Mercados informação de negócios Angola Oportunidades e Dificuldades do Mercado Novembro 2008
Índice 1. Oportunidades 03 1.1 Pontos Fortes 03 1.2 Áreas de Oportunidade 03 2. Dificuldades 04 2.1 Pontos Fracos 04 2.2 Principais Dificuldades 04 2.2.1 Problemas estruturais 04 2.2.2 Tarifas Aduaneiras 04 2.2.3 Inspecções 04 2.2.4 Recursos Humanos 05 2.2.5 Burocracia 05 2.2.6 Vistos de Entrada em Angola 05 2.2.7 Vistos de Trabalho 05 2.2.8 Custos da Mão-de-Obra 06 2.2.9 Ligações Aéreas 06 2.2.10 Acordo sobre Dupla Tributação 06 2
1. Oportunidades A paz chegou há quatro anos e, desde 2003, que o país deu arranque à expansão económica. Angola é um país em reconstrução com o grande atractivo de quem tem, entre os muitos recursos naturais, o petróleo e os diamantes. Os índices de crescimento para o ano 2009 rondarão os 12%. Mas nem tudo são facilidades, o país tem ainda muitas barreiras ao investimento e precisa de restabelecer a credibilidade política internacional. 1.1 Pontos Fortes Como pontos fortes, que permitirão perspectivar à partida boas condições para que as empresas portuguesas possam aproveitar as oportunidades que Angola oferece, devemos assinalar os seguintes: - As afinidades linguísticas e culturais - O facto de se tratar de um país em reconstrução - A grande expansão do sector petrolífero e diamantífero, que proporciona elevada riqueza ao país - A existência de vastos recursos naturais 1.2 Áreas de Oportunidade Quanto às oportunidades concretas, estas decorrem designadamente dos seguintes factores: Lançamento de um programa de privatizações nos sectores da construção, energia e telecomunicações Reforço da linha de crédito às exportações portuguesas (300 milhões de euros); Receitas do petróleo (que têm aumentado a produção e os custos); Recursos naturais; Necessidades de reconstrução das infra estruturas destruídas com a guerra (vias de comunicação, redes de abastecimento de energia e de água, etc.); País com 18 milhões de habitantes; Dinamismo do sector bancário e expansão do crédito; Investimento público avultado; Promessa de criação do Centro de Distribuição de Produtos Portugueses em Angola. 3
2. Dificuldades Diversos pontos fracos afectam a economia angolana, o que se reflecte naturalmente na actividade das empresas e no aproveitamento das oportunidades existentes. 2.1 Pontos Fracos - Instabilidade política característica de regimes africanos; - Elevado custo do investimento; - Falta de trabalhadores qualificados; - Falta de infra-estruturas básicas; - Funcionamento deficiente das entidades administrativas (tribunais, organismos oficiais, etc.) - Reduzido poder de compra da maioria da população; - Existência de custos invisíveis. 2.2 Principais Dificuldades 2.2.1 Problemas Estruturais Existem problemas a nível da distribuição energética e do abastecimento de água. Isto acarreta custos não habituais com geradores eléctricos, depósitos de água, manutenção de equipamentos e perdas de produtividade. A segurança física e efectiva dos bens e instalações das empresas, devido às poucas garantias oferecidas pela policia local, é geralmente efectuada por empresas de segurança privadas, o que acarreta custos adicionais para a empresa. 2.2.2 Tarifas Aduaneiras Entrou em vigor em 5 de Setembro de 2008, uma nova Pauta Aduaneira que prevê a isenção de impostos sobre a importação de matérias-primas, de bens de equipamento e bens intermédios para a indústria, uma redução das taxas sobre 58 categorias de bens básicos, tendo-se registado um aumento das tarifas em 33 categorias de produtos diversos (ex. fuba de milho; mandioca; óleo vegetal; leite integral; feijão; arroz; açucar; bebidas e sabão em barra azul). 2.2.3 Inspecções A Inspecção Pré-Embarque obrigatória passou a verificar-se apenas em casos excepcionais, com vista a proteger a saúde pública, meio ambiente, indústria nacional e a garantir a arrecadação das imposições aduaneiras. 4
A acrescer às imposições alfandegárias incidem ainda, na importação o Imposto de Consumo (varia entre os 2% e 30%), o Imposto de Selo (0,5%) e os Emolumentos Gerais Aduaneiros (2%). São frequentes as inspecções económicas por parte de elementos do Ministério do Comércio, da Indústria, das Finanças, do Emprego e Segurança Social. Assim as empresas instaladas neste mercado deverão ter presente a absoluta necessidade de respeitar a lei e as regras fixadas, no sentido de evitarem problemas com as autoridades económicas, fiscais, sanitárias, do governo provincial, etc. 2.2.4 Recursos Humanos A carência de quadros angolanos qualificados obriga à adopção de políticas de recrutamento de expatriados, fortemente consumidora de recursos: as empresas portuguesas terão que fazer uma grande aposta na formação profissional de técnicos e quadros angolanos. Algumas empresas estão a optar por contratar quadros angolanos recém licenciados no exterior, evitando assim os problemas inerentes à legalização em Angola de trabalhadores estrangeiros. 2.2.5 Burocracia O processo de constituição de uma empresa via Regime de Investimento Estrangeiro era muito moroso e burocrático. A nova Lei de Investimento Privado (Lei nº. 11/03 de 13 de Maio), não estando em causa a origem do investidor mas sim a origem do capital, foi aprovada e publicada em Maio de 2003 e prevê uma significativa redução dos tempos de constituição de sociedades. Foi ainda criado o GUE - Guichet Único de Empresas, que permite às empresas tratar dos vários procedimentos inerentes à legalização da empresa no mesmo local. 2.2.6 Vistos de Entrada em Angola Existe grande morosidade na concessão dos vistos aos empresários portugueses que pretendam visitar este mercado. Assim, todos os empresários que se desloquem a Angola, em prospecção de mercado, deverão preparar a visita atempadamente, no sentido de solicitarem o visto e apresentarem todos os documentos requeridos, com a devida antecedência (10 a 15 dias). 2.2.7 Vistos de Trabalho A grande demora (média de 6 a 10 meses) para obtenção de um visto de trabalho obriga as empresas a recorrerem ao visto de negócios temporariamente, com os riscos que isso comporta (e que apenas podem ser renovados até ao máximo de 90 dias); outro aspecto, diz respeito ao período máximo de 3 anos (renovações anuais) durante os quais se pode ir renovando o visto de trabalho. 5
2.2.8 Custos da Mão-de-Obra Apesar de os operários fabris terem salários aparentemente inferiores aos praticados em Portugal, os quadros intermédios (exemplo, contabilista) são mais onerosos do que em Portugal. Sendo o custo de vida em Angola elevado, as empresas deverão ter em atenção que, caso pretendam funcionários eficientes, terão que suportar custos salariais bastante superiores aos indicados pelo estado angolano. 2.2.9 Ligações Aéreas Estas revelam-se insuficientes, para as necessidades sentidas; 2.2.10 Acordo sobre Dupla Tributação Além de ainda não ter entrado em vigor o Acordo de Promoção e Protecção Recíproca de Investimentos entre Portugal e Angola (assinado a 22 de Fevereiro de 2008 aguarda ratificação), não existe qualquer Convenção para evitar a Dupla Tributação entre as partes. Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. Av. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LISBOA Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 aicep@portugalglobal.pt www.portugalglobal.pt Capital Social 110 milhões de Euros Matrícula CRC Porto Nº 1 NIPC 506 320 120 6