ABC homenageia destaques da pecuária em 2005



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Ó R G Ã O I N F O R M A T I V O D A A S S O C I A Ç Ã O B R A S I L E I R A D E C R I A D O R E S - A N O V - N º 5 8 - D E Z E M B R O 2 0 0 5 ABC homenageia destaques da pecuária em 2005 Como vem fazendo há alguns anos, a ABC aproveitará a passagem de mais um aniversário de sua fundação o 79º para manifestar reconhecimento a pessoas que, em suas respectivas atividades, trabalham em defesa ou para o aprimoramento da pecuária brasileira. O presidente da CNA, Antônio Ernesto de Salvo, será homenageado como Personalidade do Ano. As homenagens por setor serão para os pecuaristas Ovídio Carlos de Brito e Lair Antonio de Souza, para a bióloga Maria Aparecida Cassiano Lara e para a jornalista Maristela Teixeira Franco. Antônio Ernesto de Salvo Liderança à frente da CNA Pág. 3 Ovídio Carlos de Brito Patrimônio do nelore mocho Pág. 4 Lair Antonio de Souza Educador na pecuária de leite Pág. 4 Maria Aparecida C. Lara A pecuária com ciência Pág. 5 Maristela Teixeira Franco A pecuária em letras atentas Pág. 5

E D I T O R I A L Soldados de várias frentes Luis Alberto Moreira Ferreira Presidente da Diretoria Executiva Como um hábito que caminha para a consolidação, mais uma vez a ABC aproveita a passagem de seu aniversário para homenagear pessoas que trabalham para que nossa pecuária seja cada vez melhor. Na altura de seus 79 anos de fundação, a serem comemorados no dia 9 de dezembro, para a ABC é motivo de renovação de forças e de reafirmação de propósitos expressar seu reconhecimento a quem faz de seu dia-a-dia uma sucessão de pequenas, médias e grandes batalhas que, além de gerarem merecidas conquistas pessoais, resultam em benefícios imensuráveis para a pecuária brasileira. É assim, em síntese, que podemos definir os cinco homenageados da ABC deste ano. São soldados, cada um em sua frente de luta, fazendo por si e para todos; transbordando para a sociedade suas vitórias pessoais. Não somente por uma questão de respeito, mas acima de tudo por merecimento, comecemos pelas mulheres que serão homenageadas no dia 9. A bióloga Maria Aparecida Cassiano Lara, do Instituto de Zootecnia, foi escolhida como pesquisadora de destaque em 2005. Na melhor receita da teoria a serviço da prática, Maria Aparecida usa a genética para a melhoria da carne bovina e também como ferramenta da rastreabilidade. Maristela Teixeira Franco é a nossa jornalista de destaque. Experiente, dedicada, exata, crítica, sensata, a repórter e editora da DBO faz jus à homenagem em razão da qualidade, coerência e freqüência de seu trabalho. Na pecuária de corte, Ovídio Carlos de Brito é o destaque deste ano. Pecuarista moderno de fato e liderança do nosso setor, o diretor da OB Pecuária é um dos principais responsáveis pela melhoria genética do Nelore no Brasil, atividade a que se dedica a partir de sua base principal, ou seja, com o incentivo à pesquisa científica. No setor de leite, nosso homenageado é Lair Antonio de Souza. Com sua excepcional fazenda Colorado, em Araras, esse tradicional associado da ABC nos ensina que os resultados da produção leiteira são diretamente proporcionais aos investimentos em gestão do negócio. Por fim, nossa personalidade de destaque de 2005 é o homem que há 15 anos empresta seu vigor e sua sabedoria às principais causas da agricultura e da pecuária no Brasil. Nossa homenagem a Antônio Ernesto de Salvo é uma forma de agradecer e parabenizar pelo trabalho que realiza na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, a nossa CNA, cujo sexto mandato de presidente se inicia no dia 10 de dezembro. A homenagem da ABC a Antônio Ernesto é singela frente a expressividade de votos que ele recebeu das federações estaduais na última eleição para a presidência da CNA (conquistou 23 votos dos 26 possíveis), mas é também uma forma sincera de reconhecimento de sua incontestável liderança. Os homenageados da ABC são exemplos do porque nossa pecuária é vitoriosa. Associação Brasileira de Criadores Av. José César de Oliveira, 181-11º andar Vila Leopoldina CEP 05317-000 - São Paulo-SP Fone: (11) 3832.9369 Fax: (11) 3831.2731 E-mail: abc@abccriadores.com.br www.abccriadores.com.br Associação Brasileira de Criadores (ex-associação Paulista dos Criadores de Bovínos), reconhecida como utilidade pública pelo Decreto Estadual nº 33.811, de 20 de outubro de 1958. Registrada no Ministério da Agricultura sob nº35, como jurisdição nacional. Diretoria 2 Presidente: Luis Alberto Moreira Ferreira Vices-Presidente: Ney Soares Piegas, Rubens Malta de Souza Campos Filho, Luiz Rondon Teixeira de Magalhães, Luiz Francisco Pavan Silveira, Eduardo Nunes Gusso. Secretários: Jair Martineli, Wanda Pompeu Geribello. Tesoureiros: Gustavo dos Reis Filho, Francisco Márcio da Costa Carvalho. Conselho Deliberativo Presidente: Nelson Luiz Baeta Neves Vice-Presidente: Silvio Maria Crespi Conselheiros Natos: Manoel Elpídio Pereira de Queiroz Filho, Guilherme Monteiro Junqueira, José Cassiano Gomes dos Reis Junior, Luis Alberto Moreira Ferreira. Conselheiros Efetivos: Carlos Eduardo Moreira Ferreira, José Amauri Dimarzio, José Luiz de Paula Eduardo, Ney Soares Piegas, Eduardo Dias Roxo Nobre, Rubens Malta de Souza Campos Filho, Elisa Guerra Malta Campos, Isabel Sampaio Moreira Piegas. Conselheiros Suplentes: Luiz Rondon Teixeira Magalhães, Francisco Márcio da Costa Carvalho, Greice Mara Martins Gomes Martins da Silva, Jair Martineli, Gustavo dos Reis Filho, Carlos Eduardo Duprat, Edgardo Héctor Pérez, Eugênio Salgueiro Gomes. Conselho Fiscal Efetivos: Edgardo Héctor Pérez, Licínio dos Santos Silva Filho, Eugênio Salgueiro Gomes Suplentes: Maria Eugênia da Silva Telles, Milton Saad, Theodoro Quartim Barbosa Netto O Jornal dos Criadores é editado pela Acadêmica Agência de Comunicação. (11) 5549-1863 Edição: José Roberto Ferreira Reportagem: Angela Trabbold e Evanildo da Silveira Projeto gráfico e arte: A. C. Prado

A B C 7 9 A N O S O reconhecimento a quem trabalha pela pecuária Comemoração do aniversário da ABC será feita com homenagens ao presidente da CNA, a pecuaristas de corte e de leite, a uma pesquisadora e uma jornalista. O pecuarista e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antônio Ernesto de Salvo, será homenageado pela ABC como personalidade de 2005 na agropecuária (veja texto abaixo). A solenidade será no dia 9 de dezembro, a partir das 19h, na sede da ABC. Na mesma oportunidade, também receberão homenagens os pecuaristas Ovídio Carlos de Brito, do setor de corte, e Lair Antonio de Souza, que se dedica à pecuária leiteira, a pesquisadora Maria Aparecida Cassiano Lara, do Instituto de Zootecnia, e a jornalista Maristela Teixeira Franco, repórter da revista DBO (veja textos nas páginas seguintes). Fundada em 20 de dezembro de 1926, com o nome de Federação Paulista de Criadores de Bovinos, a ABC ganhou a denominação atual em 1973. Como uma das mais antigas entidades do setor, a ABC realizou uma série de atividades algumas pioneiras em prol da pecuária brasileira. Uma delas foi a publicação, a partir de 1930, da Revista dos Criadores, que se tornou referência para a divulgação de informações técnicas para produtores rurais e profissionais especializados, como agrônomos, veterinários e zootecnistas. Fac-símile da Revista dos Criadores de agosto de 1933 mostra anúncio de remédio contra a febre aphtosa. Personalidade do ano acumula vitórias Antônio Ernesto de Salvo nasceu em Curvelo, na região central de Minas Gerais, mora lá até hoje e também é lá que está sua fazenda. No entanto, é um mineiro ramificado pelo País. No dia 25 de outubro, dentre 26 representantes de federações de agricultura (uma por Estado), 23 cravaram seu nome para mais um mandato o sexto como presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Guzerá Na fazenda Canoas, Antônio Ernesto se dedica a uma bem cuidada criação de guzerá, negócio que ele herdou de duas gerações e que agora está passando para a seguinte, aos cuidados de seu filho Antonio. Casado com Jane Pitangui de Salvo, ele tem mais dois filhos: Patrícia e Gustavo. Engenheiro agrônomo formado no Rio de Janeiro pela Escola Nacional de Agronomia, Antônio Ernesto começou sua atividade sindical em 1967. Percebi que não adiantava melhorar o rebanho se o setor rural não tivesse voz, não fosse ouvido, explica ao justificar seu empenho na criação do Sindicato dos Produtores Rurais de Curvelo, do qual foi seu primeiro presidente. Já no início da década de 1980 tornou-se diretor da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais, entidade que acabou presidindo por dois mandatos. Foi como presidente da Faemg que Antonio Ernesto ganhou legitimidade para conquistar seu primeiro mandato como dirigente máximo da CNA, em 1991. Para o início do sexto mandato, Antônio Ernesto vê como seu principal desafio defender o produtor rural na pior crise dos últimos 20 anos, com reflexos diretos na queda de renda do setor e de toda a economia. Ele destaca o endividamento rural, que impede investimentos por parte dos produtores, e as dificuldades com questões sanitárias, como a necessidade de controle da febre aftosa, como suas prioridades imediatas. Antônio Ernesto conquistou o sexto mandato como presidente da CNA. 3

DESTAQUE PECUÁR IA DE CORTE OVÍDIO CARLOS DE BR ITO A excelência em nelore mocho Entre os melhores, ele se destaca. E não apenas porque investe em genética, como fazem hoje os pecuaristas modernos do País. O homenageado pela ABC como destaque na pecuária de corte em 2005 se sobressai porque investe em pesquisa em genética. Ou seja, Ovídio Carlos de Brito não quer apenas usufruir da boa genética dos animais; seu objetivo maior é produzir a melhor genética. Ele faz isso pensando na rentabilidade do criardor. Nosso objetivo é oferecer animais com genética comprovada para que o pecuarista aumente sua lucratividade, argumenta. Para a realização de pesquisas em genética com o nelore mocho, Ovídio recorre a parceria com universidades brasileiras, como a USP e Ovídio Carlos de Brito foi pioneiro em fazer leilão de gado via satélite, pela TV. a Unesp, e norte-americanas, como a da Califórnia. Atualmente, por exemplo, PhDs dessas três instituições, em trabalho articulado pela OB Pecuária, estão envolvidos em um projeto para produzir carne de nelore marmorizada. Cruzamos angus com nelore, nelore com nelore e brahman com nelore, conta Ovídio. Para surpresa geral, o animal que apresentou maior grau de marmorização foi uma fêmea nelore, pura, abatida com 22 meses. Com essa pesquisa, Ovídio está de olho em um futuro bastante promissor para Brasil. Quando abrirmos os mercados com os EUA e os países asiáticos, teremos o nelore com carne marmorizada e com garantia em genética, prevê. O homenageado pela ABC, no entanto, chama a atenção para o que considera o problema número 1 a ser resolvido: a aftosa. Não adianta melhorar a genética, fazer rastreabilidade, se não resolvermos nossos problemas sanitários, enfatiza. E para acabar com a aftosa no Brasil, ela tem que ser erradicada também em toda a América do Sul. 4 DESTAQUE PECUÁR IA DE LEITE L AIR ANTONIO DE SOUZ A Uma sala de aula no campo Durante 25 anos, Lair Antonio de Souza se dividiu entre sua carreira de executivo em empresas como Ultrafertil, Fosfertil e Solorrico, das quais chegou a ocupar o cargo de presidente, e a criação de gado leiteiro. Hoje, aos 76 anos, aposentado das empresas, ele se dedica à criação de gado de leite, da raça holandês preto e branco, em sua fazenda Colorado, de 1.500 hectares, em Araras, no interior de São Paulo. No ramo desde 1966, Lair Antonio de Souza será homenageado da ABC pela sua contribuição ao desenvolvimento do setor leiteiro do Brasil. Razões não faltam para a homenagem. A fazenda Colorado é um modelo de gestão em nível mundial, graças à visão de Lair, que fez um convênio com a Esalq para implantar um moderno sistema de gestão em sua propriedade. Isso começou a se tornar realidade há cerca de dez anos, O leite A produzido por Lair Antonio de Souza é envasado com a marca Xandô. quando ele doou a Esalq os equipamentos para que esta montasse seu Laboratório de Análise da Qualidade do Leite, que hoje faz parte da Rede Brasileira da Qualidade do Leite, do Ministério da Agricultura. Em contrapa rtida, o engenheiro agrônomo Paulo Fernando Machado, da Esalq, foi designado para implantar um sistema de gestão na Colorado. Hoje a fazenda serve de local de estágio para alunos de graduação da Escola e de visitas para os que fazem cursos específicos, em nível de pós-graduação, como Gestão da Propriedade Leiteira. Para Lair, os resultados não poderiam ser melhores. Nossa produção média nos últimos nove anos aumentou de 23 litros por vaca por dia para 36, comemora o pecuarista. Hoje temos 1.600 vacas, puras de origem, das quais 740 em lactação, que produzem 27 mil litros de leite tipo A por dia.

DESTAQUE PESQUISA CIENTÍFICA MARIA APARECIDA CASSIANO LARA O uso múltiplo da genética Desde 2000, a bióloga e doutora em genética Maria Aparecida Cassiano Lara, pesquisadora do Instituto de Zootecnia, em Nova Odessa (SP), vem realizando trabalhos que contribuem para o aperfeiçoamento da gestão pecuária e para a melhoria da qualidade da carne e do leite. Uma parte de suas pesquisa está voltada para o que se pode chamar de rastreabilidade genética. A outra, também com o uso da genética, se destina a melhorar a qualidade do leite e da carne das raças zebuínas. No caso da rastreabilidade, Maria Aparecida explica que ela faz a certificação de origem e da qualidade da carne bovina por meio da análise do DNA dos animais. Em vez usar brinco ou outro método de identificação, a pesquisadora usa o código genético. Quando o animal nasce, colhemos uma amostra biológica dele (tecido, sangue ou outro elemento) e fazemos a análise do seu DNA, que é colocado num registro, explica. Pelo resto da vida esse animal poderá ser identificado pelo seu DNA como, por exemplo, se um pedaço de carne é dele ou não. Na outra ponta de suas pesquisas, Maria Aparecida trabalha para tornar a carne das raças zebuínas mais macia e saborosa. Já identificamos um gene que está ligado à maciez da carne, diz. Esse gene, no entanto é pouco freqüente no rebanho, isto é, aparece em poucos indivíduos. Por isso, a idéia é cruzar esses animais que tem o gene, para aumentar sua freqüência. Assim, com o tempo, todos os animais zebuínos produzirão carne mais macia. Trabalho semelhante está sendo feito com o leite. Identificam-se os animais que possuem o gene responsável pelo maior teor de proteína no leite e se faz o cruzamento entre eles. Pesquisas de Maria Aparecida visam carne e leite de melhor qualidade. DESTAQUE JORNALISMO MAR ISTEL A TEIXEIR A FR ANCO A pecuária em letras atentas Formada em Jornalismo e História pela Universidade Federal de Goiás, Maristela Teixeira Franco iniciou sua carreira como repórter de rádio e assessora de imprensa. Em 1987 começou a trabalhar como repórter de economia do jornal Diário da Manhã, de Goiânia, mas foi em 1989 que passou a se especializar na cobertura do agronegócio brasileiro. Naquele ano, Maristela foi contratada para trabalhar no jornal O Popular, onde integrou a equipe que lançou o suplemento Campo, primeiro veículo especializado em jornalismo rural de Goiás. De lá, mudou-se para a revista DBO, em 1991. Dois anos depois, tornou-se correspondente da revista na França, onde teve oportunidade de conhecer vários projetos de pecuária bovina, entre eles o sistema de rastreabilidade que o governo francês implantou com pioneirismo. Quando retornou ao Brasil, em 1994, Maristela começou a acompanhar de perto as iniciativas de implantar o sistema de rastreabilidade bovina aqui e não parou mais de elaborar reportagens sobre o assunto. A DBO foi a primeira revista a falar deste assunto no Brasil, diz Maristela, que naquela época atuava como correspondente em Brasília. Desde 2000, Maristela está novamente trabalhando na sede da revista, em São Paulo, como repórter e editora de nutrição, área de atuação que lhe valeu o Prêmio Massey Ferguson de Jornalismo, em 2003, por uma reportagem sobre silagem de milho. Mas ela continua a cobrir assuntos relacionados à cadeia produtiva da carne, em especial sobre rastreabilidade, algo que ela considera essencial para o desenvolvimento da pecuária, mas que o setor demorou para perceber. Os textos de Maristela Franco se destacam na DBO desde 1991 5

Proprietário rural tem novos prazos para georreferenciamento O Governo Federal editou o Decreto Nº 5.570, em 31 de outubro de 2005, dando nova redação a alguns dispositivos do Decreto nº 4.449, de 30 de outubro de 2002, conhecida como Lei do Georreferenciamento. A principal alteração é o estabelecimento de novos prazos para a identificação georreferenciada de imóveis rural com área inferior a 1.000 ha, nos casos de desmembramento, parcelamento, remembramento e em qualquer situação de transferência de imóvel rural. Pelo Decreto 5.570/05, a exigência da identificação georreferenciada será feita aos proprietários rurais, nos casos mencionados acima, a partir das seguintes datas: a) 21 de novembro de 2008, para os imóveis rurais de 500 a 999 ha; b) 21 de novembro de 2011, para os imóveis rurais de menos de 500 ha. Esta medida não atende a totalidade dos estabelecimentos rurais do Brasil, mas considerando que cerca de 98% deles ocupam áreas de até 1.000 hectares, conforme dados do Censo Agropecuário de 1995/1996, o alongamento da exigência permitirá que o poder público trabalhe com mais tempo para disponibilizar à sociedade todos os meios necessários (adensar da Rede Geodésica Brasileira, promover a redução dos custos dos serviços de georreferenciamento, divulgar o correto entendimento das normas, realizar a certificação dos serviços com presteza, etc.) para o cumprimento da lei e seu decreto regulamentador. Campanha Novos Sócios Admissão até 30/12 Isenção de taxa de filiação Tel: (11) 3832-9369 Antenor Nogueira ficará na presidência da Câmara da Carne por mais um ano. Câmara da carne bovina reconduz presidente O pecuarista Antenor Nogueira, representante da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), foi reconduzido à presidência da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Carne Bovina. A decisão ocorreu no dia 14 de novembro, em reunião do colegiado presidida pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues. Embora o mandato de presidente seja de dois anos, Nogueira ficará no cargo somente até o final de 2006. Eleito por aclamação, ele propôs o mandato-tampão para permitir que outra pessoa possa dirigir a câmara a partir de 2007. O pecuarista goiano revelou que já está em contato com todas as entidades e instituições que compõem a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Carne Bovina para elaborar o plano de trabalho do próximo ano. As ações do combate à aftosa no Mato Grosso do Sul e o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov) também foram debatidos durante a reunião. Na abertura do encontro, o ministro Roberto Rodrigues cumprimentou a pecuarista gaúcha Greice Martins, presidente da Associação Brasileira de Hereford e Braford, pela conquista dos prêmios World Leader Business Enterprise e World Leader Business Person, concedidos pela Confederação Mundial de Negócios (WCB). 6

A F T O S A Contabilidade do prejuízo Embargo à carne brasileira, bovina e suína, decretado por 51 países, deverá resultar prejuízos de US$ 1,7 bilhão às exportações em seis meses. Passado pouco mais de um mês do registro do primeiro foco de febre aftosa, no Mato Grosso do Sul, já é possível ter uma idéia da perda de receita com as exportações brasileiras de carne. Na segunda semana de novembro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) divulgou que o prejuízo causado pela doença deve chegar a US$ 1,7 bilhão, nos seis meses que deve durar o embargo às carnes brasileiras, adotado por 51 países. Desse total, US$ 1,1 bilhão devem ser relativos à carne bovina, e o restante, à suína. Nesse período, novembro deve ser o pior mês. Segundo estimativas da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), as perdas nesse mês em relação a outubro devem chegar a US$ 100 milhões. Em vez de serem vendidos US$ 215 milhões, conforme as previsões, serão embarcados US$ 115 milhões, o que representa uma queda de 46,51%. Mesmo as exportações de carne suína embora não tenha havido registro de febre aftosa entre os porcos foram prejudicadas. Catorze países embargaram as importações desse tipo de carne do Brasil, o que levou à queda do preço do produto no mercado interno. Só suspeita O problema todo começou no dia 10 de outubro, quando o MAPA anunciou a confirmação do primeiro foco da doença, na fazenda Vezozzo, no município de Eldorado, no Mato Grosso do Sul. Sete dias depois, o ministério confirmou mais quatro focos na mesma região. Desde então foram encontrados 22 focos de febre aftosa naquele Estado. Também houve suspeitas, não confirmadas, de focos no Paraná. Em conseqüência, 49 países deixaram de comprar carne do Brasil, que hoje é o maior exportador mundial do produto. A reação de alguns países, no entanto, foi exagerada. Nove ignoraram o fato de os focos da doença ocorrerem em apenas um Estado brasileiro e embargaram a importação de carne de todo o país. Alguns foram mais longe. É o caso da Indonésia, que não só restringiu a compra de carne de todo território nacional, mas também suspendeu as importações de farelo de soja, matérias-primas, equipamentos, maquinaria e medicamentos. O Brasil solicitou explicações daquele país e ameaçou fazer uma reclamação oficial ao Comitê de Medidas Fitossanitárias da Organização Mundial do Comércio (OMC). Vacina eficaz No âmbito interno, o país luta para debelar os focos da febre aftosa e voltar a exportar carne como fazia antes de a doença ser detectada. Para isso, uma das medidas adotadas é o sacrifício de cerca de 20 mil animais da região dos focos. Além disso, serão intensificadas as campanhas de vacinação em massa dos animais. A primeira começou no dia 1.º de novembro e deverá ir até o dia 30. O seqüenciamento do DNA do vírus responsável pelos focos de aftosa no Mato Grosso do Sul mostra que a vacina que está sendo aplicada é eficaz para o controle da doença. Pelos cálculos do MAPA, deverão ser imunizados 161,2 milhões de bovinos, o que representa 80% do rebanho nacional, que é de 197,8 milhões de cabeças. O ministro da agricultura, Roberto Rodrigues, vem alertando os criadores sobre os benefícios da vacinação, não só para a pecuária, mas para toda a economia. No início de novembro Roberto Rodrigues admitiu que houve um relaxamento no controle da aftosa no país. Vírus está só no MS (?) Até o fechamento desta edição, o último foco de febre aftosa foi identificado no dia 4 de novembro no município de Japorã, no Mato Grosso do Sul. Em uma fazenda com 5.500 animais, 54 apresentavam sintomas da doença. Assim, por ora a localização do vírus está restrita aos municípios onde a doença fora identificada ainda em outubro: Japorã, com 16 focos, Eldorado (quatro focos) e Mundo Novo (dois). Os municípios de Itaquiraí e Iguatemi também estão interditados. Segundo o Ministério da Agricultura, os focos envolvem 13.713 bovinos, dos quais 444 doentes, 59 suínos e 227 pequenos ruminantes. Nos cinco municípios interditados, 1.600 famílias de agricultores familiares prejudicados pelo aparecimento dos focos vão receber do governo federal uma bolsa-alimentação no valor de R$ 300,00 durante três meses, prorrogáveis por mais três meses, caso se estenda o estado de emergência sanitária nos cinco municípios. O benefício será estendido a cerca de 1.800 trabalhadores urbanos que ficaram desempregados por causa da aftosa. O governo federal está examinando a possibilidade de também destinar a bolsa-alimentação a produtores não familiares de melão, melancia e abóbora que tiveram prejuízos devido à interdição dos municípios. O dinheiro para a concessão dessas bolsas vem do crédito extraordinário no valor total de R$ 33 milhões liberado para o MAPA, por meio da Medida Provisória nº 265, para a erradicação da febre aftosa. 7

Mercado do boi gordo Cotações nominais médias do boi gordo em SP e MS, a prazo, para descontar o funrural. Período SP Barretos MS Campo Grande R$/@ US$/@ R$/@ US$/@ nov-04 63,97 22,50 61,63 21,67 dez-04 63,15 22,87 58,49 21,18 jan-05 61,55 22,57 56,66 20,78 fev-05 59,31 22,65 53,77 20,53 mar-05 58,22 21,57 52,60 19,48 abr-05 56,35 20,98 50,04 18,63 mai-05 54,75 22,44 49,96 20,47 jun-05 54,89 22,74 50,16 20,78 jul-05 53,38 22,47 48,83 20,56 ago-05 51,89 21,98 48,50 20,55 set-05 50,88 22,19 48,33 21,08 out-05 56,30 24,95 49,85 22,09 nov-05* 58,36 26,53 50,00 22,73 Variações -8,8% 17,9% -18,9% 4,9% Fonte: Scot Consultoria * até dia 17 Cotações recentes do boi gordo e da vaca gorda, em R$/@, a prazo, para descontar o funrural 17/10/05 Praças Boi gordo Vaca gorda Rastreado Não rastr. Rastreado Não rastr. SP Barretos 59,00 57,00 53,00 53,00 MG Triângulo 57,00 55,00 51,00 51,00 MS Campo Grande 53,00 51,00 48,00 48,00 GO Goiânia 56,00 54,00 50,00 50,00 MT Cuiabá 55,00 53,00 48,00 48,00 RS Pelotas* 1,59 1,54 1,36 1,36 TO Norte** 51,00 51,00 45,00 45,00 BA Sul** 52,00 51,00 49,00 49,00 PA Marabá 48,00 47,00 43,20 43,20 Fonte: Scot Consultoria * R$/kg ** livre de funrural Mercado do leite Preços médios nominais do leite C, em R$/litro, pagos aos produtores. Período GO MG RS SP PR BA Brasil** 2003 0,472 0,482 0,481 0,471 0,466 0,431 0,471 2004 0,505 0,511 0,522 0,506 0,501 0,498 0,505 set-05* 0,478 0,490 0,469 0,492 0,457 0,503 0,479 out-05* 0,468 0,478 0,461 0,477 0,427 0,500 0,464 Fonte: Scot Consultoria * referente à produção do mês anterior ** média ponderada para os leites B e C Análise: O mercado de leite trabalha em baixa há quatro meses. Em outubro, referente à produção de setembro, o produtor recebeu, em média, R$0,464/litro. Desde julho o recuo médio soma 19%, Cotações nominais médias do bezerro anelorado de 12 meses em SP e MS, à vista. Período SP MS R$/cab. US$/cab. R$/cab. US$/cab. nov-04 406,75 145,96 386,50 138,69 dez-04 412,00 151,45 395,40 145,35 jan-05 412,75 153,16 395,00 146,58 fev-05 411,25 158,28 394,00 151,65 mar-05 419,00 154,89 391,20 144,62 abr-05 416,00 153,78 382,25 141,31 mai-05 416,50 169,91 379,75 154,92 jun-05 415,80 172,28 382,20 158,36 jul-05 415,00 174,72 377,25 158,83 ago-05 413,40 175,14 367,00 155,49 set-05 412,50 179,87 359,50 156,76 out-05 416,00 184,36 359,75 159,43 nov-05* 416,00 189,09 358,33 162,88 Variações 2,3% 29,5% -7,3% 17,4% Fonte: Scot Consultoria * até dia 17 Análise: Após a notificação dos casos de febre aftosa no MS, o mercado desabou. No entanto, quando as especulações começaram a esmorecer, os preços voltaram a reagir. Isso porque há pouco gado disponível para abate, graças à redução do volume de animais confinados e semiconfinados e ao movimento de abate de matrizes, que já dura 3 anos. Além do mais, a maior parte dos embargos impostos à carne brasileira acometeu apenas o MS e, quando muito, os estados vizinhos. No fechamento desta coluna, o governo de SP havia acabado de conceder a permissão para a compra de gado em pé no MS. De imediato a arroba do boi gordo paulista recuou R$1,00, ao passo que o boi sul-matogrossense se valorizou em R$1,00/@ ou R$2,00/@, dependendo da praça. Mas tudo indica mesmo que o MS não tem gado terminado em volume suficiente para dar início a um movimento de baixa. O cenário aponta para um final de ano de mercado firme. o que equivale a R$0,11/litro de queda em plena entressafra. Para o pagamento de novembro, referente à produção de outubro, o produtor pode esperar por novas quedas, principalmente no Mato Grosso do Sul, região atingida pela febre aftosa, e no Paraná, em função das suspeitas sobre a presença da doença. A pecuária de leite vive momentos de crise, que certamente representarão prejuízos para o produtor. Para a indústria a situação não é diferente. O preço do leite longa vida, por exemplo, carro chefe no mercado de lácteos, já recuou 20,5% nos últimos 6 meses. Em reais nominais, o preço médio de outubro (R$1,12/ litro) é o mais baixo desde fevereiro de 2004. Considerando valores atualizados pelo IGP-DI, esse é o menor preço desde dezembro de 1998.