneamento no município de Penápolis. METODOLOGIA / DESENVOLVIMENTO O DAEP Departamento Autônomo de Água e Esgoto de Penápolis, consciente da responsabilidade da universalização do acesso dos serviços de saneamento que abrange os serviços de água, esgoto, resíduos sólidos e limpeza urbana para toda população de Penápolis e, entendendo que a referida
3 universalização não é apenas colocar à disposição da população tais serviços, foi analisadas diversas alternativas para resolver a questão. Através de trabalho feito por voluntárias de diversos segmentos da sociedade, que efetuam trabalho de assistências às famílias carentes, efetuando um acompanhamento dessas famílias, na doação de medicamentos, cestas básicas, pagamento de contas de energia elétrica, água, gás, mesmo sendo beneficiadas com os programas dos Governos Federal e Estadual, detectou-se a existência no município de famílias que possuíam dificuldades para efetuarem o pagamento de suas contas de água e coleta de lixo, cobradas através do DAEP, órgão responsável pelo Saneamento no município de Penápolis, havendo uma cobrança por parte das mesmas para que o problema fosse resolvido. Ressalva-se que existia a impossibilidade de efetuar a assistência financeira pelo DAEP às referidas famílias, por não ter sido construído um instrumento legal que pudesse ampará-las de forma que não fosse caracterizado como renúncia de receita do referido órgão e por não haver recursos financeiros na Secretaria de Assistência Social do município, uma vez que a Lei de Responsabilidade Fiscal impede esta renúncia de receita. Ao longo dos anos, a comunidade já vinha se mobilizando para que os gestores municipais encontrassem alternativas para resolver o problema das famílias que se encontrava em situação de risco social. A realização dos fóruns realizados pelo DAEP a cada dois anos, é de suma importância para que haja um planejamento do poder publico junto à população referente ao futuro ambiental da cidade planejando sua expansão territorial, consumo e uso inteligente dos recursos naturais bem como a correção de possíveis problemas detectados, e tudo isso de forma consciente e transparente entre as partes envolvidas. O fórum é um espaço democrático onde a população pode participar da gestão do saneamento do município através de propostas de ações a ser desenvolvida a cada biênio, nesse espaço disponível á população já havia um questionamento quanto à mobilização do serviço publico para a questão das famílias carentes do município, pois a comunidade tem a percepção de que é inadmissível em um município que possui 100% de água tratada e servida, 100% de esgoto coletado, afastado e tratado, 100% de coleta e destino final de resíduos sólidos, haja situações pontuais de munícipes com intermitências na acessibilidade dos serviços
4 de saneamento, mesmo que seja por dificuldades financeiras para efetuarem o pagamento de suas tarifas e taxas. Figura 2: 7º Fórum de Saneamento espaço reservado a população para exercer. seu direito de cidadania Figura 1: Teatro explicativo realizado no 7º Fórum De Saneamento Diante desta questão e com a consciência de que teríamos que agir para resolver a questão da universalização de acesso à desses serviços, foi montada uma equipe formada por pessoas representantes de voluntários da comunidade, servidores do DAEP, prefeitura municipal, representantes do Conselho Deliberativo do DAEP, legislativo municipal, entidades assistenciais, Conselho Tutelar, Conselho de Defesa da Criança e Adolescente e assistentes sociais do município para discutir uma alternativa que atendesse essa parcela de usuários. As reuniões foram efetuadas periodicamente sendo discutida a possível demanda que iríamos encontrar os recursos necessários e os critérios para concessão do benefício para essas famílias. Após várias reuniões, concluíram-se as diretrizes gerais e os critérios adotados, sendo necessário efetuar uma minuta de projeto de lei para envio e apreciação do poder executivo e posterior aprovação do poder legislativo.
5 Figura 3: Uma das reuniões que discutiu o programa Programa de Saneamento para as Famílias de Extrema Pobreza Figura 4: Uma das reuniões que discutiu o programa Programa de Saneamento para. as Famílias de Extrema Pobreza
6 Após todos os trâmites legais, foi criado o Programa de Saneamento para as Famílias de Extrema Pobreza através de lei municipal com as seguintes diretrizes: 1. Constituição de um Conselho Gestor (sem remuneração), visando definir os critérios sociais e econômicos das famílias que poderão ser atendidas e por qual prazo. O Conselho Gestor é nomeado, bianualmente, por Decreto Municipal. 2. Os critérios aprovados pelo Conselho Deliberativo do DAEP e decretados pelo Executivo Municipal foram: família de extrema pobreza (com renda mensal per capita) de até R$ 60,00 (sessenta reais); família com provedores desempregados; família chefiada por mulher; maior número de filhos, com idade inferior a 16 (dezesseis) anos; filho (a) cumprindo medida sócio-educativa; filhos matriculados e freqüentando escola; filhos com carteira de vacinação em dia (menores de 05 anos); famílias que já se beneficiam de programas assistenciais (bolsa família, renda cidadã, agente jovem); prazo de 03 (três) meses para avaliar uma mudança na realidade da família visando prorrogar ou não a inclusão no programa. 3. Os critérios acima definidos não são cumulativos, mas devem ser aplicados para selecionar as famílias a serem beneficiadas. 4. A família a ser atendida deverá ser avaliada econômica e socialmente, observados os critérios pré-estabelecidos e diante da constatação da real necessidade, através de visita domiciliar promovida pela assistência social do município. 5. Para fins de estabelecer a quantificação da água tratada a ser garantida para a família em situação de extrema pobreza, é observada a média do consumo mensal dos últimos seis meses daquela família; e na falta de condições para quantificar o consumo, é observado o critério da Organização Mundial de Saúde, para cada um dos moradores e membros da família que reside no domicílio. 6. As despesas a serem custeadas em favor da família beneficiária, incluem a tarifa, taxa e outros serviços de água, esgoto e coleta de lixo, referentes ao domicílio, e quando se deparar com casos de duas economias no imóvel da família em situação de extrema pobreza, e a legislação em comento admitir a busca do recurso apenas para uma economia, então, o caso será avaliado em separado, levando-se em conta essa particularidade. 7. Para a consecução dos objetivos desta lei, os recursos da Campanha poderão complementarmente propiciar a aquisição de materiais a serem financiados,
7 ou doados, às famílias atendidas, com objetivo de melhorar ou dar manutenção das instalações hidráulicas e sanitárias da residência, desde que seja comprovadamente de propriedade da família atendida. 8. Os recursos arrecadados serão originados da Campanha Água para Todos, onde cada contribuinte poderá manifestar interesse, através de autorização formal, de que seja acrescido em sua conta de água um valor fixo mensal (acima de R$ 0,50) e também poderão ser originárias de recursos municipais e outras esferas do governo. Figura 5: Frente do folheto que divulga o programa água para todos Figura 6: Verso do folheto que divulga o programa água para todos RESULTADOS / CONCLUSÕES / RECOMENDAÇÕES O Conselho Gestor foi nomeado por Decreto Municipal e foi elaborado um regimento interno para regularização da forma de trabalho e controle das famílias. Como primeira ação, o Conselho Gestor efetuou um trabalho de divulgação do programa a fim de buscar adesões de organizações e pessoas da comunidade para contribuir financeiramente com o programa. Até o momento, foram efetuadas 48
8 adesões, com valor total de R$ 270,00 mensal. È um valor inicial relevante uma vez que a campanha iniciou-se em 09 de fevereiro de Como conclusão tem a criação deste programa, que veio de encontro com a Lei nº , da Política de saneamento, aprovada em janeiro de 2007, sendo uma alternativa encontrada para garantir que a universalização ao acesso aos serviços de saneamento no Brasil seja revertida, e o município de Penápolis, pretende com esta experiência mostrar que com responsabilidade e compromisso na gestão da prestação dos serviços públicos podemos contribuir para a mudança na melhoria da qualidade de vida da população carente. Com o desenvolvimento deste programa, pretendemos continuar construindo junto à população políticas públicas voltadas para solução dos problemas como os acima relatados, bem como o fortalecimento da participação da população no planejamento de ações para solucionar problemas locais e regionais, aperfeiçoar o potencial existente nos municípios buscando modificar o cenário encontrado no Brasil na área de saneamento. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS: Não há
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