FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA FGF PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES EM BIOLOGIA



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Transcrição:

FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA FGF PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES EM BIOLOGIA DROGAS NO ÂMBITO ESCOLAR NA REGIÃO DE SEBASTIÃO LARANJEIRAS-BA ANGELA MARIA RODRIGUES Fortaleza CE 2008

2 ANGELA MARIA RODRIGUES DROGAS NO AMBITO ESCOLAR NA REGIAO DE SEBASTIAO LARANJEIRAS-BA Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciado em Biologia, do Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes em Biologia da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza. Orientador: RICKARDO LÉO RAMOS GOMES Fortaleza CE 2008

3 Monografia submetida ao Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes em Biologia, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Licenciado em Biologia, outorgado pela Faculdade Integrada da Grande Fortaleza- FGF. ANGELA MARIA RODRIGUES Aluno RICKARDO LÉO RAMOS GOMES Prof. orientador Nota obtida: Monografia aprovada em: / /

4 A minha família, que é o marco de sustentação aos meus ideais (em especial, ao meu namorado Agnelo Márcio e meus filhos Angel Aracelly e José Gabriel).

5 AGRADECIMENTOS Prioritariamente à Deus que é meu porto seguro,iluminando e me dando forças pra que eu possa seguir sempre em frente na busca dos meus ideais. Aos colegas de curso que estiveram juntos partilhando diversas informações Enfim, a todos aqueles que direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.

6 RESUMO O presente trabalho tem como objetivo analisar e investigar o uso de drogas nas escolas na região de Sebastião laranjeiras, pequena cidade localizada no sudoeste do Estado da Bahia e justifica-se o tema, por tratar-se de um grave problema que, até alguns anos atrás, acreditava-se existir apenas nos grandes centros, mas que está ocorrendo em Âmbito nacional tanto nas grandes cidades como nas pequenas cidades interioranas como neste caso em questão, tanto fora como dentro das escolas. O elevado número de incidentes com alunos sob efeito de substâncias psicotrópicas trouxe-nos a Prevenção de Drogas como um dos temas transversais a ser trabalhado nas escolas e, percebe-se realmente dessa necessidade, pois, os adolescentes que cursam o ensino médio, são os principais alvos desse tipo de atividade. Desde os tempos mais remotos, o homem tem se utilizado de substâncias químicas, encontradas em plantas ou, mais recentemente, sintéticas, para provocar alterações no seu estado mental. Algumas vezes associadas a cultos religiosos, ritos espirituais ou práticas de iniciação, as drogas sempre fascinaram a humanidade, por serem capazes de alterar profundamente a personalidade e interesses humanos, algumas drogas, com o passar dos anos, se tornaram ilícitas. Outras, entretanto, como o álcool, a nicotina e a cafeína, continuam legais, fazendo com que determinados grupos na sociedade se enriqueçam cada vez mais, a despeito dos males conseqüentes do uso deliberado destas drogas. Sabemos que o uso de drogas é muito grave porque atingem a saúde, as atividades sociais, morais e intelectuais do indivíduo e, em vista disso, como trabalhamos com adolescentes, essa é uma preocupação que não nos sai da cabeça e, que me levou a desenvolver este trabalho baseado no conhecimento prévio da realidade do ensino e no desenvolvimento cultural dessa região que também é acometida desse tipo de agressão social que invade disfarçadamente o mundo das escolas não permitindo que o adolescente se perceba como um sujeito transformador, capaz de exercer a cidadania e o protagonismo juvenil na escola e na sociedade. Palavras chaves: Drogas; Escola; Prevenção; adolescentes; Atividades sociais.

7 SUMMARY The present work has as show at analyze and to investigate the use of drugs in the schools in the region of Sebastião Laranjeiras, small city located in the southwest of the State of the Bahia and justifies the subject, for being about a serious problem that, until some years behind, was given credit to exist only in the great centers, but that it is occurring in national Scope in such a way in the great cities as in the small provincial cities as in this case in question, in such a way it are as inside of the schools. The raised number of incidents with pupils under hallucinogenic substance effect bring-in the a Prevention of Drugs as one of the transversal subjects to be worked in the schools and, is really perceived of this necessity, therefore, the adolescents who attend a course average education, are the main targets of this type of activity. Since the times most remote, the man if has used of substances chemical, found in plants or, more recently, synthetic, to provoke alterations in its mental state. Some times associates the religious cults, rites practical spirituals or of initiation, the drugs had always fascinated the humanity,for being capable to modify the human personality and interests, some drugs deeply, with passing of the years, if they had become illicit. Others, however, as the alcohol, the nicotine and the caffeine, continue legal, making with that determined groups in the society if they enrich each time more, the consequent spite of males of the deliberate use of these drugs. We know that the use of drugs is very serious because they reach the social, moral and intellectual health, activities of the individual and, in sight of this, as we work with adolescents, this is a concern that in does not leave them the head and, that it took me to develop this work basing me in the previous knowledge of the reality of education and in the cultural development of our region that also is attack of this type of social aggression that in a subtle way invades the world of the schools not allowing that the adolescent if perceives as a transforming, capable citizen of exerting the citizenship and youthful protagonism in the school and in the society. Words - keys: Drugs; School; Prevention; Social activities

8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 09 1.1 Justificativa 10 2 A ESCOLA E O ALUNO DEPENDENTE 12 2.1 A Ação Pedagógica 15 3 OS TIPOS DE DROGAS NA REGIÃO 18 3.1 As Drogas Mais Usadas 18 4 O PERFIL DO ALUNO CONSUMIDOR DE DROGAS 20 4.1 Os danos pessoais e sociais 20 4.2 O Aluno e as Drogas 22 5 MUDANÇAS DE MÉTODO NO COMBATE ÀS DROGAS 25 5.1 As Drogas Como uma Preocupação Constante 25 6 MATERIAIS E MÉTODOS 29 6.1 Objetos de Pesquisa 29 6.2 Materiais e Métodos 29 6.3 Metodologia 29 7 CONCLUSÃO 31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 33

9 1 INTRODUÇÃO Sempre que abordamos questões relacionadas às drogas ou substâncias que causam dependência química, o assunto torna-se polêmico ou constrangedor para muitas pessoas, principalmente porque diz respeito a realidades próximas, não muitas vezes aceitáveis ou encaradas. Hoje nos deparamos com esse problema no nosso dia-a-dia, num local onde seria impensável, há algum tempo atrás, encontrar esse tipo de problema: A escola. Sabe-se que, a realidade de alunos dependentes é visível e de conhecimentos de todos, inclusive da família. No entanto, a escola parece arcar com todas as responsabilidades, procurando, com o seu trabalho pedagógico, livrar o seu aluno desse caminho ao mundo do crime e da perversão. O presente trabalho procura fazer uma abordagem da realidade do aluno da escola pública no Ensino Médio na Cidade de Sebastião Laranjeiras BA em relação às drogas. A cidade conta hoje com 28 escolas sendo que, apenas 02 atendem a alunos do ensino médio. Essa abordagem se deu pelo fato de que, a faixa etária do aluno desse período, fundamentalmente se caracteriza pela adolescência, que significa período de curiosidade, descobertas, de riscos e de acompanhamento mais sério por parte dos adultos. Daí o fato de que o objetivo geral é o de mostrar os tipos de drogas mais usuais por alunos das escolas dessa região que, sem recursos, tenta driblar a ação de agentes mal-intencionados através da conscientização dos seus alunos dependentes de drogas e, sem um acompanhamento familiar, tem que procurar reaver este aluno para a sala de aula, sem prejuízos para os demais alunos que integram o corpo discente. Procuramos neste trabalho enfocar os tipos de drogas existentes e predominantes nessa região, assim como a preocupação da escola para com os alunos dependentes, mostrando as reais dimensões do aluno dependente, os problemas relacionados à realidade do aluno fora da escola no meio familiar, os meios de prevenção e combate às drogas encontrando nos autores que tratam essas questões formulações que mostrem como proceder com alunos que

10 apresentam essa dificuldade. Para isso, foi realizada uma pesquisa de campo envolvendo alunos na faixa etária de 12 a 18 anos do Colégio Estadual D.Pedro I e mais 04 escolas da rede estadual e municipal de ensino através de um questionário envolvendo um total de 146 alunos que dispuseram a participar deste trabalho. Esta pesquisa foi realizada em regime de total discrição sendo o questionário respondido anonimamente a fim de preservar a integridade e privacidade dos alunos. O reconhecimento do aluno dependente se manifesta pelo seu próprio perfil, onde a falta de atenção, o desinteresse a agressividade contribuem para que o rendimento escolar caia assustadoramente, preocupando todos os profissionais da educação, bem como o fator de segurança na escola, que se torna arriscado. Significa dizer que um aluno drogado põe em risco toda a escola e também a comunidade que cerca a escola. Foi exposto ainda neste trabalho, o combate às drogas, numa maneira de que o próprio dependente deve ser conscientizado a trabalhar para sua saída dessa condição, viabilizando canais de testemunho para aqueles que não estão nessa condição. A prevenção é a melhor forma de evitar que um jovem ingresse nesse submundo e aliando-se o amor e compreensão da família, a conscientização do dependente e a orientação pedagógica, se tornará mais fácil combater e reduzir a incidência de usuários dentro dos estabelecimentos escolares,tornando assim a escola um local privilegiado com o seu verdadeiro sentido para busca de conhecimento e cultura.

11 1.1 Justificativa Levando em consideração o fato de ser um assunto que atinge toda uma sociedade levantando polêmica, pois atinge diretamente tanto a escola quanto as famílias dos alunos usuários. Diante disso, houve o interesse em pesquisar e analisar os dados obtidos e verificar os tipos de ações preventivas utilizadas no intuito de reduzir essa infiltração de substâncias pscotrópicas no meio estudantil e o entendimento da realidade dos alunos na vida extra-escolar, como fator fundamental no combate às drogas.

12 2 A ESCOLA E O ALUNO DEPENDENTE As maneiras para o tratamento do tema relacionado ao consumo de drogas fazem com que seja necessário enfocá-lo diferencialmente, e as dificuldades em lidar com o assunto, levam as famílias e toda a sociedade a colocar a esperança nos educadores e muita expectativa nas instituições de ensino. A escola sem dúvida é um local ideal para que seja tratado um assunto tão polêmico e delicado, porque o discernimento no uso de drogas está diretamente relacionado à formação e às vivências afetivas e sociais de educandos no âmbito escolar. Essa vulnerabilidade do aluno adolescente deve-se fato de ser esta, a fase da vida na qual ocorrem as descobertas dos prazeres do mundo e é muito grande a influência de componentes grupais sobre as escolhas individuais. Com isso, a escola se torna local para o estabelecimento de muitos dos vínculos para a formação das condutas dos alunos diante dos riscos decorrentes do consumo de drogas. No combate ao uso de drogas por alunos do Nível Médio, é necessária participação e auxílio da família e de toda a sociedade, pois, somente a escola isoladamente, não condições de desenvolver um trabalho preventivo e eficaz contra um inimigo tão poderoso. Precisam, portanto, ser considerados, o reconhecimento dos fatos e mitos a respeito do assunto, da Situação real de uso e abuso de drogas em diferentes realidades, assim como as idéias e sentimentos dos alunos, da comunidade escolar e dos pais sobre o assunto. Daí se enfocar a escola como o local prioritário de onde se deve tratar a integridade do aluno, enfatizando os riscos decorrentes do consumidor de drogas. A preocupação com o aluno que consome drogas deve ser constante e não se pode deixar de lado essa questão, por mais complexa que seja.

13 Mesmo sabendo que o uso de drogas não é algo novo para a humanidade e não existem evidências de que deixará de acontecer, a prevenção deve ser algo constante porque evita do ingresso de muitos alunos adolescentes nesta vida tão arriscada e cruel. Na verdade, a propagação do uso de drogas é algo de responsabilidade da mídia que com constantes incentivos, levam os jovens a acreditarem na sua eficácia, até mesmo como forma de vencer as dificuldades, principalmente aquelas ligadas a fatores comportamentais, tais como timidez, insucesso e auto-estima. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998, p.271) quando a isso se referem expõem o seguinte: O consumo de diferentes substâncias psicoativas no trabalho, no lazer ou em rituais e festas, como papel agregador de comunidades, é comum a todas as culturas, e o uso social e religioso de drogas prazerosa, capazes de modificar o humor, as percepções e sensações, tem sido uma constante ao longo da história humana. Como prova desta realidade, está o fato de sempre ter presente o uso de bebidas em ambientes sociais numa forma de despertar ao adolescente ingerir tipos variados de bebidas. A droga sempre rodeia a vida social do adolescente e marca seus acontecimentos como figura indispensável. Por isso que, no tratamento de questões sociais, da perspectiva adotada pela educação, aprender e formular questões a respeito da realidade e das relações que a compõem apresenta-se como fundamental. A compreensão das questões sociais, o pensar sobre elas, analisá-las, fazer proposições e avaliar e avaliar alternativas exige a capacidade de representar informações e relacioná-las. As temáticas sociais, além de atitudes e procedimentos, propõem também conteúdos de natureza conceitual. O aluno dependente tende a esquecer de toda a realidade que o cerca a custo do consumo progressivo de drogas e afins. Nesse sentido, a sua dimensão se

14 estreita pelo uso de dependentes que escravizam e reduzem a visão de mundo. Esta, completamente alterada, reduz-se a simples mecanismos de satisfação pessoal. Freire (1996, p.59) testemunha bem essa condição, falando do poder da liberdade humana: Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado, mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. Esta é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado. A diferença entre o inacabado que não se sabe como tal e o inacabado que histórica e socialmente alcançou a possibilidade de saber-se inacabado. O autor fala, portanto, da necessidade da pessoa tornar-se a sentir-se gente, preocupado com a sua posição no mundo e com o seu agir no mundo. E o aluno dependente de drogas não consegue enxergar essa realidade porque está voltado, de maneira geral, para o consumo desordenado de tóxicos. Na escola, o aluno dependente, facilmente é identificado pelos seus comportamentos e pela falta de motivação aos conteúdos ministrados na escola e quando, também, as atitudes violentas atestam à falta de drogas e recursos escassos de aquisição da mesma. Eis o fato de que o acesso a diferentes drogas vem fugindo cada vez mais ao controle da coletividade, tendo passado a caracterizar-se, também, como um problema de ordem social ligado à saúde. Esse acesso se dá em função de inúmeros fatores, entre eles o aumento considerável da oferta como resultado da produção em massa, os crescentes graus de consumo e dependência, as condições psicossociais desagregadoras que geram e ampliam o uso das drogas. Os PCNs (1998, p.273) emitem um relatório que comprova como se inicia o consumo de drogas por adolescentes, e que abaixo, está transcrito a abordagem relativa ao estudo aqui enfocado: [...] a iniciação no consumo de diferentes drogas psicotrópicas vêm se intensificando entre crianças e jovens. Relatório apresentado pela Organização Pan-Americana de Saúde aponta que o hábito de fumar, considerado pela entidade uma epidemia internacional, tem início, em 90% dos casos, na adolescência [...]. Esta é também a fase em que a sociedade estimula o

15 adolescente para o consumo, eventualmente abusivo, de álcool, como indicador simbólico de que se atravessou a linha divisória entre a infância e a vida adulta. Como se vê, há um interesse pelo ingresso do adolescente ao mundo das drogas legais, já que os ambientes por ele freqüentado dispõem de bebidas, fumos e outros modelos de dependentes banais. O que se constata é que, o aluno adolescente dependente que se inclui no quadro de aluno da rede oficial de ensino é desprovido de uma orientação e facilmente cai em ciladas armadas para ele, tornando-o mais um integrante deste mundo de violência e temor. A escola fica sem instrumentos para auxiliar este aluno que se torna dependente de drogas, principalmente porque a infra-estrutura não permite que haja um acompanhamento mais concreto e significativo para este aluno. Mesmo havendo uma busca para que a educação atinja a todos, há empecilhos graves nesse sentido. Caporaline (1991, p.31) esclarece: O momento atual da democratização do país está reabrindo um número ilimitado de questionamentos sobre o papel da escola no processo de democratização do conhecimento. A busca por uma concretização de uma escola democrática faz com que todos os segmentos da sociedade se preocupem por intensificar uma qualidade no aspecto educativo. Com isso, pode se constatar que a educação não deve ser uma preocupação tão-somente da escola como instituição formal, mas da família e da sociedade, que, em parceria, trabalham juntos. Portanto, as reais dimensões de um aluno dependente são mais do que as que a escola espera, já que os efeitos dessa droga estão ligados ao estilo do consumidor e às suas formas de aquisição. Assim, torna-se uma tarefa difícil, sabendo que o processo ensino-aprendizagem fica comprometido em decorrência desse tipo de aluno que não se preocupa em aprender, mas de freqüentar a escola.

16 2.1 A ação pedagógica A escola tem possui uma forte influência na sociedade através de suas ações e dos temas que são desenvolvidos. Esses temas têm uma referência direta com a sua ação na sociedade, de maneira que atuam como uma orientação direta para o seu alunado. Por isso que a importância didática dos temas deve ser abordada de forma que ganhem importância, levando em consideração as experiências e necessidades sentidas e expressas pelos próprios alunos. Quando a escola dá um tratamento didático a assuntos relevantes, eles ganham significado e potencialidade de aplicação. No entanto, a escola luta contra uma cultura que viabiliza o consumo de drogas e, dessa maneira, todo o trabalho desenvolvido pela escola, muitas vezes, acaba em nada quando não há uma parceria que procure erradicar os fatores de uma cultura do consumo de drogas e afins. Os motivos que levam os alunos a experimentarem drogas são os mais variados, dentre eles; problemas familiares, auto-afirmação, curiosidade, frustração, indução e outros. O uso experimental de drogas passa a criar dependente e, numa cultura que propaga idéias errôneas, esse consumo aumenta gradativamente. Sanchez (1982, p.10) assim explana: O uso experimental de drogas é fortemente influenciado pelos padrões culturais. é fato bem estabelecido que o desejo de experimentar um tóxico seja ele o álcool, o tabaco ou a maconha, surja com freqüência, de uma necessidade de imitação de padrões de comportamento do grupo ou de pessoas afetivamente significativas.a imitação é um fator determinante para quem inicia o processo de consumo de alguma droga. Geralmente, o adolescente se impressiona com alguém que, consome algum tipo de droga e lhe indica tal procedimento. Esse fato está muito ligado aos padrões culturais e, portanto, tão levado em consideração. De acordo com a pesquisa realizada entre os alunos, tivemos nesta região os seguintes dados sobre experiências com drogas:

17 Na tabela a seguir, vemos o número de alunos em % que já tiveram contato com os tipos de drogas relacionados. Tipos de drogas Homens Mulheres cigarro 72 34 álcool 90 75 maconha 19 7 cocaína 3 1 crack 6 - outros 2 - Como se pode observar na tabela, o maior índice de uso de substâncias químicas ocorre entre os alunos do sexo masculino e a maior incidência de consumo é o álcool seguido do tabagismo e logo depois a maconha. A pressão a que está submetido um jovem de hoje para que venha a experimentar maconha ou anfetaminas é grande e, talvez, semelhante à forma como os jovens de uma ou duas gerações atrás (pelo menos do sexo masculino) eram induzidos a experimentar cigarros ou bebidas alcoólicas. A verdade é que o aluno é continuamente induzido a experimentar drogas e, na escola de ensino público essa realidade torna-se mais evidente pelo próprio nível do educando que, em casa, não apresenta nenhum acompanhamento neste sentido e muitas vezes são influenciados por alguém da família ou por problemas junto a ela. Atualmente, o que se pretende é um trabalho pedagógico no qual, as condições que se fazem necessárias para a saúde, sua valorização e a realização de procedimentos que a favorecem sejam o foco principal. Os conteúdos e sua abordagem se aprofundam em conceituação ao longo de etapas de ensino para permitir a ampliação dos temas de análise e de formulação de alternativas que aumentem a conscientização dos educandos.

18 Os PCNs (1998, p.274) explicam como é importante um tratamento didático do assunto em pauta aqui neste trabalho, levando a crer que, uma inserção na realidade é a melhor forma de combater essa dificuldade enfrentada pelo aluno. O texto assim estabelece: A realização de estudos de reconhecimento da região em que se insere a escola e das concepções e necessidades de saúde que lhe são características é um instrumento essencial para montar e desenvolver o projeto educativo. A fluidez das relações entre a escola, a família e demais instituições, grupos organizados e entidades cujas ações repercutem sobre a saúde, é condição para contextualizar a educação para a saúde e, ao mesmo tempo, um componente amplificador da ação educativa. Dessa maneira, o enfoque temático permite um esclarecimento maior, de forma que o educando reconhece os prejuízos advindos do consumo de drogas e da decadência a que irá submeter-se, perdendo tudo em sua vida e com suas projeções futuras. Uma das metas do tratamento didático para com assuntos de cunho social é a de permitir as transformações próprias do crescimento e desenvolvimento e promova o desenvolvimento da consciência crítica em relação aos fatores que intervém positiva ou negativamente. Quando há um enfoque acerca do consumo de drogas, a escola deve se preocupar em mostrar tópicos como a construção da identidade e da auto-estima, o cuidado com o corpo, a nutrição, a valorização dos vínculos afetivos e a negociação de comportamentos para o convívio social. Muitos são os enfoques dados aos estudos de combate às drogas e muitos deles perdem-se pela sua explicação. Como explica o Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis AIDS-PN DST/AIDS (1995, p.39): A questão das drogas, decorre do modo injusto e desequilibrado de organização, distribuição e valorização produzidas pela própria sociedade e situa-se, exatamente no centro dela, e não pode ser encarado como um problema gerado pelos subúrbios e periferias.

19 Na escola, há uma diversidade muito grande das realidades dos alunos dependentes, daí a necessidade de se conhecer a realidade extra-escolar do aluno através de uma maior participação da família para que se faça uma análise de como melhor proceder com cada caso em questão.

20 3 OS TIPOS DE DROGAS NA REGIÃO 3.1 As Drogas Mais Usadas Segundo pesquisa realizada, a região pelo fato de ter um poder aquisitivo relativamente baixo, pois a maioria das famílias sobrevive à base da agricultura de subsistência e de um pequeno rebanho pecuário, além disso, a renda do pequeno comércio local depende basicamente da população aposentada, prefeitura e dos poucos funcionários da rede estadual como os professores, são fatores que de certa forma limitam o acesso a determinados tipos de drogas predominando os de custos mais baixos como o álcool, fumo e a maconha. Desses três tipos de drogas, o mais usual é o álcool, pois na região, há muitos alambiques ou pequenas fabriquetas de cachaça o que torna o produto de fácil aquisição, é comum ver em determinadas casas na zona rural e até mesmo na cidade o comércio da chamada pinga solta, ou seja, aquela artesanal que não passou por um processo industrializado sendo negociada de qualquer forma. Essa facilidade de acesso ao álcool, aliado à falta de opções para diversão, aos problemas pessoais e familiares, contribuem para o alto consumo de álcool. O cigarro é muito utilizado e é normal ver crianças e adolescentes principalmente nas festas populares, fumando e ingerindo bebidas alcoólicas. Já a maconha tem poucos usuários, devido ao preço e também pela dificuldade em adquirir, mas que também aparece em terceiro lugar como uma das mais consumidas conforme já visto na tabela no cap.2 e a incidência de outros tipos de drogas, somente ocorre quando alguém traz de outra cidade circunvizinha esporadicamente.

21 4 O PERFIL DO ALUNO CONSUMIDOR DE DROGAS 4.1 Os Danos Pessoais e Sociais O aluno dependente de drogas causa distúrbio não somente para si mesmo, mas para o seu grupo social, visto que os comportamentos são uma ameaça, já que não há nenhuma responsabilidade. O contexto da escola que tem em suas salas alunos nessas condições é de intranqüilidade, pois a qualquer momento pode ocorrer algum transtorno ou fato que demonstre o grau de periculosidade. A seguir, são apresentados alguns tópicos para se vencer a violência, principalmente em casa. Quando esse local se torna saudável, dificilmente transfere para a escola esses distúrbios. São essas as orientações para os pais: v Estabeleça tarefas dentro de casa e supervisione para que elas sejam cumpridas; v Ensine seu filho a esperar. Não satisfaça todas as suas vontades na hora que eles querem e a qualquer preço; v Dê ordens que possam ser cumpridas e não se esqueça de cobri-las; v Fique atento ao comportamento de seu filho. Mudanças bruscas e mau desempenho escolar podem ser indícios de consumo de drogas; v Ensine a seu filho que sempre haverá divergências de opinião e conflitos e que existem formas civilizadas de resolvê-los; v Preste atenção nas atitudes agressivas do seu filho e investigue o que há por trás delas. O mais importante no combate Ás drogas é a presença dos pais na vida dos filhos, num clima de parceria e de troca de experiências pelo diálogo. O filho que encontra um ambiente saudável em casa dificilmente recorrerá a fugas para enfrentar os problemas.

22 Na verdade, o tratamento para com o aluno que consome drogas deve estar em parceria com a casa do educando e a escola deve procurar reconhecer o ambiente familiar, detectando problemas que são decorrentes de falta de diálogo e de compromisso. A escola deve intensificar uma prática que leve o aluno a buscar alternativas se apresentando, atualmente, como um local e espaço social de construção de significados éticos necessários e constitutivos de toda e qualquer ação de cidadania. Desta maneira, a escola não mais se restringe a um espaço detentor de saber e conhecimento, mas também um local em que haja busca de equilíbrio social. A educação, nesse sentido, deve ser a de construir cidadãos profissionais que se insiram no mercado de trabalho de maneira competente. O aluno do nível médio de ensino já deve ser orientado nesse sentido, como diz claramente os PCNs (1997, p.34): Não basta visar à capacitação dos estudantes para futuras habilidades em termos das especializações tradicionais, mas antes, trata-se de ter em vista a formação dos estudantes em termos de sua capacitação para a aquisição e o desenvolvimento de novas competências, em função de novos saberes que se produzem e demandam um novo tipo de profissional, preparado para poder lidar com novas tecnologias e linguagens, capaz de responder a novos ritmos e processos. Preparando o educando para o mercado profissional, procurando-o fazer deixar para trás toda uma realidade cruel, certamente os efeitos serão satisfatórios, principalmente porque há uma busca de identidade social, ou seja, ser útil para a comunidade. Assim, enquanto o indivíduo deve buscar manter-se sempre em condições psíquicas compatíveis com a possibilidade de assumir a responsabilidade por seus atos e suas conseqüências, caberá à sociedade o dever de estimular e difundir práticas que levem ao resguardo da saúde de seus cidadãos. Desta maneira, nunca se deve esquecer que o bem-estar dos alunos transcende meras questões sanitárias e que a sociedade não pode ser concebida em seu todo, nos moldes de uma realidade repressiva, mas que o cidadão tem o seu lugar na vida social.

23 4.2 O Aluno e as Drogas São muitas as causas que levam o jovem a ingressar no mundo das drogas. No entanto, um dos fatores que levam o jovem a experimentar as drogas se liga principalmente a fatores familiares. Por isso que MURAD (1987, p. 30) explica: Quando as crianças crescem com amor e segurança, quando podem expressar suas idéias e pensamentos livremente, quando são realistas e otimistas em relação as suas habilidades e, sobretudo, quando podem tomar decisões sadias, provavelmente não se tornarão dependentes de drogas. Assim, cabe aos pais procurar se relacionar melhor com os filhos, cultivando um relacionamento mais alegre, mais divertido, simples e afetivo. Devem olhar os filhos como alguém que necessita de fraternalmente de carinho, amor e compreensão. E fazer sempre com seus filhos programas divertidos. No entanto, a conquista de um espaço no interior dos filhos é necessária a todos os pais, como ainda a relação de sinceridade, honestidade, franqueza e o sentimento de auto-estima. A droga não é somente um produto ilegal, mas muitas vezes, substância socialmente aceita que vem sendo consumidas de forma abusiva e comercializadas livremente, como o éter, acetona, cola de sapateiro e outros. Não podemos deixar de mencionar o álcool e o tabaco, que não sofrem nenhuma restrição por parte da sociedade. Ao contrário, há uma passividade por parte de autoridades. As drogas atingem principalmente os jovens por estarem numa fase de transição ou auto-afirmação e pelas contradições que estariam vivendo. Geralmente eles levam a uma fragilidade e insegurança, o que faz com que o poder do grupo seja um fator preponderante. A idade inicial se passa por volta dos 11 aos 14 anos de idade. Este é o período em que o jovem está mais vulnerável e por isso mais aberto às